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Características morfoagronômicas do milho submetido a diferentes níveis de desfolha manual

Morphoagronomic characteristics of maize in response to different levels of defoliation

Resumos

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os danos causados pela desfolha na cultura do milho. O experimento foi desenvolvido no ano agrícola 2005/2006, na Fazenda Roma, localizada no município de Ituverava, Estado de São Paulo. Para a sua concretização utilizou-se o híbrido triplo CODETEC 304®. O experimento foi composto de parcelas subdivididas, que foram distribuídas em três blocos de forma casualizada, apresentando como tratamento principal a desfolha manual (30, 40, 60 e 80% de desfolha) e como secundário as fases fenológicas da cultura D1 (sete folhas completamente desenvolvidas), D2 (quando as plantas apresentam-se na fase de pendoamento) e D3 (quando as plantas apresentam-se na fase de enchimento de grãos-grãos leitosos) com três repetições para cada tratamento e uma parcela controle (0% de desfolha) para cada bloco. Foram avaliados a produção de grãos das parcelas (g/m²), o tamanho médio das espigas despalhadas (cm) e o peso médio de 1.000 grãos (g). Para o presente estudo, concluiu-se que as relações fonte-dreno foram afetadas negativamente em que a desfolha de 80% foi a que mais afetou todas variáveis, portanto é um nível de desfolha responsável pelas maiores perdas, não havendo meios de compensação para a cultura do milho.

Zea mays; espiga; produtividade de grãos


The present study was conducted to evaluate the damage caused by defoliation in maize. The experiment was carried out in 2005/2006 at Roma Farm, Ituverava-SP, using the triple hybrid CODETEC 304®. The experiment consisted of split plots (split-plot), which were distributed at random in three blocks, with the main treatment manual defoliation (30%, 40%, 60% and 80% defoliation) in the plots and as the secondary treatment the phenological phases (D1, D2 and D3) with three replicates for each treatment and a control plot (0% defoliation) for each block. It was evaluated the production of plots (g/m²), the average size of the spikes (cm) and the average weight of thousand grains (g). According to the results, it was concluded that the source-sink relations were negatively affected, and the treatment with 80% defoliation was the one that most affected all variables, thus, it is a level of defoliation that is responsible for the largest losses, with no means of compensation for the maize crop.

Zea mays L.; cob; grain yield


FISIOLOGIA E BIOTECNOLOGIA VEGETAL

Características morfoagronômicas do milho submetido a diferentes níveis de desfolha manual

Morphoagronomic characteristics of maize in response to different levels of defoliation

Marcel José Roma PereiraI; Everton César Biazotti BonanI; Anice GarciaII; Ricardo de Lima VasconcelosIII, * * Autor para correspondência ; Karina dos Santos GíacomoIV; Marcelo Ferreira LimaI

IEngenheiros-Agrônomos. Faculdade Dr. Francisco Maeda/FAFRAM, Rodovia Jerônimo Nunes Macedo, Km 01, 14500-000 Ituverava, São Paulo, Brasil. marcelroma@ig.com.br; evertonremo@hotmail.com; marcelolima.cta@hotmail.com

IIEngenheira-Agrônoma, Doutora. Faculdade Dr. Francisco Maeda/FAFRAM, Rodovia Jerônimo Nunes Macedo, Km 01, 14500-000 Ituverava, São Paulo, Brasil. anice@feituverava.com.br

IIIEngenheiro-Agrônomo. Mestrando em Agronomia: Ciência do Solo, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus de Jaboticabal, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, 14884-900 Jaboticabal, São Paulo, Brasil. ricardo-matao-sp@hotmail.com

IVEngenheira-Agrônoma. Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de Campinas (CEA/IAC), Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, Km 65, CP 26, 13201-970 Jundiaí, São Paulo, Brasil. karinagiacomo@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os danos causados pela desfolha na cultura do milho. O experimento foi desenvolvido no ano agrícola 2005/2006, na Fazenda Roma, localizada no município de Ituverava, Estado de São Paulo. Para a sua concretização utilizou-se o híbrido triplo CODETEC 304®. O experimento foi composto de parcelas subdivididas, que foram distribuídas em três blocos de forma casualizada, apresentando como tratamento principal a desfolha manual (30, 40, 60 e 80% de desfolha) e como secundário as fases fenológicas da cultura D1 (sete folhas completamente desenvolvidas), D2 (quando as plantas apresentam-se na fase de pendoamento) e D3 (quando as plantas apresentam-se na fase de enchimento de grãos-grãos leitosos) com três repetições para cada tratamento e uma parcela controle (0% de desfolha) para cada bloco. Foram avaliados a produção de grãos das parcelas (g/m2), o tamanho médio das espigas despalhadas (cm) e o peso médio de 1.000 grãos (g). Para o presente estudo, concluiu-se que as relações fonte-dreno foram afetadas negativamente em que a desfolha de 80% foi a que mais afetou todas variáveis, portanto é um nível de desfolha responsável pelas maiores perdas, não havendo meios de compensação para a cultura do milho.

Palavras-chave:Zea mays, espiga, produtividade de grãos.

ABSTRACT

The present study was conducted to evaluate the damage caused by defoliation in maize. The experiment was carried out in 2005/2006 at Roma Farm, Ituverava-SP, using the triple hybrid CODETEC 304®. The experiment consisted of split plots (split-plot), which were distributed at random in three blocks, with the main treatment manual defoliation (30%, 40%, 60% and 80% defoliation) in the plots and as the secondary treatment the phenological phases (D1, D2 and D3) with three replicates for each treatment and a control plot (0% defoliation) for each block. It was evaluated the production of plots (g/m2), the average size of the spikes (cm) and the average weight of thousand grains (g). According to the results, it was concluded that the source-sink relations were negatively affected, and the treatment with 80% defoliation was the one that most affected all variables, thus, it is a level of defoliation that is responsible for the largest losses, with no means of compensation for the maize crop.

Key words:Zea mays L., cob, grain yield.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é importante planta comercial originária das Américas, economicamente é representado pelas diferentes formas de sua utilização, que se inicia na alimentação animal e se estende na indústria de alta tecnologia, fazendo com que ele seja uma das mais importantes commodities do setor agrícola no Brasil.

O estresse é definido como fator externo, que exerce influência desvantajosa para o crescimento e desenvolvimento da planta, reduzindo significativamente o desempenho vegetal (DaMatta & Ramalho, 2006). Na maioria dos casos, o estresse é medido em relação à sobrevivência, produtividade agrícola, acumulação de biomassa ou ao processo primário de assimilação, relacionados ao crescimento e desenvolvimento da planta (Gondim, 2006).

Os estresses por desfolhamento alteram a relação fonte-dreno das plantas, com reflexos na redução da produtividade do vegetal, consequentemente afetando o rendimento econômico (Daros et al., 2000). Injúrias foliares podem levar à alteração na relação fonte-dreno das plantas, e essa alteração pode provocar mudanças nas características agronômicas que afetam a produção e a qualidade fisiológica das sementes. A fotossíntese, a formação e remobilização de reservas e o estabelecimento de grãos viáveis são ocorridos durante o estresse; acarretando, consequentemente, variações no comportamento das relações fonte-dreno (Gondim, 2006). O desenvolvimento dos grãos é resultado pelo balanço entre a capacidade da planta suprir fotoassimilados (fonte) para os grãos e do seu próprio potencial de utilização de substratos disponíveis (Gondim, 2006).

A perda da área foliar, causada por doenças, insetos, geadas, granizo, vento e déficit hídrico, interfere diretamente na produtividade biológica do milho, por alterar suas características fisiológicas. Os efeitos que os estresses provocam na cultura do milho têm sido estudados com a finalidade de entender as alterações morfológicas que ocorrem nas plantas que, em geral, são responsáveis pela perda de rendimento.

Essa característica, aliada à pequena plasticidade foliar, reduzida prolificidade e limitada capacidade efetiva de compensação de espaços, faz com que o seu cultivo necessite ser rigorosamente planejado e criteriosamente manejado, para que possa manifestar sua capacidade produtiva (Andrade, 1995; Sangoi et al., 2007).

A produção de milho é resultante do produto entre número de espigas, número de grãos em cada espiga e peso médio dos grãos. Na maioria dos casos, entretanto, a produção está mais associada ao número de grãos do que com seu peso médio, ou com o número de espigas por planta (Otegui & Andrade, 2000).

As alterações fenológicas que ocorrem dentro da planta podem ter influência sobre as características morfofisiológicas da cultura (Mundstock, 1999).

Quando a desfolha ocorre próximo à época de florescimento, ela promove significativa queda na produtividade da cultura, principalmente pela redução do comprimento de espigas, peso de espigas e peso de grãos (Fancelli, 1988). O período crítico no ciclo vital do milho inicia-se, aproximadamente, duas semanas antes da antese e se prolonga por duas a três semanas após. A ocorrência de estresse antes do florescimento pode causar retração no desenvolvimento da espiga, enquanto anormalidades durante e após a polinização poderão resultar no abortamento e na redução do número e peso de grãos (Daynard & Duncan, 1969). A remoção de folha, após a polinização diminuiu a massa de grãos e o período para o seu enchimento (Britz, 1982).

A participação de folhas na produção e a distribuição da matéria seca em milho após o florescimento também foram avaliadas por Allison & Watson (1966). A análise dos resultados evidenciou que a maior parte do acúmulo de matéria seca após o florescimento foi proporcionado pelas folhas superiores.

A desfolha pode também afetar a formação do grão, visto que a retirada das folhas acima da espiga aos 12 e 24 dias após 50% da emissão do estilo-estigmas, segundo Jones & Simmons (1983), promoveu a redução do desenvolvimento do grão e a duração do período de enchimento, principalmente na primeira época de desfolha.

Quando a desfolha consistiu na remoção de folhas superiores de plantas em floração, a maioria dos resultados apresentados evidenciou significativa queda de produção, demonstrando a importância das folhas do ápice da planta no rendimento final. Dos componentes da produção mais afetados pela desfolha nesse período, destaca-se o número, tamanho e o peso de espigas, além do número e peso de grãos.

Fancelli (1988), em experimento de campo, submeteu plantas de milho à desfolha das cinco folhas superiores, em cinco épocas diferentes, e concluiu que quando a desfolha acontece próximo à época do florescimento ocorre significativa queda na produtividade biológica da cultura, principalmente pela redução do comprimento de espigas, peso de espigas e peso de grãos. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características morfoagronômicas do milho sob efeito de diferentes níveis de desfolha em três fases fenológicas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no ano agrícola 2005/2006, na área comercial da Fazenda Roma, localizada às margens da Rodovia Alfredo Pimenta, no município de Ituverava, Estado de São Paulo (20º 22' 21.1'' S, 47º 45' 19.4'' W e altitude de 623 m), com clima tipo Aw, tropical com verão chuvoso e inverno seco (Carrer & Garcia, 2007), relevo levemente ondulado, sendo o solo predominante um latossolo Vermelho Acriférrico.

O híbrido utilizado foi o COODETEC 304®, um triplo de ciclo superprecoce, com população de plantas por hectare da ordem de 50.000 a 55.000, com floração de 68 a 72 dias após a germinação, sendo a altura da planta de 1,85 a 1,93 m e a da inserção da espiga de 1,00 a 1,10 m em relação ao solo (Coodetec, 2006). A espiga apresenta grão duro e alaranjado, com moderada resistência a Phaeospheris maydis e helmintosporiose, sendo também moderadamente susceptível à ferrugem comum e moderadamente resistente às podridões de colmo. O plantio mecânico foi realizado no dia 28/11/2005, de acordo com as recomendações de Fahl et al. (1998). As adubações foram baseadas na metodologia de van Raij et al. (1997).

As sementes foram tratadas com o inseticida carbamato, e foram feitas três aplicações para o controle das lagartas elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e do cartucho (Spodoptera frugiperda), sendo a primeira realizada 10 dias após o plantio com piretróide, a segunda aos 37 dias após o plantio com acilureia e piretróide e a última com acilureia. Para as adubações aplicaram-se 50 kg ha-1 de N (sulfato de amônio), 50 kg ha-1 de P2O5 (superfosfato simples) e 50 kg ha-1 de K2O (cloreto de potássio). Para as aplicações de cobertura utilizaram-se 140 kg ha-1 de N (sulfato de amônio), em duas vezes, uma quando as plantas apresentavam quatro pares de folhas (25/12/2005) e outra quando elas estavam com seis pares (25/01/2006). As plantas possuíam quatro e seis folhas completamente desenvolvidas, respectivamente. O controle de plantas daninhas foi realizado aos 23 dias após o plantio, mecanicamente, com uso de um cultivador de enxadas, em área total, e capina manual foi realizada somente na área de cada parcela, quando se julgava necessário.

O experimento foi composto de parcelas subdivididas (Split-Plot), que foram distribuídas em três blocos de forma casualizada, apresentando como tratamento principal a desfolha (mediu-se o comprimento de cada folha, quando se calculou a porcentagem a ser cortada. A desfolha foi feita manualmente, retirando-se parte do limbo foliar de acordo com cada tratamento: 30, 40, 60 e 80% de desfolha) e como tratamento secundário as fases fenológicas da cultura (D1 - quando as plantas apresentam sete folhas completamente desenvolvidas, D2 - quando elas encontram-se na fase de pendoamento e D3 - quando as plantas apresentam-se na fase de enchimento de grãos-grãos leitosos), com três repetições para cada tratamento e uma parcela controle (0% de desfolha) para cada bloco, segundo metodologia adaptada de Hsu (1978) e Vasilas & Seif (1985). Foram avaliadas a variável produtividade biológica por parcela experimental (quilogramas de grãos/m2), o tamanho médio das espigas por parcela (cm) e peso de 1.000 grãos por parcela (gramas). Cada parcela possui 4,5 m2 (cinco linhas de plantio, e cada linha apresentava cinco metros de comprimento e espaçamento entrelinhas de 0,9 metros), totalizando 22,5 m2.

A primeira desfolha foi realizada quando as plantas tinham sete folhas totalmente expandidas (13/01/2006), a segunda no momento da emissão do estilete estigma (09/02/2006) e a terceira foi realizada durante a fase de enchimento dos grãos-grãos leitosos (14/02/2006). A umidade dos grãos foi determinada pelo método da estufa (Brasil, 2009), e a colheita foi realizada manualmente em 19/04/2006. A umidade encontrada nos grãos foi de 14%.

Os dados foram submetidos ao teste F pela análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%, segundo Banzatto & Kronka (2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O número de grãos por planta é influenciado por fatores genéticos e ambientes, principalmente nos estádios fenológicos de florescimento (III), frutificação (IV) e maturação (V), pois nessas fases há definição do potencial de produção de grãos, e qualquer desequilíbrio afetará a produtividade biológica da planta. O tamanho da espiga e o número de espigas por planta afetam o número de grãos por planta. O rendimento da cultura depende da população empregada, estando essa relacionada ao sistema de produção, do índice e da duração da área foliar fotossinteticamente ativa, do número e da densidade grãos por espiga, do número de espiga por planta, entre outros (Vieira Junior & Dourado Neto, 2008).

De acordo com a Tabela 1, foi possível observar que quando a desfolha foi realizada no estádio de sete folhas totalmente expandidas, a produtividade biológica das plantas não foi afetada. Portanto, nesse estádio de desenvolvimento há elevada capacidade da cultura em relação à recuperação dos aparelhos fotossintéticos e de eficiência que eles possuem em converter luz em fotoassimilados.

Na fase de pendoamento (D2) houve redução da produtividade biológica de milho em aproximadamente 24 e 49% quando a cultura foi submetida à desfolha de 60 e 80%, respectivamente. Esse fato ressalta a importância do desenvolvimento foliar dessa fase, principalmente para o posterior desenvolvimento reprodutivo.

Durante a fase de enchimento de grãos leitosos (D3) apenas a desfolha drástica de 80% reduziu a produção de grãos em 51%.

Corroborando com essa ideia, Sangoi et al. (2001) comentaram que materiais precoces e superprecoces dispõem de menos tempo para se recuperar de restrições ambientais impostas ao aparato fotossintético da planta nas fases de pré-floração, floração e início de enchimento de grãos.

Na Tabela 2 observa-se que a variável produtividade de grãos em g/m2 foi mais afetada pelo fator desfolha, apesar de também ter sido influenciada pelo fator fases, o que reforça a importância direta da integridade física do aparelho fotossintético na transferência de fotoassimilados para os grãos. Para a variável peso de 1.000 grãos, as plantas de milho foram afetadas pela interação desfolha e fases e por esses fatores individualmente. Observa-se que a fase foi a que mais influenciou nessa variável, visto que nas fases grãos leitosos e enchimento de grãos ocorrem consolidação da massa de grãos a ser produzida e que interferências nessa fase reduzem o aporte de fotoassimilados para os grãos que, consequentemente, serão mais leves. O tamanho da espiga foi influenciado por todas as fontes de variação, e o fator desfolha foi o responsável pela maior influência na planta, corroborando com a direta relação aparelho foliar e produção/desenvolvimento da espiga.

A planta de milho não apresenta saturação fotossintética nos níveis de radiação natural, e quanto maior a captação de luz solar maior o acúmulo de reservas. As duas únicas barreiras quanto à captação de luz são arquitetura das folhas e sombreamento ocasionado pela emissão do pendão (Vieira Junior & Dourado Neto, 2008).

Nas Figuras 1 e 2 são apresentados, respectivamente a produtividade e o peso de 1.000 grãos sob efeito de diferentes níveis de desfolha. Ambas as variáveis são afetadas de modo semelhante pelo fator desfolha, com decréscimo em seu valor conforme a elevação da desfolha.



A massa final das sementes não é dependente apenas do envio de fotoassimilados, mas também do número e do volume de células no endosperma (Vieira Junior & Dourado Neto, 2008). Para Magalhães & Jones (1990), as condições ambientes são fundamentais para a relação número e volume de células no endosperma, sendo a temperatura e umidade do ar propícias e o suprimento de fotoassimilados adequado, o rendimento é limitado apenas pelo potencial genético.

As variáveis peso de 1.000 grãos e tamanho da espiga, respectivamente (Figuras 3 e 4), quando avaliadas sob o efeito da desfolha dentro de cada fase fenológica, apresentam respostas também semelhantes, a única diferença é que para peso de 1.000 grãos a desfolha de 80% na fase D3 (enchimento de grãos) foi mais prejudicada, possivelmente pela relação fonte-dreno ter sido deslocada para direita (dreno) pela insuficiência da planta em suprir os grãos. O tamanho da espiga foi mais afetado com a desfolha de 80% na fase D2 (pendoamento), demonstrando que essa fase é fundamental para a produção de espigas de tamanho padronizado.



CONCLUSÕES

De acordo com os resultados e com base nas condições edafoclimáticas da região, conclui-se que as relações fonte-dreno são afetadas negativamente e que a desfolha de 80% é a que mais afeta todas variáveis, portanto é o nível de desfolha o responsável pelas maiores perdas, não havendo meios de compensação pela cultura do milho.

Recebido para publicação em 25/10/2010

Aprovado em 06/03/2012

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  • *
    Autor para correspondência
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Maio 2012
    • Data do Fascículo
      Abr 2012

    Histórico

    • Recebido
      25 Out 2010
    • Aceito
      06 Mar 2012
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