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Ensaios preliminares em laboratório para verificar a ação moluscicida de algumas espécies da flora brasileira

Preliminary laboratory tests of the molluscicide activity of some species of Brazilian flora

Resumos

Estudou-se em laboratório a atividade moluscicida de 68 extratos de 23 plantas brasileiras. As soluções em água desclorada dos extratos hexânicos e etanólico, nas concentrações de 1, 10 e 100 ppm, foram testadas sobre caramujos adultos e desovas de Biomphalaria glabrata, criados em laboratório. As plantas que demonstraram ação moluscicida na concentração de 100 ppm foram: Arthemisia verlotorum Lamotte, Caesalpinia peltophoroides Benth, Cassia rugosa G.Don., Eclipta alba Hassk, Euphorbia pulcherrima Willd, Euphorbia splendens Bojer, Joannesia princeps Vell, Leonorus sibiricus L.,Macrosiphonia guaranitica Muell,Nerium oleander L., Palicourea nicotianaefolia Cham, e Schlech., Panicum maximum M., Rumex crispus L., Ruta graveolens L., e Stryphnodendron barbatiman M.

Biomphalaria glabrata; Moluscicida; Esquistossomose mansônica


The molluscicide activity of sixty-eight extracts from twenty-three Brazilian plants was studied in the laboratory. The solutions, in dechlorinated water, of hexanic and ethylic extracts at 1, 10 and 100 ppm concentrations, were tested on adult snails and egg masses of Biomphalaria glabrata, reared in the laboratory. The plants with molluscicide activity on adult snails and/or egg masses at 100 ppm concentration were: Arthemisia verlotorum Lamotte, Caesalpinia peltophoroides Benth, Cassia rugosa G. Don, Eclipta alba Hassk, Euphorbia pulcherrima Willd, Euphorbia splendens Bojer, Joannesia princeps Vell, Leonorus sibiricus L., Macrosiphonia guaranitica Muell, Nerium oleander L., Palicourea nicotianaefolia Cham. and Schlech., Panicum maximum M., Rumex crispus L., Ruta graveolens L. and Stryphnodendron barbatiman M.

Biomphalaria glabrata; Molluscicide; Schistosomiasis


ARTIGO ORIGINAL

Ensaios preliminares em laboratório para verificar a ação moluscicida de algumas espécies da flora brasileira

Preliminary laboratory tests of the molluscicide activity of some species of Brazilian flora

Nelymar Martineli MendesI; José Pedro PereiraI; Cecília Pereira de SouzaI; Maria de Lourdes Lima de OliveiraII

IDo Centro de Pesquisas "René Rachou" - FIOCRUZ - Caixa Postal 1743 - 30.000 - Belo Horizonte, MG

IIBolsista do CNPq

RESUMO

Estudou-se em laboratório a atividade moluscicida de 68 extratos de 23 plantas brasileiras. As soluções em água desclorada dos extratos hexânicos e etanólico, nas concentrações de 1, 10 e 100 ppm, foram testadas sobre caramujos adultos e desovas de Biomphalaria glabrata, criados em laboratório. As plantas que demonstraram ação moluscicida na concentração de 100 ppm foram: Arthemisia verlotorum Lamotte, Caesalpinia peltophoroides Benth, Cassia rugosa G.Don., Eclipta alba Hassk, Euphorbia pulcherrima Willd, Euphorbia splendens Bojer, Joannesia princeps Vell, Leonorus sibiricus L.,Macrosiphonia guaranitica Muell,Nerium oleander L., Palicourea nicotianaefolia Cham, e Schlech., Panicum maximum M., Rumex crispus L., Ruta graveolens L., e Stryphnodendron barbatiman M.

Unitermos:Biomphalaria glabrata, condições de laboratório. Moluscicida, extratos vegetais. Esquistossomose mansônica, controle.

ABSTRACT

The molluscicide activity of sixty-eight extracts from twenty-three Brazilian plants was studied in the laboratory. The solutions, in dechlorinated water, of hexanic and ethylic extracts at 1, 10 and 100 ppm concentrations, were tested on adult snails and egg masses of Biomphalaria glabrata, reared in the laboratory. The plants with molluscicide activity on adult snails and/or egg masses at 100 ppm concentration were: Arthemisia verlotorum Lamotte, Caesalpinia peltophoroides Benth, Cassia rugosa G. Don, Eclipta alba Hassk, Euphorbia pulcherrima Willd, Euphorbia splendens Bojer, Joannesia princeps Vell, Leonorus sibiricus L., Macrosiphonia guaranitica Muell, Nerium oleander L., Palicourea nicotianaefolia Cham. and Schlech., Panicum maximum M., Rumex crispus L., Ruta graveolens L. and Stryphnodendron barbatiman M.

Uniterms:Biomphalaria glabrata, laboratory conditions. Molluscicide, plant extracts. Schistosomiasis, control.

INTRODUÇÃO

A tentativa de controle de criadouros naturais de Biomphalaria glabrata (Say, 1818), hospedeiro intermediário da Schistosoma mansoni, através de moluscicidas, tem sido uma das maneiras de se combater a esquistossomose. Visando a possibilidade de obtenção de produtos com alto teor moluscicida, extraídos de vegetais tipicamente nacionais, alguns estudiosos vêm dedicando-se à pesquisa de plantas regionais. Amorim e Pessoa1 (1962), Barbosa e Mello2 (1969), Sousa e col.10,11 (1970, 1974), Silva e col.9 (1971) e Rouquayrol e col.6,7,8 (1972, 1973, 1980) estudaram plantas do nordeste brasileiro. Pereira e col.4,5 (1974, 1978) testaram as propriedades moluscicidas do Anacardium occidentale L. (cajueiro) e da Euphorbia cotinifolia L. (roxinha), originários de Fortaleza-CE e de Belo Horizonte-MG, respectivamente. Kloos e McCullough3 (1981) fizeram um trabalho de revisão sobre moluscicidas vegetais.

No presente trabalho, foram estudadas em laboratório 23 espécies de plantas brasileiras, objetivando encontrar novas drogas com propriedades moluscicidas, que venham a se tornar produtos de preço mais baixo do que os existentes no mercado, para fazer face às campanhas epidemiológicas de Saúde Pública em nosso país.

MATERIAL E MÉTODOS

Os vegetais coletados no campo foram expostos ao ar livre, para secagem, em períodos variando de um a três meses. Depois de triturados, foram submetidos a extrações com hexana e álcool etílico no aparelho de Soxhlet durante 72h,e, posteriormente evaporados os solventes. A Tabela 1 mostra espécie, família, nome vulgar e procedência de cada planta.

As "soluções-mãe" foram preparadas dissolvendo-se 50mg de cada extrato em 0,1 ml de solvente universal (solução de Ritchie) e completando-se o volume para 500 ml com água de torneira desclorada com tiossulfato de sódio a 2%. As soluções a 1 e 10 ppm (ppm=mg/l) foram preparadas através de diluição da "solução-mãe".

Usaram-se caramujos adultos e desovas de B.glabrata, originários da Pampulha - Belo Horizonte, MG e criados em laboratório. As conchas dos caramujos mediam 10-12 mm de diâmetro e as desovas tinham de 0-1 dia de idade.

Dez caramujos e duas a quatro desovas foram expostos a concentrações de 1, 10 e 100 ppm de cada extrato, durante 24h. Como controle, dez exemplares e duas a quatro desovas permaneceram somente em água desdorada. A temperatura das soluções foram medidas no início e final de cada experiência e variou de 25 a 28°C.

Diariamente, durante quatro dias após a exposição, trocava-se a água dos frascos contendo os moluscos e desovas, retirando-se e anotando-se o número de caramujos e embriões mortos. Para os moluscos sobreviventes era colocada alface fresca. As desovas foram observadas em microscópio estereoscópico e os embriões sobreviventes ficaram em observação até a eclosão.

Baseado na WHO/6513, que especifica normas para testes com moluscicidas diversos, observou-se, para avaliação da mortalidade nas três concentrações, o critério já usado em outras experiências, que considera: a) inativo de 0 a 30% de mortalidade; b) parcialmente ativo de 40 a 60% de mortalidade; e c) ativo de 70 a 100% de mortalidade. Tal critério difere em parte do elaborado pela WHO/8314* * I Reunião de pesquisadores brasileiros sobre moluscicidas naturais realizada no Centro de Pesquisas "René Rachou", FIOCRUZ, Belo Horizonte-MG, 26-27/01/83. , publicado posteriormente à realização deste trabalho, que estabelece uma linha de pesquisa sobre moluscicida de origem vegetal, na qual, a planta moluscicida só deve ser considerada ativa quando obtiver 90% de mortalidade nas concentrações de 20 ppm para extratos e 100 ppm para o vegetal bruto.

RESULTADOS

Os resultados dos ensaios biológicos com extratos hexânico e etanólico sobre caramujos adultos e desovas de B. glabrata nas concentrações de 1, 10 e 100 ppm estão sumarizados nas Tabelas 2 e 3.

Como pode ser visto na Tabela 2, dos 34 extratos hexânicos testados, 12 (35,3%) mostraram atividade moluscicida para caramujos adultos e 8 (23,5%) para desovas em concentrações de 100 ppm. Um extrato hexânico (2,9%) foi parcialmente ativo na concentração de 1 ppm, dois (5,8%) nas concentrações de 10 ppm, e, um (2,9%) na concentração de 100 ppm para caramujos adultos; apenas um, na concentração de 100 ppm, foi parcialmente ativo para desovas. Na Tabela 3, dos 34 extratos etanólicos, 10 (29,4%) foram ativos para caramujos e 3 (8,8%) para desovas nas concentrações de 100 ppm. Um extrato etanólico (2,9%) foi parcialmente ativo para caramujos adultos nas concentrações de 1 e 10 ppm, 3 (8,8%) na concentração de 100 ppm e um para desovas na concentração de 100 ppm.

DISCUSSÃO

Amorim e Pessoa1 (1962) estudaram 9 espécies de plantas da flora alagoana, obtendo extrações em concentrações de 500, 1.000 e 2.000 ppm com a parte do vegetal colocada na água e/ou macerada com água, em almofariz. Nas concentrações de 1.000 ppm a Paullinia pinnata L. (cruapé) e a Stenolobium velutinum Bth (tingui) revelaram apreciáveis efeitos moluscicidas, e a Piptadenia macrocarpa Bth (angico-do-campo) e o gravatá-açu mostraram possuir menor ação sobre B.glabrata.

Barbosa e Mello2 (1969) testaram material de duas plantas do nordeste brasileiro, triturado no almofariz e seco na estufa a 56.°C. As DL 50 obtidas da Magonia pubescens (timbó) foram de 6,7 e 7,2 ppm para B. glabrata e B. straminea, respectivamente.

Pereira e Souza4 (1974) obtiveram CL 50 de 1,4 ppm do extrato hexânico da casca da castanha do Anacardium accidentale L. sobre B. glabrata.

Rouquayrol e col.8 (1980) testaram hidrolatos de 82 espécies de plantas e encontraram 12 com considerável atividade moluscicida.

Souza e col.12 (1984) apresentaram os dados relativos à atividade moluscicida de 84 plantas brasileiras sobre B. glabrata, sendo que a Mikania hirsutissima DC e a Qualea multiflora Mart. foram letais a caramujos adultos na concentração de 10 ppm.

Rouquayrol e col.6,7 (1972, 1973), Silva e col.9 (1971), Sousa e col.11 (1970) e Sousa e Rouquayrol10 (1974) usaram extratos aquosos e alcoólicos do material fervido e/ou triturado de 122 vegetais do nordeste brasileiro, sobre B. glabrata e/ou B. straminea nas concentrações de 2 a 10.000 ppm. Rouquayrol e col.7 evidenciaram que a Pithecelobium multiflorum Bth. (canafístula) apresentou para caramujos adultos as CL 50 e CL 90 situadas em torno de 3,0 e 4,9 ppm, e, para as desovas, em torno de 13 e 21 ppm, respectivamente.

A Euphorbia tenuifolia (erva de cabra)9 e a Euphorbia gymnoclada Boiss (avelós)11 não apresentaram atividade moluscicida na concentração de 1.000 ppm sobre B. Glabrata e B. straminea. A Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tull (Jucá)11, a Caesalpinia pyramidales Tull (Catingueira)6 e a Stryphnodendron coriaceum Bth11 mostraram ativas a 10.000 ppm sobre B. glabrata e/ou B. straminea.

As concentrações letais (CL 50 e CL90) do extrato hexânico da Euphorbia cotinifolia L. foram 1,2 e 2,4 ppm, respectivamente, sobre B. glabrata5 (1978).

No presente trabalho, foram ativas a 100 ppm sobre B. glabrata: Euphorbia pulcherrima Willd, Euphorbia splendens Bojer, Caesalpinia peltophoroides Bth e Stryphnodendron barbatiman M.

Os resultados obtidos para Euphorbia, Caesalpinia e Stryphnodendron, neste experimento, diferenciaram dos obtidos pelos autores acima citados6,9,11, em virtude de ter sido usada outra metodologia.

No presente trabalho, como nos anteriores (Pereira e Souza4, 1974 - Pereira e col.5, 1978), optou-se pelo uso simultâneo dos extratos hexânicos e etanólicos para melhor avaliar em termos de comparação a eficiência dos vegetais estudados. Pelos resultados obtidos, observou-se que 38,2% dos extratos hexânicos e 38,2% dos extratos etanólicos, em concentração de 100 ppm, apresentaram-se ativos ou parcialmente ativos sobre caramujos adultos. Também em concentração de 100 ppm, 26,5% dos extratos hexânicos e 11,8% dos extratos etanólicos foram ativos ou parcialmente ativos para desovas, e, 20,6% dos extratos hexânicos e 5,9% dos extratos etanólicos foram ativos ou parcialmente ativos tanto para caramujos adultos como para desovas.

Os autores pretendem fracionar somente os extratos que revelaram-se ativos como moluscicida na concentração de 100 ppm. As frações serão submetidas a novos ensaios biológicos em laboratório sobre caramujos adultos, desovas, peixes e camundongos. Somente para as frações tóxicas para caramujos e/ou desovas até 10 ppm, para peixes a 100 ppm e não tóxicas para camundongos deverão ser identificadas quimicamente e, posteriormente, testadas no campo em água parada e água corrente.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. José Luiz Pedersoli, do Museu de História Natural da UFMG, pela colaboração prestada na classificação botânica de algumas espécies e ao técnico de pesquisas Moacyr Rodrigues da Silva pela coleta das plantas.

Recebido para publicação em 28/11/1983

Reapresentado em 25/06/1984

Aprovado para publicação em 14/07/1984

Trabalho parcialmente subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Processo nº 2222.8.092/80

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  • *
    I Reunião de pesquisadores brasileiros sobre moluscicidas naturais realizada no Centro de Pesquisas "René Rachou", FIOCRUZ, Belo Horizonte-MG, 26-27/01/83.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Set 2005
    • Data do Fascículo
      Out 1984

    Histórico

    • Recebido
      28 Nov 1983
    • Revisado
      25 Jun 1984
    • Aceito
      14 Jul 1984
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