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Índice de status sócio-econômico da família da mulher grávida que freqüenta o Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

An index of socio-economic status for families of pregnants attended by the Health Center "Geraldo de Paula Souza", of the School of Public Health, University of São Paulo

Resumos

A partir de uma modificação do esquema teórico de Max Weber, aplicado ao estudo do fenômeno da estratificação social, procurou-se a base conceptual para a elaboração de um índice de status sócio-econômico familiar. Selecionados os indicadores ocupação, renda e educação, consagrados pela literatura sociológica, os pesos respectivos foram obtidos através de um critério estatístico (correlação de cada variável com o "score" total). Cada status familiar, representado por um "score" total, encontra-se referido a um estrato no sistema de estratificação considerado.

Estratificação social; Status sócio-econômico; Saúde materna


Following a modified scheme of Max Weber's theoretical framework applied to the study of Social Stratification, was sought the conceptual basis for making an Index of Family Social Economic Status. After selecting the usual socio-economic variable - occupation, income and education - as indicators of family status, the respective weights were obtained by a statistical criterion (zero order correlation between each variable and the total score). According to its total score, each family is located in a certain social group, which represents a stratum in the rank system.

Social stratification; Socio-economic status index; Maternal health


ARTIGO ORIGINAL

Índice de status sócio-econômico da família da mulher grávida que freqüenta o Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

An index of socio-economic status for families of pregnants attended by the Health Center "Geraldo de Paula Souza", of the School of Public Health, University of São Paulo

Augusta Thereza de AlvarengaI; Cyro Ciari Jr.I; Jair L. F. SantosII

IDa Disciplina de Higiene Materna do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP. – Av. Dr. Arnaldo, 715 – São Paulo, SP – Brasil

IIDo Centro de Estudos de Dinâmica Populacional da Faculdade de Saúde Pública da USP. – Av. Dr. Arnaldo, 715 – São Paulo, SP – Brasil

RESUMO

A partir de uma modificação do esquema teórico de Max Weber, aplicado ao estudo do fenômeno da estratificação social, procurou-se a base conceptual para a elaboração de um índice de status sócio-econômico familiar. Selecionados os indicadores ocupação, renda e educação, consagrados pela literatura sociológica, os pesos respectivos foram obtidos através de um critério estatístico (correlação de cada variável com o "score" total). Cada status familiar, representado por um "score" total, encontra-se referido a um estrato no sistema de estratificação considerado.

Unitermos: Estratificação social*; Status sócio-econômico (índice)*; Saúde materna*.

SUMMARY

Following a modified scheme of Max Weber's theoretical framework applied to the study of Social Stratification, was sought the conceptual basis for making an Index of Family Social Economic Status. After selecting the usual socio-economic variable – occupation, income and education – as indicators of family status, the respective weights were obtained by a statistical criterion (zero order correlation between each variable and the total score). According to its total score, each family is located in a certain social group, which represents a stratum in the rank system.

Uniterms: Social stratification*; Socio-economic status index*; Maternal health*.

1 – INTRODUÇÃO

Este estudo é parte de um trabalho mais amplo que vem sendo desenvolvido pela Disciplina de Higiene Materna da Faculdade de Saúde Pública da Univerdade de São Paulo, referente ao risco gravídico.

Para esta Disciplina, interessada em apreender aqueles fatores que, intervindo na gestação, possam alterar o processo gravídico normal, o aspecto da diferenciação social apresentou-se como de alta relevância para a referida investigação.

A literatura sociológica encontra-se repleta de estudos que, de uma forma ou outra, estratificam e rotulam uma população, relacionando esses grupos estratificados com alguns fenômenos específicos de interesse imediato para o setor saúde, particularmente a saúde materna, como natalidade, morbidade, e outros.

No entanto, esses trabalhos encerram questões de ordem teórica e prática. O especialista desta área de investitgação sociológica defronta-se, de um lado, com diversas teorias 3, 11, 10, 19, 20, 21, 23, difíceis de serem explicitadas e, de outro, com diferentes técnicas de mensuração 6, 9, 12, 22. Assim, os vários conceitos de estratificação, que respondem às diferentes perspectivas assumidas pelos estudiosos do problema, ao lado dos índices que possam ser empregados para representá-los, são aspectos decorrentes das muitas divergências no campo da estratificação social. Ao que parece, estudos de fundamentação lógica e empírica dos índices de estratificação social têm procurado esclarecer essas divergências9.

Para JACKSON & CURTIS 12, as tarefas centrais da mensuração em pesquisas de estratificação social relacionam-se: (1.°) ao estabelecimento de sistemas de classificação (ordens de superioridade e inferioridade pelas quais indivíduos e grupos são classificados) e à construção de indices (combinando classificações em índices de status geral); (2.°) à mensuração de aspectos de flexibilidade nos sistemas de status individuais como a mobilidade social e a inconsistência de status.

Considerando-se o objetivo desta pesquisa, que visa a obtenção de um instrumental capaz de apreender a posição social e econômica da família da mulher grávida que freqüenta o Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (CSGPS), a preocupação central dos autores será, na linguagem de JACKSON & CURTIS 12, a construção de um índice de status sócio-econômico através da combinação de diferentes sistemas de classificação adotados.

Segundo SVALASTOGA22, as tentativas para a mensuração de status tem girado em torno de um ou mais dos quatro critérios básicos de estratificação, ou seja: status social, status econômico, status educacional (informacional) e status político1 1 As classificações ocupacionais são consideradas como equivalentes ao status social. . Esclarece o autor que os três últimos critérios são freqüentemente considerados mais específicos que o primeiro, o que leva à introdução, em medidas de status geral de itens particularmente relacionados aos status econômico e educacional.

Este fato, que se encontra intimamente relacionado ao problema das várias e diferentes dimensões apresentadas pelos sistemas de estratificação, alcançando grande complexidade nas sociedades modernas, é de fundamental importância sociológica para esta área de estudo; envolve grandes problemas metodológicos, principalmente ao especialista preocupado com os aspectos de mensuração.

GORDON6 considera a necessidade de se isolar as variáveis tratando-as separadamente, e estudando-as empiricamente. Esse autor vê a necessidade de que medidas de estratificação baseiem-se cuidadosamente naquelas dimensões particulares de estratificação pertinentes ao problema em questão. Não acha justificável, em quaisquer bases teóricas, nem nas bases da evidência da pesquisa disponível, a consideração conjunta de vários componentes de estratificação, porque estes não variam perfeitamente uns com os outros.

Ao lado dessa posição metodológica apresenta-se outra, na qual investigações empíricas adotam a combinação de vários critérios (índices) para o estabelecimento de sistemas de estratificação. STAVENHAGEN21 cita como critérios mais utilizados o tipo, o montante e a origem dos rendimentos, a riqueza, a educação, o prestígio da ocupação, a área residencial, a raça ou etnia e outros denominados secundários. Para esse autor, aparece como evidente que uma estratificação social, baseada apenas num desses critérios (o rendimento ou a ocupação por exemplo), não corresponderia à realidade social. Assevera que, por esta razão, é cada vez mais comum a elaboração de índices múltiplos mediante cálculos estatísticos que leva a se falar, atualmetne, em sistemas multiestratificados.

Partindo-se, então, do reconhecimento de que a utilização de uma medida de status, que abarque um maior número de variáveis a ele associadas, apresente-se com melhores possibilidades para apreensão do fenômeno de estratificação, o problema passa a ser discutido a nível da validade de uma medida dessa natureza.

A validade, que se apresenta como aspecto fundamental na mensuração, relaciona-se diretamente com o problema da conceituação. Considerando-se que o sucesso de uma investigação depende da exatidão e refinamento do aparato conceptual empregado3, JACKSON & CURTIS12 assumem, como posição geral, o fato de que o esforço para se conseguir uma medida precisa não iria além do esforço para especificar os conceitos mensurados. Também para GORDON 6 a definição do conceito é de importância fundamental pois determina o procedimento específico de todos os pontos subsequentes de uma pesquisa; representa a base na qual a lógica do instrumento a ser elaborado deve se apoiar.

2. PROCEDIMENTO E METODOLOGIA

2.1 Conceituação

Visto que a validade, questão fundamental na mensuração, requer, basicamente, a explicitação do conceito que orientará o procedimento metodológico importa, no momento, esboçar a concepção de estratificação norteadora do presente estudo.

Diante da imprecisão e diversidade dos termos utilizados nesta área da literatura especializada, conforme o assinalado anteriormente, e, em se tratando a estratificação de um fenômeno multidimensional, torna-se necessário especificar os aspectos de interesse nesta investigação.

Deste modo, a busca de um conceito que não fosse alheio aos problemas dos sistemas de estratificação, principalmente quando considerados em relação ao setor saúde, e que se apresentasse como passível de representação operacional, levou os autores à necessidade de selecionar alguns aspectos da realidade que, caindo sob o campo de observação direta de investigadores, pudessem vir a contribuir para a identificação do risco gravídico. Tratava-se, em suma, de uma opção pelo esquema teórico mais adequado à natureza e objetivo da pesquisa 3, 4, 19.

É bastante conhecida a distinção realizada por WEBER24 entre as três dimensões da sociedade: a ordem econômica, representada pela classe; a ordem social, pelo status ou estado (stand) e a ordem política, pelo partido. Cada uma dessas dimensões apresenta uma estratificação própria: a econômica representada pelos rendimentos e pelos bens e serviços de que o indivíduo dispõe; a social, pelo prestígio e a honra que desfruta; e a política pelo poder que ostenta.

Essa análise Weberiana que considera a estratificação como resultante não somente de uma dimensão econômica, mas também de uma hierarquia de status, fenômeno social no sentido estrito do termo, apresenta-se, em princípio, como um esquema teórico adequado para os fins a que se propõe este trabalho2 2 No presente estudo a dimensão política não será considerada. .

Para WEBER 24, uma "classe" (dimensão econômica) apresenta-se como certo número de pessoas que tem em comum uma ou mais causas de oportunidade de vida, que considera como a probabilidade característica de aquisição de certos bens, condições exteriores de vida e experiências pessoais (satisfações ou frustrações)3 3 Discorrendo a respeito do significado de oportunidade de vida GERTH & MILLS 5 incluem: "tudo, desde a oportunidade de permanecer vivo durante o primeiro ano após o nascimento, até a oportunidade de apreciar as Belas Artes, a oportunidade de permanecer saudável, adquirir boa estatura e, se doente, recuperar rapidamente a saúde; a oportunidade de evitar transformar-se num delinqüente Juvenil, e, o que é decisivo, a oportunidade de completar o curso secundário ou superior". . Weber fala nessas causas referindo-se a "situação de classe"4 4 Segundo WEBER 24 o termo classe refere-se a qualquer grupo de pessoas que se encontra na mesma "situação de classe". . Discorrendo sobre o assunto LOPES 14 coloca a "situação de classe" como sendo, para esse autor, em última análise, a posição da pessoa no mercado: ter ou não ter bens e o tipo de bens ou de serviços que se oferecem no mercado, são as categorias básicas na determinação dessa "situação de classe".

No entanto, tais oportunidades de vida não tem apenas uma causa. Ao lado da "situação de classe" do indivíduo, a posição na hierarquia de status (dimensão social) apresenta-se também como outro componente causal das oportunidades de vida dos membros da sociedade 14, 24.

Assim, indivíduos que ocupam uma posição similar nessa hierarquia constituem um grupo de status (possuindo caráter de comunidade); são estratificados de acordo com os princípios de seu consumo de bens tal como é representado por "estilos de vida" especiais5 5 WEBER 24 utiliza a expressão "estilo de vida" para referir-se às características distintivas dos grupos de status nos quais a participação se baseia em graus comparáveis de honra. .

Falando sobre "estilo de vida" JOHNSON13 coloca que o termo deve ser compreendido num sentido lato. Entende que o mesmo envolve aspectos culturais mas também aqueles devidos a posição econômica ocupada pelos indivíduos 6 6 Esse mesmo autor 13 apresenta uma lista de "estilo de vida" (p. 547). . Também para WEBER 24, embora distintas, as ordens econômica e social se interpenetram. Na linguagem desse autor "a ordem social é, obviamente, condicionada em alto grau pela ordem econômica e por sua vez reage a ela"7 7 A respeito dessa íntima correspondência entre "posição de classe" e "hierarquia de status" ver considerações de MAYER 51 (p. 39). .

Portanto, na medida em que status e classe, no sentido Weberiano, operam conjuntamente para explicar um sistema de estratificação, este trabalho pretende referir-se à alguns aspectos da realidade capazes de representar essas dimensões social e econômica. Neste propósito a idéia subjacente é a de que uma seleção daqueles aspectos supõe apreender essa realidade 3, 4. Daí a razão pela qual se optou, nesta pesquisa, como em muitas outras22, por um índice de status sócio-econômico 8 8 Entende-se por índice uma combinação de indicadores simples. .

No presente estudo o termo status, diferentemente de Weber, estará referido, indistintamente, tanto à dimensão social quanto à econômica9 9 Deve-se observar a diferença do esquema teórico adotado neste trabalho daquele utilipor Weber e que serviu de orientação. .

A estratificação social apresenta-se, aqui, como sendo a disposição de diferentes estratos numa hierarquia de posições desiguais com relação a ocupação, renda e educação combinadas estatisticamente.

Por estrato 10 10 Neste trabalho, estrato é considerado diferentemente de "classe social". Ver a esse propósito STAVENHAGEN 21 , IANNI 11 e FERNANDES 3. tomou-se um certo número de famílias que, através de uma combinação estatística de posições econômica e social, ocupam um status sócio-econômico similiar.

Entende-se por status sócio-econômico familiar similar a possibilidade característica de um tipo específico de oportunidade e estilo de vida com relação a Saúde Materna.

A Saúde Materna encontra-se relacionada com o conceito de saúde em geral, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, onde "saúde é a sensação de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de moléstias". Não sendo a gestação um estado de normalidade fisiológica, como também um estado patológico, a gravidez deve ser encarada como um estado especial onde os comportamentos físicos, psíquico e social da mulher estão submetidos a condições especiais, consideradas como próprias do estado gravídico. Gravidez apresenta-se, então, como um estado especial em que a mulher reage orgânica, psíquica e socialmente de forma diferente. Portanto, Saúde Materna pode ser conceituada, de conformidade com a definição da OMS, como o bem estar físico, mental e social da gestante dentro das condições especiais determinadas pela gravidez 2.

Intimamente relacionado a Saúde Materna encontra-se o problema do "risco gravídico". Entende-se por risco 2 a oportunidade a agravos dos tipos físico, psíquico e social a que estão expostos gestantes e fetos11 11 Embora o conceito de "risco gravídico" não indique necessariamente risco de óbito esse, geralmente, está presente alterando o processo gravídico normal. .

É assim que, por oportunidade de vida com relação a Saúde Materna, entende-se a possibilidade diferencial que a mulher dispõe de utilizar os serviços disponíveis de atenção a Saúde Materna, de acordo com a posição que sua família ocupa no sistema de estratificação considerado.

Essa possibilidade de utilização é considerada sob os aspectos qualitativo e quantitativo. O primeiro diz respeito aos serviços especializados para gestantes (clínica obstétrica e serviços de apoio: clínica geral, cardiologia, laboratório clínico, Raio X e outros); o segundo refere-se não somente à possibilidade de utilização de serviços de acordo com as necessidades da gestante, num determinado momento (ou momentos), como também a um período mais extenso da vida da mulher.

Por estilo de vida, com relação a Saúde Materna, entende-se a forma pela qual a mulher utiliza os serviços de proteção à Saúde Materna em diferentes fases de sua vida e mais especificamente na gravidez.

2.2 Seleção de Critérios

Na medida em que se considera a Saúde Materna como uma oportunidade de vida que pode ser adquirida no mercado12 12 Além da possibilidade de utilização dos diversos serviços de atenção a Saúde Materna subentende-se também as possibilidades de aquisição de outros bens que contribuem para a manutenção da saúde como um todo. , as diferenças de renda apresentam-se como evidentemente decisivas. Partindo-se do pressuposto que a fonte básica de renda para a população estudada são as ocupações 23, e como ocupação e educação (que respondem mais particularmente, por estilos de vida) estão estreitamente relacionados 13 13 Ver a propósito da relação entre ocupação e educação citações de TUMIN 23 e MAYER 15 , para o caso americano, e trabalhos de HUTCHINSON 10 e GOUVEIA 7 para o caso brasileiro. Assinalam estes dois últimos autores a relação entre ocupação e educação, principalmente as altas ocupações. , acreditam os autores que um índice de status sócio-econômico, combinando ocupação do marido ou responsável pela família, renda e escolaridades do marido e mulher 14 14 As várias tentativas para construção dessss índices podem ser encontradas em SVALASTOGA 22 . , venha a constituir-se numa medida válida para a apreensão da possível relação entre status sócio-econômico e risco gravídico 15 15 A literatura americana encontra-se repleta desses estudos que procuram as relações entre medidas sócio-econômicas e saúde. Destaca-se entre elas o trabalho de HOLLINGHEAD e REDLICH, citado por MAYER 15 , SVALASTOGA 22 e TUMIN 23 .

2.3 Amostra

2.3.1 Unidade de Estudo

De acordo com o objetivo deste trabalho, já mencionado anteriormente, a unidade de estudo é constituída por aquela família em que pelo menos uma das mulheres freqüenta o serviço de Pré-Natal do CSGPS.

Entende-se por família a mulher, seu marido (independente do tipo de ligação), filhos e pessoas que efetivamente vivem no mesmo lar (exceto empregados). No presente estudo foram excluídas as mães solteiras (sem nenhum tipo de união permanente no momento considerado) uma vez que uma questão fundamental referia-se à atribuição de peso aos indicadores selecionados e um deles tratava-se da escolaridade do marido.

2.3.2 Tipo de Amostragem

Para este trabalho, cada uma das cem entrevistas realizadas no Serviço de Pré-Natal do CSGPS, foi considerada como um experimento relacionado a uma população hipotética e infinita, constituída por todos os possíveis experimentos idênticos, aplicados às famílias que vieram ou venham a se enquadrar na unidade de estudo. Assim considerando, de acordo com POCH 18 o tipo de amostragem foi casual.

2.3.3 Procedimento amostral

(1) Unidade amostral: refere-se a toda mulher grávida (de acordo com os critérios fixados na unidade de estudo) que frequenta o CSGPS.

(2) Formulário e Entrevista: a entrevista foi realizada no próprio Serviço de Higiene Materna do CSGPS, no período de 20.02.73 a 09.03.73. Utilizou-se para tanto um formulário que compreendia questões referentes aos quatro indicadores selecionados (ocupação, renda, educação do marido e educação da mulher) 16 16 As questões referentes aos indicadores foram aquelas já utilizadas em pesquisas da mesma natureza e portanto já testadas. Ver os trabalhos de GOUVEIA 7, 8 , BIANCHI & PASTORE 1 e PASTORE 17 . . A informação sobre ocupação, que se referia a do marido ou pessoa responsável pela família, foi obtida através de três perguntas para sua melhor apreensão. Com relação à renda ocorreu o mesmo: quatro perguntas foram feitas visando a obtenção da renda familiar mensal assim como da renda individual familiar (mensal) 17 17 Para a obtenção da renda individual acrescentou-se uma outra pergunta referente ao número de membros da família. à época da entrevista. As escolaridades do marido e da mulher grávida foram obtidas através de pergunta direta. (Ver Anexo Anexo ).

2.3.4 Operacionalização das variáveis

A seguir, as variáveis selecionadas para o estudo foram definidas, operacionalmente, da seguinte maneira.

A ocupação do marido, ou responsável pela família, obedece à classificação da escala de prestígio ocupacional de GOUVEIA 7, 8. Esta escala se traduz numa versão modificada da hierarquia de prestígio ocupacional utilizada por HUTCHINSOn10. Difere da escala empregada por este autor principalmente porque separa "Supervisão de Trabalho Manual" de "Ocupações Não-Manuais de Rotina", do que resultam sete em vez de seis categorias.

As rendas (familiar e individual mensal) foram medidas em termos de salário mínimo, sendo as categorias estabelecidas posteriormente segundo sua distribuição.

As escolaridades do marido e da mulher foram medidas operacionalmente em termos do número de anos que a informante disse terem ambos completado ou não em escola de qualquer nível.

2.4 Combinação dos indicadores

Além dos critérios que se toma em consideração nos estudos de estratificação, um dos problemas básicos em mensuração é saber qual o peso relativo de cada um deles nos diversos esquemas das investigações.

Supondo que esses indicadores possuam pesos diferentes nos vários universos sociais, normalmente delimitados em pesquisas dessa natureza, procurou-se, através de uma técnica estatística simples, verificar o papel desempenhado por cada indicador utilizado na construção do presente instrumento de medida. Portanto, o índice de status sócio-econômico da família da mulher grávida que freqüenta o CSGPS será fornecido pela distribuição observada de um "score" total obtido segundo um critério estatístico adequado.

Sendo Pkj a nota obtida pela família j, na variável k, a nota total (ou a soma total de pontos) dessa família será:

Para a obtenção de um "score" total que levasse em conta o peso exercido por cada variável k, a simples média Pj não pareceu suficiente. Como tal peso pode, em princípio, ser determinado pela correlação de Pearson, optou-se por essa técnica estatística. Obteve-se, assim, através da correlação entre as notas de cada variável Pk,j e as notas Pj o que se designou por rk .

Desse modo, o peso com que cada variável participa na determinação do "score" total da família é uma medida do quanto essa variável se correlaciona com a nota resultante da consideração conjunta de todas as variáveis.

Vale notar que esse procedimento permite, de certa forma, testar a validade da escolha de cada variável: pressupondo-se que as demais variáveis foram adequadamente escolhidas, um valor de rk muito baixo indicaria uma inadequação na escolha da variável k.

A partir de então, o "score" da família j será obtido pela expressão:

Quanto aos possíveis valores de Sj, estes estarão compreendidos entre um valor mínimo, Smin e um valor máximo, S max , calculados como: Smin = , uma vez que a nota mínima para cada variável é 1; S max= . Pkmax , onde Pkmax é a nota máxima atribuída no sistema de classificação de cada indicador.

É importante considerar aqui que num grande número de investigações sobre estratificação se reconhece, não somente uma escala de status individuais ou familiares, mas também a existência objetiva, hierarquizada, de uma série de categorias sociais mais ou menos homogêneas21 denominada estrato ou camada18 18 Segundo STAVENHAGEN 21 , a causa de grandes confusões nesse campo de estudo reside na utilização, por alguns autores, do termo "classe" para designar essas categorias. .

Trata-se de categorias estatísticas, descritíveis e estáticas, onde uma série de pessoas ou famílias possue em comum um certo número de características mensuráveis, ou seja, um status comum21.

Com relação ao número adequado de estratos que deve participar de um sistema de estratificação não existe consenso geral; a escolha, entre os investigadores, tem sido arbitrária23.

No presente trabalho optou-se por cinco estratos. Para sua obtenção dividiu-se a distribuição de freqüência do "score" total segundo intervalos correspondentes a 20% da freqüência total. Esse procedimento permitiu a obtenção de intervalos desiguais no valor do "score" mantendo-se porém freqüências iguais em cada intervalo. Buscou-se, através desse processo, uma maior discriminação de categorias homogêneas na população amostral.

Assim, o índice de status sócio-econômico da família da mulher grávida que freqüenta o CSGPS será obtido através da determinação do "score" total (tal como o procedimento aquí mencionado) o qual estará referido a um dos estratos constituintes do sistema de estratificação19 19 Segundo JACKSON & CURTIS 12 o status (ou familiar neste caso) é sempre tomado como sendo relativo a um sistema de status; é necessário estabelecer que sistema é envolvido e de que maneira um status individual é relacionado a este sistema. Uma vez feito isso o significado de um status está especificado, o que permite discutir comparações entre sistemas e indivíduos de vários sistemas. .

3. RESULTADOS

3.1 Dados obtidos a partir da amostra

A partir da aplicação do formulário, já mencionado, na população amostral de mulheres grávidas do CSGPS, para a elaboração do índice de Status Sócio-econômico, obteve-se os resultados que se seguem.

Com relação a variável ocupação do marido (ou responsável pela família), a população amostral distribuiu-se segundo a escala utilizada por GOUVEIA7, 8, ao longo das categorias de um a seis, excetuando a sétima que representa os altos cargos políticos e administrativos assim como proprietários de grandes empresas e assemelhadas (Tabela 1).

Quanto a renda, obteve-se dados relativos às rendas familiar mensal e também por pessoa da família. As Tabelas 2 e 3 demonstram, respectivamente, seus resultados.

Como se pode observar (Tabela 2) os maiores percentuais de concentração de renda familiar (10% a 21%) se distribuem, na população amostral, ao longo dos categorias 2 e 8 (exceção feita a categoria 7 com 7%) que representam, respectivamente, de um a 7 salários mínimos. Observa-se que na categoria 1 (menos de um salário mínimo) não se enquadrou nenhuma família dessa população amostral. A moda encontra-se na categoria 3 (dois salários mínimos), com 21%.

Quanto a renda mensal por pessoa da família (Tabela 3) os maiores percentuais de distribuição (12% a 36%) situam-se diferentemente, nas categorias 1, 2, 3 e 4 que correspondem, respectivamente, a menos de um, um, dois e três salários mínimos. A categoria 2 (um salário mínimo), representada por 36% das famílias, corresponde à moda. Grande percentual (29%) foi obtido pela categoria um (menos de um salário mínimo).

Com relação aos dados de escolaridade do marido e da mulher representados, respectivamente, pelas Tabelas 4 e 5, a moda situa-se, em ambos os casos, na categoria 4 (primário completo) representadas, na primeira por 26% e na segunda por 30%. Nas categorias 3 e 4 concentram-se, nas duas distribuições, 48% da população amostral.

3.2 Dados obtidos a partir da elaboração do índice

3.2.1 Correlações.

Nas correlações das variáveis com o "score" total obteve-se dois conjuntos de resultados. O primeiro refere-se àquelas correlações onde o "score" total compreende a renda familiar mensal; o segundo a renda mensal por pessoa da família (Tabela 6).

3.2.2 Estratos

Aplicando-se os percentuais na distribuição de freqüências do "score" total (Tabela 7), conforme o especificado na metodologia, obteve-se os cinco estratos que se encontram na Tabela 8.

4. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

Os resultados da Tabela 6 demonstram, para os dois conjuntos de dados obtidos (com renda familiar e individual), a existência de altas correlações entre cada variável e o "score" total, o que indicaria, em princípio, uma adequada seleção dos indicadores.

As diferenças entre os dois grupos de correlações foram pequenas, demonstrando idênticas possibilidades de participação na construção do índice proposto.

Este fato poderia estar relacionado à peculiaridade apresentada pela população que freqüenta o CSGPS. Por se tratar de um serviço cujo atendimento se apresenta como de alto nível e por localizar-se numa área desenvolvida, social e economicamente, verifica-se o afluxo de uma população com características próprias, diferentemente dos demais serviços dessa natureza, o que pode ser verificado pelos dados amostrais constantes das Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5.

Em linhas gerais, este fato pode ser constatado com relação às categorias sócio-ocupacionais (Tabela 1) pelo seguinte: (1.°) a presença da moda na categoria 2 (ocupações manuais especializadas e assemelhadas) com 33%; (2.°) os percentuais 15%, 18% e 15% respectivamente para as categorias 3 (supervisão de trabalho manual e ocupações assemelhadas), 4 (ocupações não manuais de rotina e assemelhadas) e 5 (posições mais baixas de supervisão ou inspeção de ocupações não manuais. Proprietários de pequenas empresas, comerciais, industriais e agropecuária) maiores portanto que os 12% constantes da categoria 1 (ocupações manuais não especializadas). A presença de 7% de profissões liberais, cargos de gerência ou direção e proprietários de empresas de tamanho médio (categoria 6) deve ser observada.

Também, o estreito relacionamento entre ocupação e educação 20 20 Deve-se observar aqui considerações de GOUVEIA 7 quando esclarece que no Brasil a relação entre instrução e status ocupacional não é tão estreita quanto a que se verifica em países de economia mais desenvolvida. considerado teoricamente na seleção das variáveis, pode ser apreendido quando da análise da Tabela 4. Sem contar com a presença de nenhum analfabeto, a moda localizou-se com 26% na categoria 4 (primário completo). Este fato era de se esperar principalmente quando se reporta a Tabela 1 e se considera a necessidade de uma certa escolaridade para ocupações manuais especializadas e assemelhadas (categoria 2) numa área como a capital de São Paulo; os 22% constantes da categoria 3 (primário incompleto) vão de encontro a esse ponto de vista. Vale destacar que 20% da população amostral possue curso ginasial completo ou não (categorias 5 e 6), 15% curso colegial completo e incompleto (categorias 7 e 8) e, finalmente, 13% participaram de curso superior (categorias 9 e 10).

Comparando escolaridades do marido e mulher (Tabelas 4 e 5), foi interessante observar que em ambas as distribuições, 48% da população amostral localiza-se nas categorias 3 e 4 (primário incompleto e completo, respectivamente) o que parece sugerir uma relação estreita entre ambas; embora se assinale a presença de 5% de analfabetas, a escolaridade da mulher se comporta de forma mais ou menos semelhante; agrupando-se as categorias 5 e 6, 7 e 8, 9 e 10 observa-se respectivamente, 26%, 12% e 5% comparadas com os 20%, 15% e 13% da Tabela 4. Embora a tendência nas duas últimas categorias da Tabela 5 seja diminuir a presença destes percentuais, é um aspecto importante.

Na medida em que se considera que nas sociedades modernas a principal fonte de renda é a ocupação 23, os resultados constantes das Tabelas 2 e 3 parecem corroborar o fato. Para a renda familiar (Tabela 2) verificou-se a ausência de famílias vivendo com menos de um salário mínimo e a moda localizando-se, com 21%, na categoria 3 (dois salários mínimos). Mesmo quando considerada a renda mensal por pessoa da família pode-se observar a moda situada, com 36%, na categoria 2 (um salário mínimo).

Analisando, portanto, de uma maneira mais ampla poder-se-ia sugerir que a proximidade entre os dois conjuntos de correlações demonstra um estreito relacionamento entre as variáveis, graças não somente à presença de um tipo homogêneo de família, em torno de três pessoas, mas também ao desenvolvimento econômico e social da área como um todo.

Assim, para a escolha do conjunto de correlações que deveria compor o índice de status sócio-econômico familiar utilizou-se como critério o menor desvio padrão verificado para as rendas familiar e individual. Optou-se pelo segundo grupo que apresentou um desvio padrão menor (1.49356) quando comparado com 2.67604 do primeiro o que vem garantir maior homogeneidade para a variável renda mensal por pessoa da família.

A distribuição de freqüências do "score" total (Tabela 7) que se apresentou de maneira assimétrica, com grande concentração nos "scores" de 9 a 11 (37%), resultou na presença de diferentes amplitudes para os estratos referentes ao sistema de estratificação considerado (Tabela 8).

Os estratos baixo, médio e médio alto possuem amplitudes mais ou menos aproximadas sendo 3,60 a 9,30, 10,79 a 14,32 e 14,33 a 18,74, respectivamente. Já o estrato médio baixo apresenta uma amplitude bem menor, 9,31 a 10,78, em virtude da maior concentração de famílias em torno desses valores, conforme o assinalado anteriormente. A grande amplitude apresentada pelo estrato alto (18,75 a 30,75) é bastante compreensível; além das altas camadas serem ocupadas naturalmente por um pequeno número de pessoas acrescenta-se, provavelmente, o fato da utilização de outros serviços de atenção médica, principalmente do tipo particular, pelas mulheres grávidas da área em questão. No entanto, o aspecto importante a ser considerado é a presença no CSGPS, embora em pequeno número, de gestantes pertencentes a essa camada social alta.

A partir, portanto, do tipo de distribuição verificada, para cada variável isolada e também quando consideradas em seu conjunto, pode-se esperar que o objetivo a que se propôs esse instrumento de medida seja adequado; a constatação da presença de famílias em praticamente todas as categorias dos diferentes sistemas de classificações aquí combinados, permite acreditar nas possibilidades de estudos que venham medir a influência do fenômeno da diferenciação social no risco gravídico.

É interessante observar que o procedimento utilizado para a elaboração deste índice de status sócio-econômico permitiu apreender relações existentes entre teoria e prática. As inter-relações assinaladas entre as dimensões econômica e social 14, 24 foram, de certa forma, percebidas pelos resultados obtidos.

Na medida em que se busca, em trabalhos empíricos, uma melhor compreensão da realidade social, este fato pareceu indicar que a adoção de uma ou outra medida dentre os diferentes tipos existentes, poderia ser facilitada a partir da constatação de como se comportam as diversas populações que se apresentam para estudos dessa natureza. Acredita-se, portanto, que para uma população do tipo encontrado no CSGPS, a utilização de um indicador simples, do tipo ocupação, estaria adequado.

Chega-se a conclusão de que instrumentos de medida que levem em conta as várias dimensões da sociedade, permitem contribuições de ordem teórica e prática, não ignorando assim o esforço empreendido pela sociologia de compreender a questão do método e seleção de técnicas de investigação para o conhecimento da realidade social.

AGRADECIMENTOS

À Ana Maria Bianchi, Eny Elza Ceotto e Dálcio Caron, do Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, pelas valiosas sugestões.

Recebido para publicação em 17-9-1973

Aprovado para publicação em 9-10-1973

  • 1. BIANCHI, A. M. F. & PASTORE, J. ¾ Origem sócio econômica dos estudantes móveis. In: ¾ A Regionalização ao ensino superior em São Paulo. São Paulo, Inst. Pesq. Educacionais, 1972. [mimeografado].
  • 2. CIARI, Jr., C. & ALMEIDA, P. A. M. de ¾ Elementos de avaliação do "risco gravídico". Rev. Saúde públ., S. Paulo 6:57-8, 1972.
  • 3. FERNANDES, F. ¾ A análise sociológica das classes sociais. In: ¾ Ensaios de sociologia geral e aplicada. São Paulo, Livraria Pioneira Ed, 1959. p. 65-92.
  • 4. FERNANDES, F. ¾ O Problema do método na investigação sociológica. In: ¾ Ensaios de sociologia geral e aplicada. São Paulo, Livraria Pioneira Ed., 1959. p. 409-23.
  • 5. GERTH, H. & MILLS, C. W. apud TUMIN, M. M. ¾ Estratificação social. São Paulo, Livraria Pioneira Ed., 1970. p. 85.
  • 6. GORDON, M. M. ¾ The logic of stratification scales. In: ROACH, J. L. et al. Social stratification in the United States. Englewood Cliffs, N. J., Prentice-Hall, 1969. p. 23-32.
  • 7. GOUVEIA, A. J. & HAVIGHURST, R. J. ¾ Ensino médio e desenvolvimento. São Paulo. Ed. Melhoramentos, 1968.
  • 8. GOUVEIA, A. J. ¾ Professoras de amanhã: um estudo de escolha ocupacional. 2.a ed. São Paulo, Livraria Pioneira Ed., 1970.
  • 9. HAER, J. L. ¾ Predictive utility of five indices of social stratification. In: ROACH, J. L. et al ¾ Social stratification in the United States. Englewood Cliffs, N. J., Prentice-Hall, 1969.
  • 10. HUTCHINSON, B. ¾ Mobilidade e trabalho. Rio de Janeiro, Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, 1960.
  • 11. IANNI, O. ¾ Teorias de estratificação social: leituras de sociologia. São Paulo, Ed. Nacional, 1972.
  • 12. JACKSON, E. P. & CURTIS, R. P. ¾ Conceptudization and measurement in the study of social stratification. In: BLALOCK Jr., H. M. & BLALOCK, A. B. ¾ Methodology in social research, New York, Mac-Grau-Hill Book, 1968, p. 112-49.
  • 13. JOHNSON, H. M. ¾ Categoria social e classes sociais. In: ¾ Introdução sistemática ao estudo da sociologia. Rio de Janeiro, Ed. Lidador Ltda., 1967. p. 537-81.
  • 14. LOPES, J. R. B. ¾ Sistema industrial e estratificação social. In: ¾ Sociedade Industrial no Brasil. São Paulo, Ed. Difusão Europeia do Livro, 1964. p. 162-83.
  • 15. MAYER, K. B. ¾ Classe e sociedade. Rio de Janeiro, Bloch Ed. S. A., 1967.
  • 16. NISBET, R. ¾ Status. In: ¾ La formacion del pensamiento sociológico. Buenos Aires, Amorrortu Ed., 1969. v. 2, p. 7-64.
  • 17. PASTORE, J. ¾ Brasilia: a cidade e o homem, uma investigação sociológica sobre os processos de migração, adaptação e planejamento urbano. São Paulo, Ed. Nacional, 1969.
  • 18. POCH, P. A. ¾ Curso de muestreo y aplicaciones. Madrid, Nuevas Gráficas, 1962.
  • 19. REX, J. ¾ O conflito e a análise de classe. In: ¾ Problemas fundamentais da teoria sociológica. Rio de Janeiro, Zahar Ed., 1973. p. 164-86.
  • 20. ROACH, J. L. et al. ¾ Stratification theory. In: ¾ Social stratification in the United States. Englewood Cliffs, N. J., Prentice-Hall, 1969.
  • 21. STAVENHAGEN, R. ¾ Estratificação social e estrutura de classes. In:ESTRUTURA de classes e estratificação social. Rio de Janeiro, Zahar Ed., 1966. p. 117-48.
  • 22. SVALASTOGA, K. ¾ Measurement of status. In: ¾ Social differentiation. New York, David McKay, 1965. p. 16-35.
  • 23. TUMIN, M. M. ¾ Estratificação social. São Paulo, Livraria Pioneira Ed., 1970.
  • 24. WEBER, M. ¾ Classe, status, partido. In: ESTRUTURA de classes e estratificação Social. Rio de Janeiro, Zahar Ed., 1966. p. 57-75.

Anexo

  • 1
    As classificações ocupacionais são consideradas como equivalentes ao status social.
  • 2
    No presente estudo a dimensão política não será considerada.
  • 3
    Discorrendo a respeito do significado de oportunidade de vida GERTH & MILLS
    5 incluem: "tudo, desde a oportunidade de permanecer vivo durante o primeiro ano após o nascimento, até a oportunidade de apreciar as Belas Artes, a oportunidade de permanecer saudável, adquirir boa estatura e, se doente, recuperar rapidamente a saúde; a oportunidade de evitar transformar-se num delinqüente Juvenil, e, o que é decisivo, a oportunidade de completar o curso secundário ou superior".
  • 4
    Segundo WEBER
    24 o termo classe refere-se a qualquer grupo de pessoas que se encontra na mesma "situação de classe".
  • 5
    WEBER
    24 utiliza a expressão "estilo de vida" para referir-se às características distintivas dos grupos de status nos quais a participação se baseia em graus comparáveis de honra.
  • 6
    Esse mesmo autor
    13 apresenta uma lista de "estilo de vida" (p. 547).
  • 7
    A respeito dessa íntima correspondência entre "posição de classe" e "hierarquia de status" ver considerações de MAYER
    51 (p. 39).
  • 8
    Entende-se por índice uma combinação de indicadores simples.
  • 9
    Deve-se observar a diferença do esquema teórico adotado neste trabalho daquele utilipor Weber e que serviu de orientação.
  • 10
    Neste trabalho, estrato é considerado diferentemente de "classe social". Ver a esse propósito STAVENHAGEN
    21 , IANNI
    11 e FERNANDES
    3.
  • 11
    Embora o conceito de "risco gravídico" não indique necessariamente risco de óbito esse, geralmente, está presente alterando o processo gravídico normal.
  • 12
    Além da possibilidade de utilização dos diversos serviços de atenção a Saúde Materna subentende-se também as possibilidades de aquisição de outros bens que contribuem para a manutenção da saúde como um todo.
  • 13
    Ver a propósito da relação entre ocupação e educação citações de TUMIN
    23 e MAYER
    15 , para o caso americano, e trabalhos de HUTCHINSON
    10 e GOUVEIA
    7 para o caso brasileiro. Assinalam estes dois últimos autores a relação entre ocupação e educação, principalmente as altas ocupações.
  • 14
    As várias tentativas para construção dessss índices podem ser encontradas em SVALASTOGA
    22 .
  • 15
    A literatura americana encontra-se repleta desses estudos que procuram as relações entre medidas sócio-econômicas e saúde. Destaca-se entre elas o trabalho de HOLLINGHEAD e REDLICH, citado por MAYER
    15
    , SVALASTOGA
    22 e TUMIN
    23
  • 16
    As questões referentes aos indicadores foram aquelas já utilizadas em pesquisas da mesma natureza e portanto já testadas. Ver os trabalhos de GOUVEIA
    7, 8
    , BIANCHI & PASTORE
    1 e PASTORE
    17 .
  • 17
    Para a obtenção da renda individual acrescentou-se uma outra pergunta referente ao número de membros da família.
  • 18
    Segundo STAVENHAGEN
    21 , a causa de grandes confusões nesse campo de estudo reside na utilização, por alguns autores, do termo "classe" para designar essas categorias.
  • 19
    Segundo JACKSON & CURTIS
    12 o status (ou familiar neste caso) é sempre tomado como sendo relativo a um sistema de status; é necessário estabelecer que sistema é envolvido e de que maneira um status individual é relacionado a este sistema. Uma vez feito isso o significado de um status está especificado, o que permite discutir comparações entre sistemas e indivíduos de vários sistemas.
  • 20
    Deve-se observar aqui considerações de GOUVEIA
    7 quando esclarece que no Brasil a relação entre instrução e status ocupacional não é tão estreita quanto a que se verifica em países de economia mais desenvolvida.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Set 2006
    • Data do Fascículo
      Dez 1973

    Histórico

    • Aceito
      09 Out 1973
    • Recebido
      17 Set 1973
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