Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação da estabilidade na contagem de ovos de Schistosoma mansoni pelo método de Kato-Katz em uma zona endêmica da esquistossomose

Resumos

A estabilidade da contagem de ovos de Schistosoma mansoni pelo método de Kato-Katz foi avaliada em 144 pessoas residentes em uma área endêmica de Minas Gerais. Os resultados do primeiro exame foram comparados à média obtida em três exames de fezes realizados num período de 11 semanas. Os pacientes foram agrupados de acordo com a contagem de ovos obtida no primeiro exame de fezes: < 100, 100-499, 500-999 e ≥ 1000 ovos (classificação A); < 100, 100-499 e ≥ 500 ovos (classificação B); < 500, 500-999 e ≥ 1000 ovos (classificação C). A percentagem de pacientes que permaneceram no mesmo grupo no qual haviam sido enquadrados no primeiro exame foi estatisticamente semelhante nas classificações A, Be C (73-81%). O coeficiente de correlação de Pearson foi alto (r= 0,9038) e a média geométrica do número de ovos no primeiro exame (5 75,7 + 5,4) foi semelhante à obtida em três exames de fezes (556,6 + 4,4 ovos/g fezes).

Esquitossomose mansoni; Schistosoma mansoni; Exame de fezes; Método de Kato-Katz


The stability of S. mansoni egg count, using Kato-Katz method, was evaluated in 144 persons living in an endemic area of Minas Gerais State. The results obtained with the first stool examination were compared to the mean obtained with three examinations performed within a period of eleven weeks. The patients were classified in three different groups according to the numberof eggsfound in the first stool examination: < 100, 100-499, 500-999 and ≥ 1000 eggs (classification A); < 100, 100-499 and ≥ 500 eggs (classification B); < 500, 500-999 and ≥ 1000 eggs (classification C). The proportion of patients that remained within the same class of number of eggs (73-81%) was statistically similar in classifications A, B and C. The Pearson correlation coeficient was high (r = 0,9038) and the geometric mean number of eggs with the fist examination was similar to the one obtained with the three stool examinations (575.7 ±5.4 and 556.6 + 4.4, respectively).

Schistosomiasis mansoni; Schistosoma mansoni; Stool examination; Kato-Katz method


ARTIGOS

Avaliação da estabilidade na contagem de ovos de Schistosoma mansoni pelo método de Kato-Katz em uma zona endêmica da esquistossomose* * Trabalho desenvolvido no Centro de Pesquisas "René Rachou" - FIOCRUZ, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Maria Fernanda F. de Lima e CostaI; R.S. RochaII; Naftale KatzII

IDepartamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte

IICentro de Pesquisas "René Rachou" - FIOCRUZ, Belo Horizonte

RESUMO

A estabilidade da contagem de ovos de Schistosoma mansoni pelo método de Kato-Katz foi avaliada em 144 pessoas residentes em uma área endêmica de Minas Gerais. Os resultados do primeiro exame foram comparados à média obtida em três exames de fezes realizados num período de 11 semanas. Os pacientes foram agrupados de acordo com a contagem de ovos obtida no primeiro exame de fezes: < 100, 100-499, 500-999 e ≥ 1000 ovos (classificação A); < 100, 100-499 e ≥ 500 ovos (classificação B); < 500, 500-999 e ≥ 1000 ovos (classificação C). A percentagem de pacientes que permaneceram no mesmo grupo no qual haviam sido enquadrados no primeiro exame foi estatisticamente semelhante nas classificações A, Be C (73-81%). O coeficiente de correlação de Pearson foi alto (r= 0,9038) e a média geométrica do número de ovos no primeiro exame (5 75,7 + 5,4) foi semelhante à obtida em três exames de fezes (556,6 + 4,4 ovos/g fezes).

Palavras-chave: Esquitossomose mansoni. Schistosoma mansoni. Exame de fezes. Método de Kato-Katz.

ABSTRACT

The stability of S. mansoni egg count, using Kato-Katz method, was evaluated in 144 persons living in an endemic area of Minas Gerais State. The results obtained with the first stool examination were compared to the mean obtained with three examinations performed within a period of eleven weeks. The patients were classified in three different groups according to the numberof eggsfound in the first stool examination: < 100, 100-499, 500-999 and ≥ 1000 eggs (classification A); < 100, 100-499 and ≥ 500 eggs (classification B); < 500, 500-999 and ≥ 1000 eggs (classification C). The proportion of patients that remained within the same class of number of eggs (73-81%) was statistically similar in classifications A, B and C. The Pearson correlation coeficient was high (r = 0,9038) and the geometric mean number of eggs with the fist examination was similar to the one obtained with the three stool examinations (575.7 ±5.4 and 556.6 + 4.4, respectively).

Keywords: Schistosomiasis mansoni. Schistosoma mansoni. Stool examination. Kato-Katz method.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 17/10/83.

  • 1. Abdel-Wahab MF, Strickland GT, El Sahly A, Ahmed L, Zakarias S, El Kady N, Mahmoud S. Schistosomiasis mansoni in an Egyptian village in the Nile Delta. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 29:868-864, 1980.
  • 2. Barreto ML, Silva JTF, Mott KE, Lehman JSJr. Stability of faecal egg excretion in Schistosoma mansoni infection. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 72:181-187, 1978.
  • 3. Conceição MJ. Morbidade da esquistossomose mansoni em uma comunidade rural de Minas Gerais. Tese de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1976.
  • 4. Costa MFFL. Estudo clínico-epidemiológico da esquistossomose em Comercinho, Minas Gerais (1974/1981). Tese de doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1983.
  • 5. Domingues L, Silveira M, Vanderlei MI, Kelner S. Possíveis fatores que alteram os resultados da coproscopia quantitativa de ovos de S. mansoni pelo método de Kato-Katz. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 22:114-117, 1980.
  • 6. Guimarães MDC. A schistosomiasis mansoni clinical- epidemiologic study in a small Brazilian community. Thesis of master, Hebrew University, Jerusalém, 1982.
  • 7. Hiatt RS. Morbidity from Schistosoma mansoni infections: an epidemiologic study based on quantitative analysis of egg excretion in two highland Ethiopian villages. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 25: 808-817, 1976.
  • 8. Hiatt RS. Gebrin-Medhin M. Morbidity from Schistosoma mansoni infection: an epidemiologic study based on quantitative analysis of egg excretion in Ethiopian children. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 26: 473-481, 1977.
  • 9. Katz N, Chaves A, Pellegrino J. A simple device for quantitative stool thick-smear technique in schistosomiasis mansoni. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 14: 397-400, 1972.
  • 10. Katz N, Zicker F. Correlation between symptomatology and intensity of Schistosoma mansoni infection in inhabitants from endemic areas in Minas Gerais state- Brazil. Brasília Médica 11: 55-49, 1975.
  • 11. Katz N, Zicker F, Rocha RS, Oliveira VB. Re-infection of patients in schistosomiasis mansoni endemic areas after specific treatment: I influence of age and worm burden. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 20: 273-278, 1978.
  • 12. Lambertucci JR, PedrosoERP, GrecoDB, RochaMOC. Estabilidade na excreção de ovos de S. mansoni nas fezes de crianças com esquistossomose mansônica crônica. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 25: 67-72, 1983.
  • 13. Siongok TKA, Mahmoud AAF, Ouma JH, Müller AS, Handa AK, Houser HB. Morbidity in schistosomiasis mansoni in relation to intensity of infection: study of a comunity in Machakos, Kenya. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 25: 273-284, 1976.
  • 14. Smith DH, Warren KS, Mahmoud AAF. Morbidity of schistosomiasis mansoni in relation to intensity of infection; study of a community in Kisumi, Kenya. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 28: 220-229, 1979.
  • 15. Spiegel MR Estatística, 10.a edição. Editora Mc Graw- Hill do Brasil Ltda, São Paulo, 1976.
  • *
    Trabalho desenvolvido no Centro de Pesquisas "René Rachou" - FIOCRUZ, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 1984

    Histórico

    • Aceito
      17 Out 1983
    • Recebido
      17 Out 1983
    Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT Caixa Postal 118, 38001-970 Uberaba MG Brazil, Tel.: +55 34 3318-5255 / +55 34 3318-5636/ +55 34 3318-5287, http://rsbmt.org.br/ - Uberaba - MG - Brazil
    E-mail: rsbmt@uftm.edu.br