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Retinosquises

Retinoschisis

Resumos

Retinosquise traduz a separação anômala das camadas retinianas, podendo ser congênita, adquirida ou secundária a situações como a miopia, trauma e vasculopatias. Reúne-se as principais características clínicas, recentes opções diagnósticas e as formas de manejo dos quadros ligados ao cromossoma X e aos adquiridos.

Retinosquise; Degeneração retiniana; Doenças retinianas


Retinoschisis means abnormal separation of the retinal layers, which could be congenital, acquired or secondary to myopia, trauma or other vascular disorders. We review the clinical features of the x-linked and acquired diseases, and its recent diagnostic tools and the differents options for repair.

Retinoschisis; Retinal degeneration; Retinal diseases


ARTIGO DE REVISÃO

Retinosquises

Retinoschisis

Manuel A P VilelaI; Carina G ColossiII

IPós-doutor, Professor titular de Oftalmologia, Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Pelotas (RS), Brasil; Coordenador do curso de especialização e Chefe do Serviço de Retina do Instituto Prof. Ivo Corrêa-Meyer - Porto Alegre (RS), Brasil

IIMestre, instrutora do curso de especialização Prof. Ivo Corrêa-Meyer - Porto Alegre (RS), Brasil

RESUMO

Retinosquise traduz a separação anômala das camadas retinianas, podendo ser congênita, adquirida ou secundária a situações como a miopia, trauma e vasculopatias. Reúne-se as principais características clínicas, recentes opções diagnósticas e as formas de manejo dos quadros ligados ao cromossoma X e aos adquiridos.

Descritores: Retinosquise; Degeneração retiniana; Doenças retinianas

ABSTRACT

Retinoschisis means abnormal separation of the retinal layers, which could be congenital, acquired or secondary to myopia, trauma or other vascular disorders. We review the clinical features of the x-linked and acquired diseases, and its recent diagnostic tools and the differents options for repair.

Keywords: Retinoschisis; Retinal degeneration; Retinal diseases

O termo retinosquises (RQ) denota a separação anômala das camadas retinianas derivadas da porção interna do cálice embrionário. Pode ser congênita, adquirida ou secundária, cada uma dotada de características distintas. Informações sobre esta moléstia começaram a surgir a desde 1898(1-4). As RQ secundárias (miopia( 5-14), diabetes mellitus(15), anemia falciforme(16), "shaken baby"(17), glaucoma agudo(18), entre outras) não compõem o foco desta revisão. Todavia é conveniente sublinhar os vínculos existentes na miopia degenerativa com a foveosquises em 9-30%, agregando na patogenia o estiramento tecidual com as comutações da interface vítreorretiniana e a coexistência do estafiloma posterior( 8-14).

Retinosquises adquirida (degenerativa ou senil)

Considerada uma forma evolutiva da degeneração cistóide (cistos de Blessig-Iwanoff), com ponto de clivagem situado no plano da plexiforme externa - nuclear interna. Mecanismos supostamente envolvidos na sua gênese seriam de ordem isquêmica e tracional, porém não se sabe o que a desencadeia. Já há muito é conhecido que tanto a luz dos micro como dos macrocistos é preenchida por material mucóide, imuno-histoquimicamente indistinguível do ácido hialurônico e que as células visuais nestas regiões estão, quase na totalidade, comprometidas, explicando o costumeiro escotoma absoluto encontrado à campimetria (CV)(10-24).

Acomete a 4-22% das pessoas com mais de 40 anos (87% das autópsias em diferentes idades), com predileção pelos hipermétropes e sexo feminino. Tende a bilateralidade (66-88%) e simetria. Costuma ser silenciosa, de encontro casual ao exame oftalmoscópico indireto ou biomicroscópico. Quase sempre se inicia pelo lado temporal, zona oral, apresentando-se como uma faixa que se confunde com a degeneração cistóide, separada da ora serrata. Cresce no sentido circular e posterior (especialmente temporal inferior), podendo assumir formato globoso. A progressão é muito lenta, em torno de 13-14% em 15 anos de observação. Frisa-se que mesmo quando próxima da fóvea continua se comportando da mesma maneira( 25-32).

O padrão bolhoso é facilmente delimitado, transparente, com superfície lisa e convexa, não sofrendo mudanças quer com a movimentação do globo ou da cabeça. Os vasos retinianos transitam pela superfície interna, não raro em diferentes níveis, interligados, embainhados, sendo fonte eventual de hemorragias. Na camada mais interna podem ser notados pequenos e opacos pontos esbranquiçados, semelhantes a flocos de neve (70%)( 33-34).

Na histopatologia são descritas as formas típicas e reticular, porém é impossível em bases clínicas diferenciá-las. A típica consiste numa coalescência de microscistos, degeneração mucóide com acúmulo de material mucopolissacarídeo hialuronidase sensível, virtualmente presente acima dos 20 anos. Não se sabe como nem quem produz este líquido (células não pigmentadas ectópicas do epitélio ciliar foram sugeridas como as secretoras, mas sem comprovação).O padrão reticular instala-se em zonas mais posteriores da retina, em contiguidade com a forma típica, com a fenda abrindo-se no plano da camada de fibras nervosas, tendo prevalência maior de orifícios, acometendo 18% adultos (41% bilateral), evoluindo para os grandes cistos. Em qualquer uma destas é expressivo o afinamento tecidual interno, com perdas das células neurais e gliais( 23,29,34,35).

Envolvimento puro ou por extensão da RQ macular é raro, quando afetada costuma ser por descolamento de retina ou degeneração microcística. Até 2002, Byer( 36) encontrou apenas 7 descrições. Nenhum sinal preditivo desta situação é conhecido. Os rasgos externos, únicos ou múltiplos, têm tamanhos diversos, margens arredondadas, usualmente com as bordas enroladas, ocorrem em qualquer local da RQ, sendo mais visíveis quando não há líquido sub-retiniano no perímetro. Aproximadamente 25% dos casos têm buracos retinianos, e o risco de descolamento por causa deles depende do comprometimento dos dois folhetos. Fortuito nos casos restritos a um ou outro folheto, salta para 40% nas situações de compromisso simultâneo. Novas rupturas, especialmente as externas, são ligadas à possibildade de descolamento localizado de retina. Este costuma ser não progressivo, esporadicamente infiltrando além de seus limites ou chegando a mácula (1 a cada 178 casos torna-se evolutivo)(25,26,28-30,32,37).

Descolamentos de retina (DR) são reconhecidos (nem sempre de forma fácil) sob as facetas subclínica e aguda. Na primeira tendem a ficar contidos próximos das rasgaduras externas, em 6-60% dos relatos são mais prevalentes, gerando uma linha demarcatória em 21%. A forma sintomática, mais rara (00,5-2,5%), associa-se a concomitância de rasgos nos dois folhetos, mas a probabilidade maior é o DR surgir numa área fora da degeneração, a partir de buracos advindos de descolamento do vítreo posterior (DVP) (1:2000 das RQ tem DR). Suas relações com o DR incluem a possibilidade de gerá-los, a concorrência das doenças, e, nos casos de DR crônicos (diálise), formarem-se cistos secundários. Quase 60% dos examinados exibem DVP, presumindo-se que esta separação possa contribuir na interrupção evolutiva. O desaparecimento espontâneo em 8% (quase similar a possibilidade de progressão)( 27,28,30,33,38).

As séries de Hirose( 26) (245 olhos seguidos por 15 anos) e a de Byer(32) (218 olhos, 9 anos) mostraram que as principais complicações em longos seguimentos são:

1. novas rupturas em 6% (as externas foram mais frequentes (4%);

2. progressão (aumento do volume e da área), 10-18%;

3. DR na área da RQ (2,5%);

4. DR fora dos limites da alteração (0,05%).

A RQ se distingue do DR pelas características da superfície (lisa, com "flecks"), maior transparência, falta de ondulações, padrão "shagreen" (com dobras) da retina descolada, ausência de "shift", plano externo tornando-se brancacento à depressão escleral, valendo o mesmo quando se aplica laser nas capas externas. Usando-se de idênticos parâmetros faz-se uma marca na retina sadia adjacente a marca da área testada. Na RQ o branqueamento resultante entre as duas é similar; no descolamento são muito diferentes( 39). O movimento de toda a lesão "como uma unidade" na depressão sob a oftalmoscopia binocular indireta (OBI) é típico na RQ (quando os planos se aproximam pela saída do líquido para o vítreo comumente tem-se um DR)( 27,28,30). Esta manobra pode ser aplicada também durante a ecografia, auxiliando a discernir( 40,41). Um recurso simples, mas confiável, é a perimetria sob OBI. Interpondo-se a ponta do depressor escleral no lado da lente voltado para o examinador pode-se inquirir se o paciente percebe ou não uma sombra na área suspeita. Quando nota, provavelmente trata-se de um DR( 42).

Na angiografia fluoresceínica (AF) são descritos, episodicamente, escapes para dentro do cistos ou não perfusão de vasos embainhados, além da detecção dos focos presentes de neovascularização. As áreas perirrupturas costumam hiperfluorescer devido ao comprometimento atrófico do epitélio pigmentado retiniano (EPR)( 29). Os defeitos do CV são percebidos apenas nas RQ posteriores ao equador, e não desaparecem mesmo após colapso do cisto( 30) (nesta demanda a campimetria manual oferece vantagens). Recentemente a tomografia de coerência óptica (OCT) reforçou as opções para esta distinção. Pela OCT é possível avaliar se há ou não resíduo sensorial sobre o EPR, que é o esperado na RQ( 43,44).

A RQ sofreu diametral mudança nas recomendações de manejo na medida em que se robusteceu o conhecimento evolutivo da mesma( 37,45-48). Pode-se dizer que muito raramente existe necessidade de intervenção. A maioria dos doentes requer apenas seguimento periódico. Este deve ser mais regular quando ocupar o território pós-equatorial, ou na presença de ruptura num dos folhetos.

Casos com buracos, independente se num ou em dois folhetos, são apenas observados, não mais submetidos à retinopexia (laser ou crio). Além de não interferirem com uma eventual expansão e atuarem sobre uma área já sem visão, igualmente não colapsam, sequer parcialmente, a lesão, arriscando-se a formação de novos rasgos( 49). Não há sentido no uso da técnica de fotocoagulação que vise demarcar ou delimitar os cistos ou DR. Recomenda-se, caso adotado, o preenchimento de toda a região que contiver "holes" externos, de modo confluente. A rigor nunca foi devidamente comparado se a profilaxia preserva ou impede perdas quando comparada a casos controle( 33).

Intervenções são justificadas apenas em (1) descolamentos ou infiltrações oriundas da RQ, ou (2) concomitância de DR agudo. O DR pode advir de ruptura nos planos ou de espessura total em área sadia. As formas de correção incluem o repouso absoluto com oclusão bilateral, a retinopexia pneumática, a infusão de gás simultânea a drenagem externa, a fotocoagulação ou crioterapia (com gás, ar ou punção associada), a introflexão escleral ampla (ou provisória, com o balão de Lincoff), e a vitrectomia via pars plana. Embora sejam opções incomuns, o repouso com oclusão (casos que rejeitam cirurgia) seguido de laser/crio, ou a pneumorretinopexia (quando buracos internos estiverem presentes) podem reparar os DR associados( 50-54).

A identação escleral deve estender-se posteriormente ao cisto, cujo aplanamento é desnecessário caso o bloqueio da(s) ruptura(s) esteja adequado, sendo a forma mais utilizada nos casos cujas rupturas encontrem-se do equador para a periferia. A vitrectomia amplia as possibilidades de reparação nas situações de maior complexidade. Nesta opção estão os olhos com rasgos posteriores, onde o acesso via pars plana, com "peeling", drenagem do fluído (aspirando ou pelo uso de perfluorcarbonos), endolaser e tamponamento (gás ou silicone) facilitam a reaplicação. A drenagem do fluído cístico não precisa ser absoluta, até porque a viscosidade é maior e a remoção ativa ou passiva (escolher os perfluorcarbonos mais pesados) é mais dificil. Em função do potencial de formação de proliferação vítreorretiniana (PVR) ou de membranas epimaculares parece ser mais prudente evitar as retino ou retinectomias do folheto interno, utilizando-se os próprios buracos existentes para drenagem( 51,55-57).

Duas das maiores séries cirúrgicas conhecidas são as de Hagler( 48) (90 olhos) e Grigoropoulos(58) (30 olhos). Ao todo, foram relatados 200 casos até o ano de 2006, com sucesso girando em torno dos 60-72%. Independente da opção deve-se bloquear as soluções de continuidade externas e avaliar a necessidade de drenagem do líquido sub-retiniano. A acuidade final terá relação principal com as condições maculares, pré e pós cirúrgicas(59). É usual a reformação do cisto após reaplicação exitosa, normalmente nos primeiros 15-60 dias, sem comprometimento do resultado( 38,60). Acredita-se que a passagem do fluído cístico para espaço subssensorial é contrabalanceada pela absorção do mesmo a nível do EPR. Tanto que quando um DR se desenvolve numa área com cisto prévio o mesmo costuma reduzir seu volume, esperando-se sua re-expansão com o selamento das rupturas( 54).

Retinosquises ligada ao X

O plano de disjunção nesta forma se dá no estrato de fibras nervosas, menos comumente na capa ganglionar ou limitante. Anomalia genética bem definida, acomete congenitamente crianças quase sempre do sexo masculino, indiferente da raça (mulheres são portadoras e muito excepcionalmente exibem repercussões fundoscópicas( 61,62)). Relatos em meninas são conhecidos, tendo em comum a existência da consanguinidade, a síndrome de Turner, podendo, outrossim, tratar-se de condição similar, a doença de Goldman-Favre(62-64) (degeneração vítrea, herança autossômica recessiva, "clumps" pigmentares, nictalopia, redução ondas A e B, tabela).

Prevalência estimada em 1:15-30.000 indivíduos. O gen causador RS1 foi identificado no cromossoma Xp22 (Sauer( 65),1977) e a partir daí mais de 130 mutações têm sido descritas (www.dmd.nl/mmdb/index.php?select_db=RS1). Por isso que o espectro clínico varia inclusive entre indivíduos da mesma família. A proteína codificada por este gen, chamada retinosquisina, expressada primariamente nos fotorreceptores e células bipolares, está implicada nas junções e interações intercelulares. As possibilidades abarcam: (a) interferência na secreção; (b) prejuízo na octamerização; e (c) falha na execução funcional. Disfunção nas células de Muller, com prejuízo no controle do potássio extracelular pode constituir um dos mecanismos resultantes. Quatro etapas distintas foram já identificadas: (1) mutações no domínio discoidínico, resultando em anomalias proteicas e retenção da secreção de retinosquisina; (2) mutações cisteínicas, levando a secreção disfuncional de proteínas; (3) mutação na sequência genética principal, impedindo a expressão proteica; e (4) secreção codificada por gene mutante, comprometendo as interações celulares( 66-73).

Seus sinais típicos são a maculopatia estriada ou radiada (98-100%), a RQ periférica (50%) com membranas e hemorragias vítreas (40%) e descolamento de retina (20%). Crianças desde cedo (3 meses, na média entre 5-10 anos) são detectadas com prejuízo funcional variável (de 20/20 a 20/600). A deteriorização na acuidade é maior a partir dos 40 anos (tendendo a estabilidade enquanto estiverem presentes os cistos centrais), obviamente mais precoce naqueles com estrabismo, nistagmo e leucocoria. Costuma evoluir durante os primeiros 20 anos, após o que frequentemente estaciona, retomando a piora funcional nos idosos, mas convém considerá-la como uma doença pouco previsível( 74-78).

Os indícios podem estar confinados ao polo posterior, zona perifoveal, ligados a ectopia foveal, ou então, exibirem-se sob forma de degeneração central (padrão estrelado, tipicamente sem tradução na AF). O aspecto destes cistos que ocupam a mácula é muito chamativo, consistente e constante, amiúde a partir deste achado faz-se a busca dos sinais periféricos. Muitas vezes são melhor observados com o auxílio da iluminação "red free". A redução da acuidade desacompanhada de alteração biomicroscópica macular pode ser esclarecida pelo uso do OCT, CV ou do eletrorretinograma (ERG). Com o tempo modifica-se o padrão estriado, petalóide, tomando lugar um distúrbio pigmentar, cicatrizes, atrofia e perda do reflexo foveal (eventualmente gerando confusão diagnóstica com processos ligados à idade ou outras situações distróficas)( 62,77,78).

Os cistos periféricos apoderam-se eletivamente do território equatorial, não consorciados à degeneração cística, e muito ocasionalmente avançando sobre o pólo posterior. Vasos retinianos correm pelos dois folhetos, por vezes embainhados. Exatamente por causa disso as hemorragias intracísticas e vítreas tornam-se prevalentes. Os buracos internos são mais numerosos e confluentes (apenas 25% não os exibem). É praxe detectar-se duas zonas alteradas: a cística e outra plana. São de extensões variáveis (equador ao disco), sendo peculiar na forma plana a preservação campimétrica. Regressões espontanêas são típicas( 75-80).

Sinais associados são a gliose, rupturas em zonas sadias, DR (20%), atrofia coroido-retiniana, distúrbio pigmentar periférico semelhante a retinose, fibrose retiniana, "flecks" ou "white dots" esbranquiçados (similares a drusas, "fundus albipuntatus"), atrofia do disco óptico, neovascularização retiniana e focos de lattice (dendritos). Aspectos incomuns são a leucocoria, o glaucoma neovascular, as pregas ou dobras sensoriais, moteamento pigmentar (semelhante a "bulls eye") e cicatrizes maculares, corrugamento do EPR e descolamento exsudativo de retina. As adesões das paredes do cisto ao córtex vítreo e as contrações incitadas pela recorrência de sangramentos são os mecanismos que poderiam criar os ditos "draggings" retinianos. A mesma tração somada a incompetência vascular periférica dariam origem as formas de exsudação e infiltrações difusas. No vítreo observam-se condensações fibrilares, membranas (ou véus) que são fragmentos livres da parede interna, lacunas, colapso do gel e deposição hemática. Alterações no segmento anterior, especificamente angulares, semelhantes as membranas descritas nos glaucomas congênitos, são encontradas(81-86).

O ERG destaca o acometimento pontual da onda B ("negative ERG", decisivo na diferenciação), entretanto nas fases tardias sobrevem o comprometimento da onda A. Interessante destacar a possibilidade de que até 40% destes casos não mostrem o padrão ERG negativo e que 30% têm a onda A precoce e simultaneamente acometida. Útil, nestas circunstâncias, é a informação obtida pelo ERG multifocal. Sem contar que certos diagnósticos diferenciais, como a cegueira noturna estacionária congênita também exibe o padrão citado. Esta heterogenicidade a ERG confirma a ampla variabilidade intra e interfamiliares( 72,78,87).

Nas etapas precoces, nas atipias e nas formas avançadas, onde os fenômenos tardios confundem o diagnóstico, o estudo genético e a OCT ou o analisador de espessura retiniana (RTA) revelam-se de especial importância( 88-94). Casos sem histórico familiar são onde mais se recomenda os testes genéticos( 77,78,95). A similaridade entre os poucos estudos histopatológicos e os achados ao OCT são notáveis, tanto no que tange ao ponto de cisão entre os folhetos como ao demonstrar a existência de repercussão tecidual em territórios aparentemente normais a oftalmoscopia( 94-96). Os estudos recentes nos doentes reconhecidos precocemente mostram que a extensão do dano retiniano é maior ao OCT ou RTA do que pelo padrão fundoscópico. Redução da espessura da camada de fibras nervosas é descrito em 62.5%, e 82% mostram cistos lamelares sem tradução oftalmoscópica( 88-97). Observações pelo OCT permitem identificar certos fenotipos (ou fases diferentes da mesma doença): (a) foveosquises isolada, detectável clínica e tomograficamente (representando, provavelmente, doentes sem repercussão eletrofisiológica), (b) foveosquises + cistos lamelares periequatoriais (visíveis apenas pelo OCT) sem doença oftalmoscópica periférica, (c) foveosquises + cistos lamelares + doença periférica, e (d) foveosquises + doença periférica, sem achados lamelares( 97). A acuidade visual não se correlaciona perfeitamente com as dimensões dos cistos ou espessura maculares, antes com os danos evidentes sobre os fotorreceptores( 92,98). As principais situações a serem diferenciadas encontram-se na tabela.

Os regimes para reparo inexoravelmente resultam de pequenas séries, não controladas ou comparativas. Cistos maculares (degeneração petalóide) não tem tratamento específico. Os inibidores da anidrase carbônica, tópicos e sistêmicos, têm se mostrado capazes de minimizá-los, porém temporariamente( 99-101). A forma periférica não exige intervenção, exceto se acompanhada de hemorragia vítrea persistente ou recorrente, ou DR. Estes últimos podem ser abordados pela colocação de introflexão, mas a preferência pela vitrectomia predomina nas diferentes publicações (remoção da hialóide, membranas epirretinianas, auxiliado eventualmente pelo uso de plasmina, retinectomia, laser, gás ou óleo). O reparo quase sempre é bastante exigente, principalmente pelas dificuldades que o descolamento incompleto de vítreo, ou a identificação precisa dos buracos e a incômoda tendência para desenvolver PVR acabam impondo( 51,62,77,78,85,99,102,103). A precocidade destas abordagens busca, também, combater a ambliopia (muitos são hipermétropes( 62,77,104)). As formas exsudativas periféricas são satisfatoriamente abordadas pela cerclagem e crio ou laserterapia( 81,85). A terapia genética segue com muitas incertezas. Experimentalmente o emprego de vetores virais parece restaurar algumas funções retinianas, portanto limitar-se-ia para os casos de diagnóstico recente( 77,105).

Recebido para publicação em: 19/10/2009

Aceito para publicação em 27/2/2011

Trabalho realizado no Curso de Especialização em Oftalmologia "Prof. Ivo Corrêa-Meyer - Porto Alegre-RS e Universidade Federal de Pelotas - Pelotas (RS), Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Maio 2011
  • Data do Fascículo
    Abr 2011

Histórico

  • Recebido
    19 Out 2009
  • Aceito
    27 Fev 2011
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