Acessibilidade / Reportar erro

Gestão de projetos no contexto público: mapeamento do campo de investigação

Gestión de proyectos en el contexto público: mapeo del campo de investigación

Resumo

O advento da Nova Gestão Pública introduziu o conceito de gestão de projetos, até então exclusivo do setor privado, abrindo caminho para o aumento da eficiência do Estado. Nesse cenário, o objetivo deste artigo é localizar, sintetizar e identificar as proximidades teóricas entre os estudos de gestão de projetos no contexto público. Para alcançá-lo, definiu-se a abordagem metodológica bibliométrica recorrendo à análise relacional de citações, realizada pelos métodos de cocitação e de pareamento bibliográfico, a fim de descobrir relações de conectividade entre as obras publicadas. As análises fatoriais exploratórias da cocitação e do pareamento conduziram a 6 fatores, indicando a estrutura intelectual e possibilitando, também, a geração de um framework de integração dos fatores a partir das citações mais frequentes. Os resultados indicaram a prevalência de estudos sobre competências em gestão de projetos e governo eletrônico. Abre-se, ainda, o leque de discussões com a apresentação de uma agenda especificamente direcionada à gestão de projetos públicos.

Palavras-chave:
administração pública; gestão de projetos; bibliometria; agenda de pesquisa

Resumen

El advenimiento de la Nueva Gestión Pública introdujo el concepto de gestión de proyectos, hasta entonces exclusivo del sector privado, allanando el camino para aumentar la eficiencia del Estado. En este escenario, el objetivo de este artículo es localizar, sintetizar e identificar la proximidad teórica entre los estudios de gestión de proyectos en el contexto público. Para lograr esto, se definió el enfoque metodológico bibliométrico mediante el análisis relacional de citas, realizado por los métodos de cocitación y emparejamiento bibliográfico para descubrir relaciones de conectividad entre los trabajos publicados. El análisis factorial exploratorio de la cocitación y del emparejamiento condujo a 6 factores, lo que indica la estructura intelectual, y también permite la generación de un framework para integrar factores a partir de las citas más frecuentes. Los resultados indicaron la prevalencia de estudios sobre habilidades en gestión de proyectos y gobierno electrónico. También se amplía la gama de discusiones con la presentación de una agenda específicamente dirigida a la gestión de proyectos públicos.

Palabras clave:
administración pública; gestión de proyectos; bibliometría; agenda de investigación

Abstract

The advent of New Public Management introduced the concept of project management until then exclusive to the private sector, paving the way for increased state efficiency. In this scenario, this article aims to locate, synthesize, and identify the theoretical proximity among studies on project management in the public context. The bibliometric methodological approach used relational analysis of citations and the methods of cocitation and coupling to reveal the connections among the studies published. Exploratory factor analysis of cocitation and coupling led to six factors, indicating the intellectual structure, and enabling the generation of a factor integration framework from the most frequent citations. The results indicated the prevalence of studies on project management and e-government competencies. It also amplifies discussions with the presentation of an agenda directed explicitly to the management of public projects.

Keywords:
public administration; project management; bibliometrics; search schedule

1. INTRODUÇÃO

A gestão de projetos se faz presente há algumas décadas na iniciativa privada. Inicialmente com intenso viés técnico, restringindo-se ao uso de ferramentas específicas, a prática foi galgando degraus na organização e consolidou-se como elo entre a estratégia da empresa e a materialização de seus objetivos por meio da implementação de projetos. Como consequência, passou a ser visto como importante ativo estratégico, fonte de vantagem competitiva (Judgev, 2004Judgev, K. (2004). Project management as a strategic asset: what does it look like and how do organizations get there? In D. P. Slevin, D. L. Cleland, & J. K. Pinto (Eds.), Innovations: Project Management Research 2004(pp. 161-174). Newton Square, PA: Project Management Institute.) para o desempenho das empresas (Mathur, Jugdev, & Fung, 2014Mathur, G., Jugdev, K., & Fung, T. S. (2014). The relationship between project management process characteristics and performance outcomes. Management Research Review, 37(11), 990-1015.).

Paralelamente, o conceito de Nova Gestão Pública, introduzido nas últimas décadas em diversos países, tem dado especial destaque à gestão dos projetos como ferramenta viável de implementação de políticas públicas na administração contemporânea. Mesmo com a dificuldade de estabelecer um sistema conceitual integrado para essa área da gestão, inúmeros pesquisadores têm demonstrado interesse em discutir o ambiente de projetos públicos (p. ex., Al-Emadi & Anouze, 2018Al-Emadi, A., & Anouze, A. L. (2018). Grounded theory analysis of successful implementation of e-government projects: exploring perceptions of e-government authorities. International Journal of Electronic Government Research, 14(1), 23-52.; Damoah, Akwei,Damoah, I. S., Akwei, C. A., Amoako, I. O., & Botchie, D. (2018). Corruption as a source of government project failure in developing countries: evidence from Ghana. Project Management Journal, 49(3), 17-33. Amoako, & Botchie, 2018; Gomes, Yasin, & Small, 2012Gomes, C. F., Yasin, M. M., & Small, M. H. (2012). Discerning interrelationships among the knowledge, competencies, and roles of project managers in the planning and implementation of public sector projects. International Journal of Public Administration, 35(5), 315-328.; Mihăescu & Tapardel, 2013Mihǎescu, C., & Tapardel, A. (2013). A public administration based on project management. Administration and Public Management, 20, 97-107.; Shah, Khan, Bokhari, & Raza, 2011Shah, S. I. H., Khan, A. Z., Bokhari, R. H., & Raza, M. A. (2011). Exploring the impediments of successful ERP implementation: a case study in a public organization. International Journal of Business and Social Science, 2(22), 289-296.; Shivambu & Thwala, 2019Shivambu, X., & Thwala, W. D. (2019). Assessment of the delays in the delivery of public sector projects in South Africa. Advances in Intelligent Systems and Computing, 903, 902-908.; Wirick, 2009Wirick, D. W. (2009). Public-sector project management: meeting the challenges and achieving results. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.).

Como se pode perceber em diversos estudos, a gestão de projetos tem demonstrado seus resultados na administração pública (Islam, 2016Islam, S. (2016). Public sector project management practices & performance evaluation performed by public works department (PWD) (MA Dissertation). BRAC University, Dhaka, Bangladesh.; Williams et al., 2019Williams, T., Vo, H., Bourne, M., Bourne, P., Cooke-Davies, T., Kirkham, R. ... Valette, J. (2019). A cross-national comparison of public project benefits management practices - the effectiveness of benefits management frameworks in application. Production Planning & Control, 31(8), 644-659.; Yasin, Gomes, & Miller, 2009Yasin, M. M., Gomes, C. F., & Miller, P. E. (2009). Characteristics of Portuguese public-sector project managers: toward closing the effectiveness gap. Project Management Journal, 40(3), 47-55.) e na gestão dos recursos públicos (Crawford & Helm, 2009Crawford, L. H., & Helm, J. (2009). Government and governance: the value of project management in the public sector. Project Management Journal, 40(1), 73-87.), dada a crescente complexidade das ações requeridas (Rego & Silva, 2011Rego, M., & Silva, T. (2011). Desafios na implantação do escritório de gerenciamento de projetos em um governo estadual. Revista Economia & Gestão, 11(27), 151-180.). Com a introdução de uma nova cultura, pró-projetos, na implementação de políticas públicas, abre-se caminho para melhor uso dos escassos recursos públicos, imprimindo maior eficiência (Mendes, 2009Mendes, M. (2009). Eficiência no gasto público no Brasil: incentivos na alocação de recursos públicos. In P. C. Medeiros, & E. Levy (Orgs.), Novos caminhos da gestão pública: olhares e dilemas (pp. 57-77). Rio de Janeiro, RJ: Qualitymark.), seja com a possibilidade de ampliação dos serviços atualmente prestados, seja com investimentos em novas ações, beneficiando, consequentemente, os cidadãos que mais precisam do Estado (Saraiva & Capelão, 2000Saraiva, L., & Capelão, L. (2000). A nova administração pública e o foco no cidadão: burocracia ? marketing? Revista de Administração Pública, 34(2), 59-77.).

Diante do cenário apresentado, mostra-se pertinente perguntar:

  • Qual é a estrutura intelectual da gestão de projetos públicos?

  • Qual é a estrutura intelectual da literatura recente/emergente?

Em decorrência, o objetivo central deste artigo é localizar, sintetizar e identificar as proximidades teóricas entre os estudos sobre gestão de projetos no contexto público. Para atingir esse objetivo é necessário identificar os trabalhos publicados e seus autores mais influentes, ou seja, como as pesquisas e seus autores se relacionam mutuamente, assim como identificar os principais temas abordados. Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa se valeu das técnicas de análise de cocitações e pareamento utilizadas em bibliometria.

Como principais resultados, a pesquisa descreveu os 6 fatores resultantes das análises de cocitação e de pareamento, estabelecendo um framework de integração dos fatores a partir das citações mais frequentes e propondo uma agenda para futuras pesquisas.

2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A principal função da análise bibliométrica consiste em identificar padrões e tendências das publicações científicas ao longo dos anos (Zupic & Čater, 2015Zupic, I., & Čater, T. (2015). Bibliometric methods in management and organization. Organizational Research Methods, 18(3), 429-472.). Neste estudo foram adotados os métodos de cocitação e pareamento. O primeiro método foi utilizado para identificar e categorizar as principais referências nos estudos sobre gestão de projetos públicos, analisando e descrevendo a estrutura da área se valendo dos artigos publicados, como preconiza Gracio (2016Gracio, M. C. C. (2016). Pareamento bibliográfico e análise de cocitação: revisão teórico-conceitual. Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, 21(47), 82-99.). As cocitações identificam ligações entre 2 documentos citados por meio das frequências de ocorrências simultâneas em listas de referências de obras citantes (Small, 1973Small, H. (1973). Cocitation in the scientific literature: a new measure of the relationship between two documents. Journal of the American Society for Information Science, 24(4), 265-269.). A intensidade de cocitações é ditada pela resposta dos pesquisadores quanto aos artigos publicados, o que demonstra uma proximidade entre os estudos, temas, conceitos ou procedimentos metodológicos (Smiraglia, 2011Smiraglia, R. P. (2011). ISKO 11’s diverse bookshelf: an editorial. Knowledge Organization, 38(3), 179-186.). Por sua vez, o método de pareamento agrupa artigos científicos e técnicos, com base em unidades de pareamento bibliográfico, sendo definido com um item de referência usado pelos 2 artigos (Habib & Afzal, 2019Habib, R., & Afzal, M. T. (2019). Sections-based bibliographic coupling for research paper recommendation. Scientometrics, 119, 643-656.; Kessler, 1963Kessler, M. M. (1963). Bibliographic coupling between scientific papers. American Documentation, 14(1), 10-25.). Possibilita somar e analisar a quantidade de vezes que um trabalho específico é citado por outros autores e tem por objetivo identificar os trabalhos mais influentes sobre determinado tema (Culnan, O’Reilly, & Chatman, 1990Culnan, M. J., O’Reilly, C. A., & Chatman, J. A. (1990). Intellectual structure of research in organizational behavior, 1972-1984: a cocitation analysis. Journal of the American Society for Information Science, 41(6), 453-458.; Jarneving, 2007Jarneving, B. (2007). Bibliographic coupling and its application to research-front and other core documents. Journal of Informetrics, 1(4), 287-307.). A força de pareamento entre 2 artigos não se altera com o tempo, uma vez que a frequência desse pareamento é fixa, não podendo contribuir facilmente para o estudo das mudanças nos domínios científicos ao longo do tempo (Gracio, 2016).

A pesquisa foi inicialmente realizada nas bases de dados Web of Science e Scopus, por reunirem as principais revistas científicas da área em estudo. As palavras project*, manage*, public* sector, public* administration e government foram definidas levando em consideração “topic”, por congregar o título, as palavras-chave e o resumo dos documentos pesquisados. A busca ficou restrita a artigos com publicação realizada até o ano de 2018. Como resultado, a Web of Science retornou 6.225 artigos, enquanto a Scopus retornou 15.521 artigos.

Em consequência da quantidade de artigos encontrados foi necessário realizar uma análise preliminar, visando a certificar a qualidade da amostra. A leitura aleatória dos resumos de 20 artigos, de ambas as bases, possibilitou verificar que grande parte deles, não obstante conterem as palavras definidas na busca em algum dos campos do “topic”, não tratavam diretamente do tema gestão de projetos públicos. Seguindo a orientação de Zupic e Čater (2015Zupic, I., & Čater, T. (2015). Bibliometric methods in management and organization. Organizational Research Methods, 18(3), 429-472.), o autor decidiu restringir a pesquisa ao campo título. Ao realizar a pesquisa desde os anos iniciais das bases - Web of Science (1945) e Scopus (1965) - foram encontrados 6 artigos datando de anos anteriores a 1997. O artigo com referências disponíveis, imediatamente anterior ao primeiro considerado (1997), data de 1979. Assim, após a exclusão dos 6 artigos cuja publicação data do intervalo de 1945 a 1996, totalizou-se 41 artigos na Web of Science e 75 artigos na Scopus. O processo de busca revelou a sobreposição de 33 artigos, sendo 8 exclusivos da Web of Science e 42 exclusivos da Scopus. Além disso, foram identificados 7 artigos sem referências, ou seja, a amostra final contém 76 artigos distintos com referências. Pela distribuição temporal (Figura 1), percebe-se a evolução da produção a partir de 2006. A Figura 2 traz uma síntese do procedimento de busca nas bases Web of Science e Scopus, assim como o processo de refinamento da amostra.

Figura 1
Resultado da busca nas bases Web of Science e Scopus

Os arquivos extraídos das bases de dados - compostos por título, autor, resumo, palavras-chave, ano, revista, número, volume, páginas e referências - foram concatenados. Na sequência foram tratados no BibExcel (Persson, Danell, & Schneider, 2009Persson, O., Danell, J., & Schneider, J. W. (2009). How to use Bibexcel for various types of bibliometric analysis. In O. Persson, J. Danell, & J. W. Schneider. (Eds.), Celebrating scholarly communication studies: a Festschrift for Olle Persson at his 60th Birthday (pp. 9-24). Leuven, Belgium: International Society for Scientometrics and Informetrics.), em conjunto com o Microsoft Excel for Office 365 e o SPSS, versão 25, seguindo o procedimento definido em Serra, Ferreira, Guerrazzi, e Scaciotta (2018Serra, F., Ferreira, M., Guerrazzi, L., & Scaciotta, V. (2018). Doing bibliometric reviews for the Iberoamerican Journal of Strategic Management. Iberoamerican Journal of Strategic Management, 17(3), 1-16.) e Serra, Cirani, e Moutinho (2019), para posterior formação da matriz de cocitação. As redes de relação entre os trabalhos foram desenvolvidas utilizando o NetDraw UCINET 6.679 (Borgatti, Everett, & Freeman, 2002Borgatti, S. P., Everett, M. G., & Freeman, L. C. (2002). UCINET 6 for Windows: Software for Social Network Analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies.).

Figura 2
Síntese da coleta de dados e amostragem

3. RESULTADOS

A seção de resultados é formada pela análise das cocitações e de pareamento. Para ambas foi efetuada análise fatorial exploratória (AFE) apresentando a estrutura dos fatores resultantes, as redes de relacionamento entre os artigos e as respectivas métricas (densidade e coesão).

3.1 Análise das Cocitações

A base de dados foi classificada por frequência decrescente de citações (Tabela 1). Para este estudo foram considerados artigos com pelo menos 2 citações, totalizando 231 citações, que correspondem a 7,95% da amostra, indo ao encontro da Lei de Lotka (Lotka, 1926Lotka, A. J. (1926). The frequency distribution of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, 16(12), 317-323. ).

A AFE realizada consiste em uma técnica que tem por objetivo descobrir e analisar a estrutura de um conjunto de variáveis inter-relacionadas, de modo a construir uma escala de fatores intrínsecos (Hair, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados(6a ed.). Porto Alegre, RS: Bookman.). A técnica utiliza correlações observadas entre as variáveis originais para estimar os fatores comuns entre as relações estruturais que ligam os fatores latentes das variáveis. Foram extraídos os fatores pelo método dos componentes principais e com rotação Varimax (Marôco, 2018Marôco, J. (2018). Análise estatística com o SPSS Statistics(7a ed.). Pero Pinheiro, Portugal: ReportNumber.), com comunalidade ≥ 0,5 (Fávero, Belfiore, Silva, & Chan, 2009Fávero, L. P., Belfiore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões(5th ed.). Rio de Janeiro, RJ: Elsevier.), o que resultou em 77 obras. Os fatores comuns retidos foram aqueles que apresentaram um autovalor > 1, nesse caso, 9 fatores.

Tabela 1
Distribuição de frequência das citações

Na sequência foram verificadas a confiabilidade e a validade. A confiabilidade foi analisada considerando o α de Cronbach > 0,7 (Hair et al., 2009Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados(6a ed.). Porto Alegre, RS: Bookman.). Pelo fato dos fatores 7, 8 e 9 apresentarem α de Cronbach = 0,495; 0,575 e 0,287, respectivamente, eles foram desconsiderados. A Tabela 2 mostra a matriz de componente rotativa resultante, cuja variância total explicada corresponde a 72,6% para os 6 fatores e 67 trabalhos, seguindo a recomendação de Vogel e Güttel (2013Vogel, R., & Güttel, W. H. (2013). The dynamic capability view in strategic management: a bibliometric review. International Journal of Management Reviews, 15(4), 426-446.). Para avaliar a validade da AFE foi considerado o critério Kaiser-Meyer-Oklin (KMO), tendo sido apurado o valor de 0,807, assim como o teste de esfericidade de Barlett, que apresentou p < 0,001. Conclui-se que a amostra é adequada para uma análise de fatores e que as variáveis estão correlacionadas significativamente. Após a leitura de cada artigo, os fatores foram nomeados seguindo a orientação de Quevedo-Silva, Biagi Almeida Santos, Moll Brandão, e Vils (2016Quevedo-Silva, F., Biagi Almeida Santos, E., Moll Brandão, M., & Vils, L. (2016). Estudo bibliométrico. Orientações sobre sua aplicação. Revista Brasileira de Marketing, 15(2), 246-262.), conforme o Quadro 1.

Adicionalmente à AFE foi criada a rede de relação entre os trabalhos (Figura 3), utilizando o NetDraw UCINET 6.679 (Borgatti et al., 2002Borgatti, S. P., Everett, M. G., & Freeman, L. C. (2002). UCINET 6 for Windows: Software for Social Network Analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies.). Esse software se vale das frequências de coocorrências para representar bidimensionalmente as distâncias euclidianas entre as obras. Enquanto as distâncias entre nós estabelecem relações, a intensidade é indicada pela espessura das linhas.

Tabela 2
Matriz de componente rotativaª

Quadro 1
Identificação dos fatores de cocitação

Para análise da rede foram calculadas as medidas de densidade e coesão de cada um dos seis subgrupos (Tabela 3). A densidade é um indicador de sub-rede que representa o nível de conexão dentro de cada fator analisado (Otte & Rousseau, 2002Otte, E., & Rousseau, R. (2002). Social network analysis: a powerful strategy, also for the information sciences. Journal of Information Science, 28(6), 441-453.). Como indicador bibliométrico, reflete o grau com que diversas correntes dentro do campo de pesquisa perseguem suas agendas com bases comuns. Assim, enquanto os quatro primeiros fatores (capabilities em gestão de projetos, contextos de projetos e de governo eletrônico, gestão integrada de cadeia de suprimentos de construção e gestão de projetos públicos) apresentam forte densidade, o fator denominado procedimentos e ferramentas de gestão de projetos tem um nível de conexão muito baixo entre as obras consideradas. Complementarmente, a coesão relaciona a densidade de um fator à sua interconectividade com outros fatores. Em aplicações bibliométricas, a coesão indica até que ponto um subcampo de pesquisa segue uma agenda independente de outros discursos (Wasserman & Faust, 1994Wasserman, S., & Faust, K. (1994). Social network analysis: methods and applications. New York, NY: Cambridge University Press.). Na pesquisa, verifica-se que a coesão mais intensa é do fator denominado competências em gestão de projetos, já que está presente em discussões dos trabalhos de outros fatores. Por outro lado, a gestão integrada de cadeia de suprimentos de construção segue uma linha própria que não interage com os demais fatores.

Figura 3
Rede de cocitação

Tabela 3
Métricas de redes de cocitação

Também vale a pena mencionar a centralidade da rede. É definida em termos do grau de cada nó como a quantidade de ligações dessa obra com as demais obras consideradas (Freeman, 1978Freeman, L. C. (1978). Centrality in social networks: conceptual clarification. Social Networks, 1, 215-239.). No estudo, as obras de Crawford (2005Crawford, L. H. (2005). Senior management perceptions of project management competence. International Journal of Project Management, 23(1), 7-16.) e do Project Management Institute (2013) têm graus 47 e 43, respectivamente. Esse fato se deve aos temas das obras que abordam desempenho de projetos e estabelecem um corpo de conhecimento com práticas amplamente utilizadas em gestão de projetos.

3.2 Pareamento

O pareamento bibliográfico foi gerado a partir da matriz de coocorrência de referências. Foram considerados os documentos com pelo menos 3 laços e 2 nós, resultando em 1 matriz composta por 51 artigos. A AFE permitiu identificar 14 fatores para as 51 obras. A confiabilidade de cada fator foi analisada resultando na exclusão de 8 fatores, por estarem abaixo do valor mínimo (α de Cronbach < 0,7). Assim, a matriz de componente rotativa (Tabela 4) é formada por 27 artigos e 6 fatores com variância total explicada de 71,2%, seguindo a recomendação de Vogel e Güttel (2013Vogel, R., & Güttel, W. H. (2013). The dynamic capability view in strategic management: a bibliometric review. International Journal of Management Reviews, 15(4), 426-446.). O Quadro 2 traz a identificação de cada fator de pareamento.

Tabela 4
Matriz de componente rotativaª

Quadro 2
Identificação dos fatores de pareamento

Foi criada a rede de pareamento bibliográfico (Figura 4) para as obras pesquisadas, dividida nos 6 fatores. Como se pode observar, o fator PA1 - Gestão de Projetos na Esfera Pública - é central e compartilha diversas referências com os demais fatores, exceto com o PA5 - Políticas de Governo e Gestão de Projetos -, que parece seguir uma agenda própria. As obras que compõem o cluster PA2 - Projetos de Governo Eletrônico - apresenta um intenso compartilhamento de referência. Focam a discussão em projetos de governo eletrônico, com destaque para as falhas ocorridas, e na necessidade de ampliar as discussões empírico-conceituais (Sarantis et al., 2010Sarantis, D., Smithson, S., Charalabidis, Y., & Askounis, D. (2010). A critical assessment of project management methods with respect to electronic government implementation challenges. Systemic Practice and Action Research, 23(4), 301-321., 2011Seibert, J. M. (2004). The identification of strategic management counseling competencies essential for the small business and technology development centre: a modified Delphi Study (Ph.D. Dissertation). North Carolina State University, Raleigh, NC.; Sarantis, Smithson, & Charalabidis, 2010Sarantis, D., Smithson, S., Charalabidis, Y., & Askounis, D. (2010). A critical assessment of project management methods with respect to electronic government implementation challenges. Systemic Practice and Action Research, 23(4), 301-321.).

Figura 4
Rede de pareamento

Analogamente ao que foi realizado para o estudo de cocitações, foram calculadas as medidas de densidade e coesão de cada um dos seis fatores que compõem a rede, como se verifica na Tabela 5. Todos os fatores apresentam forte densidade, isto é, alto grau de conexão dentro de cada fator analisado. Como indicador bibliométrico, tal resultado indica alto grau com que diversas correntes dentro do campo de pesquisa perseguem suas agendas com bases comuns. A coesão mais intensa é do fator denominado gestão de projetos na esfera pública, pelo fato de estar presente em discussões dos trabalhos de outros fatores. Por outro lado, o fator denominado política de governo e gestão de projetos parece seguir uma linha própria, já que não interage com os demais fatores.

Tabela 5
Métricas de redes de pareamento

4. DISCUSSÃO

Os resultados da pesquisa possibilitam melhorar a contextualização e a compreensão das conexões entre os autores e os principais conceitos que abordam na gestão de projetos públicos. A partir da análise efetuada de cocitações dos 76 artigos presentes nas bases Web of Science e Scopus, para o período compreendido entre 1997 e 2018, a análise fatorial revelou 6 fatores.

O primeiro fator, denominado Capabilities em gestão de projetos, é o mais amplo. Abordou questões relacionadas a competências, sucesso, desempenho e aprendizagem. Esses temas, de fato, apresentam relação como no trabalho de Gruden e Stare (2018Gruden, N., & Stare, A. (2018). The influence of behavioral competencies on project performance. Project Management Journal, 49(3), 98-109.) sobre competências comportamentais e desempenho do projeto, indicando a necessidade de aprofundar sua discussão, já que, segundo os autores, pode fazer sentido estudar a importância das competências individuais em relação aos tipos de projetos. Alam, Gale, Brown, e Kidd (2008Alam, M., Gale, W. G., Brown, M., & Kidd, C. (2008). The development and delivery of an industry led project management professional development programme: a case study in project management education and success management. International Journal of Project Management, 26(3), 223-237.) exploraram a relação entre competências de gerenciamento de projetos, métricas de benefícios e resultados de aprendizagem. Suas conclusões vão de encontro ao estudo realizado por Crawford (2000Crawford L. H. (2000, June). Profiling the competent project manager. In Proceedings of the 2000 PMI Research Conference (pp. 3-15). Paris, France.) sobre criação de perfil de competências de gerentes de projetos e sua relação com o sucesso de projetos. Tais divergências apontam a necessidade de pesquisas adicionais.

O segundo fator é denominado Contexto de projetos e de governo eletrônico. Anthopoulos, Reddick, Giannakidou, e Mavridis (2016Anthopoulos, L., Reddick, C. G., Giannakidou, I., & Mavridis, N. (2016). Why e-government projects fail? An analysis of the Healthcare.gov website. Government Information Quarterly, 33(1), 161-173.) indicam a existência de uma lacuna entre o design de projetos de governo eletrônico e sua efetiva implementação, levando à investigação de tais motivos. Exploram o contexto criando uma ferramenta de taxonomia, que resume as razões e os fatores de falhas em projeto públicos dessa natureza. O trabalho de Yahya, Al-Munawar, e Tuan (2015Yahya M. A., Al-Munawar, N., & Tuan, Y. C. (2015). Critical success factor on e-government it projects in Brunei Darussalam. International Journal of Applied Business and Economic Research, 13(8), 6529-6652.) indica associação entre fatores críticos de sucesso e desempenho de projeto de governo eletrônico e, complementarmente, aponta a necessidade de estudos adicionais envolvendo associação entre as tarefas técnicas de gestão de projetos e o desempenho de projetos de governo eletrônico em contextos distintos.

O fator 3 recebeu o nome de Gestão integrada de cadeia de suprimentos de construção. Rahimia, Tavakkoli-Moghaddam, Shojaie, e Cheraghi (2017Rahimia, Y., Tavakkoli-Moghaddam, R., Shojaieb, S., & Cheraghi, I. (2017). Design of an innovative construction model for supply chain management by measuring agility and cost of quality: an empirical study. Scientia Iranica, 24(5), 2515-2526.) apresentam um design de um modelo ágil para o gerenciamento da cadeia de suprimentos de construção utilizando um método híbrido que envolve Analytic Hierarchy Process (AHP), Data Envelopment Analysis (DEA) e Lógica difusa e recomendam a aplicação com o mesmo modelo para portfólio de projetos. O trabalho de Brinkhoff, Özer e Sargut (2014Brinkhoff, A., Özer, Ö., & Sargut, G. (2014). All you need is trust? An examination of inter-organizational supply chain projects. Production and Operations Management, 24(2), 181-200.), sobre antecedentes de sucesso de projetos da cadeia de suprimentos, indica que a confiança, apesar de ser um preditor mais forte comparado à dependência assimétrica, mostra-se necessária, mas não suficiente para o sucesso do projeto da cadeia de suprimentos, oferecendo insights sobre como gerenciar efetivamente projetos de cadeia de suprimentos e alianças entre empresas.

O quarto fator trata da Gestão de projetos públicos. Aborda diversas temáticas relacionadas à gestão de projetos no ambiente público, com ênfase em resultados e na eficiência, também discutindo modernização e mudança organizacional. Tileubayeva et al. (2017Tileubayeva, M., Dabyltayeva, N., Makasheva, K., Medukhanova, L., & Bekmukhametova, A. (2017). Project management in the public administration: evidence from Kazakhstan. International Journal of Economic Perspectives, 11(4), 146-151.) descrevem princípios da gestão de projetos e suas peculiaridades na esfera governamental, mostrando um conjunto de requisitos para eficiência, produtividade e controle de processos para o alcance das metas e dos objetivos definidos. Sugerem maneiras de criar condições favoráveis ​​para a implementação bem-sucedida do gerenciamento de projetos no governo, abrindo caminho para novas pesquisas nesse ambiente.

O fator 5 trata de Procedimentos e ferramentas de gestão de projetos. Busca identificar meios (procedimentos e ferramentas) para atingir resultados organizacionais favoráveis. Nesse sentido, Doskočil (2016Doskočil, R. (2016). The level of use of project management methods, techniques and tools and their impact on project success - selected region of Czech Republic. Periodica Polytechnica Social and Management Sciences, 24(1), 14-24.) examina o nível de uso de métodos, técnicas e ferramentas no gerenciamento e seu impacto no sucesso do projeto, concluindo, ainda, que o uso de técnicas de modelagem não é bem difundido.

O fator 6, Maturidade em gestão de projetos, tem seu foco na avaliação da gestão e melhoria contínua, mensurando os resultados organizacionais alcançados por meio da implementação de práticas de gestão de projetos. De acordo com Langston e Ghanbaripour (2016Langston, C., & Ghanbaripour, A. N. (2016). A management maturity model (MMM) for project-based organisational performance assessment. Construction Economics and Building, 16(4), 68-85.), as organizações têm maior probabilidade de fornecer projetos bem-sucedidos se tiverem um ambiente de projetos maduro, baseado em uma cultura de melhoria contínua. Por esse motivo, incentivam a adoção de modelos de mensuração de maturidade em busca do incremento do sucesso dos projetos.

As redes de cocitação e de pareamento, assim como as respectivas análises fatoriais, possibilitaram a geração de um framework de integração dos fatores a partir das citações mais frequentes (Figura 5).

Figura 5
Integração dos fatores

O fator PA3 trata da informalidade na gestão de projetos públicos e vale-se, predominantemente, de procedimentos e ferramentas de gestão de projetos (CC5). Indica a prevalência do modo de conversão denominado, por Nonaka (1994Nonaka, I. (1994). A dynamic theory of organizational knowledge creation. Organization Science, 5(1), 14-37.), socialização como principal processo (informal) para transmissão de conhecimento (tácito-tácito) em projetos públicos. Recorre ao procedimento desenvolvido por Fageha e Aibinu (2013Fageha, M. K., & Aibinu, A. A. (2013). Managing project scope definition to improve stakeholders’ participation and enhance project outcome. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 74, 154-164.) para gerenciar o escopo de projetos e a Ren e Yeo (2004Ren, Y. T., & Yeo, K. T. (2004). Risk management capability maturity model for complex product systems (CoPS) projects. In Proceedings of the 2nd IEEE International Engineering Management Conference, Singapore (pp. 807-811).), que propuseram um modelo de maturidade de gerenciamento de risco para projetos complexos. Indica a necessidade dos gerentes de projetos públicos adotarem processos formais, o que, segundo Nicholas e Steyn (2011Nicholas, J. M., & Steyn, H. (2011). Project management for business, engineering, and technology: principles and practice (3a ed.). Boston, MA: Elsevier.) e Turner (2008Turner, J. R. (2008). The handbook of project-based management: improving the processes for achieving strategic objectives (2nd ed.). New York, NY: McGraw-Hill .), são fundamentais para o atingimento dos objetivos preestabelecidos.

O fator PA2 trata do Governo eletrônico. Fundamenta-se, principalmente, no fator CC2, denominado Contexto de projetos e de governo eletrônico. A literatura aponta diferentes tipos projetos de governo eletrônico (Bhatnagar, 2007Bhatnagar, J. (2007). Talent management strategy of employee engagement in Indian ITES employees: key to retention. Employee Relations, 29(6), 640-663.; Heeks, 2006Heeks, R. (2006). Implementing and managing egovernment: an international text. London, UK: SAGE.), que requerem abordagens gerenciais específicas, sob pena de fracasso (Collins & Bicknell, 1997Collins, T., & Bicknell, D. (1997). Crash: learning from the world’s worst computer disasters. New York, NY: Simon & Schuster.; Heeks, 2003bHeeks, R. (2003b). Most egovernment-for-development projects fail: how can risks be reduced? (i-Government Working Paper Series). Manchester, UK: University of Manchester.; Iacovou, 1999Iacovou, C. (1999). The IPACS project: when IT hits the fan. Journal of Information Technology, 14(2), 267-275.; James, 1997James, G. (1997). IT fiascoes and how to avoid them. Datamation, 43(11), 84-88.). Embora haja divergência sobre como o sucesso é medido (Collins & Bicknell, 1997Collins, T., & Bicknell, D. (1997). Crash: learning from the world’s worst computer disasters. New York, NY: Simon & Schuster.; James, 1997James, G. (1997). IT fiascoes and how to avoid them. Datamation, 43(11), 84-88.), há indicios de que um elevado percentual de projetos apresenta falhas parciais ou totais (Heeks, 2003aHeeks, R. (2003b). Most egovernment-for-development projects fail: how can risks be reduced? (i-Government Working Paper Series). Manchester, UK: University of Manchester.). Assim, fatores gerenciais, políticos e legais foram identificados como elementos importantes a levar em consideração na elaboração e no desenvolvimento de iniciativas de governo eletrônico (Gil-Garcia & Pardo, 2005Gil-Garcia, J. R., & Pardo, T. (2005). E-government success factors: mapping practical tools to theoretical foundations. Government Information Quarterly, 22(2), 187-216.). Como característica dessa natureza, exigem flexibilidade e capacidade de lidar com mudanças (Gupta et al., 2004Gupta, M., Kumar, P., & Bhattacharya, J. (2004). Government online opportunities and challenges. New York, NY: McGraw-Hill.).

O fator PA6, denominado Agenda de pesquisa em gestão de projetos, também se ancora no CC2, que trata do Contexto de projetos e de governo eletrônico. A baixa taxa de sucesso traz elementos para reflexão. A experiência mostra que são as pessoas que entregam projetos de sucesso, não métodos e ferramentas. A capacidade das pessoas se engajarem de maneira inteligente e criativa com a complexidade dos projetos é fundamental para resultados positivos (Cicmil & Marshall, 2005Cicmil, S., & Marshall, D. (2005). Insights into collaboration at project level: complexity, social interaction and procurement mechanisms. Building Research & Information, 33(6), 523-535.). Assim, a agenda desperta a atenção para estudos ontológicos e epistemológicos em gestão de projetos. Há necessidade de desenvolver novos modelos e teorias que reconheçam e iluminem projetos cada vez mais complexos (Winter et al., 2006Winter, M., Smith, C., Morris, P., & Cicmil, S. (2006). Directions for future research in project management: the main findings of a UK government-funded research network. International Journal Project Management, 24, 638-649.).

O fator PA1 - gestão de projetos na administração pública - é o componente mais abrangente do estudo. Recorre ao CC1 quando discute competências de gerentes de projetos (Birkhead, Sutherland, & Maxwell, 2000Birkhead, M., Sutherland, M., & Maxwell, T. (2000). Core competencies of project managers. South African Journal of Business Management, 31(3), 99-106.; Boyatzis, 1982Boyatzis, R. E. (1982). The competent manager: a model for effective performance. New York, NY: John Wiley & Sons.; Brill, Bishop, & Walker, 2006Brill, J. M., Bishop, M. J., & Walker, A. E. (2006). The competencies and characteristics required of an effective project manager: a web-based Delphi Study. Educational Technology Research and Development, 54(2), 115-140.; Dainty, Cheng, & Moore, 2005Dainty, A. R. J., Cheng, M. I., & Moore, D. R. (2005). A comparison of the behavioral competencies of client-focused and production-focused project managers in the construction sector. Project Management Journal, 36(2), 39-48.; Fisher, 2011Fisher, E. (2011). What practitioners consider to be the skills and behaviours of an effective people project manager. International Journal of Project Management, 29(8), 994-1002.; Toney, 2001Toney, F. (2001). The superior project manager: global competency standard and best practices. New York, NY: Marcel Dekker.; Udo & Koppensteiner, 2004Udo, N., & Koppensteiner, S. (2004, abril). What are the core competencies of a successful project manager? In 2004 PMI Global Congress. Prague, Czech Republic.) e particularidades de gerentes de projetos públicos (Virtanen, 2000Virtanen, T. (2000). Changing competencies of public sector managers: tensions in commitment. International Journal of Public Sector Management, 13(4), 333-341.). Trata, ainda, de práticas de gestão de projetos (Crawford & Pollack, 2007Crawford, L. H., & Pollack, J. (2007). How generic are project management knowledge and practice?Project Management Journal, 38(1), 87-97.; Kerzner, 2003Kerzner, H. (2003). Project management: a systems approach to planning, scheduling, and controlling. New York, NY: John Wiley & Sons .; Morris, 2001Morris, P. W. G. (2001). Updating the project management bodies of knowledge. Project Management Journal, 32(3), 21-30.; Project Management Institute, 2008Project Management Institute. (2008). A guide to the project management body of knowledge (4th ed.). Newton Square, PA: Autor ., 2013Project Management Institute. (2013). A guide to the project management body of knowledge (PMBOK Guide) (5th ed.). Newtown Square, PA: Autor.) no ambiente público (Wirick, 2009Wirick, D. W. (2009). Public-sector project management: meeting the challenges and achieving results. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.). Aborda o assunto de competências em gestão de projetos (Crawford, 2005Crawford, L. H. (2005). Senior management perceptions of project management competence. International Journal of Project Management, 23(1), 7-16.), fazendo um link com a gestão de projetos no setor público (Rwelamila, 2007Rwelamila, P. M. D. (2007). Project management competence in public sector infrastructure organisations. Construction Management and Economics, 25(1), 55-66.; Thamhain, 1991Thamhain, H. J. (1991). Developing project management skills. Project Management Journal, 22(3), 39-44.). Esse fator também se vale de artigos de CC4 quando amplia as discussões sobre a evolução da gestão de projetos públicos, envolvendo tecnologia da informação (Crawford et al., 2003Crawford, L. H., Costello, K., Pollack, J., & Bentley, L. (2003). Managing softchange projects in the public sector. International Journal of Project Management, 21, 443-448.; Melin, & Axelsson, 2009Melin, U., & Axelsson, K. (2009). Managing e-service development: comparing two e-government case studies. Transforming Government: People, Process and Policy, 3(3), 248-270.). Os artigos que formam o fator CC6 também são referenciados quando se discute maturidade em gestão de projetos (Cooke-Davies & Arzymanov, 2003Cooke-Davies, T., & Arzymanov, A. (2003). The maturity of project management in different industries: an investigation into variations between project management models. International Journal of Project Management, 21, 471-478.; Kerzner, 2001Kessler, M. M. (1963). Bibliographic coupling between scientific papers. American Documentation, 14(1), 10-25.; Project Management Institute, 2003Project Management Institute. (2003). Organizational Project Management Maturity Model (OPM3). Newton Square, PA: Autor.) e valor dos PMOs (Kwak & Xiao Yi Dai, 2000Kwak, Y. H., & Xiao Yi Dai, C. (2000). Assessing the value of project management offices (PMO). In Proceedings of the 2000 PMI Research Conference. Paris, France.).

O fator PA5 aborda questões de políticas de governo e gestão de projetos. Um estudo sobre competências gerenciais apresenta a competência política dos gestores de projetos públicos como um valor na implantação de cultura de gestão de projetos no ambiente da nova gestão pública (Virtanen, 2000Virtanen, T. (2000). Changing competencies of public sector managers: tensions in commitment. International Journal of Public Sector Management, 13(4), 333-341.) presente no fator CC1. O fator PA5 coloca em evidência a relação existente entre as duas temáticas mencionadas. Como destaque, discute a atuação do gerente de projetos públicos no ambiente político (Rwelamila, 2007Rwelamila, P. M. D. (2007). Project management competence in public sector infrastructure organisations. Construction Management and Economics, 25(1), 55-66.; R. Young et al., 2012Young, R., Young, M., Jordan, E., & O’Connor, P. (2012). Is strategy being implemented through projects? Contrary evidence from a leader in new public management. International Journal of Project Management, 30(8), 887-900.).

5. CONSIDERAÇÕES

Esta pesquisa teve por objetivo analisar as publicações sobre gestão de projetos públicos por meio de busca nas bases de dados Web of Science e Scopus. O estudo revelou que a quantidade de publicações aumentou ano após ano, o que indica crescente preocupação e interesse dos pesquisadores nesse tema. De forma prática, o estudo apresenta duas contribuições principais. A primeira, apresenta as tendências de pesquisa, assim como os principais temas em discussão, e a segunda indica a estrutura conceitual na qual os artigos mais recentes se ancoraram. Chama atenção o considerável percentual de estudos sobre competências em gestão de projetos, já que impacta diretamente os resultados dos projetos e as estratégias organizacionais. Destaca-se, também, a quantidade de trabalhos que tratam de governo eletrônico, dada a quantidade de projetos que não obtêm sucesso.

Inevitavelmente, este estudo apresentou algumas limitações. A primeira pode ser definida em termo do escopo da pesquisa. Como desvantagem foram definidas duas bases de dados deixando, possivelmente, de considerar periódicos que também poderiam abordar o tema em foco. Assim, caso fosse ampliado o escopo de revistas, haveria a possibilidade de apresentar resultados (fatores) mais amplos, tanto na análise de cocitações quanto na análise de pareamento. No entanto, é certo que as bases escolhidas (Web of Science e Scopus) congregam os periódicos mais relevantes quando se fala em gestão de projetos. A segunda limitação é uma consequência direta da técnica bibliométrica. O método se ancora nos aspectos quantitativos da produção, da disseminação e do uso da informação registrada (visão de amplitude), não obstante também ter sido realizada uma análise dos textos para compreender seu relacionamento. Adicionalmente, poderia recomendar-se uma análise qualitativa, por meio de uma revisão sistemática da literatura, para complementar as discussões sobre gestão de projetos públicos.

A pesquisa realizada permitiu identificar a necessidade de reflexão sobre alguns pontos específicos em gestão de projetos públicos. Abre possibilidades para novos estudos que envolvam a apropriação de teorias já existentes em outras áreas do conhecimento e para aplicá-las à gestão de projetos públicos. Amplia a discussão sobre complexidade de projetos públicos, visão de projetos públicos como processos sociais, criação de valor em projetos, sustentabilidade de projetos públicos, proposição de modelo de maturidade para gestão de projetos públicos, avaliação de efetividade de projetos públicos, gestão de stakeholders de projetos públicos, gestão de portfólio de projetos públicos e aprendizagem e gestão do conhecimento em projetos públicos.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).

REFERÊNCIAS

  • Abd, A. S., Mohammad, M. F., Mahbub, R., & Ismail, F. (2011). Supply chain integration in industrialized building system in the Malaysian construction industry. The Built and Human Environment Review, 4(1), 108-121.
  • Adighibe, C., Skitmore, M., & Wong, J. (2010). The management of transport construction projects: a survey of public sector organisations in Queensland Australia. International Journal of Construction Management, 10(1), 17-33.
  • Alam, M., Gale, W. G., Brown, M., & Kidd, C. (2008). The development and delivery of an industry led project management professional development programme: a case study in project management education and success management. International Journal of Project Management, 26(3), 223-237.
  • Al-Emadi, A., & Anouze, A. L. (2018). Grounded theory analysis of successful implementation of e-government projects: exploring perceptions of e-government authorities. International Journal of Electronic Government Research, 14(1), 23-52.
  • Al-Rubaiei, Q. H. S., Nifa, F. A. A., & Musa, S. (2018). Project scope management effect on variation orders in government funded projects: a proposed study on the sultanate of Oman. Malaysian Construction Research Journal, 3(1), 52-62.
  • Amoatey, C., & Hayibor, M. V. K. (2017). Critical success factors for local government project stakeholder management. Built Environment Project and Asset Management, 7(2), 143-156.
  • Andersen, E. A., Grude, K. V., & Hague, T. (1987). Goal directed project management London, UK: Kogan Page.
  • Anthopoulos, L., Reddick, C. G., Giannakidou, I., & Mavridis, N. (2016). Why e-government projects fail? An analysis of the Healthcare.gov website. Government Information Quarterly, 33(1), 161-173.
  • Aubry, M., & Brunet, M. (2016). Organizational design in public administration: categorization of project management offices. Project Management Journal, 47(5), 107-129.
  • Baharuddin, B., & Yusof, M. M. (2018). Evaluation of risk management practices in information systems project in the public sector. Jurnal Pengurusan, 53, 1-20.
  • Baldry, D. (1998). The evolution of risk management in public sector capital projects. International Journal of Project Management, 16(1), 35-41.
  • Barber, E. (2004). Benchmarking the management of projects: a review of current thinking. International Journal of Project Management, 22(4), 301-307.
  • Besner, C., & Hobbs, B. J. (2006). The perceived value and potential contribution of project management practices to project success. Project Management Journal, 37(3), 37-48.
  • Bhatnagar, J. (2007). Talent management strategy of employee engagement in Indian ITES employees: key to retention. Employee Relations, 29(6), 640-663.
  • Birkhead, M., Sutherland, M., & Maxwell, T. (2000). Core competencies of project managers. South African Journal of Business Management, 31(3), 99-106.
  • Borgatti, S. P., Everett, M. G., & Freeman, L. C. (2002). UCINET 6 for Windows: Software for Social Network Analysis Harvard, MA: Analytic Technologies.
  • Boyatzis, R. E. (1982). The competent manager: a model for effective performance New York, NY: John Wiley & Sons.
  • Brent, A. C. (2005). The application of life cycle management in decision making for sustainable development at government and corporate level: the integration of project, asset and product life cycles. Progress in Industrial Ecology, 2(2), 223-235.
  • Brill, J. M., Bishop, M. J., & Walker, A. E. (2006). The competencies and characteristics required of an effective project manager: a web-based Delphi Study. Educational Technology Research and Development, 54(2), 115-140.
  • Brinkhoff, A., Özer, Ö., & Sargut, G. (2014). All you need is trust? An examination of inter-organizational supply chain projects. Production and Operations Management, 24(2), 181-200.
  • Brunetto, Y., & Farr-Wharton, R. (2003). The impact of government practice on the ability of project managers to manage. International Journal of Project Management, 21(2), 125-133.
  • Busby, J. S., & Hughes, E. J. (2004). Projects, pathogens and incubation periods. International Journal of Project Management, 22(5), 425-434.
  • Cicmil, S., & Marshall, D. (2005). Insights into collaboration at project level: complexity, social interaction and procurement mechanisms. Building Research & Information, 33(6), 523-535.
  • Collins, T., & Bicknell, D. (1997). Crash: learning from the world’s worst computer disasters New York, NY: Simon & Schuster.
  • Cooke-Davies, T., & Arzymanov, A. (2003). The maturity of project management in different industries: an investigation into variations between project management models. International Journal of Project Management, 21, 471-478.
  • Crawford L. H. (2000, June). Profiling the competent project manager. In Proceedings of the 2000 PMI Research Conference (pp. 3-15). Paris, France.
  • Crawford, L. H. (2005). Senior management perceptions of project management competence. International Journal of Project Management, 23(1), 7-16.
  • Crawford, L. H., Costello, K., Pollack, J., & Bentley, L. (2003). Managing softchange projects in the public sector. International Journal of Project Management, 21, 443-448.
  • Crawford, L. H., & Helm, J. (2009). Government and governance: the value of project management in the public sector. Project Management Journal, 40(1), 73-87.
  • Crawford, L. H., & Pollack, J. (2007). How generic are project management knowledge and practice?Project Management Journal, 38(1), 87-97.
  • Culnan, M. J., O’Reilly, C. A., & Chatman, J. A. (1990). Intellectual structure of research in organizational behavior, 1972-1984: a cocitation analysis. Journal of the American Society for Information Science, 41(6), 453-458.
  • Dainty, A. R. J., Cheng, M. I., & Moore, D. R. (2005). A comparison of the behavioral competencies of client-focused and production-focused project managers in the construction sector. Project Management Journal, 36(2), 39-48.
  • Damoah, I. S., Akwei, C. A., Amoako, I. O., & Botchie, D. (2018). Corruption as a source of government project failure in developing countries: evidence from Ghana. Project Management Journal, 49(3), 17-33.
  • Darrell, V., Baccarini, D., & Love, P. E. D. (2010). Demystifying the folklore of the accidental project manager in the public sector. Project Management Journal, 41(5), 56-63.
  • Dey, P. K. (2002). Application of analytic hierarchy process to benchmarking of project management performance: an application in the Caribbean public sector. Vikalpa, 27(2), 29-48.
  • Doskočil, R. (2016). The level of use of project management methods, techniques and tools and their impact on project success - selected region of Czech Republic. Periodica Polytechnica Social and Management Sciences, 24(1), 14-24.
  • Eriksson, P. E., & Nilsson, T. (2008). Partnering the construction of a Swedish pharmaceutical plant: case study. Journal of Management in Engineering, 24(4), 227-233.
  • Fageha, M. K., & Aibinu, A. A. (2013). Managing project scope definition to improve stakeholders’ participation and enhance project outcome. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 74, 154-164.
  • Fávero, L. P., Belfiore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões(5th ed.). Rio de Janeiro, RJ: Elsevier.
  • Fisher, E. (2011). What practitioners consider to be the skills and behaviours of an effective people project manager. International Journal of Project Management, 29(8), 994-1002.
  • Freeman, L. C. (1978). Centrality in social networks: conceptual clarification. Social Networks, 1, 215-239.
  • Furlong, S., & Al-Karaghouli, W. (2010). Delivering professional projects: the effectiveness of project management in transformational e-government initiatives. Transforming Government: People, Process and Policy, 4(1), 73-94.
  • Gil-Garcia, J. R., & Pardo, T. (2005). E-government success factors: mapping practical tools to theoretical foundations. Government Information Quarterly, 22(2), 187-216.
  • Gomes, C. F., Yasin, M. M., & Small, M. H. (2012). Discerning interrelationships among the knowledge, competencies, and roles of project managers in the planning and implementation of public sector projects. International Journal of Public Administration, 35(5), 315-328.
  • Gracio, M. C. C. (2016). Pareamento bibliográfico e análise de cocitação: revisão teórico-conceitual. Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, 21(47), 82-99.
  • Gruden, N., & Stare, A. (2018). The influence of behavioral competencies on project performance. Project Management Journal, 49(3), 98-109.
  • Gupta, M., Kumar, P., & Bhattacharya, J. (2004). Government online opportunities and challenges New York, NY: McGraw-Hill.
  • Habib, R., & Afzal, M. T. (2019). Sections-based bibliographic coupling for research paper recommendation. Scientometrics, 119, 643-656.
  • Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados(6a ed.). Porto Alegre, RS: Bookman.
  • Heeks, R. (2003a). Causes of egovernment success and failure: factor model Manchester, UK: Institute for Development Policy and Management.
  • Heeks, R. (2003b). Most egovernment-for-development projects fail: how can risks be reduced? (i-Government Working Paper Series). Manchester, UK: University of Manchester.
  • Heeks, R. (2006). Implementing and managing egovernment: an international text London, UK: SAGE.
  • Horvath, L. (2001). Collaboration: the key to value creation in supply chain management. Supply Chain Management: An International Journal, 6(5), 205-207.
  • Iacovou, C. (1999). The IPACS project: when IT hits the fan. Journal of Information Technology, 14(2), 267-275.
  • Ibrahim, A. R., Roy, M. H., Ahmed, Z., & Imtiaz, G. (2010). An investigation of the status of the Malaysian construction industry. Benchmarking: An International Journal, 17(2), 294-308.
  • Irani, Z., Love, P., Elliman, T., Jones, S., & Themistocleous, M. (2005). Evaluating e-government: learning from the experiences of two UK local authorities. Information Systems Journal, 15(1), 61-82.
  • Islam, S. (2016). Public sector project management practices & performance evaluation performed by public works department (PWD) (MA Dissertation). BRAC University, Dhaka, Bangladesh.
  • Jaeger, P. T. (2003). The endless wire: e-government as global phenomenon. Government Information Quarterly, 20, 323-331.
  • Jaeger, P. T., & Thompson, K. M. (2003). E-government around the world: lessons, challenges, and future directions. Government Information Quarterly, 20, 389-394.
  • James, G. (1997). IT fiascoes and how to avoid them. Datamation, 43(11), 84-88.
  • Jarneving, B. (2007). Bibliographic coupling and its application to research-front and other core documents. Journal of Informetrics, 1(4), 287-307.
  • Judgev, K. (2004). Project management as a strategic asset: what does it look like and how do organizations get there? In D. P. Slevin, D. L. Cleland, & J. K. Pinto (Eds.), Innovations: Project Management Research 2004(pp. 161-174). Newton Square, PA: Project Management Institute.
  • Karagoz, Y., Korthaus, A., & Augar, N. (2016). How do ICT project managers manage project knowledge in the public sector? An empirical enquiry from the Victorian public sector in Australia. Australasian Journal of Information Systems, 20, 1-20.
  • Kerzner, H. (2001). Strategic planning for project management using a project management maturity model New York, NY: John Wiley & Sons .
  • Kerzner, H. (2003). Project management: a systems approach to planning, scheduling, and controlling New York, NY: John Wiley & Sons .
  • Kessler, M. M. (1963). Bibliographic coupling between scientific papers. American Documentation, 14(1), 10-25.
  • Khalema, L. S., Van Waveren, C. C., & Chan, K.-Y. (2015). The relationship between project management office maturity and organisational project management maturity: an empirical study of the South African government infrastructure departments. South African Journal of Industrial Engineering, 26(3), 12-26.
  • Kwak, Y. H., & Xiao Yi Dai, C. (2000). Assessing the value of project management offices (PMO). In Proceedings of the 2000 PMI Research Conference Paris, France.
  • Langston, C., & Ghanbaripour, A. N. (2016). A management maturity model (MMM) for project-based organisational performance assessment. Construction Economics and Building, 16(4), 68-85.
  • Lotka, A. J. (1926). The frequency distribution of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, 16(12), 317-323.
  • Love, P. E. D., Irani, Z., & Edwards, D. J. (2004). A seamless supply chain management model for construction. Supply Chain Management: An International Journal, 9(1), 43-56.
  • Marôco, J. (2018). Análise estatística com o SPSS Statistics(7a ed.). Pero Pinheiro, Portugal: ReportNumber.
  • Mathur, G., Jugdev, K., & Fung, T. S. (2014). The relationship between project management process characteristics and performance outcomes. Management Research Review, 37(11), 990-1015.
  • Medeiros, B. C., Danjour, M. F., & Sousa, M. V., Neto. (2017). Gerenciamento de projetos: contribuições para a governança de TI no setor público brasileiro. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, 17(1), 54-78.
  • Melin, U., & Axelsson, K. (2009). Managing e-service development: comparing two e-government case studies. Transforming Government: People, Process and Policy, 3(3), 248-270.
  • Melin, U., & Wihlborg, E. (2018). Balanced and integrated e-government implementation - exploring the crossroad of public policy-making and information systems project management processes. Transforming Government: People, Process and Policy, 12(2), 191-208.
  • Mendes, M. (2009). Eficiência no gasto público no Brasil: incentivos na alocação de recursos públicos. In P. C. Medeiros, & E. Levy (Orgs.), Novos caminhos da gestão pública: olhares e dilemas (pp. 57-77). Rio de Janeiro, RJ: Qualitymark.
  • Meredith, J., & Mantel, S. (2000). Project management: a managerial approach New York, NY: John Wiley & Sons.
  • Mihǎescu, C., & Tapardel, A. (2013). A public administration based on project management. Administration and Public Management, 20, 97-107.
  • Moon, M. J. (2002). The evolution of e-government among municipalities: rhetoric or reality? Public Administration Review, 62(2), 424-433.
  • Morris, P. W. G. (2001). Updating the project management bodies of knowledge. Project Management Journal, 32(3), 21-30.
  • Nicholas, J. M., & Steyn, H. (2011). Project management for business, engineering, and technology: principles and practice (3a ed.). Boston, MA: Elsevier.
  • Nonaka, I. (1994). A dynamic theory of organizational knowledge creation. Organization Science, 5(1), 14-37.
  • Otte, E., & Rousseau, R. (2002). Social network analysis: a powerful strategy, also for the information sciences. Journal of Information Science, 28(6), 441-453.
  • Persson, O., Danell, J., & Schneider, J. W. (2009). How to use Bibexcel for various types of bibliometric analysis. In O. Persson, J. Danell, & J. W. Schneider. (Eds.), Celebrating scholarly communication studies: a Festschrift for Olle Persson at his 60th Birthday (pp. 9-24). Leuven, Belgium: International Society for Scientometrics and Informetrics.
  • Pilkaite, A., & Chmieliauskas, A. (2015). Changes in public sector management: establishment of project management offices - a comparative case study of Lithuania and Denmark. Public Policy and Administration, 14(2), 291-306.
  • Potts, K. (2009). Construction supply chain management: concept and case study Oxford, UK: Blackwell.
  • Project Management Institute. (2003). Organizational Project Management Maturity Model (OPM3). Newton Square, PA: Autor.
  • Project Management Institute. (2008). A guide to the project management body of knowledge (4th ed.). Newton Square, PA: Autor .
  • Project Management Institute. (2013). A guide to the project management body of knowledge (PMBOK Guide) (5th ed.). Newtown Square, PA: Autor.
  • Quevedo-Silva, F., Biagi Almeida Santos, E., Moll Brandão, M., & Vils, L. (2016). Estudo bibliométrico. Orientações sobre sua aplicação. Revista Brasileira de Marketing, 15(2), 246-262.
  • Rahimia, Y., Tavakkoli-Moghaddam, R., Shojaieb, S., & Cheraghi, I. (2017). Design of an innovative construction model for supply chain management by measuring agility and cost of quality: an empirical study. Scientia Iranica, 24(5), 2515-2526.
  • Rego, M., & Silva, T. (2011). Desafios na implantação do escritório de gerenciamento de projetos em um governo estadual. Revista Economia & Gestão, 11(27), 151-180.
  • Ren, Y. T., & Yeo, K. T. (2004). Risk management capability maturity model for complex product systems (CoPS) projects. In Proceedings of the 2nd IEEE International Engineering Management Conference, Singapore (pp. 807-811).
  • Rosacker, K. M., & Rosacker, R. E. (2010). Information technology project management within public sector organizations. Journal of Enterprise Information Management, 23(5), 587-594.
  • Rwelamila, P. M. D. (2007). Project management competence in public sector infrastructure organisations. Construction Management and Economics, 25(1), 55-66.
  • Saraiva, L., & Capelão, L. (2000). A nova administração pública e o foco no cidadão: burocracia ? marketing? Revista de Administração Pública, 34(2), 59-77.
  • Sarantis, D., & Askounis, D. (2009). Electronic criminal record in Greece: project management approach and lessons learned in public administration. Transylvanian Review of Administrative Sciences, 25, 132-146.
  • Sarantis, D., Charalabidis, Y., & Askounis, D. (2010). A goal-driven management approach based on knowledge exploitation for e-government projects. International Journal of Electronic Government Research, 6(3), 14-30.
  • Sarantis, D., Charalabidis, Y., & Askounis, D. (2011). A goal-driven management framework for electronic government transformation projects implementation. Government Information Quarterly, 28(1), 117-128.
  • Sarantis, D., Smithson, S., Charalabidis, Y., & Askounis, D. (2010). A critical assessment of project management methods with respect to electronic government implementation challenges. Systemic Practice and Action Research, 23(4), 301-321.
  • Seibert, J. M. (2004). The identification of strategic management counseling competencies essential for the small business and technology development centre: a modified Delphi Study (Ph.D. Dissertation). North Carolina State University, Raleigh, NC.
  • Serra, F. A. R., Cirani, C. B. S., & Moutinho, J. A. (2019). Dicas sobre estudos bibliométricos - dúvidas frequentes relacionadas ao comentário editorial Doing Bibliometric Reviews for the Iberoamerican Journal of Strategic Management Revista Iberoamericana de Estratégia, 18(3), 1-16.
  • Serra, F., Ferreira, M., Guerrazzi, L., & Scaciotta, V. (2018). Doing bibliometric reviews for the Iberoamerican Journal of Strategic Management Iberoamerican Journal of Strategic Management, 17(3), 1-16.
  • Shah, S. I. H., Khan, A. Z., Bokhari, R. H., & Raza, M. A. (2011). Exploring the impediments of successful ERP implementation: a case study in a public organization. International Journal of Business and Social Science, 2(22), 289-296.
  • Shivambu, X., & Thwala, W. D. (2019). Assessment of the delays in the delivery of public sector projects in South Africa. Advances in Intelligent Systems and Computing, 903, 902-908.
  • Skulmoski, G., Hartman, G., & Demaere, R. (2000). Superior and threshold project competences. Project Management, 6(1), 10-15.
  • Small, H. (1973). Cocitation in the scientific literature: a new measure of the relationship between two documents. Journal of the American Society for Information Science, 24(4), 265-269.
  • Smiraglia, R. P. (2011). ISKO 11’s diverse bookshelf: an editorial. Knowledge Organization, 38(3), 179-186.
  • Souza, M. B. B., Teixeira, J. G. A., Filho, & Moura, H. P. (2014). Strategic planning in IS/IT: best practices for project management in government organization in Brazil. IEEE Latin America Transactions, 12(8), 1608-1614.
  • Standish Group(2004) Third quarter research report. Recuperado de http://www.standishgroup.com
    » http://www.standishgroup.com
  • Swan, J., Scarborough, H., & Newell, S. (2010). Why don’t (or do) organizations learn from projects? Management Learning, 41(3), 325-344.
  • Thamhain, H. J. (1991). Developing project management skills. Project Management Journal, 22(3), 39-44.
  • Thomas, J., & Mullaly, M. E. (2008). Researching the value of project management Newtown Square, PA: Project Management Institute.
  • Tileubayeva, M., Dabyltayeva, N., Makasheva, K., Medukhanova, L., & Bekmukhametova, A. (2017). Project management in the public administration: evidence from Kazakhstan. International Journal of Economic Perspectives, 11(4), 146-151.
  • Toney, F. (2001). The superior project manager: global competency standard and best practices New York, NY: Marcel Dekker.
  • Torres, L., & Pina, V. (2004). Reshaping public administration: the Spanish experience compared to The UK. Public Administration, 82(2), 445-464.
  • Turner, J. R. (2008). The handbook of project-based management: improving the processes for achieving strategic objectives (2nd ed.). New York, NY: McGraw-Hill .
  • Udo, N., & Koppensteiner, S. (2004, abril). What are the core competencies of a successful project manager? In 2004 PMI Global Congress Prague, Czech Republic.
  • Virtanen, T. (2000). Changing competencies of public sector managers: tensions in commitment. International Journal of Public Sector Management, 13(4), 333-341.
  • Vogel, R., & Güttel, W. H. (2013). The dynamic capability view in strategic management: a bibliometric review. International Journal of Management Reviews, 15(4), 426-446.
  • Vrijhoef, R., & Koskela, L. (2000). The four roles of supply chain management in construction. European Journal of Purchasing and Supply Management, 6(3), 169-178.
  • Ward, M. A., & Mitchell, S. (2004). A comparison of the strategic priorities of public and private sector information resource management executives. Government Information Quarterly, 21(3), 284-304.
  • Wasserman, S., & Faust, K. (1994). Social network analysis: methods and applications New York, NY: Cambridge University Press.
  • Williams, T., Vo, H., Bourne, M., Bourne, P., Cooke-Davies, T., Kirkham, R. ... Valette, J. (2019). A cross-national comparison of public project benefits management practices - the effectiveness of benefits management frameworks in application. Production Planning & Control, 31(8), 644-659.
  • Winter, M., Smith, C., Cooke-Davies, T., & Cicmil, S. (2006). The importance of ‘process’ in rethinking project management: the story of a UK government-funded research network. International Journal of Project Management, 24(8), 650-662.
  • Winter, M., Smith, C., Morris, P., & Cicmil, S. (2006). Directions for future research in project management: the main findings of a UK government-funded research network. International Journal Project Management, 24, 638-649.
  • Wirick, D. W. (2009). Public-sector project management: meeting the challenges and achieving results Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.
  • Yahya M. A., Al-Munawar, N., & Tuan, Y. C. (2015). Critical success factor on e-government it projects in Brunei Darussalam. International Journal of Applied Business and Economic Research, 13(8), 6529-6652.
  • Yasin, M. M., Gomes, C. F., & Miller, P. E. (2009). Characteristics of Portuguese public-sector project managers: toward closing the effectiveness gap. Project Management Journal, 40(3), 47-55.
  • Young, R., Young, M., Jordan, E., & O’Connor, P. (2012). Is strategy being implemented through projects? Contrary evidence from a leader in new public management. International Journal of Project Management, 30(8), 887-900.
  • Zimmerer, T. W., & Yasin, M. M. (1998). A leadership profile of American managers. Project Management Journal, 29(1), 31-38.
  • Zupic, I., & Čater, T. (2015). Bibliometric methods in management and organization. Organizational Research Methods, 18(3), 429-472.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    Sep-Oct 2020

Histórico

  • Recebido
    15 Set 2019
  • Aceito
    29 Abr 2020
Fundação Getulio Vargas Fundaçãoo Getulio Vargas, Rua Jornalista Orlando Dantas, 30, CEP: 22231-010 / Rio de Janeiro-RJ Brasil, Tel.: +55 (21) 3083-2731 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rap@fgv.br