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Editorial

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Com esta edição, a presente gestão da RAE completa 4 anos. Desde 2001, vimos implementando uma série de mudanças. Cabe, portanto, um pequeno balanço. Iniciamos por reforçar o posicionamento da RAE como revista científica, voltada para pesquisadores. Por isso, revimos a linha editorial, redefinimos os critérios de avaliação, reformamos e ampliamos o quadro de avaliadores e valorizamos o double blind review. Criamos ainda o quadro de editores associados e a função de editor de livros. Finalmente, desenvolvemos o processo de aconselhamento editorial, para garantir a máxima qualidade dos artigos veiculados. Neste período, demos grande ênfase para o fomento à produção. Promovemos, com o apoio de editores convidados, fóruns que incentivaram a geração de trabalhos sobre temas emergentes. Realizamos também duas edições do prêmio PricewaterhouseCoopers e a edição especial RAE-Minas Gerais, em parceria com o CEPEAD-UFMG. De 2001 a 2004,

o número de artigos submetidos por ano subiu de 100 para 300, levando a taxa de aceitação a 1 para 10, comparável à das mais competitivas revistas internacionais. Promovemos ainda acordos e parcerias com as instituições e revistas científicas internacionais, com o objetivo de trazer artigos de qualidade para nossos leitores, e também levar artigos da RAE para leitores estrangeiros.

Por outro lado, não devemos nos deixar levar por fantasias de grandeza. Existe uma lacuna importante entre a produção científica veiculada localmente e aquela dos periódicos internacionais de referência. Como muitos experientes pesquisadores já observaram, nossa produção é periférica, frágil e pouco relevante para a teoria e a prática administrativas. Por isso, acreditamos que grandes desafios permanecem para o futuro: primeiro, nós, editores, devemos agir efetivamente como gate keepers, a garantir a mais alta qualidade do material publicado; segundo, devemos desenvolver um corpo competente e motivado de avaliadores, capazes de contribuir efetivamente para o aperfeiçoamento dos artigos; terceiro, devemos promover o diálogo aberto e produtivo no processo de double blind review, que deve ocorrer em vários ciclos; quarto, precisamos aperfeiçoar o aconselhamento editorial, que visa garantir a realização do máximo potencial dos artigos; quinto, precisamos desenvolver e divulgar o "fator de impacto" de periódicos e autores, um importante indicador para se medir a produção científica; sexto, devemos fomentar uma agenda focada na realidade local e em temas emergentes; sétimo, precisamos realizar esforços para a migração total para o meio eletrônico, aberto e gratuito; e oitavo, devemos buscar a unificação dos bancos de dados de artigos, com o objetivo de facilitar o trabalho dos pesquisadores. Esses 8 desafios constituem, acreditamos, um bom "plano de vôo" para os próximos anos.

ALIMENTO PARA A MENTE E A ALMA

Nesta edição, a RAE traz um fórum especial de estratégia, fruto de uma parceria com a revista European Management Review, recém-lançada pela European Academy of Management. Neste fórum, são apresentados quatro artigos de notáveis pesquisadores do campo. No primeiro trabalho, David C. Wilson e Paula Jarzabkowski apresentam uma perspectiva crítica acerca das abordagens estratégicas baseadas na análise de microatividades. No segundo trabalho, Stewart Clegg, Chris Carter e Martin Kornberger partem de uma análise epistemológica dos fundamentos das correntes estratégicas e propõem uma agenda para avançar o estudo da estratégica como prática. No terceiro trabalho, Henk W. Volberda parte da constatação da fragmentação do campo da estratégia e propõe uma síntese. Finalmente, Richard Whittington apresenta sua perspectiva da estratégia como prática gerencial.

No campo das Finanças, Marcio Fernandes Gabrielli e Richard Saito realizam uma revisão crítica da legislação brasileira referente ao processo de recompra de ações e analisam seu impacto sobre os acionistas minoritários. No campo da Gestão de Operações e Logística, Danny Pimentel Claro e Priscila Borin de Oliveira Claro discutem, com base em um interessante estudo empírico, a questão dos relacionamentos colaborativos com fornecedores. No campo da Ciência e Tecnologia, Rosiceli Barreto Gonçalves Baetas, José Vítor Bomtempo e Cristiane Quental apresentam um modelo para a análise estratégica de indústrias baseadas em ciência. O foco de seu trabalho são os países em desenvolvimento. Completam esta edição duas resenhas e duas indicações bibliográficas.

CONVITE

Acreditamos que revistas como a RAE têm um papel importante na construção de um campo de pesquisa sólido e vigoroso, capaz de contribuir para o desenvolvimento da teoria e da prática administrativas. Renovamos aqui o convite para que todos enviem seus trabalhos.

Boa leitura!

Thomaz Wood Jr.

Diretor e editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Fev 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 2004
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