Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação da influência do formol e do hipoclorito de sódio na pesquisa de oocistos de Cryptosporidium nas fezes, através do método de heine

Resumos

Foram examinadas, para pesquisa de Cryptosporidium pelo método de Heine,fezes de nove bezerros com criptosporidíase, após utilização prévia de dois diferentes desinfetantes. Quanto ao formol a 10%, notou-se que não houve interferência na identificação dos oocistos, em período compreendido entre cinco minutos e 72 horas; ao ser usado o hipoclorito de sódio a 14,5%, verificou-se que depois de 30minutos os ooçistos apresentaram-se avermelhados e sem refração, dificultando o reconhecimento. Assim, recomenda-se a adição de formol a 10% à matéria fecal, conforme a etapa referida, para coibir o risco de infecção de laboratoristas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), quando usada para diagnóstico atécnica mencionada.

Criptosporidíase; Método de Heine; Desinfetantes; Inativação do vírus da imunodeficiência humana (HIV)


Cryptosporidium oocysts were searched by Heine 's method in stools of nine cal/s with cryptoporidiosis after stool treatment with two disinfectants, 10% paraformaldehyde solution and 14,5% sodium hypochlorite solution. After 30 minutes exposition to sodium hypochlorite solution oocysts became non refractile and acquired a reddish tinge, making their Identification difficult. No morphological alterations occured in oocysts after paraformaldehyde treatment. We recommend paraformaldehyde at 10% concentration as means of human immunodeficiency virus (HIV) inactivation for routine use in stool examinations and therefore making safer those type of procedures for laboratory personnel, when using Heine 's method.

Cryptosporidiosis; Heine's method; Disinfectants; Human immunodeficiency virus (HIV) inactivation


ARTIGOS

Avaliação da influência do formol e do hipoclorito de sódio na pesquisa de oocistos de Cryptosporidium nas fezes, através do método de heine

José Rafael Módolo; Vicente Amato Neto; Lúcia Maria Almeida Braz; Carlos Alberto Magalhães Lopes; Arnold Frederico Gottschalk

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Dr. José Rafael Módolo. Laboratório de Planejamento de Saúde Animal e de Saúde Pública. Distrito de Rubião Júnior. Caixa Postal 524 18600- 400 Botucatu, SP, Brasil.

RESUMO

Foram examinadas, para pesquisa de Cryptosporidium pelo método de Heine,fezes de nove bezerros com criptosporidíase, após utilização prévia de dois diferentes desinfetantes. Quanto ao formol a 10%, notou-se que não houve interferência na identificação dos oocistos, em período compreendido entre cinco minutos e 72 horas; ao ser usado o hipoclorito de sódio a 14,5%, verificou-se que depois de 30minutos os ooçistos apresentaram-se avermelhados e sem refração, dificultando o reconhecimento. Assim, recomenda-se a adição de formol a 10% à matéria fecal, conforme a etapa referida, para coibir o risco de infecção de laboratoristas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), quando usada para diagnóstico atécnica mencionada.

Palavras-chave: Criptosporidíase. Método de Heine. Desinfetantes. Inativação do vírus da imunodeficiência humana (HIV).

ABSTRACT

Cryptosporidium oocysts were searched by Heine 's method in stools of nine cal/s with cryptoporidiosis after stool treatment with two disinfectants, 10% paraformaldehyde solution and 14,5% sodium hypochlorite solution. After 30 minutes exposition to sodium hypochlorite solution oocysts became non refractile and acquired a reddish tinge, making their Identification difficult. No morphological alterations occured in oocysts after paraformaldehyde treatment. We recommend paraformaldehyde at 10% concentration as means of human immunodeficiency virus (HIV) inactivation for routine use in stool examinations and therefore making safer those type of procedures for laboratory personnel, when using Heine 's method.

Keywords: Cryptosporidiosis. Heine's method. Disinfectants. Human immunodeficiency virus (HIV) inactivation.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 05/10/93.

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu e Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP e Laboratório de Investigação Médica- Parasitologia, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

  • 1. Amato Neto V, Braz LMA, Campos R, Ogassawara S, Motta HMC, Morandi NF, Marques HHS. Avaliação da influência do formol na pesquisa de Cryptosporidium sp nas fezes, através do método de Sheather e do "Coprotest". Revista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo 47:231-233, 1992.
  • 2. Amato Neto V, Corrêa LL. Exame parasitológico das fezes. 4a edição, Sarvier, São Paulo, 1980.
  • 3. Bird RG, Smith MD. Cryptosporidiosis in man: parasite life cycle and fine structural pathology. Journal of Pathology 132:217-233, 1980.
  • 4. Centers for Disease Control. Cryptosporidiosis: assessment of chemotherapy of males with acquired immune deficiency syndrome (AIDS). Morbidity and Mortality Weekly Report 31:589-592, 1982.
  • 5. Centers for Disease Control. Update: treatment of cryptosporidiosis in patients with acquired immunodeficiency syndrome (AIDS). Morbidity and Mortality Weekly Report 33:117-119, 1984.
  • 6. Heine J. Eine einfache Nachweismethode für Kryptosporidien im Kot. Zentralblatt für Veterinärmedizin 29:324-327, 1982.
  • 7. MartinLS, LoskoskiSL, McDougalJS. Inactivation of human T-lymphotropic virus type III/ lymphadenopathy-associated virus by formaldehyde- based reagents. Applied and Environmental Microbiology 53:708-709, 1987.
  • 8. MartinLS, McDougalJS, LoskoskiSL. Disinfection and inactivation of human T-lymphotropic virus type III/lymphadenopathy-associated virus. The Journal of Infectious Diseases 152:400-403, 1985.
  • 9. Modolo JR, Gonçalves RC, Kuchembuck MRG, Gottschalk AF. Ocorrência de criptosporidiose em bezerros na região de Botucatu-SP. Revista Brasileira de Medicina Veterinária 10:9-10, 1988.
  • 10. Moon HW, Bemrick WJ. Fecal transmission of calf Cryptosporidia between calves and pigs. Veterinary Pathology 18:248-255, 1981.
  • 11. Nelson JA, Reynolds-Kohler C, Margaretten W, Wiley CA, Reese CE, Levy JA. Human immunodeficiency virus detected in bowel epithelium from patients with gastrointestinal symptoms. The Lancet 1:259-262, 1988.
  • 12. Nime FA, Burek JD, Page DL, Hölscher MA, Yardley JH. Acute enterocolitis in a human being infected with the protozoan Cryptosporidium. Gastroenterology 70:592-598, 1976.
  • 13. Pohlenz J, Bemrick WJ, Moon HW, Cheville NF. Bovine cryptosporidiosis: a transmission and scanning electron microscopic study of some stages in the life cycle and of the host-parasite relationship. Veterinary Pathology 15:417-427, 1978.
  • 14. Reese NC, Current WL, Ernst JV, Bailey WS. Cryptosporidiosis of man and calf: a case report and results of experimental infections in mice and rats. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 31:226-229, 1982.
  • 15. Resnick L, Veren K, Salahuddin SZ, Tondreau S, Markham PD. Stability and inactivation of HTLV- III/LAV under clinical and laboratory enviroments. The Journal of the American Medical Association 255:1887-1891, 1986.
  • 16. Schultz W. Die bovine Kryptosporidiose-Nachweis und Bedeutung. Monatsheft Veterinär-Medizin 41:330-335, 1986.
  • 17. SpireB, MontagnierL, Barré-SinoussiF, Chermann JC. Inactivation of lymphadenopathy associated virus by chemical disinfectants. The Lancet 11:899- 901, 1984.
  • 18. Tzipori S, Angus KW, Campbell I, Gray EW. Cryptosporidium: evidence for a single-species genus. Infection and Immunity 30:884-886, 1980.
  • 19. WeisburgerWR, Hutcheon DF, Yardley JH, Roche JC, Hillis WD, Charache P. Cryptosporidiosis in an immunosupressed renal-transplant recipient with IgA deficiency. The American Journal of Clinical Pathology 72:473-478, 1979.
  • Endereço para correspondência:

    Dr. José Rafael Módolo.
    Laboratório de Planejamento de Saúde Animal e de Saúde Pública.
    Distrito de Rubião Júnior.
    Caixa Postal 524
    18600- 400
    Botucatu, SP, Brasil.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Abr 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 1994

    Histórico

    • Aceito
      05 Out 1993
    • Recebido
      05 Out 1993
    Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT Caixa Postal 118, 38001-970 Uberaba MG Brazil, Tel.: +55 34 3318-5255 / +55 34 3318-5636/ +55 34 3318-5287, http://rsbmt.org.br/ - Uberaba - MG - Brazil
    E-mail: rsbmt@uftm.edu.br