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Mielorradiculopatia na esquistossomose mansônica aguda

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Mielorradiculopatia na esquistossomose mansônica aguda

José Roberto Lambertucci; Sílvio Roberto Sousa-Pereira; Luciana Cristina dos Santos Silva

Serviço de Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Endereço para Correspondência Endereço para Correspondência Prof. José Roberto Lambertucci Faculdade de Medicina/UFMG Av. Alfredo Balena 190 30130-100 Belo Horizonte, MG, Brazil e-mail: lamber@uai.com.br

O paciente, de 22 anos, chegou ao hospital com queixas de febre, diarréia, dor lombar irradiando para os membros inferiores, parestesia e fraqueza de início havia dois dias. Quarenta dias antes do início da doença, ele e outros sete colegas banharam-se em um riacho, cerca de 100km ao norte de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Três dos sete companheiros que participaram do passeio também desenvolveram febre e diarréia e foram admitidos em outros hospitais. Em todos, ovos de S. mansoni foram identificados nas fezes. A doença neurológica progrediu rapidamente e ele desenvolveu paraparesia (era incapaz de andar sem ajuda) e retenção urinária. O hemograma revelou leucocitose com eosinofilia (924 células/mm3). O liquor mostrou celularidade aumentada (62 células/mm3), com 8% de eosinófilos (5 células). A ressonância magnética da medula espinhal documentou alargamento moderado do cone medular na seqüência ponderada T1, com aumento de sinal após a injeção intravenosa de gadolinium (Figura A, corte sagital – seta). A figura B (seta), em projeção axial, após a administração intravenosa de contraste, revela intensa impregnação granular do contraste na medula espinhal, em região torácica baixa. O paciente foi tratado com praziquantel por via oral (50mg/kg de peso em dose única) e recebeu terapia de pulso com metilprednisolona (1g/dia) por cinco dias, seguido de prednisona oral (1mg/kg de peso) por seis meses. Houve rápida melhora clínica e dois meses depois ele apresentava recuperação completa, sem limitações. Nessa ocasião, o paciente ainda queixava-se de discreta parestesia em perna direita.



REFERENCES

1. Nobre V, Silva LC, Ribas JG, Rayes A, Serufo JC, Lana-Peixoto MA, Marinho RF, Lambertucci JR. Schistosomal myeloradiculopathy due to Schistosoma mansoni: report on 23 cases. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 96 (Suppl): 137-141, 2001.

2. Silva LC, Maciel PE, Ribas JG, Pereira SR, Serufo JC, Andrade LM, Antunes CM, Lambertucci JR. Schistosomal myeloradiculopathy. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 37: 261-272, 2004.

3. Silva LCS, Maciel PE, Ribas JGR, Sousa-Pereira SR, Antunes, CM, Lambertucci JR. Treatment of schistosomal myeloradiculopathy with praziquantel and corticosteroids and evaluation by magnetic resonance imaging: a longitudinal study. Clinical Infectious Diseases 39: 1618-1624, 2004.

Recebido para publicação em 1/4/2005

Aceito em 6/4/2005

  • Endereço para Correspondência

    Prof. José Roberto Lambertucci
    Faculdade de Medicina/UFMG
    Av. Alfredo Balena 190
    30130-100 Belo Horizonte, MG, Brazil
    e-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      05 Maio 2005
    • Data do Fascículo
      Maio 2005
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