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Contribuição ao estudo da esquistossomose e das enteroparasitoses em Mato Grosso: relato dos primeiros três casos autoctones de esquistossomose mansoni no Estado de Mato Grosso

Resumos

Num total de 19.463 exames de fezes, realizados de 19 de janeiro de 1972 a 31 de dezembro de 1977 no Hospital Santa Maria Bertila de Guiratinga (Mato Grosso), 270 apresentaram ovos vivos de Schistosoma mansoni. A distribuição por sexo dos portadores de esquistossomose foi a seguinte: 167 homens (61,8%) e 103 mulheres (38,2%). Com referência à naturalidade, 229 pacientes eram naturais do Estado de Minas Gerais, 17 de Pernambuco, 14 da Bahia, quatro de Alagoas, três do Piauí e três de Mato Grosso. Os três pacientes de Mato Grosso são do sexo feminino, com 10, 17 e 23 anos. Dois são naturais e residem no município do Rio Negro e um reside no município de Rondonópolis sendo natural de Poxoréo. Os três nunca sairam do Estado. Achamos que estes casos revestem-se de grande importância epidemiológica pois que representam a primeira constatação de esquistossomose mansoni autóctone no Estado do Mato Grosso. Ê provável que esteja acontencendo em Mato Grosso o que aconteceu recentemente em Goiás: a implantação em área virgem de focos autóctones de Schistosoma mansoni, através de portadores vindos de zonas endêmicas de outros estados, particularmente Minas Gerais, Bahia e estados do Nordeste.


The Authors study 270 cases of Schistosomiasis mansonica observed in the Hospital Santa Maria Bertila, Guiratinga, East Mato Grosso. AH but 3 came from the endemic areas of the States of Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, etc. Three were indigenous of Mato Grosso. According to the Authors the presence of autochtonous cases of Schistosomiasis mansonica in Mato Grosso is of greast epedemiological significance.


Contribuição ao estudo da esquistossomose e das enteroparasitoses em Mato Grosso. Relato dos primeiros três casos autoctones de esquistossomose mansoni no Estado de Mato Grosso* * Dois dos três casos foram comunicados no X/i/ Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Brasília 27.02 à 03.03.77.

Giovanni BaruffaI; Valdemar Nery BettinII

IProfessor Titular de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas — RS. Professor Titular de Clínica Médica da Fundação Universidade do Rio Grande — Rio Grande - RS

IIMédico do Hospital Santa Maria Bertila — Guiratinga — Mato Grosso

RESUMO

Num total de 19.463 exames de fezes, realizados de 19 de janeiro de 1972 a 31 de dezembro de 1977 no Hospital Santa Maria Bertila de Guiratinga (Mato Grosso), 270 apresentaram ovos vivos de Schistosoma mansoni.

A distribuição por sexo dos portadores de esquistossomose foi a seguinte: 167 homens (61,8%) e 103 mulheres (38,2%).

Com referência à naturalidade, 229 pacientes eram naturais do Estado de Minas Gerais, 17 de Pernambuco, 14 da Bahia, quatro de Alagoas, três do Piauí e três de Mato Grosso. Os três pacientes de Mato Grosso são do sexo feminino, com 10, 17 e 23 anos. Dois são naturais e residem no município do Rio Negro e um reside no município de Rondonópolis sendo natural de Poxoréo. Os três nunca sairam do Estado. Achamos que estes casos revestem-se de grande importância epidemiológica pois que representam a primeira constatação de esquistossomose mansoni autóctone no Estado do Mato Grosso. Ê provável que esteja acontencendo em Mato Grosso o que aconteceu recentemente em Goiás: a implantação em área virgem de focos autóctones de Schistosoma mansoni, através de portadores vindos de zonas endêmicas de outros estados, particularmente Minas Gerais, Bahia e estados do Nordeste.

ABSTRACT

The Authors study 270 cases of Schistosomiasis mansonica observed in the Hospital Santa Maria Bertila, Guiratinga, East Mato Grosso. AH but 3 came from the endemic areas of the States of Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, etc. Three were indigenous of Mato Grosso. According to the Authors the presence of autochtonous cases of Schistosomiasis mansonica in Mato Grosso is of greast epedemiological significance.

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Recebido para publicação em 25.09.78.

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  • 2. BARRETO, M.P. Movimentos migratórios e sua importância na epidemiologia de doenças parasitárias no Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. l(3): 91-102, 1967.
  • 3. CORREA LIMA, E. & LUZ, E. Esquistossomose no município de Londrina. An Fac. Med. Univ. Paraná. 7: 1-2; 7-18, 1964.
  • 4. COURA, J.R. Adolpho Lutz Autor e pioneiro do método de sedimentação para o diagnóstico de ovos de S. mansoni nas fezes. Editorial. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. VII 6; 333; 1973.
  • 5. MORAES, R.F. & REZENDE, J.M. de. Relato de dois casos autóctones de esquistossomose mansoni no Estado de Goiás. Rev. Goiana de Med. 6: 273-278, 1976.
  • *
    Dois dos três casos foram comunicados no X/i/ Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Brasília 27.02 à 03.03.77.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 1981

    Histórico

    • Aceito
      25 Set 1978
    • Recebido
      25 Set 1978
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