Acessibilidade / Reportar erro

Alinhando estratégia e competências

Resumos

Diversos trabalhos vêm analisando o tema competência em seus diferentes níveis de entendimento e aplicação ao contexto organizacional, o que demanda a construção de um modelo teórico que explicite como esses diferentes conceitos se articulam e podem contribuir para o entendimento de propostas de desenvolvimento das organizações. Este artigo procura responder às seguintes questões: qual a relação entre competências organizacionais e estratégias competitivas nas empresas? No caso da formação de cadeias produtivas, haveria diferenças na construção de competências em empresas situadas em diferentes níveis? E quais seriam as implicações dessa inter-relação - estratégia e competências - para as ações da gestão de RH? A partir dessas questões, e com base em uma pesquisa realizada em empresas do setor de telecomunicações, procurou-se elaborar um modelo que fornecesse sustentação a essa discussão.

Gestão de competências; estratégia organizacional


Competence, as a new concern among academics and practitioners, is being focused according to distinct conceptual approaches and applied to different facets of the organizational reality. Clearly, this creates the demand for the development of a theoretical model through which those distinct concepts might be integrated and applied to a better understanding of the organizational dynamics as well as an enhanced utilization of organizational development propositions. The following questions require clear answers for that model building process: What to say about the dynamic relationship between organizational competences and competitive strategies? In the case of the formation of productive chains would there be differences in the construction of competences in companies situated in different levels? What would be the implications for Human Resources Management? The theoretical model that was developed to provide support to the answering process, was empirically tested in a field research conducted among firms in the Telecommunications industry.

Competence management; organizational strategy


FÓRUM

Alinhando estratégia e competências

Maria Tereza Leme Fleury; Afonso Carlos Correa Fleury

FEA-USP

RESUMO

Diversos trabalhos vêm analisando o tema competência em seus diferentes níveis de entendimento e aplicação ao contexto organizacional, o que demanda a construção de um modelo teórico que explicite como esses diferentes conceitos se articulam e podem contribuir para o entendimento de propostas de desenvolvimento das organizações. Este artigo procura responder às seguintes questões: qual a relação entre competências organizacionais e estratégias competitivas nas empresas? No caso da formação de cadeias produtivas, haveria diferenças na construção de competências em empresas situadas em diferentes níveis? E quais seriam as implicações dessa inter-relação – estratégia e competências – para as ações da gestão de RH? A partir dessas questões, e com base em uma pesquisa realizada em empresas do setor de telecomunicações, procurou-se elaborar um modelo que fornecesse sustentação a essa discussão.

Palavras-chave: Gestão de competências, estratégia organizacional.

ABSTRACT

Competence, as a new concern among academics and practitioners, is being focused according to distinct conceptual approaches and applied to different facets of the organizational reality. Clearly, this creates the demand for the development of a theoretical model through which those distinct concepts might be integrated and applied to a better understanding of the organizational dynamics as well as an enhanced utilization of organizational development propositions. The following questions require clear answers for that model building process: What to say about the dynamic relationship between organizational competences and competitive strategies? In the case of the formation of productive chains would there be differences in the construction of competences in companies situated in different levels? What would be the implications for Human Resources Management? The theoretical model that was developed to provide support to the answering process, was empirically tested in a field research conducted among firms in the Telecommunications industry.

Key words: Competence management, organizational strategy.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Artigo recebido em 28.05.2003. Aprovado em 10.11.2003.

Maria Tereza Leme Fleury

Professora e Diretora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

Interesses de pesquisa em gestão de pessoas, gestão de competências e cultura organizacional.

E-mail: mtfleury@usp.br

Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Sala E-116, Butantã, São Paulo – SP, 05508-900.

Afonso Carlos Correa Fleury

Professor Titular e Chefe do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Interesses de pesquisa em gesta estratégica, gestão de tecnologia, organização do trabalho.

E-mail: acfleury@usp.br

Endereço: Av. Prof. Almeida Prado, Trav. 2, 128, Butantã, São Paulo – SP, 05508-070.

  • ABERNATHY, M.; UTTERBACK, J. Dynamic model of process and product innovation. Omega, v. 3, n. 6, p. 639-57, 1975.
  • BOYATZIS, R. E. The competent manager: A model for effective performance. New York: John Wiley & Sons, 1982.
  • DAVIES, A.; TANG, P.; BRADY, T.; HOBDAY, M.; RUSH, H.; GANN, D. Integrated solutions: The new economy between manufacturing and services. Brighton: SPRU, 2001.
  • DUTRA, J. S. Gestão por competências: Um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São Paulo: Gente, 2001.
  • FINE, C. H. Clockspeed: Winning industry control in the age of temporary advantage. Massachusetts: Perseus Books, 1998.
  • FLEURY, A.; FLEURY, M.T. Aprendizagem e inovação organizacional: As experiências do Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 1995.
  • FLEURY, M. T.; FLEURY, A. Estratégias empresariais e formação de competências São Paulo: Atlas, 2000.
  • FRANSMAN, M. Telecoms in the internet age Oxford: Oxford University Press, 2002.
  • KROGH, G.; ROOS, J. A perspective on knowledge, competence and strategy. Personnel Review, v. 24, n. 3, p. 56-76, 1995.
  • LE BOTERF, G. De la compétence â Essai sur un attracteur étrange. Paris: Les Editions d'organisation, 1995.
  • MCCLELLAND, D. C. Testing for competence rather than intelligence. American Psychologist, n. 28, p. 1-4, 1973.
  • MCLAGAN, P. A. Competencies: The next generation. Training and Development, May, p. 40-47, 1997.
  • MILLS, J.; PLATTS, K.; BOURNE, M.; RICHARDS, H. Strategy and performance: Competing through competences. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
  • MIRABILE, R. J. Everything you wanted to know about competency modeling. Training and Development, v. 51, n. 8, p. 73-77, 1997.
  • NICHOLLS-NIXON, C.; JASINSKI, D. The blurring of industry boundaries: An explanatory model applied to telecommunications. Industrial and Corporate Change, v. 4, n. 4, p. 757-770, 1995.
  • PORTER, M. E. What´s strategy? Harvard Business Review, v. 74, n. 6, 1996.
  • PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, 1990.
  • RETOUR et al. La gestion des compétence entre concepts et applications. Choniques, v. 39, jan/mar., 2001.
  • RODRIGUES, S. B. The political and institutional dynamics of culture change in organizations: A longitudinal analysis. Birmingham: University of Birmingham Business School, 2002. (Working paper).
  • RUST, R. T.; ZEITHMAL, K. N. O valor do cliente: O modelo que está reformulando a estratégia corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2001.
  • SILVA, M. G. Competências gerenciais dos coordenadores / orientadores do curso de graduação em administração de empresas: Um estudo de caso na Universidade de Caxias do Sul. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 26Âş, 2002, Salvador. Anais... Salvador: Anpad, 2002a.
  • SILVA, S. M. A gestão das competências organizacionais em empresas da cadeia de valor para provimento de telefonia celular de 3ÂŞ geração (3G). 2002. Tese (Doutorado) â Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, São Paulo, 2002b.
  • SILVESTRO, R. Positioning services along the volume-variety diagonal; the contingencies of service design, control and improvement. International Journal of Operations and Production Management, v. 19, n. 4, p. 399-420, 1999.
  • SLACK, N. Operations management Warwick: Pitman, 1995.
  • SPENCER, L. M.; SPENCER, S. M. Competence at work models for superior performance New York: John Willey, 1993.
  • STOREY, J. New perspective on human resources management London: Routledge, 1989.
  • STURGEON, T. Turn-key production networks: A new American model of industrial organization? Berkley: University of California - Roundtable on International Economy Brie, 1997. (Working paper n. 92 A).
  • TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Integrating technological, market and organizational change New York: Wiley, 1998.
  • TREACY, M.; WIERSEMA, F. The discipline of market leaders: Choose your customers, narrow your focus, dominate your market. Reading: Addison- Wesley, 1995.
  • ULRICH, D. Os campeões de recursos humanos â inovando para obter os melhores resultados São Paulo: Futura, 1998.
  • WHEELWRIGHT, S.; HAYES, R. Competing through manufacturing. Harvard Business Review, v. 63. n. 1, p. 99-109, 1985.
  • WOODWARD, J. Industrial organization: Theory and practice. London, New York, Oxford: Oxford University Press, 1965.
  • ZARIFIAN, P. Objectif compétence: Mythe,construction ou realité? Paris: Liaisons, 1999.
  • ZARIFIAN, P.; GADREY, J. L'émergence d'un modèle du service Paris: Liaisons, 2002.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jul 2011
  • Data do Fascículo
    Mar 2004

Histórico

  • Aceito
    10 Nov 2003
  • Recebido
    28 Maio 2003
Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de S.Paulo Av 9 de Julho, 2029, 01313-902 S. Paulo - SP Brasil, Tel.: (55 11) 3799-7999, Fax: (55 11) 3799-7871 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rae@fgv.br