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Rastreamento de transtorno mental comum em idosos residentes no interior: estudo transversal

RESUMO

Objetivo:

Estimar a prevalência de transtorno mental comum e seus fatores associados em idosos de um município do interior do Centro-Oeste brasileiro.

Métodos:

Pesquisa de abordagem quantitativa, observacional, transversal, realizada com 218 idosos.

Resultados:

A prevalência de transtorno mental comum entre os idosos foi de 25,1%; na análise univariada, foi superior no sexo feminino (35,4%), na faixa etária igual ou superior a 80 anos (46,1%), cor da pele parda (30,2%), viúvos (42,6%), analfabetos (47,6%) e aposentados (27,6%). Na análise múltipla, mantiveram-se associadas à TMC as variáveis sexo feminino (p<0,006), idade igual ou superior a 80 anos (p<0,036), insatisfação com a vida (p<0,009), falta de interação social (p=0,017) e família disfuncional (p=0,021).

Conclusão:

Os resultados revelados são úteis e contribuem no reforço da necessidade de cuidados visando à saúde mental desse extrato populacional tão crescente mundialmente.

Descritores:
Idoso; Transtornos Mentais; Saúde Mental; Prevalência; Estudos Transversais

ABSTRACT

Objective:

To estimate the prevalence of common mental disorders and their associated factors in the elderly in a municipality in the countryside of the Brazilian Midwest.

Methods:

Quantitative, observational, cross-sectional approach research, conducted with 218 elderly people.

Results:

The prevalence of the common mental disorder among the elderly was 25.1%; in the univariate analysis, it was higher in females (35.4%), in the age group of 80 years or older (46.1%), brown skin color (30.2%), widowed (42.6%), illiterate (47.6%), and retired (27.6%). In the multiple analysis, the variables female gender (p<0.006), age 80 years or older (p<0.036), dissatisfaction with life (p<0.009), lack of social interaction (p=0.017), and dysfunctional family (p=0.021) remained associated with CMD.

Conclusion:

The results revealed are helpful and contribute to the reinforcement of the need for mental health care in this population extract so growing worldwide.

Descriptors:
Aged; Mental Disorders; Mental Health; Prevalence; Cross-Sectional Studies

RESUMEN

Objetivo:

Estimar la prevalencia de trastorno mental común y sus factores relacionados en ancianos de un municipio del interior del Medio Oeste brasileño.

Métodos:

Investigación de abordaje cuantitativo, observacional, transversal, realizada con 218 ancianos.

Resultados:

La prevalencia de trastorno mental común entre los ancianos fue de 25,1%; en el análisis univariado, fue superior en el sexo femenino (35,4%), en la franja etaria igual o superior a 80 años (46,1%), color de piel parda (30,2%), viudos (42,6%), analfabetos (47,6%) y jubilados (27,6%). En el análisis múltiple, se mantuvieron relacionados a la TMC las variables sexo femenino (p<0,006), edad igual o superior a 80 años (p<0,036), insatisfacción con la vida (p<0,009), falta de interacción social (p=0,017) y familia disfuncional (p=0,021).

Conclusión:

Los resultados revelados son útiles y contribuyen en el refuerzo de la necesidad de cuidados visando a la salud mental de ese extracto poblacional tan creciente mundialmente.

Descriptores:
Anciano; Trastornos Mentales; Salud Mental; Prevalencia; Estudios Transversales

INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial; e, no Brasil e América Latina, a população idosa triplicará nas próximas três décadas(11 Organização Panamericana de Saúde. Plano de ação para a saúde da população idosa: 2020. Washington: OPAS; 2015.). Essa mudança demográfica traz desafios para o Brasil, tendo em vista que, além das desigualdades sociais, estimativas do Estudo Longitudinal em Saúde do Idoso (ELSI-Brasil) mostram que um quarto dos entrevistados apresentou dificuldade em atividades de autocuidado(22 Giacomin KC, Duarte YAO, Camarano AA, Nunes DP, Fernandes D. Care and functional disabilities in daily activities - ELSI-Brazil. Rev Saúde Pública. 2018; 52 (Supl 2):9. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000650
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); e, mais da metade (73,4%), duas ou mais doenças(33 Nunes BP, Batista SRR, Andrade FB, Souza Júnior PRB, Lima-Costa MF, Facchini LA. Multimorbidity: the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). Rev Saúde Pública. 2018;52(Supl 2):10. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000637
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).

A presença de doenças, ao longo do tempo, contribui para a perda de autonomia e dependência dos idosos, levando a dificuldades em tarefas básicas diárias(22 Giacomin KC, Duarte YAO, Camarano AA, Nunes DP, Fernandes D. Care and functional disabilities in daily activities - ELSI-Brazil. Rev Saúde Pública. 2018; 52 (Supl 2):9. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000650
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018...
). Tanto os inquéritos populacionais como a prática clínica com os idosos têm demonstrado que os transtornos mentais são frequentes e repercutem na execução dessas tarefas básicas e no âmbito cultural, social, biológico, econômico e político.

Entre eles, o transtorno mental comum (TMC) é classificado como um transtorno não psicótico, assinalado por ansiedade, irritabilidade, insônia, fadiga, incapacidade de concentração e memória e queixas somáticas, podendo trazer repercussões para o bem-estar pessoal, familiar e social(44 American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5th ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.). Grande parte dos idosos, especialmente aqueles em idades mais avançadas, apresentam perda de autonomia e de independência, as quais são condições que levam ao isolamento social, tristeza, sofrimento psíquico e, por conseguinte, à ocorrência de TMC(55 Machado WD, Gomes DF, Freitas CASL, Brito MCC, Moreira ACA. Elderly with not transmitted chronic diseases: a group association study. ReOn Facema [Internet]. 2017 [cited 2021 Aug 31];3(2):444-51. Available from: https://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/194/106
https://www.facema.edu.br/ojs/index.php/...
).

Apesar de sua importância clínica para idosos, famílias e sociedade, seu reconhecimento e acompanhamento ainda são desafiadores. Estudos avaliando TMC em idosos com uso do Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20)(66 Gonçalves DM, Stein AT, Kapczinski F. Performance of the Self-Reporting Questionnaire as a psychiatric screening questionnaire: a comparative study with Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad Saúde Pública. 2008;24(2):380-90. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000200017
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) mostraram prevalência oscilante: 17,9% em Jacobina, Bahia(77 Guedes MS, Cavalcante Neto JL. Transtorno mental comum e imagem corporal de idosas do nordeste brasileiro. Estud Interdiscip Envelhec. 2015;20(3):819-31. https://doi.org/10.22456/2316-2171.51685
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); 25,3% em pessoas acima de 60 anos em outra investigação realizada na área urbana de um município de São Paulo(88 Santos GBV, Alves MCGP, Goldbaum M, Cesar CLG, Gianini RJ. Prevalence of common mental disorders and associated factors in urban residents of São Paulo, Brazil. Cad Saúde Pública. 2019;35(11):e00236318. https://doi.org/10.1590/0102-311X00236318
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); 28,3% em São Vicente, Rio Grande do Norte(99 Fagundes IVO, Oliveira LPBA, Barros WCTS, Magalhães AG, Medeiros MRS, Pereira DO. Common mental disorder in elderly people with chronic non-communicable diseases in primary health care. Ciênc Cuid Saúde. 2020;19(e50072):1-9. https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v19i0.50072
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); 29,7% em idosos residentes na cidade de Campinas, São Paulo(1010 Borim FSA, Barros MBA, Botega NJ. Common mental disorders among elderly individuals: a population-based study in Campinas, São Paulo State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(7):1415-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000700015
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); 30,8% em idosos residentes no território brasileiro e que possuíam conta ativa no Facebook(1111 Souza Júnior EV, Cruz DP, Siqueira LR, Rosa RS, Silva CS, Sawada NO. Association between common mental disorders and quality of life in older adults. Rev Esc Enferm USP. 2021;55(e20210057):1-9. https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0057
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); e 55,8% em Ibicuí, Bahia(1212 Silva PAS, Rocha SV, Santos LB, Santos CA, Amorim CR, Vilela ABA. The prevalence of common mental disorders and associated factors among the elderly in a Brazilian city. Ciênc Saúde Colet. 2018;23(2):639-46. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.12852016
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). Embora haja uma crescente produção científica no âmbito do envelhecimento humano, ainda existe necessidade de maior investigação quanto à saúde mental dos idosos nos países em desenvolvimento, principalmente em municípios de pequeno porte(1212 Silva PAS, Rocha SV, Santos LB, Santos CA, Amorim CR, Vilela ABA. The prevalence of common mental disorders and associated factors among the elderly in a Brazilian city. Ciênc Saúde Colet. 2018;23(2):639-46. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.12852016
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).

Entendendo a relevância do tema em pauta para as políticas de cuidado às pessoas com transtornos mentais e aos idosos, as quais são urgentes em países como o Brasil, marcado por disparidades regionais consideráveis, este estudo visa responder a seguinte pergunta: Qual a prevalência e os fatores associados ao transtorno mental comum em idosos residentes no interior do Brasil?

OBJETIVO

Estimar a prevalência de TMC e seus fatores associados em idosos de um município do interior do Centro-Oeste brasileiro.

MÉTODOS

Aspectos éticos

O estudo respeita os preceitos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde(1313 Ministério da Saúde (BR). Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2012 [cited 2021 Aug 31]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi...
). É vinculado a uma pesquisa-matriz intitulada “Análise da Situação de Saúde da População Adulta e Idosa” e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Desenho, período e local do estudo

Pesquisa de abordagem quantitativa, observacional, transversal, norteada pela ferramenta STROBE(1414 Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. STROBE initiative: guidelines on reporting observational studies. Rev Saúde Pública. 2010;44(3):01-5. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000300021
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).

Foi desenvolvido nos meses de julho de 2018 a outubro de 2019 e teve como cenário um município do interior do estado de Goiás, considerado de pequeno porte e localizado na região Central do Brasil, a 327 km de Brasília, capital do Brasil. Destaca-se como um dos maiores produtores de rocha fosfática do Brasil, considerado um polo minero-químico de importância internacional na operação de fosfatos (fosfórico, fosfato bicálcico (DiCalcium Phosphate - DCP), granulação e acidulação, oriundos da rocha fosfática produzida pela empresa, utilizados na indústria agrícola, alimentícia, bebidas, química e nutrição animal(1515 China Molybdenum Co. Fosfatos [Internet]. Cubatão: CMOC; 1955 [cited 2021 Aug 31]. Available from: http://cmocbrasil.com/br/negocios/fosfatos
http://cmocbrasil.com/br/negocios/fosfat...
). Possuía Produto Interno Bruto (PIB) per capita em 2017 de R$ 100.768,75, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em 2010 de 0,747(1616 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BR), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2017 [cited 2021 Aug 31]. Available from: https://cidades.ibge.gov.br/
https://cidades.ibge.gov.br/...
). No que se refere à saúde, o município tem um hospital municipal e duas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), conferindo à população cobertura de 100% dos serviços de Atenção Básica(1717 Ministério da Saúde (BR). e-Gestor Atenção Básica. Informação e Gestão da Atenção Básica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2021 [cited 2021 Aug 31]. Available from: https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml
https://egestorab.saude.gov.br/paginas/a...
).

População, critérios de inclusão e exclusão

A população estimada no município foi de 6.667 pessoas, densidade demográfica 13,21 hab./m2(1616 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BR), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2017 [cited 2021 Aug 31]. Available from: https://cidades.ibge.gov.br/
https://cidades.ibge.gov.br/...
). Desse total, 4.810 pessoas residiam em zona urbana e 657 em zona rural, com uma média de três moradores por domicílio, e a população-alvo da pesquisa foi composta pelos idosos residentes no local (834 pessoas), ou seja, uma proporção de 15,2% do total, acima da média nacional(1818 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (BR), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativa populacional de 2014 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2014 [cited 2021 Aug 31]. Available from: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html?=&t=o-que-e
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/soc...
).

Foram considerados como critérios de inclusão: possuir 60 anos ou mais; ser residente do município; apresentar aptidão para responder ao questionário após um exame breve do estado cognitivo. Excluíram-se os idosos que estavam na condição de visitante no município. As entrevistas foram realizadas face a face, com abordagem prioritariamente domiciliar e no Centro de Convivência de Idosos, com duração média de 40 minutos, em local privativo, garantindo-se a confidencialidade das informações.

Protocolo do estudo

Os dados foram coletados por pesquisadores treinados, após realização de teste-piloto utilizando um questionário semiestruturado constituído por questões objetivas referentes aos aspectos sociodemográficos, condições de saúde autorreferidas, uso de medicamentos, medidas antropométricas e avaliação do transtorno mental comum(1919 Moreira JKP, Bandeira M, Cardoso CS, Scalon JD. Prevalence of common mental disorders in the population attended by the Family Health Program. J Bras Psiquiatr. 2011;60(3):221-26. https://doi.org/10.1590/S0047-20852011000300012
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).

A variável-desfecho foi o transtorno mental comum, avaliado por meio do instrumento Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) validado em 1986, no Brasil, o qual tem sido utilizado em estudos com a população geral, em idosos e pessoas com doenças crônicas, em diversos vários países e culturas distintas(66 Gonçalves DM, Stein AT, Kapczinski F. Performance of the Self-Reporting Questionnaire as a psychiatric screening questionnaire: a comparative study with Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad Saúde Pública. 2008;24(2):380-90. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000200017
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,1919 Moreira JKP, Bandeira M, Cardoso CS, Scalon JD. Prevalence of common mental disorders in the population attended by the Family Health Program. J Bras Psiquiatr. 2011;60(3):221-26. https://doi.org/10.1590/S0047-20852011000300012
https://doi.org/10.1590/S0047-2085201100...
). O SRQ-20 é um instrumento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser de fácil aplicação pelos profissionais na Atenção Básica (AB) e ser de baixo custo, com validação para a população brasileira(66 Gonçalves DM, Stein AT, Kapczinski F. Performance of the Self-Reporting Questionnaire as a psychiatric screening questionnaire: a comparative study with Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad Saúde Pública. 2008;24(2):380-90. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000200017
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200800...
). O instrumento possui 20 questões de respostas “sim” ou “não” para o rastreamento do TMC na comunidade, considerando as experiências vivenciadas nos últimos 30 dias, cujo resultado para respostas afirmativas igual ou acima de 7 pontos (≥ 7) aponta um rastreio positivo para TMC.

Análise dos resultados e estatística

Os dados foram digitados em dupla entrada utilizando banco de dados eletrônicos. A análise foi realizada no STATA® software (Stata Corp LP) 12.0. A confiabilidade do SRQ-20 foi analisada pelo alfa (α) de Cronbach considerando confiável quando α ≥ 0,7. A prevalência do transtorno mental comum foi descrita em frequência e seu respectivo intervalo de confiança (IC), conforme faixa etária. Para comparar a diferença entre as variáveis de exposição e de desfecho, utilizou-se a regressão de Poisson, cuja medida de efeito foi a razão de prevalência (RP). Aquelas variáveis com valor de p igual ou inferior a 0,10 foram submetidas ao modelo de regressão múltipla para obtenção da razão de prevalência ajustada. Foram consideradas estatisticamente significantes aquelas com valor de p menor ou igual 0,05.

As variáveis consideradas de exposição foram: sociodemográficas (sexo, faixa etária, estado civil, escolaridade, aposentado), condições de saúde (autoavaliação de saúde, satisfação com a vida, diabetes melittus, hipertensão arterial, doenças osteomusculares, doenças na tireoide), interação social, resolução de problemas e preocupação com a morte e a avaliação da funcionalidade familiar por meio do APGAR Familiar(2020 Smilkstein G. The family APGAR: a proposal for a family function test and its use by physicians. J Fam Pract. 1978;6(6):1231-9. PMID: 660126.

21 Duarte YAO. Família: rede de suporte ou fator estressor - a ótica de idosos e cuidadores familiares [Thesis]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2001.
-2222 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2007 [cited 2020 Aug 10]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_saude_pessoa_idosa.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
).

RESULTADOS

Do total de 834 idosos do munícipio, 312 foram convidados a participar do estudo, obtendo uma taxa de resposta positiva de 69,87%, 26,92% recusas, e 3,21 % dos idosos não preencheram o critério de inclusão quanto à capacidade cognitiva para responder o questionário. Ao fim, a amostra constituiu-se de 218 idosos.

A média de idade deles foi 71,5 (± 15,2) anos. A maioria dos participantes eram mulheres (59,6%), pele branca (55,4%), casados (49,3%), com quatro anos de estudos (55,8%) e aposentados (72,2%) (Tabela 1). Quanto às condições de saúde, 17,4% relataram saúde ruim/muito ruim, 12% estavam insatisfeitos com a vida, 27,1% referiram diabetes mellitus; 73,4%, hipertensão arterial; e 33,9%, doenças osteomusculares (Tabela 2).

Tabela 1
Distribuição das respostas do SRQ-20 nos idosos (n = 218), Ouvidor, Goiás, Brasil, 2018-2019
Tabela 2
Prevalência de transtornos mentais comuns e associação com variáveis demográficas e saúde em idosos (n = 218), Ouvidor, Goiás, Brasil, 2018

A prevalência de TMC entre os idosos foi de 25,1%. A distribuição do SRQ-20 mostrou um escore médio de 4,6 (±4,5), variando de 0 a 20. A escala apresentou boa confiabilidade (alfa de Cronbach = 0,92). A frequência de cada questão do SRQ-20 está descrita na Tabela 1. As questões com maior frequência foram: cansar-se com facilidade (43,1%), perder o interesse pelas coisas (40,8%) e sentir-se nervoso, tenso, preocupado (40,8%).

Na análise univariada, a prevalência de TMC foi superior no sexo feminino (35,4%), na faixa etária igual ou superior 80 anos (46,1%), pele parda (30,2%), viúvos (42,6%), analfabetos (47,6%) e aposentados (27,6%). Houve diferenças estatisticamente significantes para o sexo feminino (p < 0,001), faixa etária igual ou superior a 80 anos (p < 0,001), viúvos (p < 0,001) e analfabetos (0,013) (Tabela 2).

Na análise univariada conforme condições de saúde, a prevalência de TMC foi superior nas pessoas com percepção de saúde ruim (28,9%), em idosos insatisfeitos com a vida (53,8%), hipertensos (28,7%), com doenças osteomusculares (28,4%), doenças na tireoide (48,5), interação social ruim (47,4%), preocupação com a morte (35,9%) e família disfuncional (42,1%) (Tabela 3).

Tabela 3
Prevalência de transtornos mentais comuns e associação com variáveis de saúde em idosos (n = 218), Ouvidor, Goiás, Brasil, 2018

Na análise múltipla, mantiveram-se associadas à TMC as seguintes variáveis: sexo feminino (p < 0,006), idade igual ou superior a 80 anos (p < 0,036), insatisfação com a vida (p < 0,009), falta de interação social (p = 0,017) e família disfuncional (p = 0,021) (Tabela 4).

Tabela 4
Análise de regressão múltipla dos fatores associados aos transtornos mentais comuns em município do interior do Brasil (n = 218), Goiás, Brasil, 2018

DISCUSSÃO

O presente estudo identificou que um quarto dos idosos residentes em município do interior apresentou rastreio positivo para TMC. Entre os achados, se destacaram sexo feminino, idade avançada, insatisfação com a vida, falta de interação social e disfuncionalidade familiar.

A prevalência de TMC neste estudo foi de 25,1%. Pesquisas prévias têm revelado uma oscilação nos valores de prevalência de TMC em idosos entre 28,3%(99 Fagundes IVO, Oliveira LPBA, Barros WCTS, Magalhães AG, Medeiros MRS, Pereira DO. Common mental disorder in elderly people with chronic non-communicable diseases in primary health care. Ciênc Cuid Saúde. 2020;19(e50072):1-9. https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v19i0.50072
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-1010 Borim FSA, Barros MBA, Botega NJ. Common mental disorders among elderly individuals: a population-based study in Campinas, São Paulo State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(7):1415-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000700015
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
) e 55,8%(1212 Silva PAS, Rocha SV, Santos LB, Santos CA, Amorim CR, Vilela ABA. The prevalence of common mental disorders and associated factors among the elderly in a Brazilian city. Ciênc Saúde Colet. 2018;23(2):639-46. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.12852016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018232...
). O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), conduzido com amostra nacional representativa da população não institucionalizada com 50 anos ou mais, embora não tenha avaliado TMC, mostrou que a prevalência de depressão em idosos brasileiros foi de 18,6%; trata-se de um problema de saúde dentro da mesma classificação de doenças dos TMCs, evidenciando que os problemas relacionados à saúde mental dos idosos têm sido cada vez mais frequentes na população(33 Nunes BP, Batista SRR, Andrade FB, Souza Júnior PRB, Lima-Costa MF, Facchini LA. Multimorbidity: the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil). Rev Saúde Pública. 2018;52(Supl 2):10. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000637
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018...
). Comparando-se esses achados, a prevalência de TMC foi elevada no grupo pesquisado, o que requer rastreamento e intervenções precoces, pois as demandas de cuidado geradas nem sempre são acessíveis a populações de idosos residentes em municípios de pequeno porte como o deste estudo.

Quanto às respostas obtidas por meio do instrumento de avaliação SRQ-20 para rastreamento de TMC, destacaram-se: “cansar-se com facilidade” (43,1%), “sente-se nervoso, tenso, preocupado” (40,8%) e “tem perdido o interesse pelas coisas” (40,8%). Pesquisa realizada com o objetivo de identificar a presença de transtornos mentais comuns pelo SRQ-20 em idosos atendidos em uma clínica-escola demonstrou que a maioria dos participantes eram provenientes de cidades do interior do Brasil, sendo que 58,3% assinalaram “sente-se cansado o tempo todo”, (70,8%) “sente-se nervoso, tenso, preocupado” e (48,8%) “tem perdido o interesse pelas coisas”(2323 Ricaldes VS, Costa KF. Knowing the mental health of the elderly users of the UBSF at Jardim Seminário, through the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Braz J Health Rev. 2020;3(6):16738-48. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n6-089
https://doi.org/10.34119/bjhrv3n6-089...
), dados com proporção acima de 40%, corroborados pelos achados deste estudo.

As mulheres apresentaram maior TMC, resultado já evidenciado por estudos anteriores(1212 Silva PAS, Rocha SV, Santos LB, Santos CA, Amorim CR, Vilela ABA. The prevalence of common mental disorders and associated factors among the elderly in a Brazilian city. Ciênc Saúde Colet. 2018;23(2):639-46. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.12852016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018232...
,2424 Laurindo MV, Lopes RE, Rocha RR. Epidemiological profile of elderly with depressive disorders in a municipality of northeast Brazil. Braz J Health Rev. 2020; 3(1):269-85. https://doi.org.10.34119/bjhrv3n1-020
https://doi.org.10.34119/bjhrv3n1-020...
2626 Medeiros LF. The interrelationship between common mental disorders, gender and age: a theoretical reflection. Cad Saúde Colet. 2019;27(4):448-54. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900040316
https://doi.org/10.1590/1414-462X2019000...
). Uma investigação que objetivou avaliar os fatores socioeconômicos, demográficos, comportamentais e as morbidades associados ao TMC em mulheres adultas identificou prevalência de 18,7% e mostrou que aquelas com idade mais avançada, viúvas ou separadas, tendo vivenciado episódio de violência, com qualidade do sono e alimentação prejudicadas e presença de doenças crônicas estavam mais susceptíveis ao TMC(2727 Senicato C, Azevedo RCS, Barros MBA. Common mental disorders in adult women: identifying the most vulnerable segments. Ciênc Saúde Colet. 2018;23(8):2543-54. https://doi.org/10.1590/1413-81232018238.13652016
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). Embora possuam maior expectativa de vida que os homens, as mulheres convivem com doenças por um período maior, por isso podem ser mais expostas a doenças que geram incapacidades, como as doenças mentais(2424 Laurindo MV, Lopes RE, Rocha RR. Epidemiological profile of elderly with depressive disorders in a municipality of northeast Brazil. Braz J Health Rev. 2020; 3(1):269-85. https://doi.org.10.34119/bjhrv3n1-020
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). Além disso, são maiores a vulnerabilidade social e a exposição a eventos estressantes por parte das mulheres. Elas enfrentam, no processo de envelhecimento, a dificuldade na realização de tarefas domésticas, a frustração emocional diante daquilo que não foi possível realizar (como a independência financeira), bem como o passar da vida culminando em ausência de contato social e falta de autonomia, por causa da dedicação aos filhos e aos afazeres domésticos(2525 Uchoa VS, Chaves LL, Botelho EP, Polaro SHI, Oliveira MFV. Factors associated with depressive symptoms and Functional capacity in elderly. Cogitare Enferm. 2019;24(e60868). https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.60868
https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.60868...
-2626 Medeiros LF. The interrelationship between common mental disorders, gender and age: a theoretical reflection. Cad Saúde Colet. 2019;27(4):448-54. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900040316
https://doi.org/10.1590/1414-462X2019000...
).

Os idosos mais velhos (≥ 80 anos) apresentaram maior probabilidade de TMC, resultado coerente com uma pesquisa prévia na qual se mostrou que pessoas mais longevas tiveram prevalência 2,86 vezes maior do que aquelas com 60 a 69 anos(1010 Borim FSA, Barros MBA, Botega NJ. Common mental disorders among elderly individuals: a population-based study in Campinas, São Paulo State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(7):1415-26. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000700015
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). Percepção negativa sobre a própria saúde, ter sofrido quedas, diagnóstico de fragilidade, apresentar incapacidade funcional para realizar Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) e residir sozinho estão associados a maior prevalência de sintomas depressivos(2828 Silva AB, Silva IK, Meira GR, Araújo AJS, Garcia ANM, Santos ACO. Ambulatory evaluation of elderly people as regards fragility syndrome, nutritional aspects and family functionality. Rev Kairós. 2018;21(3):317-30. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i3p317-330
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).

Quanto às condições de relações sociais e de saúde, a presença de TMC foi maior entre os idosos que referiram insatisfação com a vida. Resultados semelhantes foram encontrados em estudo realizado em município brasileiro de pequeno porte populacional, no qual se verificou que os idosos insatisfeitos com a vida evidenciaram 2,08 vezes maior chance de TMC do que os idosos satisfeitos(2929 Martins AMEBL, Nascimento JE, Souza JGS, Sá MAB, Feres SBL, Soares BP, et al. The association between common mental disorders and subjective health conditions among the elderly. Ciên Saúde Colet. 2016;21(11):3387-98. https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.07842015
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). Outro estudo, realizado com 573 idosos da região central do Brasil com o intuito de analisar a prevalência de insatisfação com a vida e fatores sociodemográficos associados, revelou uma taxa de 15,53%, associada aos fatores “sexo feminino”, “nível de escolaridade baixo e/ou analfabetismo” e “situação financeira frágil”(3030 Reiners AAO, Azevedo RCS, Cardoso JDC, Espinosa MM, Santana AZR. Dissatisfaction with life and associated factors in older community-dwelling adults. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2020;23(6):e190236. https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.190236
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), o que pode repercutir negativamente tanto na saúde física quanto emocional dessa população. Tal associação é entendida como algo esperado diante das consequências acarretadas por esse transtorno, visto que a satisfação com a vida na velhice pode estar vinculada a sensação de conforto, bem-estar, saúde e relações pessoais e sociais(2929 Martins AMEBL, Nascimento JE, Souza JGS, Sá MAB, Feres SBL, Soares BP, et al. The association between common mental disorders and subjective health conditions among the elderly. Ciên Saúde Colet. 2016;21(11):3387-98. https://doi.org/10.1590/1413-812320152111.07842015
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). Assim, estratégias que possam ressignificar a perspectiva de vida dos idosos para que se sintam mais satisfeitos e seguros são fundamentais para o planejamento do cuidado ao idoso na Atenção Primária de municípios brasileiros de pequeno porte populacional.

A falta de interação social também foi associada à ocorrência de TMC nos idosos. Estudo anterior com 202 idosos utilizando o SRQ-20 mostrou que 21,5% não possuíam nenhuma atividade de lazer e 23,1% preferiam ficar em casa(3131 Silva J, Leite KMR. Pessoas idosas em cidades rurais: estilo de vida e vulnerabilidades às IST`S/Aids. Rev Psicol IMED. 2020;12(2):76-93. https://doi.org/10.18256/2175-5027.2020.v12i2.3579
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). No estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), realizado com 1.413 idosos, identificou-se que a rede dos idosos era constituída, em média, por 8,15 pessoas (predominantemente familiares) e que esse quantitativo reduziu com o aumento da idade (60 69 anos = 8,7 pessoas; 70-79 anos = 7,65; ≥ 80 anos = 6,61 pessoas). É importante ter alguém com quem se possa contar, que possa oferecer apoio social(3232 Brito TRP, Nunes DP, Duarte YAO, Lebrão ML. Social network and older people’s functionality: Health, Well-being, and Aging (SABE) study evidences. Rev Bras Epidemiol. 2019;21(Suppl 02):e180003. https://doi.org/10.1590/1980-549720180003.supl.2
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). As relações constituídas ao longo da vida, bem como as redes sociais presentes na velhice, precisam ser estimuladas, tendo em vista as demandas crescentes de cuidado e sua relação com a presença de transtornos mentais, como é o caso do TMC(3232 Brito TRP, Nunes DP, Duarte YAO, Lebrão ML. Social network and older people’s functionality: Health, Well-being, and Aging (SABE) study evidences. Rev Bras Epidemiol. 2019;21(Suppl 02):e180003. https://doi.org/10.1590/1980-549720180003.supl.2
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). Esses achados reforçam a necessidade de ações para estimular os relacionamentos interpessoais e a socialização dos idosos por meio de atividades de lazer diversificadas, as quais podem ser inseridas ou pactuadas por meio de ações intersetoriais, o que favorece maior qualidade na competência interpessoal desse grupo.

Nessa direção, outra situação da contemporaneidade que também pode interferir na socialização e nos relacionamentos interpessoais de idosos é a necessidade de isolamento para a minimização de riscos de contágio da COVID-19. Uma revisão integrativa da literatura que objetivou investigar o risco desse isolamento na saúde da população idosa apontou que, apesar da importância desse comportamento, o isolamento social pode trazer prejuízos psicossociais a esse grupo, como o aparecimento de depressão, ansiedade e sentimentos de solidão e medo(3333 Aydogdu ALF. New coronavirus and the risks of social isolation for the elderly: integrative review. Rev Enferm UFJF. 2019;5(2):1-13. https://doi.org/10.34019/2446-5739.2019.v5.30691
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), o que pode influenciar o desenvolvimento de TMC nesse grupo.

Ainda em relação aos fatores associados, idosos vivendo em famílias disfuncionais (mensurado pelo APGAR) apresentaram maior probabilidade de ter TMC do que aqueles em famílias funcionais. Estudos anteriores mostram que a relação do idoso com sua família está atrelada a condições socioeconômicas e de saúde(2828 Silva AB, Silva IK, Meira GR, Araújo AJS, Garcia ANM, Santos ACO. Ambulatory evaluation of elderly people as regards fragility syndrome, nutritional aspects and family functionality. Rev Kairós. 2018;21(3):317-30. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i3p317-330
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,3434 Vera I, Lucchese R, Nakatani AYK, Sadoyama G, Bachion MM, Vila VSC. Factors associated with family dysfunction among non-institutionalized older people. Texto contexto Enferm. 2015;24(2):494-504. https://doi.org/10.1590/0104-07072015001602014
https://doi.org/10.1590/0104-07072015001...

35 Campos ACV, Rezende GP, Ferreira EF, Vargas AMD, Gonçalves LHT. Family functioning of brazilian elderly people living in community. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):358-67. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700053
https://doi.org/10.1590/1982-01942017000...

36 Brito JCS, Eulálio MC, Silva Júnior EG. The presence of common mental disorder in women in situations of domestic violence. Contextos Clín. 2020;13(1):198-220. https://doi.org/10.4013/ctc.2020.131.10
https://doi.org/10.4013/ctc.2020.131.10...
-3737 Mendonça MFS, Ludermir AB. Intimate partner violence and incidence of common mental disorder. Rev Saúde Pública. 2017;51:32. https://doi.org.10.1590/S1518-8787.2017051006912
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). Fatores socioeconômicos, como gênero feminino, faixa etária inferior a 80 anos, estado civil (casado, solteiro/viúvo), residir em lares multipessoais, referir saúde regular, presença de dor (3434 Vera I, Lucchese R, Nakatani AYK, Sadoyama G, Bachion MM, Vila VSC. Factors associated with family dysfunction among non-institutionalized older people. Texto contexto Enferm. 2015;24(2):494-504. https://doi.org/10.1590/0104-07072015001602014
https://doi.org/10.1590/0104-07072015001...
-3535 Campos ACV, Rezende GP, Ferreira EF, Vargas AMD, Gonçalves LHT. Family functioning of brazilian elderly people living in community. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):358-67. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700053
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), baixa escolaridade e baixa renda(3535 Campos ACV, Rezende GP, Ferreira EF, Vargas AMD, Gonçalves LHT. Family functioning of brazilian elderly people living in community. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):358-67. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700053
https://doi.org/10.1590/1982-01942017000...
) e fragilidade(2828 Silva AB, Silva IK, Meira GR, Araújo AJS, Garcia ANM, Santos ACO. Ambulatory evaluation of elderly people as regards fragility syndrome, nutritional aspects and family functionality. Rev Kairós. 2018;21(3):317-30. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i3p317-330
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) são prevalentes em famílias classificadas como disfuncionais. Acrescenta-se que a presença de déficit cognitivo bem como ausência de filhos e netos aumentam em 70% a chance de disfuncionalidade familiar em idosos da comunidade(3535 Campos ACV, Rezende GP, Ferreira EF, Vargas AMD, Gonçalves LHT. Family functioning of brazilian elderly people living in community. Acta Paul Enferm. 2017;30(4):358-67. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700053
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), em uma população similar à deste estudo.

Também no tocante a eventos ocorridos e saúde autorreferida, eventos pregressos de infarto agudo do miocárdio e quedas(3434 Vera I, Lucchese R, Nakatani AYK, Sadoyama G, Bachion MM, Vila VSC. Factors associated with family dysfunction among non-institutionalized older people. Texto contexto Enferm. 2015;24(2):494-504. https://doi.org/10.1590/0104-07072015001602014
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) têm sido associados à disfuncionalidade familiar apontada por idosos(3434 Vera I, Lucchese R, Nakatani AYK, Sadoyama G, Bachion MM, Vila VSC. Factors associated with family dysfunction among non-institutionalized older people. Texto contexto Enferm. 2015;24(2):494-504. https://doi.org/10.1590/0104-07072015001602014
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). Outras investigações demonstram que a disfuncionalidade familiar está associada ao desenvolvimento de TMC especialmente no público feminino(3636 Brito JCS, Eulálio MC, Silva Júnior EG. The presence of common mental disorder in women in situations of domestic violence. Contextos Clín. 2020;13(1):198-220. https://doi.org/10.4013/ctc.2020.131.10
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-3737 Mendonça MFS, Ludermir AB. Intimate partner violence and incidence of common mental disorder. Rev Saúde Pública. 2017;51:32. https://doi.org.10.1590/S1518-8787.2017051006912
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). Estudo realizado com mulheres em situação de violência doméstica evidenciou que 76,7% apresentavam sintomas referentes aos TMC(3636 Brito JCS, Eulálio MC, Silva Júnior EG. The presence of common mental disorder in women in situations of domestic violence. Contextos Clín. 2020;13(1):198-220. https://doi.org/10.4013/ctc.2020.131.10
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). Tal realidade se parece com a de outra pesquisa realizada com mulheres vinculadas ao Programa Saúde da Família, da Região Nordeste do Brasil: apontou-se que a violência cometida por parceiros íntimos está ligada ao aparecimento de TMC nessa população(3737 Mendonça MFS, Ludermir AB. Intimate partner violence and incidence of common mental disorder. Rev Saúde Pública. 2017;51:32. https://doi.org.10.1590/S1518-8787.2017051006912
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). Assim, considerando que o público alvo dos cuidados primários em saúde é constituído por indivíduos e suas famílias e que, em municípios similares ao da presente pesquisa, são os serviços de primeiro acesso dessa população, é importante que a avaliação da funcionalidade familiar integre a rotina de cuidados, como fator de risco para TMC.

Limitações do estudo

Mesmo com importantes resultados, o estudo apresenta limitações. A primeira é que um estudo transversal impede a avaliação das relações de causalidade entre as variáveis estudadas. A segunda é o fato de que o questionário aplicado é um instrumento de autorrelato dos participantes, portanto está sujeito a distorções devido à memória do entrevistado. Ademais, propõe-se a realização de estudos equivalentes em outros municípios brasileiros com idosos usuários e não usuários de Unidade Básica de Saúde, para comparações dos resultados. Ainda, ressalta-se que se buscou minimizar a influência das limitações por meio da experiência dos pesquisadores de campo.

Contribuições para a área da Enfermagem e Saúde

Os resultados revelados são úteis e contribuem no reforço da necessidade de cuidados com vistas à saúde mental desse extrato populacional tão crescente mundialmente. Também salientam a importância do desenvolvimento de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) para a concretização de uma abordagem acolhedora e sensível dos profissionais da Atenção Primária à Saúde e dos demais níveis de complexidade (sobretudo, equipe de enfermagem) que atuam na assistência direta da população idosa. O objetivo é a oferta de um cuidado integral que inclua os aspectos emocionais e relacionais influenciadores do bem-estar psicossocial dos idosos.

CONCLUSÃO

A prevalência de TMC em idosos estimada neste estudo se aproxima daquela de outras pesquisas, apresentando uma tendência de crescimento desse fenômeno na população. Chama-se atenção para as variáveis sociodemográficas (gênero feminino, idade igual ou superior a 80 anos) de percepção (insatisfação com a vida) e de relações (falta de interação social e família disfuncional) que foram associadas ao TMC nesse grupo.

Nessa direção, há necessidade de estratégias de prevenção voltadas para esse público, visando à minimização do sofrimento mental. Cuidados relativos aos aspectos de interação social e atenção familiar a essa faixa etária da população também merecem ser vistos pelas equipes multiprofissionais e gestores no âmbito da saúde, com estímulo ao fortalecimento das redes sociais na velhice.

MATERIAL SUPLEMENTAR

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Alexandre Balsanelli

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Set 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    03 Dez 2021
  • Aceito
    23 Maio 2022
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