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Novas políticas de recursos humanos: seus impactos na subjetividade e nas relações de trabalho

ARTIGO

Novas políticas de recursos humanos: seus impactos na subjetividade e nas relações de trabalho

Maria Elizabeth Antunes Lima

Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da UFMG

Palavras-chave: Novas Políticas, dualismo social, racionalidade instrumentai, modelo japonês, relações de trabalho.

Key words: New policies, social dualism, instrumental rationality, Japanese model, industrial relations.

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Artigo recebido pela Redação da RAE em setembro/93, avaliado em 18/10/93, 30/11/93 e 11/02/94, aprovado para publicação em fevereiro/94.

Uma primeira versão deste texto foi apresentada na XVII Reunião da Anpad, realizada em Salvador, em setembro de 1993.

1. OUCHI, W. Théorie Z - faire face au défi japonais. Paris: Intereditions, 1979.

2. MESSINE, Ph. Les saturniens - quand les patrons reinventent la société. Paris: La Découverte, 1987.

3. Idem, ibidem.

4. Os resultados desta pesquisa serviram de subsídios para a elaboração de nossa tese de doutorado, intitulada Eftets psychopathologiques des nouvelles politiques de ressources humaines, defendida na Universidade Paris IX, em junho de 1992.

5. SEMLER, R. Virando a própria mesa - um sucesso empresarial made in Brazil. São Paulo: Best Seller, 1988.

6. Idem, ibidem.

7. O próprio Semler não é uma exceção. Ele deixa claro no seu livro que as dificuldades econômicas vividas por sua empresa durante os anos 80 impunham uma mudança imediata. Além disso, é ele mesmo quem confessa que um modelo tradicional de gestão não teria possibilitado o pagamento dos empréstimos que foi obrigado a fazer para salvar sua empresa.

8. CHASIN, J. A sucessão na crise e a crise na esquerda. Revista Ensaio, São Paulo, 1989.

9. SEMLER, R. Op. cit.

10. Como diz o próprio Semler: "Não há sinal de revolução e de desautorização a caminho". SEMLER, R. Op. cit.

11. CARDOSO DE MELLO, Z. et al. A modernização industrial no Brasil, documento divulgado em 1990.

12. BARELLI, W. Le coüt social de la modernisation conservatrice. Revue Mensuel, Marxisme, Mouvement. Paris, n. 42,1990.

13. Idem, ibidem. 14. MAPPA, S. et al. Rapport de Synthese de Forum de Delphes. Paris: Karphala, 1991.

15. CHASIN, J. Op. cit.

16. Idem, ibidem.

17. Alguns autores (I. Hoffman em seu artigo Les managers et le capitalism; J. Palmade, no artigo Management post-moderne ou la technocratisation des sciences de I'homme, dentre outros) têm alertado sobre a possibilidade de que estas práticas ultrapassem o espaço da empresa, invadam o espaço social e reforcem, desta maneira, suas tendências autoritárias. Nossas primeiras observações sobre a forma pela qual os programas de Qualidade Total têm penetrado em outros setores, como a educação e a saúde, revelam- nos que esta previsão pode, infelizmente, ser correta.

18. Os mecanismos de defesa são compreendidos como "diferentes tipos de operação" elaborados pelo ego, através dos quais o sujeito afronta os conflitos. A idealização é um "processo psíquico através do qual as qualidades e o valor do objeto são elevados à perfeição". A clivagem é definida como uma forma de defesa através da qual o objeto é cindido em "bom" e "mau". A identificação é definida como "um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, em seu modelo". LAPLANCHE, J., PONTAUS, J. Vocabulsire de la Psychanalyse. Paris: PUF, p. 67 e 186-87,1967.

19. EIGHER, A. Le pervets narcissioue et son complice. Paris: Dunod, 1989.

20. Empregamos aqui o mesmo termo utilizado por Enriquez para designar as empresas que colocam em prática essas novas políticas de pessoal, isto é, aquelas que adotam um modelo gerencial que tem por objetivo aumentar seus resultados econômicos, mas tentando dissimular este objetivo através de um discurso fortemente ideológico que coloca o bem-estar dos indivíduos acima de qualquer outro valor. Elas tentam também nos convencer de que suas decisões baseiam-se unicamente em critérios éticos, sociais e/ou estéticos. Segundo este discurso, os resultados econômicos alcançados pela empresa são uma conseqüência, ou até mesmo uma recompensa, de sua prática humanista. Em nossa opinião, estas politicas tornaram-se um componente muito importante das estratégias adotadas pela empresa para poder enfrentar as pressões do mercado. ENRIQUEZ,E. L'individu pris au piêge de I'entreprise stratégique. Paris, Revue Conexions, v. 54, 1989-2.

21. GORZ, A. Métamorphose du travail - la quête du sens. Paris: Galilée, 1988.

22. ENRIQUEZ, E. Rapport de synthèse de Forum de Delphes. Paris: Karphala, 1991.

23. Estamos empregando o termo integração como uma relação de encontro com o outro, onde ambos os atores são autônomos e conscientes de seus objetivos, decidindo sobre suas ações e sobre os compromissos que desejam assumir. Desta forma, na integração existe um reconhecimento mútuo, um alargamento da esfera da autonomia individual e coletiva pela aceitação da autonomia e da alteridade do outro. A inclusão, ao contrário, pode ser entendida como a ação de um sujeito, a fim de que o outro se conforme a uma situação definida por um dos dois atores em jogo. (Ver a este respeito MAPPA, S. et al. Op. cit.).

  • 1. OUCHI, W. Théorie Z - faire face au défi japonais. Paris: Intereditions, 1979.
  • 2. MESSINE, Ph. Les saturniens - quand les patrons reinventent la société. Paris: La Découverte, 1987.
  • 5. SEMLER, R. Virando a própria mesa - um sucesso empresarial made in Brazil. São Paulo: Best Seller, 1988.
  • 8. CHASIN, J. A sucessão na crise e a crise na esquerda. Revista Ensaio, São Paulo, 1989.
  • 12. BARELLI, W. Le coüt social de la modernisation conservatrice. Revue Mensuel, Marxisme, Mouvement. Paris, n. 42,1990.
  • 13. Idem, ibidem. 14. MAPPA, S. et al. Rapport de Synthese de Forum de Delphes. Paris: Karphala, 1991.
  • 18. Os mecanismos de defesa são compreendidos como "diferentes tipos de operação" elaborados pelo ego, através dos quais o sujeito afronta os conflitos. A idealização é um "processo psíquico através do qual as qualidades e o valor do objeto são elevados à perfeição". A clivagem é definida como uma forma de defesa através da qual o objeto é cindido em "bom" e "mau". A identificação é definida como "um processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, em seu modelo". LAPLANCHE, J., PONTAUS, J. Vocabulsire de la Psychanalyse. Paris: PUF, p. 67 e 186-87,1967.
  • 19. EIGHER, A. Le pervets narcissioue et son complice. Paris: Dunod, 1989.
  • 20. Empregamos aqui o mesmo termo utilizado por Enriquez para designar as empresas que colocam em prática essas novas políticas de pessoal, isto é, aquelas que adotam um modelo gerencial que tem por objetivo aumentar seus resultados econômicos, mas tentando dissimular este objetivo através de um discurso fortemente ideológico que coloca o bem-estar dos indivíduos acima de qualquer outro valor. Elas tentam também nos convencer de que suas decisões baseiam-se unicamente em critérios éticos, sociais e/ou estéticos. Segundo este discurso, os resultados econômicos alcançados pela empresa são uma conseqüência, ou até mesmo uma recompensa, de sua prática humanista. Em nossa opinião, estas politicas tornaram-se um componente muito importante das estratégias adotadas pela empresa para poder enfrentar as pressões do mercado. ENRIQUEZ,E. L'individu pris au piêge de I'entreprise stratégique. Paris, Revue Conexions, v. 54, 1989-2.
  • 21. GORZ, A. Métamorphose du travail - la quête du sens. Paris: Galilée, 1988.
  • 22. ENRIQUEZ, E. Rapport de synthèse de Forum de Delphes. Paris: Karphala, 1991.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Jun 1994
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