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Atenção para os transtornos alimentares: o papel da Associação Brasileira de Psiquiatria

Eating disorders awareness: the role of the Brazilian Association of Psychiatry

COMENTÁRIOS

Atenção para os transtornos alimentares – O papel da Associação Brasileira de Psiquiatria

Eating disorders awareness – The role of the Brazilian Association of Psychiatry

Luiz Alberto Hétem; João Alberto Carvalho; Josimar França

Associação Brasileira de Psiquiatria

Os transtornos alimentares são mais prevalentes do que se pensava, têm início precoce e muito freqüentemente sofrem complicações por comorbidades médicas e psiquiátricas. Sendo assim, pessoas acometidas por esses transtornos, em estágios de evolução diferentes e com nível de comprometimento variável, circulam pelos serviços de atenção primária, secundária e terciária. Além disso, os locais de atendimento desses pacientes, pelas suas peculiaridades, são diversos – serviços de pediatria, clínica geral, psiquiatria da infância e adolescência e de adultos. Ou seja, há superposição e, mais do que isso, confusão entre níveis e locais de atendimento, desperdiçando-se tempo precioso em detrimento do diagnóstico precoce e do bom encaminhamento terapêutico.

As colocações sumárias feitas anteriormente já permitem que se delineiem os campos de atuação da Associação Brasileira de Psiquiatria nessa questão, sendo basicamente três: científico, institucional e político.

No campo científico seria aglutinadora de profissionais de diferentes serviços, formando grupos de trabalho, a exemplo do que aconteceu recentemente quando a ABP apoiou e viabilizou os trabalhos que culminaram com o documento intitulado "Recomendações para a Indústria da Moda", elaborado pela Comissão Técnica Brasileira de Grupos Especializados no Estudo e Tratamento de Transtornos Alimentares (Associação Brasileira de Psiquiatria, 2007a).

Na área institucional, facilitaria a comunicação com outras instituições envolvidas no assunto e elaboraria, em conjunto com estas, diretrizes para intervenção subsidiada em todos os níveis e locais de atendimento, ao mesmo tempo em que definiria as competências mínimas necessárias para que o psiquiatra realizasse essas intervenções ou lhes desse respaldo.

Na política, serviria de canal de interlocução com as várias instâncias governamentais e prestaria assessoria ou consultoria técnica.

Além disso, por intermédio de ações como a ABP-Comunidade (Associação Brasileira de Psiquiatria, 2007b), contribuiria para a conscientização da população sobre o assunto, não somente com informações, mas também com propostas de mudanças de comportamento.

Como se pode ver, a Associação Brasileira de Psiquiatria pode e deve participar desse movimento em prol da conscientização da população acerca dos transtornos alimentares, bem como da luta pela prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado deles, principalmente nas populações de risco já conhecidas.

REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Psiquiatria – Diretrizes para a Indústria da Moda. Recomendações da Comissão Técnica Brasileira de Grupos Especializados no Estudo e Tratamento de Transtornos Alimentares. Acessado em 12 de abril de 2007 do seguinte endereço: <http://www.abpbrasil.org.br/newsletter/comissao_ta/diretrizes_moda.pdf>.

Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP Comunidade. Acessado em 12 de abril de 2007 do seguinte endereço: <http://www.abpbrasil.org.br/comunidade/>.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jul 2007
  • Data do Fascículo
    2007
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