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Tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância: revisão de escopo

RESUMO

Objetivos:

mapear evidências sobre a utilização de tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância.

Métodos:

revisão de escopo, realizada nos meses de outubro e novembro de 2022, nas bases de dados MEDLINE, Web of Science, BDENF e CINAHL e índice bibliográfico LILACS. Não houve delimitação de idioma e de tempo. Os dados foram extraídos e analisados descritivamente por dois pesquisadores independentes. O protocolo de pesquisa foi registrado na Open Science Framework.

Resultados:

selecionaram-se 26 estudos. As cartilhas, panfletos e folhetos foram as tecnologias mais utilizadas, apresentando os serviços de saúde como o ambiente mais frequente para desenvolver pesquisa sobre prevenção de quedas. As tecnologias desenvolvidas constituíram desfechos importantes: aumento do conhecimento das crianças, dos familiares, cuidadores, profissionais de saúde e de educação.

Conclusões:

a utilização de tecnologias educacionais possibilita o aumento de conhecimento, adoção de práticas seguras e redução de quedas.

Descritores:
Criança; Pré-Escolar; Tecnologia Educacional; Prevenção de Acidentes; Acidentes por Quedas

ABSTRACT

Objectives:

to map evidence on educational technology use for accident prevention due to falls in childhood.

Methods:

a scoping review, carried out in October and November 2022, in the MEDLINE, Web of Science, BDENF and CINAHL databases and LILACS bibliographic index. There was no delimitation of language or time. Data were extracted and analyzed descriptively by two independent researchers. The research protocol was registered in the Open Science Framework.

Results:

twenty-six studies were selected. Booklets, pamphlets and leaflets were the most used technologies, presenting health services as the most frequent environment to develop research on fall prevention. The technologies developed were important outcomes: increased knowledge of children, family members, caregivers, health and education professionals.

Conclusions:

educational technology use makes it possible to increase knowledge, adopt safe practices and reduce falls.

Descriptors:
Child; Child, Preschool; Educational Technology; Accident Prevention; Accidental Falls

RESUMEN

Objetivos:

mapear evidencias sobre el uso de tecnologías educativas para la prevención de accidentes por caídas en la infancia.

Métodos:

revisión de alcance, realizada en octubre y noviembre de 2022, en las bases de datos MEDLINE, Web of Science, BDENF y CINAHL e índice bibliográfico LILACS. No hubo delimitación de idioma ni de tiempo. Los datos fueron extraídos y analizados descriptivamente por dos investigadores independientes. El protocolo de investigación fue registrado en el Open Science Framework.

Resultados:

se seleccionaron 26 estudios. Los cuadernillos, folletos y volantes fueron las tecnologías más utilizadas, presentando los servicios de salud como el ámbito más frecuente para desarrollar investigaciones sobre la prevención de caídas. Las tecnologías desarrolladas fueron resultados importantes: mayor conocimiento de los niños, familiares, cuidadores, profesionales de la salud y la educación.

Conclusiones:

el uso de tecnologías educativas posibilita aumentar los conocimientos, adoptar prácticas seguras y reducir las caídas.

Descriptores:
Niño; Preescolar; Tecnología Educacional; Prevención de Accidentes; Accidentes por Caídas

INTRODUÇÃO

Acidente é o evento não intencional e evitável, que pode acontecer no ambiente doméstico, de trabalho, do trânsito, da escola, de esportes e de lazer, entre outros, e causar lesões físicas e/ou emocionais(11 Ministério da Saúde (BR). Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva): 2009, 2010 e 2011[Internet]. Brasília, DF: MS; 2013 [cited 2022 May 23]. 166 p. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_vigilancia_violencia_acidentes.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
).

As principais causas de acidentes com crianças, registradas nos serviços de saúde, foram as quedas (81%), as queimaduras (10%), os choques elétricos (8,6%), as mordeduras de animais (7,6%), os afogamentos (6,1%), as intoxicações (4,9%), os esmagamentos (4%), os acidentes de transporte (4%), o envenenamento (1%) e outros tipos de acidentes (1,3%). Tais acidentes ocorreram 81% das vezes na própria residência, 11,3%, em outra casa, 3,9%, na rua, 1,9%, na escola, e 2%, em outros lugares(22 Ministério da Saúde (BR). Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança[Internet]. Brasília, DF: MS; 2009 [cited 2022 May 23]. 300 p. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnds_crianca_mulher.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
). Outra pesquisa evidenciou que 52,3% dos acidentes aconteceram com crianças de zero a cinco anos e 26,2% de seis a dez anos, sendo que as quedas (50,7%) foram os tipos de acidentes mais comuns em todas as faixas etárias, ratificando que representam o principal motivo de lesões na infância(33 Gonçalves AC, Araújo MPB, Paiva KV, Menezes CSA, Silva AEMC, Santana GO, et al. Acidentes na infância: casuística de um serviço terciário em uma cidade de médio porte do Brasil. Rev Col Bras Cir. 2019;46(2):e2104. https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20192104
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).

Queda consiste no evento em que a pessoa, inadvertidamente, cai no solo, piso ou em outro nível abaixo daquele em que se encontrava(44 World Health Organization (WHO). Step safely: strategies for preventing and managing falls across the life-course[Internet]. Geneva: World Health Organization; 2021 [cited 2022 Dec 05]. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/340962
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). Os fatores de risco para a queda de crianças são: rede alta, presença de escada ou degraus sem corrimão, saídas e passagens mantidas com brinquedos, móveis, caixas ou outros itens que possam ser obstrutivos(55 Brito MA, Melo AMN, Veras IC, Oliveira CMS, Bezerra MAR, Rocha SS. Fatores de risco no ambiente doméstico para quedas em crianças menores de cinco anos. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(3):e2017-0001. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.03.2017-0001
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), renda familiar, o número de filhos, a presença ou ausência paterna, escolaridade e falta de espaços para educação(66 Pereira AS, Lira SVG, Moreira DP, Barbosa IL, Vieira LJES. Determinação de fatores de risco para a queda infantil a partir do Modelo Calgary de Avaliação Familiar. Rev Bras Promoç Saúde [Internet]. 2010 [cited 2022 Nov 18];23(2):101-8. Available from: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=40816970002
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).

Os acidentes têm influência significativa na mortalidade infantil e são responsáveis por altos índices de internação hospitalar, prejudicando e causando incapacidades no desenvolvimento da criança, inclusive o óbito, constituindo-se, assim, um problema na saúde pública. Acredita-se que ações programadas, como atividades de educação em saúde, com foco na prevenção dos acidentes infantis, contribuam para a redução dessas ocorrências(77 Costa VC, Silva KR, Felix LK, Nascimento MM, Pereira EB. Prototipação de game educativo para prevenção de acidentes na infância. Enferm Foco. 2021;12(1):196-201. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n1.3997
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). Nesse sentido, é iminente a necessidade de orientar a população sobre maneiras de prevenir e identificar as situações de perigo, garantindo um ambiente seguro(88 Souza ABG. Acidentes na infância: melhor prevenir do que remediar. Rio de Janeiro: Atheneu; 2020. 284p.).

Nesse contexto, as tecnologias educacionais constituem o eixo central do processo de aprendizagem, pois são recursos que viabilizam a construção mútua de conhecimentos por meio da educação contextualizada, com o intuito de oportunizar que o indivíduo assuma a postura de agente de mudanças(99 Machado FC, Lima MF. O uso da tecnologia educacional: um fazer pedagógico no cotidiano escolar. Scientia Cum Industria. 2017;5(2):44-50. https://doi.org/10.18226/23185279.v5iss2p44
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).

Observa-se a escassez de estudos de revisão sobre a utilização de tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância. Desse modo, a presente pesquisa poderá contribuir para o preenchimento dessa lacuna, e seus resultados poderão ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde e da educação sobre as tecnologias educacionais utilizadas para a prevenção de acidentes por quedas na infância, no intuito de nortear a prática profissional na implementação de intervenções que promovam comportamentos de segurança na infância.

OBJETIVOS

Mapear evidências sobre a utilização de tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância.

MÉTODOS

Aspectos éticos

Por se tratar de uma revisão de escopo, o estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Desenho, período e local de estudo

Trata-se de uma revisão de escopo, seguindo o método de revisão proposto pelo JBI(1010 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-12
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), que é uma forma de síntese de conhecimento que aborda uma questão de pesquisa exploratória destinada a mapear conceitos-chave, tipos de evidências e lacunas em pesquisas relacionadas a uma área, pesquisando, selecionando e sintetizando sistematicamente o conhecimento existente(1111 Colquhoun HL, Levac D, O’Brien KK, Straus S, Tricco AC, Perrier L, et al. Scoping reviews: time for clarity in definition, methods, and reporting. J Clin Epidemiol. 2014;67(12):1291-4. https://doi.org/10.1016/j.jclinepi.2014.03.013
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). Além disso, propõe recomendações para pesquisas futuras e identifica toda a literatura relevante, independente do delineamento do estudo(1212 Arksey H, O’Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol. 2005;8(1):19–32. https://doi.org/10.1080/1364557032000119616
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).

A síntese do conhecimento é importante na pesquisa e na prática em saúde, pois pode dar sentido a grandes volumes de pesquisa primária(1111 Colquhoun HL, Levac D, O’Brien KK, Straus S, Tricco AC, Perrier L, et al. Scoping reviews: time for clarity in definition, methods, and reporting. J Clin Epidemiol. 2014;67(12):1291-4. https://doi.org/10.1016/j.jclinepi.2014.03.013
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). O protocolo de pesquisa foi registrado na Open Science Framework (https://osf.io/c4z9n).

A busca das publicações ocorreu em outubro e novembro de 2022, nas seguintes bases de dados e índice bibliográfico: Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE via PubMed); Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL); Web of Science; Base de Dados em Enfermagem (BDENF); e Índice Bibliográfico da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A escolha de tais bases de dados e índice bibliográfico justifica-se por indexar uma expressiva quantidade de estudos nas áreas da saúde e enfermagem. Ressalta-se que a lista de referências finais dos estudos incluídos foi analisada manualmente, objetivando ampliar a busca e encontrar estudos importantes a serem adicionados.

Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos estudos primários que utilizaram tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância e adotou-se a idade menor de 18 anos por ser uma revisão da literatura em bases de dados internacionais que recuperou publicações cujos participantes apresentavam idade igual ou superior a 12 anos, considerando-os como crianças(1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
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, 1414 Cao BL, Shi XQ, Qi YH, Hui Y, Yang HJ, Shi S P, et al. Effect of a multi-level education intervention model on knowledge and attitudes of accidental injuries in rural children in Zunyi, Southwest China. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(4):3903-14. https://doi.org/10.3390/ijerph120403903
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, 1515 Rouse MD, Close J, Prante C, Boyd S. Implementation of the Humpty Dumpty Falls Scale: a quality-improvement project. Inj Prev. 2014;40(2):181-6. https://doi.org/10.1016/j.jen.2012.11.001
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, 1616 Morrongiello BA, Mark L. “Practice What You Preach”: induced hypocrisy as an intervention strategy to reduce children's intentions to risk take on playgrounds. J Pediatr Psychol. 2008;33(10):1117–28. https://doi.org/10.1093/jpepsy/jsn011
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, 1717 Frederick K, Barlow J. The Citizenship Safety Project: a pilot study. Health Educ Res. 2006;21(1):87-96. https://doi.org/10.1093/her/cyh046
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, 1818 Lindqvist K, Dalal K. The impact of child safety promotion on different social strata in a WHO Safe Community. J Inj Violence Res. 2012;4(1):20-5. https://doi.org/10.5249/jivr.v4i1.83
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). Não houve delimitação de idioma e de tempo. Excluíram-se publicações do tipo editorial, carta resposta, reflexão teórica, manuais e que não responderam à questão de pesquisa.

Desse modo, no levantamento bibliográfico, identificaram-se 2.416 publicações indexadas nas bases de dados e índice bibliográfico, às quais adicionou-se uma publicação identificada pela lista de referências finais de um estudo incluído. Para a elaboração do relatório de revisão, adotou-se o guia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR)(1919 Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun HL, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73. https://doi.org/10.7326/M18-0850
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).

Protocolo do estudo

Para conduzir a ordenação desta revisão de escopo, adotaram-se as cinco etapas recomendadas pelo JBI(1010 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-12
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, 1212 Arksey H, O’Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol. 2005;8(1):19–32. https://doi.org/10.1080/1364557032000119616
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, 2020 Levac D, Colquhoun H, O’Brien KK. Scoping studies: advancing the methodology. Implement Sci. 2010;5:69. https://doi.org/10.1186/1748-5908-5-69
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), a saber: identificação da questão de pesquisa; busca dos estudos relevantes; seleção dos estudos; mapeamento dos dados; agrupamento, resumo e apresentação dos resultados. Utilizou-se a estratégia PCC(1010 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-12
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) [acrônimo de Population, Concept and Context] para formulação da questão de pesquisa, em que P: lactente, pré-escolar e criança (infância); C: tecnologias educacionais; e C: prevenção de acidentes por quedas. Dessa forma, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: quais são as evidências sobre a utilização de tecnologias educacionais para a prevenção de acidentes por quedas na infância?

Dois revisores realizaram as buscas de forma independente, e as divergências encontradas foram discutidas e analisadas entre ambos até o consenso final, atentando-se para os critérios de inclusão e de exclusão.

Utilizaram-se os descritores controlados do Medical Subject Headings (MeSH) para buscas na MEDLINE via PubMed e na Web of Science, o List of Headings do CINAHL Information Systems, para buscas na CINAHL, e os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), para buscas na BDENF e no LILACS via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As palavras-chave foram selecionadas a partir de sugestões dos vocabulários controlados e de leitura prévia minuciosa acerca da temática. Os descritores e as palavras-chave foram combinados utilizando os operadores booleanos OR e AND, de acordo com as particularidades de cada base de dados e índice bibliográfico (Quadro 1).

Quadro 1
Estratégia final de busca em cada base de dados e o total de publicações recuperadas, 2022

Ressalta-se que o descritor “adolescente” não foi inserido na estratégia de busca, porque o foco principal do estudo são os infantes, e o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil considera criança “a pessoa até doze anos de idade incompletos”(2121 Presidência da República (BR). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente [Internet]. 2021 [cited 2022 Dec 05]. 232 p. Available from: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/trinta-e-um-anos-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-confira-as-novas-acoes-para-fortalecer-o-eca/ECA2021_Digital.pdf/view
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/no...
). Entretanto, embora os descritores utilizados tenham sido estritamente relacionados à infância, as buscas recuperaram alguns artigos internacionais que consideraram adolescentes como crianças, tendo em vista que a Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas entende que “criança é todo ser humano menor de 18 anos de idade”(2222 Organização das Nações Unidas (ONU). Convenção sobre os Direitos da Criança. Adotada pela Resolução n.º L. 44 (XLIV) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989 e ratificada pelo Brasil em 20 de setembro e 1990 [Internet]. 1990[cited 2022 Nov 18]. Available from: https://www.unicef.org/brazil/convencao-direitos-da-crianca-30-anos
https://www.unicef.org/brazil/convencao-...
).

Extração e análise dos dados

As publicações identificadas foram exportadas para o aplicativo Rayyan(2323 Mourad O, Hossam H, Zbys F, Ahmed E. Rayyan: a web and mobile app for systematic reviews. System Rev. 2016;5:210. https://doi.org/10.1186/s13643-016-0384-4
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), no qual as duplicatas foram removidas e o título e o resumo foram analisados. A seguir realizou-se a leitura de 35 publicações na íntegra, sendo incluídos 26 estudos. As informações foram extraídas a partir dos itens indicados pelo JBI(1010 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil, H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Editors). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020. https://doi.org/10.46658/JBIMES-20-12
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): identificação dos autores; ano de publicação; país de origem; participantes; delineamento; principais desfechos; tecnologia educacional utilizada (intervenção); tipo de acidente; e ambiente (local) onde a tecnologia foi implementada.

As evidências foram sintetizadas por dois pesquisadores, de forma independente, e as discordâncias foram analisadas até o consenso final. As informações extraídas foram organizadas para a síntese descritiva de cada um dos estudos incluídos nesta revisão.

RESULTADOS

As buscas nas bases de dados recuperaram 2.416 artigos, dos quais 25 compuseram a amostra. Após a leitura dos artigos selecionados, identificou-se um estudo que constava nas referências finais de um estudo incluído e que atendeu aos critérios de inclusão, sendo adicionado ao primeiro resultado, totalizando uma amostra de 26 artigos incluídos. Removeram-se 166 publicações por duplicadas.

Após a leitura do título e do resumo, excluíram-se 2.215 publicações por não responderem à questão da pesquisa. Assim, 35 estudos foram elegíveis para a leitura na íntegra. A seguir, nove estudos foram excluídos, sendo sete por não responderem à questão de pesquisa, e dois, por inacessibilidade. Ressalta-se que os pesquisadores enviaram e-mail para o autor principal dos dois estudos inacessíveis solicitando a disponibilização dos artigos, porém não se obteve resposta. O processo de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão dos estudos está apresentado na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma segundo critérios do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR), 2022

O Quadro 2 apresenta a distribuição e a síntese dos estudos incluídos conforme a referência, o país, o ano de publicação, a tecnologia educacional utilizada, o tipo de acidente e o local de implementação da tecnologia.

Quadro 2
Referência, país, ano, tipo de tecnologia educacional utilizada, tipo de acidente e local de implementação da tecnologia (n = 26), 2022

Os resultados evidenciaram artigos publicados entre 1977 e 2021; com maior frequência, nos anos 2009, 2013, 2015 e 2021 (n=03; 11,5%, cada). Predominaram os estudos realizados no Brasil (n=05; 19,2%), Canadá (n=05; 19,2%) e Estados Unidos (n=05; 19,2%). Entre as tecnologias educacionais analisadas, identificaram-se as que utilizaram cartilhas, panfletos e folhetos (n=14; 53,8%), aconselhamento e orientações (n=09; 34,6%), videoclipes (n=07; 26,9%), formulários e questionários (n=07; 26,9%) e programas de computador e aplicativos (n=05; 19,2%). É importante ressaltar que algumas publicações utilizaram mais de uma tecnologia. Em relação aos tipos de quedas, destacaram-se as quedas de maneira geral (n=09; 34,6%) com maior frequência de estudos realizados nos serviços de saúde (n=11; 42,3%).

No Quadro 3, são apresentadas as sínteses descritivas dos artigos incluídos na revisão. Quanto ao delineamento do estudo, verificou-se maior frequência de estudos controlados randomizados (n=10; 38,5%) realizados com crianças menores de 15 anos (n=12; 46,2%). Em relação ao desfecho, os estudos destacaram o aumento do conhecimento dos familiares, cuidadores e profissionais (n=09; 34,6%) e a mudança de comportamento para prevenção de quedas (n=07; 26,9%).

Quadro 3
Síntese descritiva dos artigos incluídos na revisão (n = 26), 2022

Em relação aos resultados dos estudos selecionados, foram identificadas quatro categorias de acordo com o local de implementação: Tecnologias aplicadas nas escolas; Tecnologias aplicadas na comunidade; Tecnologias aplicadas no domicílio; e Tecnologias aplicadas nos serviços de saúde. As categorias e as tecnologias utilizadas estão apresentadas no Quadro 4. Ressalta-se que alguns estudos desenvolveram pesquisas em diferentes ambientes, sendo inseridos em mais de uma categoria.

Quadro 4
Categorias de acordo com o local de implementação e as tecnologias utilizadas (n = 26), 2022

DISCUSSÃO

O reconhecimento da queda como um incidente de segurança, podendo gerar incapacidades temporárias e permanentes, incentivou o desenvolvimento de tecnologias que buscam medidas, a exemplo das estratégias de prevenção e do aumento da conscientização dos cuidadores, bem como a identificação precoce dos riscos(4242 Morrongiello BA, Bell M, Butac M, Kane A. What features of images affect parents’ appraisal of safety messages? examining images from the A Million Messages programme in Canada. Inj Prev. 2014;20:16–20. https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-040721
https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-...
, 4343 Blanco e Silva F, Gondim EC, Henrique NC, Fonseca LM, Mello DF. Intervenção educativa com mães jovens: aquisição de saberes sobre cuidados da criança. Acta Paul Enferm. 2018;31(1):32-8. https://doi.org/10.1590/1982-0194201800006
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).

Além da identificação dos fatores envolvidos na ocorrência dos acidentes, existem ainda a necessidade da implementação de propostas que possibilitem a aplicabilidade de diferentes formas de promoção e prevenção de acidentes domésticos infantis, incluindo a queda(2929 Acker JIB, Cartana MHF. Construção da participação comunitária para a prevenção de acidentes domésticos infantis. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):64–70. https://doi.org/10.1590/S0034-71672009000100010
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). Neste estudo, evidenciou-se o aumento de interesse dos pesquisadores na busca da construção de práticas que objetivam a prevenção de quedas na infância, sendo possível observar uma variedade de tecnologias construídas em diferentes ambientes(77 Costa VC, Silva KR, Felix LK, Nascimento MM, Pereira EB. Prototipação de game educativo para prevenção de acidentes na infância. Enferm Foco. 2021;12(1):196-201. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n1.3997
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, 1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0...
, 1414 Cao BL, Shi XQ, Qi YH, Hui Y, Yang HJ, Shi S P, et al. Effect of a multi-level education intervention model on knowledge and attitudes of accidental injuries in rural children in Zunyi, Southwest China. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(4):3903-14. https://doi.org/10.3390/ijerph120403903
https://doi.org/10.3390/ijerph120403903...
, 1515 Rouse MD, Close J, Prante C, Boyd S. Implementation of the Humpty Dumpty Falls Scale: a quality-improvement project. Inj Prev. 2014;40(2):181-6. https://doi.org/10.1016/j.jen.2012.11.001
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https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-...
).

Desse modo, identificaram-se tecnologias que priorizaram a prevenção das quedas por meio das cartilhas, panfletos e folhetos, videoclipes, orientações e aconselhamentos, programas de computador, aplicativos e games, formulários e questionários, campanhas na mídia, entre outros.

Ainda, observou-se a diversidade dos ambientes de pesquisa, como as escolas, a comunidade, o domicílio e os serviços de saúde, subsidiando as práticas profissionais e dos cuidadores, levando ao planejamento, construção e execução de diferentes abordagens(77 Costa VC, Silva KR, Felix LK, Nascimento MM, Pereira EB. Prototipação de game educativo para prevenção de acidentes na infância. Enferm Foco. 2021;12(1):196-201. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n1.3997
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, 4141 Morrongiello BA, Zdzieborski D, Sandomierski M, Lasenby-Lessard J. Video messaging: what works to persuade mothers to supervise young children more closely in order to reduce injury risk? Soc Sci. 2009;68:1030–7. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2008.12.019
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, 4242 Morrongiello BA, Bell M, Butac M, Kane A. What features of images affect parents’ appraisal of safety messages? examining images from the A Million Messages programme in Canada. Inj Prev. 2014;20:16–20. https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-040721
https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-...
).

Considerado como um ambiente privilegiado para realização de atividades preventivas e promotoras da saúde, as escolas não estão isentas dos riscos de quedas e outros acidentes, principalmente durante as brincadeiras(2424 Nascimento EN, Gimeniz-Paschoal SR, Sebastião LT, Ferreira N P. Ações intersetoriais de prevenção de acidentes na educação infantil: opiniões do professor e conhecimentos dos alunos. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum [Internet]. 2013 [cited 2022 Dec06];23(1);99-106. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n1/pt_15.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n...
). Nesse sentido, a educação nas escolas configura-se uma importante ferramenta para trabalhar a prevenção de quedas, visto que a implementação de estratégias educativas nos parques e demais áreas externas da escola possibilita a identificação dos riscos junto às crianças e a reflexão acerca das possíveis mudanças no meio e comportamento(1717 Frederick K, Barlow J. The Citizenship Safety Project: a pilot study. Health Educ Res. 2006;21(1):87-96. https://doi.org/10.1093/her/cyh046
https://doi.org/10.1093/her/cyh046...
, 2424 Nascimento EN, Gimeniz-Paschoal SR, Sebastião LT, Ferreira N P. Ações intersetoriais de prevenção de acidentes na educação infantil: opiniões do professor e conhecimentos dos alunos. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum [Internet]. 2013 [cited 2022 Dec06];23(1);99-106. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n1/pt_15.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n...
).

Entre as tecnologias utilizadas no ambiente escolar, estão as cartilhas, os panfletos e os folhetos. Vale ressaltar que o uso de cartilhas validadas como práticas educativas tem se tornado essencial para o alcance de resultados aplicados em diferentes ambientes e com populações diversificadas(4444 Costa CIA, Pacheco STA, Soeiro G, Adame DG, Peres PLP, Araújo BBM. Construção e validação de materiais educativos para criança com doença crônica: uma revisão integrativa. Rev enferm UERJ. 2018;26:e34208. https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.34208
https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.342...
). O uso de abordagens escritas aumenta a percepção de que o resultado é mais próximo da realidade, e o uso de imagens e símbolos aumenta a compreensão do texto, transmitindo informações de segurança a um público diversificado. Além disso, a apresentação de informações por meio de tecnologias escritas possibilita o alcance a públicos de diferentes estratos sociais, visto que se trata de uma intervenção mais acessível(4242 Morrongiello BA, Bell M, Butac M, Kane A. What features of images affect parents’ appraisal of safety messages? examining images from the A Million Messages programme in Canada. Inj Prev. 2014;20:16–20. https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-040721
https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-...
).

As tecnologias educacionais possibilitam o acesso a outras inteligências e habilidades, inserindo a linguagem escrita e não escrita, o que resulta em maior aproximação dos usuários e profissionais com a temática apresentada(4444 Costa CIA, Pacheco STA, Soeiro G, Adame DG, Peres PLP, Araújo BBM. Construção e validação de materiais educativos para criança com doença crônica: uma revisão integrativa. Rev enferm UERJ. 2018;26:e34208. https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.34208
https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.342...
). O lúdico das tecnologias educacionais teve um forte impacto na participação e interação das crianças, pais e profissionais durante as pesquisas, o que possibilitou uma efetividade na comunicação entre os pesquisadores e os participantes(2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143...
, 2929 Acker JIB, Cartana MHF. Construção da participação comunitária para a prevenção de acidentes domésticos infantis. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):64–70. https://doi.org/10.1590/S0034-71672009000100010
https://doi.org/10.1590/S0034-7167200900...
). Além disso, é importante enfatizar a necessidade da interação entre os professores e profissionais de saúde, pois a utilização de estratégias educativas, que podem ser desenvolvidas nas escolas, permite a identificação dos riscos, incentivando a reflexão sobre as adaptações no ambiente e comportamento(1414 Cao BL, Shi XQ, Qi YH, Hui Y, Yang HJ, Shi S P, et al. Effect of a multi-level education intervention model on knowledge and attitudes of accidental injuries in rural children in Zunyi, Southwest China. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(4):3903-14. https://doi.org/10.3390/ijerph120403903
https://doi.org/10.3390/ijerph120403903...
, 2424 Nascimento EN, Gimeniz-Paschoal SR, Sebastião LT, Ferreira N P. Ações intersetoriais de prevenção de acidentes na educação infantil: opiniões do professor e conhecimentos dos alunos. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum [Internet]. 2013 [cited 2022 Dec06];23(1);99-106. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v23n1/pt_15.pdf
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, 2525 Roseveare CA, Brown JM, Barclay McIntosh JM, Chalmers DJ. An intervention to reduce playground equipment hazards. Inj Prev. 1999;5(2):124-8. http://doi.org/10.1136/ip.5.2.124
http://doi.org/10.1136/ip.5.2.124...
).

É importante destacar a necessidade de implementação de medidas educativas na comunidade com o intuito de prevenir lesões em crianças, buscando inserir toda a população como um agente da manutenção da saúde dos infantes, visto que eles também sofrem lesões com frequência em ambientes fora de casa(1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0...
).

As tecnologias implantadas na comunidade buscam a participação de todos, com a finalidade de proporcionar ações efetivas, mudanças no cenário e democratização do saber, desenvolvendo, de forma colaborativa, estratégias que possibilitem promoção da saúde das crianças e a prevenção de quedas(4545 Archanjo Junior MG, Gehlen ST. A Tecnologia Social e sua Contribuição para a Educação em Ciências. Rev Bras Pesq Educ Ciên. 2020;20(u):345–74. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u345374
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2...
).

Cabe destacar que, fatores culturais ou ambientais podem ser atribuídos como as causas primárias das quedas em crianças(2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143...
). Os ambientes para brincadeiras, como os playgrounds, foram identificados como um local que representa riscos de queda para crianças, especialmente em idade escolar, produzindo, por vezes, lesões graves que requerem tratamentos médicos(1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0...
).

Entre as tecnologias aplicadas na comunidade, destacaram-se a implementação de diferentes programas, como listas de verificação de segurança, notificações de quedas seguida de aconselhamento e encaminhamento, programas de supervisão de segurança doméstica e o desenvolvimento de aplicativo móvel, descritos como métodos promissores que obtiveram resultados importantes na atenção dos participantes e na avaliação do risco(1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0...
, 1818 Lindqvist K, Dalal K. The impact of child safety promotion on different social strata in a WHO Safe Community. J Inj Violence Res. 2012;4(1):20-5. https://doi.org/10.5249/jivr.v4i1.83
https://doi.org/10.5249/jivr.v4i1.83...
, 2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143...
, 3737 Jones F, Whitehouse A, Dopson A, Palaghias N, Aldiss S, Gibson F, Shawe J. Reducing unintentional injuries in under fives: Development and testing of a mobile phone app. Child Care Health Dev. 2020;46(2):203-12. http://dx.doi.org/10.1111/cch.12729
http://dx.doi.org/10.1111/cch.12729...
, 4242 Morrongiello BA, Bell M, Butac M, Kane A. What features of images affect parents’ appraisal of safety messages? examining images from the A Million Messages programme in Canada. Inj Prev. 2014;20:16–20. https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-040721
https://doi.org/10.1136/injuryprev-2012-...
).

Desenvolver intervenções educativas na comunidade exige padronização e rigorosa abordagem durante sua aplicabilidade para que se obtenha eficácia. No entanto, a sua aplicabilidade tem grande relevância na prevenção de agravos, seja a prevenção de acidentes ou doenças na infância, sendo considerado uma ferramenta válida na implementação de ações educativas em saúde e como intermediador de informações para preservar a saúde, promovendo a circulação de informações precisas para toda a comunidade(1313 Morrongiello BA, Kane A. An evaluation of the Cool 2 Be Safe program: an evidence-based community-disseminated program to positively impact children's beliefs about injury risk on playgrounds. Prev Sci. 2015;16(1):61-9. http://doi.org/10.1007/s11121-014-0484-0
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, 4646 Rodrigues ILA, Nogueira LMV, Pereira AA, Abreu PD, Nascimento LC, Vasconcelos EMR, et al. Aprender brincando: validação semântica de tecnologia educacional sobre tuberculose para crianças escolares. Esc Anna Nery. 2021;25(4):e20200492. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0492
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).

O ambiente domiciliar é um local com ocorrências frequentes de quedas envolvendo crianças, influenciado pela estrutura física e organização ou disposição de objetos ou móveis. Além disso, investigações apontam que há uma relação direta entre o perfil econômico das famílias que vivem em situações de vulnerabilidade social e os acidentes domésticos. Ademais, a falta de recursos impossibilita o acesso a estruturas de proteção que contribuem para a redução de quedas em crianças(55 Brito MA, Melo AMN, Veras IC, Oliveira CMS, Bezerra MAR, Rocha SS. Fatores de risco no ambiente doméstico para quedas em crianças menores de cinco anos. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(3):e2017-0001. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.03.2017-0001
https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.0...
, 2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
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, 3434 Sznajder M, Leduc S, Janvrin MP, Bonnin MH, Aegerter P, Baudier F, et al. Home delivery of an injury prevention kit for children in four French cities: a controlled randomized trial. Inj Prev. 2003;9(3):261-5; discussion 265. https://doi.org/10.1136/ip.9.3.261
https://doi.org/10.1136/ip.9.3.261...
).

Para isso, a adoção de medidas educativas se torna cada vez mais necessária, buscando a redução de acidentes e, consequentemente, prevenção de lesões que geram traumas psicológicos e sequelas irreparáveis(55 Brito MA, Melo AMN, Veras IC, Oliveira CMS, Bezerra MAR, Rocha SS. Fatores de risco no ambiente doméstico para quedas em crianças menores de cinco anos. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(3):e2017-0001. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.03.2017-0001
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). Entre as tecnologias utilizadas no domicílio, destacaram-se as cartilhas, panfletos e folhetos, orientações e aconselhamentos, programas de computador, aplicativos e games, videoclipes, e fornecimento de equipamentos de segurança(77 Costa VC, Silva KR, Felix LK, Nascimento MM, Pereira EB. Prototipação de game educativo para prevenção de acidentes na infância. Enferm Foco. 2021;12(1):196-201. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n1.3997
https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021....
, 2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143...
, 3434 Sznajder M, Leduc S, Janvrin MP, Bonnin MH, Aegerter P, Baudier F, et al. Home delivery of an injury prevention kit for children in four French cities: a controlled randomized trial. Inj Prev. 2003;9(3):261-5; discussion 265. https://doi.org/10.1136/ip.9.3.261
https://doi.org/10.1136/ip.9.3.261...
, 3636 Morrongiello BA, Zdzieborski D, Sandomierski M, Munroe K. Results of a randomized controlled trial assessing the efficacy of the Supervising for Home Safety program: Impact on mothers’ supervision practices. Accid Anal Prev. 2013;50:587–95. https://doi.org/10.1016/j.aap.2012.06.007
https://doi.org/10.1016/j.aap.2012.06.00...
, 4141 Morrongiello BA, Zdzieborski D, Sandomierski M, Lasenby-Lessard J. Video messaging: what works to persuade mothers to supervise young children more closely in order to reduce injury risk? Soc Sci. 2009;68:1030–7. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2008.12.019
https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2008...
).

As estratégias de educação, com cartazes, orientação aos familiares pelos profissionais de saúde, checagem regular das condições ambientais e o uso de escalas, são tecnologias educacionais utilizadas para capacitação dos profissionais e para auxiliar na identificação de crianças sob risco de queda(4747 McNeely HL, Thomason KK, Tong S. Pediatric Fall Risk Assessment Tool Comparison and Validation Study. J Pediatr Nurs. 2018;41:96-103. https://doi.org/10.1016/j.pedn.2018.02.010
https://doi.org/10.1016/j.pedn.2018.02.0...
).

A inserção das tecnologias educacionais produz uma mudança significativa no comportamento e visão dos pais e demais responsáveis, pois estimula a adoção de medidas de segurança no domicílio, o aumento no nível de supervisão da criança, a maior atenção às crianças, gerando mudanças na prática de supervisão e prevenção de adoecimento(3636 Morrongiello BA, Zdzieborski D, Sandomierski M, Munroe K. Results of a randomized controlled trial assessing the efficacy of the Supervising for Home Safety program: Impact on mothers’ supervision practices. Accid Anal Prev. 2013;50:587–95. https://doi.org/10.1016/j.aap.2012.06.007
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).

Vale ressaltar que o período de acidentes domiciliares ocorre, principalmente, no início do desenvolvimento, quando as crianças fazem coisas que os pais não esperam e não estão preparados. Dessa maneira, é importante o fornecimento de mensagens educativas aos pais para facilitar o processo de comprometimento e mudanças comportamentais que lhe permitam supervisionar mais de perto e, ao mesmo tempo, promover a independência da criança para executar tarefas em casa(4141 Morrongiello BA, Zdzieborski D, Sandomierski M, Lasenby-Lessard J. Video messaging: what works to persuade mothers to supervise young children more closely in order to reduce injury risk? Soc Sci. 2009;68:1030–7. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2008.12.019
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).

Ademais, um desafio a ser vencido é aumentar a participação masculina em programas comunitários a respeito do cuidado das crianças, pois poderá contribuir para ampliar o valor familiar relacionado às condições de segurança domiciliar(2929 Acker JIB, Cartana MHF. Construção da participação comunitária para a prevenção de acidentes domésticos infantis. Rev Bras Enferm. 2009;62(1):64–70. https://doi.org/10.1590/S0034-71672009000100010
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).

As quedas são os incidentes mais comuns relacionados à segurança em crianças hospitalizadas(4848 Franck LS, Gay CL, Cooper B, Ezrre S, Murphy B, Chan JL, et al. The Little Schmidy Pediatric Hospital Fall Risk Assessment Index: a diagnostic accuracy study. Int J Nurs Stud. 2017;68:51-9. https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2016.12.011
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), e os fatores de risco para quedas em crianças hospitalizadas incluem: a não utilização das grades de cabeceira, inquietação da criança, leitos quebrados e falta de tempo dos enfermeiros para explicar detalhadamente a necessidade de prevenção das quedas(3939 Tung TH, Liu MC, Yang JY, Syu WY, Wu HP. Useful methods in preventing accidental falls from the bed in children at the emergency department. Eur J Pediatr. 2009;168:1323–1326. https://doi.org/10.1007/s00431-009-0928-x
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). Ressalta-se que as quedas não intencionais de recém-nascidos em ambiente hospitalar causam lesões como edema, hiperemia em têmpora e joelho, fratura em osso parietal e hematoma(4949 Torino VV, Tsunechiro MA, Santos AU, Aragaki IMM, Shimoda GT. Queda de recém-nascido internado em alojamento conjunto. Cogitare Enferm. 2016;21(4):01-08. https://doi.org/10.5380/ce.v21i4.45852
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).

Entre as tecnologias utilizadas no contexto hospitalar, destaca-se a Escala de Quedas Humpty Dumpty aplicada por enfermeiros, um recurso de triagem para avaliação do risco de queda pediátrica no ambiente de internação e ambulatório, associada ao folheto educativo intitulado “Prevenindo quedas, aumentando a segurança”, o qual explica as preocupações da equipe e descreve o que pais e filhos devem fazer e o que evitar para garantir a segurança dos pacientes pediátricos. O folheto foi adicionado ao pacote de admissão da unidade pediátrica e entregue a cada família(1515 Rouse MD, Close J, Prante C, Boyd S. Implementation of the Humpty Dumpty Falls Scale: a quality-improvement project. Inj Prev. 2014;40(2):181-6. https://doi.org/10.1016/j.jen.2012.11.001
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).

Os vídeos também foram utilizados enquanto ação educativa nos serviços de atenção primária com díades cuidador-bebê(2828 Gimeniz-Paschoal SR, Pereira DM, Nascimento EN. Comportamentos de cuidadores durante troca de roupas de bebês: subsídios para ações preventivas de quedas. Psicol Argum. 2015;33(81),282-297. http://doi.org/10.7213/psicol.argum.33.081.AO05
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) e hospitalares com profissionais de saúde(3131 Campos DC, Silva LF, Reis AT, Góes FGB, Moraes JRMM, Aguiar RCB. Elaboração e validação de vídeo educativo para prevenção de queda em criança hospitalizada. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20190238. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2019-0238
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). As informações visuais foram as que mais chamaram a atenção dos participantes, especialmente as imagens que mostravam situações de risco para quedas durante a troca de roupas de bebês. O vídeo, por sua vez, pode colaborar para evitar acidentes infantis e possibilitar mudanças de comportamentos(2828 Gimeniz-Paschoal SR, Pereira DM, Nascimento EN. Comportamentos de cuidadores durante troca de roupas de bebês: subsídios para ações preventivas de quedas. Psicol Argum. 2015;33(81),282-297. http://doi.org/10.7213/psicol.argum.33.081.AO05
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), bem como mediar práticas educativas em contexto hospitalar(3131 Campos DC, Silva LF, Reis AT, Góes FGB, Moraes JRMM, Aguiar RCB. Elaboração e validação de vídeo educativo para prevenção de queda em criança hospitalizada. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20190238. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2019-0238
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).

Ademais, os aplicativos móveis foram entregues às crianças hospitalizadas e seus cuidadores, o que possibilitou aumento do conhecimento e mudança de comportamentos de segurança, já que são fáceis de usar e promovem o aprendizado(3030 Han J, Oh WO, Park IT, Lee A. Development and effects of a mobile application for safety incident prevention among hospitalized Korean Children: a pilot study of feasibility and acceptability. J Pediatr Nurs. 2020;51:e69-e76. https://doi.org/10.1016/j.pedn.2019.09.022
https://doi.org/10.1016/j.pedn.2019.09.0...
, 3232 Park IT, Oh WO, Jang GC, Han J. Effectiveness of mHealth-Safe Kids Hospital for the prevention of hospitalized children safety incidents: A randomized controlled trial. J Nurs Scholarsh. 2021;53(5):623-633. https://doi.org/10.1111/jnu.12693
https://doi.org/10.1111/jnu.12693...
). Evidenciaram-se a viabilidade, a aceitabilidade e a eficácia do aplicativo SKH entre pré-escolares, o qual constitui um método educacional útil para aumentar a conscientização sobre incidentes de segurança hospitalar, pois a utilização de materiais animados mostrou-se eficaz para a educação infantil(3030 Han J, Oh WO, Park IT, Lee A. Development and effects of a mobile application for safety incident prevention among hospitalized Korean Children: a pilot study of feasibility and acceptability. J Pediatr Nurs. 2020;51:e69-e76. https://doi.org/10.1016/j.pedn.2019.09.022
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).

Os profissionais de saúde podem inter vir sobre os fatores ambientais hospitalares que contribuem para a queda e orientar os familiares quanto aos cuidados necessários(3131 Campos DC, Silva LF, Reis AT, Góes FGB, Moraes JRMM, Aguiar RCB. Elaboração e validação de vídeo educativo para prevenção de queda em criança hospitalizada. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20190238. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2019-0238
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). Verificou-se que, entre os locais de implementação das tecnologias educacionais, somente quatro estudos foram realizados nos serviços de atenção primária(2626 Nansel TR, Weaver N, Donlin M, Jacobsen H, Kreuter MW, Simons-Morton B. Baby, Be Safe: the effect of tailored communications for pediatric injury prevention provided in a primary care setting. Patient Educ Couns. 2002;46(3):175-90. http://doi.org/10.1016/s0738-3991(01)00211-7
http://doi.org/10.1016/s0738-3991(01)002...
, 2727 Spiegel CN, Lindaman FC. Children can't fly: a program to prevent childhood morbidity and mortality from window falls. Am J Public Health. 1977;67(12):1143-7. http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143
http://doi.org/10.2105/ajph.67.12.1143...
, 2828 Gimeniz-Paschoal SR, Pereira DM, Nascimento EN. Comportamentos de cuidadores durante troca de roupas de bebês: subsídios para ações preventivas de quedas. Psicol Argum. 2015;33(81),282-297. http://doi.org/10.7213/psicol.argum.33.081.AO05
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, 4040 Wang Y, Gielen AC, Magder LS, Hager ER, Black MM. Varying effect of a randomized toddler home safety promotion intervention trial by initial home safety problems. Matern Child Health J. 2020;24(4):432–8. https://doi.org/10.1007/s10995-019-02845-x
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), o que indica a necessidade de ampliar as atividades educativas durante as consultas de pré-natal, puericultura e visitas domiciliares.

Limitações do estudo

A análise das evidências se restringiu aos estudos recuperados nas referidas bases de dados e índice bibliográfico. Então, há a possibilidade de as estratégias de buscas aplicadas não haverem localizado outras publicações relevantes para a pesquisa. Considera-se outra limitação o fato de alguns estudos terem trabalhado com a prevenção de diversos acidentes, incluindo as quedas, contudo, sem discriminar quais tipos de queda. Ademais, o rigor científico dos estudos não foi avaliado.

Contribuições para a área da saúde

As evidências identificadas nesta revisão apresentam como contribuição a construção de conhecimentos acerca dos diferentes tipos de tecnologias educacionais existentes na literatura para prevenção de quedas de crianças, aplicadas em diversos contextos. O presente estudo apresenta alternativas educativas válidas capazes de subsidiar os profissionais de saúde e da educação a ampliarem seus conhecimentos e apropriarem-se de tais recursos, com o intuito de implementar atividades que promovam comportamentos de segurança.

CONCLUSÕES

A preocupação com a segurança das crianças possibilitou o desenvolvimento e a aplicação de diversas tecnologias educacionais para a prevenção de diferentes tipos de quedas no contexto escolar, hospitalar, domiciliar e comunitário, incorporando a participação dos infantes, pais, cuidadores e profissionais de saúde e da educação, evidenciando que é uma responsabilidade de toda a sociedade.

A utilização das tecnologias educacionais, por sua vez, despertou a atenção das crianças. Houve diminuição nos riscos de acidentes, promoção de comportamentos seguros, redução de quedas, aumento do conhecimento e atitudes para a prevenção de lesões acidentais, aumento no nível de supervisão dos pais, entre outros.

Por fim, a não identificação dos tipos de queda que foram abordados em alguns artigos, a ausência ou incipiente participação do pai nas atividades educativas e poucas pesquisas implementadas nos serviços de atenção primária ressaltam a necessidade da realização de estudos que incluam amplamente a figura paterna nos processos de identificação dos fatores de risco, situações de perigo e formas de prevenção de quedas, tendo os espaços da atenção primária como locais privilegiados para intervenções de educação em saúde.

  • EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
    EDITOR ASSOCIADO: Mellina Yamamura

AGRADECIMENTO

Às professoras da disciplina Oficina de Produção do Conhecimento em Saúde e Enfermagem, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí: Drª. Ana Maria Ribeiro dos Santos, Drª. Fernanda Valéria Silva Dantas Avelino e Drª. Márcia Teles de Oliveira Gouveia.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    29 Dez 2022
  • Aceito
    12 Jun 2023
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