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Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da indústria em busca do tempo perdido

Resumos

A partir dos anos setenta, a supremacia euroamericana no mundo industrial tem sido desafiada pela crescente economia japonesa. Liga-se este fato aos métodos de produção e à forma de organização do trabalho dominante nas companhias dos países industrializados ocidentais. Este trabalho investigará três pontos da questão: a ascensão e queda da produção em massa - o "Sistema Fordista"; o nascimento e as características do "Sistema Toyota" e o surgimento do "Sistema Volvo". Pretende-se, ao final do trabalho, ter produzido uma visão geral sobre o processo de transformação e reestruturação da indústria neste século.

Reestruturação da indústria; organização do trabalho; métodos de produção


After the 70's, the american-european supremacy in the industrial world has been chalenged by the Japan rising economy. It is said that this fact is dose linked to the production methods and work organization dominant in the companies of industrialized western countries. This paper will investigate tree aspects of the question: the rise and fall of the mass production - the "Fordist System"; the birth and caractheristics of the "Toyota System" and the emergence of the "Volvo System". It is intended, at the end of the work, to produce a general view of the transformation process and the restructuring of industry over this century.

Restructuring of industry; work organization; methods of production


ARTIGO

Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da indústria em busca do tempo perdido

Thomaz Wood, Jr.

Engenheiro Químico pela UNICAMP, Mestrando em Administração de Empresas da EAESP/FGV e Profissional do Setor Fibras e Polímeros da Rhodia S.A.

RESUMO

A partir dos anos setenta, a supremacia euroamericana no mundo industrial tem sido desafiada pela crescente economia japonesa. Liga-se este fato aos métodos de produção e à forma de organização do trabalho dominante nas companhias dos países industrializados ocidentais. Este trabalho investigará três pontos da questão: a ascensão e queda da produção em massa - o "Sistema Fordista"; o nascimento e as características do "Sistema Toyota" e o surgimento do "Sistema Volvo". Pretende-se, ao final do trabalho, ter produzido uma visão geral sobre o processo de transformação e reestruturação da indústria neste século.

Palavras-chave: Reestruturação da indústria, organização do trabalho, métodos de produção.

ABSTRACT

After the 70's, the american-european supremacy in the industrial world has been chalenged by the Japan rising economy. It is said that this fact is dose linked to the production methods and work organization dominant in the companies of industrialized western countries. This paper will investigate tree aspects of the question: the rise and fall of the mass production - the "Fordist System"; the birth and caractheristics of the "Toyota System" and the emergence of the "Volvo System". It is intended, at the end of the work, to produce a general view of the transformation process and the restructuring of industry over this century.

Key words: Restructuring of industry, work organization, methods of production.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

1. MORGAN, Gareth. Images of Organization. Beverly Hills, Sage, 1986. Além das imagens utilizadas no presente trabalho, Morgan também desenvolve as seguintes imagens para organizações: culturas, sistemaspolíticos, prisões psíquicas, fluxo e transformação e instrumentos de dominação.

2. Idem, ibidem, capo2, pp. 19-37.

3. A frase original é de Karl Marx: "Tudo que ésólido desmancha no ar, tudo que ésagrado éprofanado, e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentidos mais sóbrios suas reais condições de vida e sua relação com outros homens". Citado em BERMAN, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar -a aventura da modernidade. São Paulo, Schwarcs, 1990, p. 93.

4. MORGAN, Gareth. Op cit, p. 204.

5. Uma discussão aprofundada sobre estes conceitos pode ser vista em GUERREIRO RAMOS, Alberto. Modelos de homem e teoria admi· nistrativa. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 18(2):3·12, abr./jun. 1984.

6. WOMACK, James P; JONES, Daniel T. & ROOS, Daniel. The machíne that changed the world. Nova Iorque, Rawson Associated, 1990, cap 2.

7. Idem, ibidem, p. 39.

8. Sobre a questão da educação e das políticas industriais, ver THUROW, Lester C. The zero sumo Nova Iorque, Simon & Schuster, t 985. Sobre a questão do capitalismo de papel, REICH, Robert B. A próxima fronteira americana. Rio de Janeiro, Record, 1983.

9. Ver HOUNSHELL, David A. The same old principies in the new manufacturing. Harvard Business Review, Boston, pp.54-61, nov./dec. 1988. O autor considera que os japoneses, na verdade,nãoquebraram o paradigma de Taylor e Ford, maso levaram a um outro nível de refinamento. A segunda parte do trabalho discutirá mais amplamente a questão.

10. MORGAN, Gareth. Op cit., cap. 3, pp. 39-76.

11. Ver JAQUES, Elliot. Intervention et changement dans l'entreprise. Paris, Dunod, 1972e GARCIA, R.M. Abordagem sócio-técnica: uma rápida avaliação. Revista de Administração de Empresas, 20(3):71-7, jul./set. 1980.

12. WOMACK, James P; JONES, Daniel T. & ROOS, Daniel. Op cit. cap 3.

13. SAKAI, Kuniyasu. The leudal world 01 japanese manufacturing. Harvard Business Review, Boston, 68(6):38-42+,nov./dez. 1990.

14. Um panorama relativamente atualizado da indústria automobilística no mundo e o avanço dosfabricantes japoneses podem ser vistos na série de reportagens publicadas em Business Week, 3147(477), abr. 1990.

15. Para uma descrição instrumental detalhada do sistema de controle e comando "à japonesa', ver KING, Bob. Hoshin Planning: the development approach. EUA, Goal/ QPC, 1989.

16. Ver POLLERT, Anna. The "flexible firm": fixation or fact? Work, Employementand Society, Durham, 2(3):281-316, set. 1988. A autora discute o conceito de flexibilidade no contexto mais amplo da economia, como interação entre 'flexibilidades' na legislação, política, economia, estratégia, produção e estrutura do mercado de trabalho.

17. MORGAN, Gareth. Op cit., cap. 4, pp. 77-109.

18. GUERREIRO RAMOS, Alberto. Op cit.

19.CLARK, TOM; MORRIS, J. et alii. Imaginative flexibility in production engineering: the volvo uddevalla plant. Apostila divulgada no curso The reestructuring 01 industry and work organization in the 90's. São Paulo, EAESP/FGV, jul. 1991.

20. Os dados são relerentes a 1986/ 87. Ver JANNIC, Hervé. Peher Gylienhammar: un patron moraliste. L'Expansion, 6/19Iev.1987, pp. 89- 93 e BOURDOIS, Jacques-Henri. Peher Gylienhammar: vice-roi el employé. Dynasteur, 1987, pp.4-9, 1987.

21. CLARK, Tom; MORRIS, J. et alii. Op cn., p.12.

22. Ver GUERREIRO RAMOS, Alberto. A nova ciência das organi· zações, cap. 4, FGV, 1989, p.71. Investigandoaquestão da colocação inapropriada de conceitos na Teoria das Organizações, o autor menciona o seguinte: "Embora a deslocação de conceitos possa constituir um meio valioso ... e legítimo de formulação teórica, pode muito facilmente degenerar numa colocação inapropriada ... Assim, na tentativa de deslocarum conceito, pode-se estar incorrendo numa cilada intelectual ...". Ao se utilizar as imagens de máquina, organismo ou cérebro para as organizaçõesse está, simultanea·mente, criando uma forma de ver e de distorcer a realidade. Vale o alerta.

23. DRUCKER, Peter. The coming of the new organization. Harvard Business Review, Boston, 68(6):45· 53, jan./fev. 1988.

24. HOBSBAWM, Eric J. História social do jazz. São Paulo, Paz e Terra, 1989. Ver especialmente pp.41-48: como reconhecer o jazz.

  • 1. MORGAN, Gareth. Images of Organization. Beverly Hills, Sage, 1986.
  • 3. A frase original é de Karl Marx: "Tudo que ésólido desmancha no ar, tudo que ésagrado éprofanado, e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentidos mais sóbrios suas reais condições de vida e sua relação com outros homens". Citado em BERMAN, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar -a aventura da modernidade. São Paulo, Schwarcs, 1990, p. 93.
  • 5. Uma discussão aprofundada sobre estes conceitos pode ser vista em GUERREIRO RAMOS, Alberto. Modelos de homem e teoria admi· nistrativa. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 18(2):3·12, abr./jun. 1984.
  • 6. WOMACK, James P; JONES, Daniel T. & ROOS, Daniel. The machíne that changed the world. Nova Iorque, Rawson Associated, 1990, cap 2.
  • 8. Sobre a questão da educação e das políticas industriais, ver THUROW, Lester C. The zero sumo Nova Iorque, Simon & Schuster, t 985.
  • Sobre a questão do capitalismo de papel, REICH, Robert B. A próxima fronteira americana Rio de Janeiro, Record, 1983.
  • 9. Ver HOUNSHELL, David A. The same old principies in the new manufacturing. Harvard Business Review, Boston, pp.54-61, nov./dec. 1988.
  • 11. Ver JAQUES, Elliot. Intervention et changement dans l'entreprise. Paris, Dunod, 1972e GARCIA,
  • R.M. Abordagem sócio-técnica: uma rápida avaliação. Revista de Administração de Empresas, 20(3):71-7, jul./set. 1980.
  • 13. SAKAI, Kuniyasu. The leudal world 01 japanese manufacturing. Harvard Business Review, Boston, 68(6):38-42+,nov./dez. 1990.
  • 14. Um panorama relativamente atualizado da indústria automobilística no mundo e o avanço dosfabricantes japoneses podem ser vistos na série de reportagens publicadas em Business Week, 3147(477), abr. 1990.
  • 15. Para uma descrição instrumental detalhada do sistema de controle e comando "à japonesa', ver KING, Bob. Hoshin Planning: the development approach. EUA, Goal/ QPC, 1989.
  • 16. Ver POLLERT, Anna. The "flexible firm": fixation or fact? Work, Employementand Society, Durham, 2(3):281-316, set. 1988.
  • 19.CLARK, TOM; MORRIS, J. et alii. Imaginative flexibility in production engineering: the volvo uddevalla plant. Apostila divulgada no curso The reestructuring 01 industry and work organization in the 90's. São Paulo, EAESP/FGV, jul. 1991.
  • 20. Os dados são relerentes a 1986/ 87. Ver JANNIC, Hervé. Peher Gylienhammar: un patron moraliste. L'Expansion, 6/19Iev.1987, pp. 89- 93 e BOURDOIS,
  • Jacques-Henri. Peher Gylienhammar: vice-roi el employé. Dynasteur, 1987, pp.4-9, 1987.
  • 22. Ver GUERREIRO RAMOS, Alberto. A nova ciência das organi· zações, cap. 4, FGV, 1989, p.71.
  • 23. DRUCKER, Peter. The coming of the new organization. Harvard Business Review, Boston, 68(6):45· 53, jan./fev. 1988.
  • 24. HOBSBAWM, Eric J. História social do jazz. São Paulo, Paz e Terra, 1989.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Out 1992
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