Acessibilidade / Reportar erro

Estudo imunobiológico de estoques de Trypanosoma cruzi isolados de pacientes na fase aguda da doença de Chagas

Resumos

Estoques de tripanossomas isolados de pacientes na fase aguda da doença de Chagas foram injetados em grupos de camundongos albinos não isogênicos nas doses de 10³, 10(4) e 10(5) parasitas/camundongos. O curso da infecção foi seguido por três meses. A pctrasitemia foi em geral baixa, com picos recorrentes, na maioria das vezes os animais evoluiam para cronicidade. Somente um estoque induziu alto índice de mortalidade. Os parasitas e as lesões apesar de detectadas no pico da parasitemia e restritos ao coração estavam ausentes aos três meses. Nesta época os perfis de Igs apresentaram diferenças marcantes. Grupos de animais que foram inoculados com estes estoques foram desafiados com doses letais da cepa Y ou CL. Em alguns casos obteve-se uma parasitemia, mas patente.

Trypanosoma cruzi; Doença de Chagas; Estoques; Cepas; Isotipos de IgG


Ten stocks of trypanosomes isolated from patients at the acute phase of Chagas'disease were injected into groups of outbred normal mice at the doses of 10³, 10(4) and 10s5 parasites/mouse and the course of the infections followed up for 3 months. The parasitemia was usually low, with recurrent peaks, the animals evolving to chronicity, only one of them inducing high ratio of mortality. Pattems of parasitemia and mortality were essentially different for each stock studied; only one stock did show similar pattems to well known strains (Yand CL) commonly used in experimental work. Parasites and lesions, although detected at the peak of parasitemia and restricted to heart were absent after three months. At this period the Igs profiles showed striking differences with respect to their distribution. Groups of mice that had been inoculated with one of the stocks were challenged with the Y or CL strains. In some instances low parasitemias although patent were seen after the infecting dose.

Trypanosoma cruzi; Chagas' Disease; Stocks; Strains; IgG isotypes


ARTIGOS

Estudo imunobiológico de estoques de Trypanosoma cruzi isolados de pacientes na fase aguda da doença de Chagas

T.L. Kipnis; PM. Minóprio; A.O. Luquetti; A. Rassi; W. Dias da Silva

RESUMO

Estoques de tripanossomas isolados de pacientes na fase aguda da doença de Chagas foram injetados em grupos de camundongos albinos não isogênicos nas doses de 103, 104 e 105 parasitas/camundongos. O curso da infecção foi seguido por três meses. A pctrasitemia foi em geral baixa, com picos recorrentes, na maioria das vezes os animais evoluiam para cronicidade. Somente um estoque induziu alto índice de mortalidade. Os parasitas e as lesões apesar de detectadas no pico da parasitemia e restritos ao coração estavam ausentes aos três meses. Nesta época os perfis de Igs apresentaram diferenças marcantes. Grupos de animais que foram inoculados com estes estoques foram desafiados com doses letais da cepa Y ou CL. Em alguns casos obteve-se uma parasitemia, mas patente.

Palavras-chave:Trypanosoma cruzi. Doença de Chagas. Estoques. Cepas. Isotipos de IgG.

ABSTRACT

Ten stocks of trypanosomes isolated from patients at the acute phase of Chagas'disease were injected into groups of outbred normal mice at the doses of 103, 104 and 10s5 parasites/mouse and the course of the infections followed up for 3 months. The parasitemia was usually low, with recurrent peaks, the animals evolving to chronicity, only one of them inducing high ratio of mortality. Pattems of parasitemia and mortality were essentially different for each stock studied; only one stock did show similar pattems to well known strains (Yand CL) commonly used in experimental work.

Parasites and lesions, although detected at the peak of parasitemia and restricted to heart were absent after three months. At this period the Igs profiles showed striking differences with respect to their distribution. Groups of mice that had been inoculated with one of the stocks were challenged with the Y or CL strains.

In some instances low parasitemias although patent were seen after the infecting dose.

Keywords:Trypanosoma cruzi. Chagas' Disease. Stocks. Strains. IgG isotypes.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 9/5/83.

Trabalho financiado por FAPESP, CNPq e UNDP/World Bank/WHO. Special Programme for Research and Training in Tropica) f Diseases. Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Departamento de Parasitologia, Instituto de Patologia Tropical da Universidade Federal de Goiás e Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

  • 1. Abrahamsohn IA, Dias da Silva W. Antibody dependent cell mediated cytotoxicity against Trypanosoma cruzi Parasitology 75:317-323,1977.
  • 2. Alcantara A, Brener Z. The in vitro interaction of Trypanosoma cruzi bloodstream forms and mouse peritoneal maciophages. Acta Tropica 35:209-219, 1978.
  • 3. Andrade SG. Caracterização de cepas do Trypanosoma cruzi isolados no Recôncavo Baiano. (Contribuição ao estudo da patologia geral da doença de chagas em nosso meio). Revista de Patologia Tropical 3:65-121,1974.
  • 4. Andrade SG. Tentative for grouping different Trypanosome strains in some types. Revista do Instituto de Medicina Tropical. São Paulo 18:140-141,1976.
  • 5. Brener Z. Contribuição ao estudo da terapêutica experimental da doença de chagas. Tese Universidade de Minas Gerais, Brasil, 1961.
  • 6. Camargo ME. Fluorescent antibody test for the diagnosis of American trypanosomasis. Technical modification employing preserved cultured forms of Trypanosoma cruzi in a slide test. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 8:227-234,1966.
  • 7. Freitas JLP, Almeida JO. Nova técnica de fixação do complemento para moléstia de Chagas. Reação quantitativa com antígeno gelificado de culturas de Trypanosoma cruzi Hospital 35:787-800,1949.
  • 8. Hauschka TS. Sex of host as a factor in Chagas' disease. Journal of Parasitology 33: 399-404,1947.
  • 9. Kipnis TL, Calich VLG, Dias da Silva W. Active entry of bloodstream forms of Trypanosoma cruzi in to macrophages. Parasitology 78:89-98,1979.
  • 10. Krettli AU, Brener Z. Protective effects of specifíc antibodies in Trypanosoma cruzi infections. The Journal of Immunology 116:755-760,1976.
  • 11. Lowry OH, Rosenbrough NJ, Far AL and Randall RJ. Protein measurement with the folin phenol reagent. The Journal of Biochemistry 193:265-275, 1951.
  • 12. Okabe K, Kipnis TL, Calich VLG, Dias da Silva W. Cell mediated cytotoxicity to Trypanosoma cruzi: Antibody dependent cell mediated cytoxicity to Trypomastigote bloodstream forms. Clinical Immunology and Immunopathology 16:344-353,1980.
  • 13. Rassi A. Clínica: Fase Aguda. In Brener Z e Andrade Z (ed) Trypanosoma cruzi e Doença de Chagas, 1a edição. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro p. 249-264,1979.
  • 14. Reed SG, Larson CL, Speer CA. Supression of cell mediated immunity in experimental Chagas' disease. Zeitscrift Paxasitenkund 55:11,17,1977.
  • 15. Sanchez GA, Krettli AU, Brener Z. In: Resumos da IX Reunião Anual de Pesquisa Básica em Doença de Chagas, Caxambú, Brasil p. 77,1982.
  • 16. Schlemper BR, Ávila BM, Coura JR e Brener Z. Course of infection and histopathological lesions in mice infected with seventeen Trypanosoma strains isolated from chronic patients. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:23-30,1983.
  • 17. Scott MT, Moyes L. Specific IgG isotype restriction in mice infected with Trypanosoma cruzi In: Abstracts of the International Congress of Parasitology, Canadá, p. 49, 1982.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Dez 1983

Histórico

  • Aceito
    09 Maio 1983
  • Recebido
    09 Maio 1983
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT Caixa Postal 118, 38001-970 Uberaba MG Brazil, Tel.: +55 34 3318-5255 / +55 34 3318-5636/ +55 34 3318-5287, http://rsbmt.org.br/ - Uberaba - MG - Brazil
E-mail: rsbmt@uftm.edu.br