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Adaptação transcultural do Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis para o português brasileiro

Cross-cultural adaptation of Sexually Transmitted Disease Knowledge Questionnaire to Portuguese of Brazil

Resumos

Objetivo

Adaptar o Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ) para o português do Brasil.

Métodos

O instrumento foi traduzido para o português e retraduzido para o inglês de forma independente. Seis juízes avaliaram a validade aparente e a validade de conteúdo. A validade de conteúdo foi mensurada pelo Coeficiente de Validade de Conteúdo para cada item (CVCc) e para o questionário como um todo (CVCt). A discussão com a população foi realizada por meio de grupos focais com 15 usuários de centros comunitários e 15 universitários. A dimensão teórica do instrumento foi calculada pelo coeficiente Kappa.

Resultados

Um item foi retirado por apresentar baixa validade de conteúdo (CVCc < 0,80). Duas questões sobre sífilis foram acrescentadas. Para dimensão teórica, houve substancial concordância entre os juízes.

Conclusão

Os resultados mostraram que, para clareza da linguagem (CVCt = 0,89), pertinência prática (CVCt = 0,92) e relevância teórica (CVCt = 0,93), os itens propostos parecem adequados para a realização de futuras investigações sobre a validade de constructo e a fidedignidade, os quais produzirão evidências sobre a aplicabilidade desse questionário para avaliação do conhecimento no tema abordado.

Comparação transcultural; conhecimento; DST; estudos de validação; questionários


Objective

To adapt the Sexually Transmitted Disease Knowledge Questionnaire (STD-KQ) for the Portuguese of Brazil.

Methods

The instrument was translated to Portuguese and back-translate to English to independently. Six judges participated of the face validity and content validity. Content validity was measured by the Content Validity Coefficient for each item (CVCc) and for the whole questionnaire (CVCt). The discussion was established with focus groups formed with 15 users of community center and 15 college students. The theoretical dimension of the instrument was calculated using the kappa coefficient.

Results

One item was retired because of a lower content validity (CVCc < 0.80). Two questions about syphilis were appended. For theoretical dimension there was substantial agreement among the judges.

Conclusion

These results show that for clarity of language (CVCt = 0.89), relevance practice (CVCt = 0.92) and theoretical relevance (CVCt = 0.93), the proposed items seem appropriate for conducting future research on the validity construct and reliability, which will produce evidence about the applicability of this questionnaire for evaluation of knowledge in the research field.

Cross-cultural comparison; knowledge; STD; validation studies; questionnaires


INTRODUÇÃO

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são um dos problemas de saúde pública mais frequentes no mundo. No Brasil, as estimativas de casos de infecções por transmissão sexual, na população sexualmente ativa para 2014, foram de 937.000 para sífilis, 1.541.800 para gonorreia, 1.967.200 para clamídia, 640.900 para herpes genital e 685.400 para papilomavírus humano (HPV)1Brasil. Portal Brasil. HIV e DST. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/hiv-e-dst-em-mulheres>. Acesso em: 4 abr. 2015.
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Medir o conhecimento que uma pessoa detém sobre as DST é essencial para a elaboração de intervenções. A falta desse conhecimento é considerada fundamental para a aquisição de uma DST, segundo as teorias comportamentais, que afiram que o conhecimento do problema de saúde é um determinante modificável para aquisição da doença2Jaworski BC, Carey MP. Development and psychometric evaluation of a self-administered questionnaire to measure knowledge of sexually transmitted diseases. AIDS Behav. 2007;11(4):557-74.

Osuji A, Pharr JR, Nwokoro U, Ike A, Ali C, Ejiro O, et al. Impact of HIV testing and counseling (HTC) knowledge on HIV prevention practices among traditional birth attendants in Nigeria. Int J Environ Res Public Health. 2015;12(2):1969-82.

Ybarra ML, Korchmaros JD, Prescott TL, Birungi R. A Randomized Controlled Trial to Increase HIV Preventive Information, Motivation, and Behavioral Skills in Ugandan Adolescents. Ann Behav Med. 2015;49(3):473-85.
-5Asare M, Sharma M. Establishing Validity and Reliability of a Health Belief Model and Acculturation Scale for Measuring Safe-Sex and Sexual Communication Behaviors Among African Immigrants for Protecting Against HIV/AIDS. J Immigr Refug Stud. 2014;12(3):191-209..

No entanto, a maioria dos instrumentos avalia o comportamento de risco para aquisição de uma DST, e não o conhecimento sobre esse tema. No site Measurement Instrument Database for the Social Sciences (MIDSS)6Measurement Instrument Database for the Social Sciences (MIDSS). Disponível em: <http://www.midss.org>. Acesso em: 10 ago. 2015.
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, que hospeda mais de 500 instrumentos validados, apenas dois instrumentos avaliam o conhecimento a respeito das DST, o General Sexual Knowledge Questionnaire (QSKQ)7Talbot TJ, Langdon PE. A revised sexual knowledge assessment tool for people with intellectual disabilities: is sexual knowledge related to sexual offending behaviour? J Intellectual Disabil Res. 2006;50:523-31. e o Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ)2Jaworski BC, Carey MP. Development and psychometric evaluation of a self-administered questionnaire to measure knowledge of sexually transmitted diseases. AIDS Behav. 2007;11(4):557-74..

O QSKQ avalia o conhecimento sobre anatomia e fisiologia humana, relação sexual, gravidez, contracepção, sexualidade e DST7Talbot TJ, Langdon PE. A revised sexual knowledge assessment tool for people with intellectual disabilities: is sexual knowledge related to sexual offending behaviour? J Intellectual Disabil Res. 2006;50:523-31.. O instrumento não é autoaplicável e as questões são abertas. Dos 110 itens, apenas oito avaliam o conhecimento sobre as DST, sendo quatro sobre o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Na questão sobre como evitar o HIV/Aids, além do uso de preservativo e de agulhas esterilizadas, o instrumento considera como medida preventiva a realização de sexo sem penetração. Segundo o Ministério da Saúde, em algumas situações (cortes abertos na boca, úlceras, machucados, garganta inflamada e doenças nas gengivas), o sexo oral pode contribuir para a aquisição da infecção, por ser uma porta de entrada para o vírus8Brasil. Ministério da Saúde. Cuidados com sexo oral evitam contrair doenças. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/noticia/cuidados-com-sexo-oral-evitam-contrair-doencas>. Acesso em: 14 ago. 2015.
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Diferente do primeiro instrumento, o STD-KQ foi desenvolvido especificamente para avaliar o conhecimento sobre as DST2Jaworski BC, Carey MP. Development and psychometric evaluation of a self-administered questionnaire to measure knowledge of sexually transmitted diseases. AIDS Behav. 2007;11(4):557-74.. O questionário é formado por 28 itens sobre seis DST (gonorreia, clamídia, herpes genital, HPV, HIV/Aids e hepatite B). Os itens são afirmativos e as respostas são categorizadas em "verdadeiro", "falso" e "não sei", facilitando o preenchimento. Outra vantagem é que é autoaplicado, permitindo seu uso em um grande grupo de pessoas ao mesmo tempo e evitando a possibilidade de inibições ou constrangimentos. O instrumento apresenta grande aceitação no país de origem (Estados Unidos)9Mimiaga MJ, Reisner SL, Cranston K, Isenberg D, Bright D, Daffin G, et al. Sexual mixing patterns and partner characteristics of black MSM in Massachusetts at increased risk for HIV infection and transmission. J Urban Health. 2009;86(4):602-23.,1010 Mimiaga MJ, Reisner SL, Bland S, Skeer M, Cranston K, Isenberg D, et al. Health system and personal barriers resulting in decreased utilization of HIV and STD testing services among at-risk black men who have sex with men in Massachusetts. AIDS Patient Care STDS. 2009;23(10):825-35. e em outros países, sendo utilizado em estudos no Canadá1111 Logie CH, Navia D, Rwigema MJ, Tharao W, Este D, Loutfy MR. A group-based HIV and sexually transmitted infections prevention intervention for lesbian, bisexual, queer and other women who have sex with women in Calgary and Toronto, Canada: study protocol for a non-randomised cohort pilot study. BMJ Open. 2014;4(4):1-8. Disponível em: <http://bmjopen.bmj.com/content/4/4/e005190.full.pdf+htm>. Acesso em: 4 abr. 2015.
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, Portugal1212 Pereira H, Carmo A. Sexually transmitted diseases: knowledge and perceived prevalence of symptoms in university students. Int STD Res Rev. 2014;2(1): 1-11., Haiti1313 Logie CH, Daniel C, Newman PA, Weaver J, Loutfy MR. A psycho-educational HIV/STI prevention intervention for internally displaced women in Leogane, Haiti: results from a non-randomized cohort pilot study. PLoS ONE. 2014;9(2):e89836. e Nigéria1414 Saad A, Rampal L, Sabitu K, AbdulRahman H, Awaisu A, AbuSamah B, et al. Impact of a customized peer-facilitators training program related to sexual health intervention. Int Health. 2012;4(4):277-82.. O questionário também foi adaptado para outros idiomas como o francês1515 Turner MO. Acculturation, discrimination and religiosity as predictors of sexual experience and sexual knowledge among Haitian-Canadian, Franco-Ontarian and Anglo-Canadian emerging adults [thesis]. Ottawa: University of Ottawa; 2014. Disponível em: <http://www.ruor.uottawa.ca/bitstream/10393/31464/1/Olavarria_Turner_Marcela_2014_thesis.pdf>. Acessado em: 14 ago. 2015.
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e o português de Portugal1616 Ribeiro CFS. Duplo padrão sexual e conhecimento das doenças sexualmente transmissíveis nos estudantes africanos em Braga [tese]. Cabo Verde: Universidade do Minho; 2009. Disponível em: <http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/bitstream/10961/3563/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O%20DE%20MESTRADO%20-.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.
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Além desses dois instrumentos, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu o Illustrative Questionnaire for Interview-Surveys with Young People1717 Cleland J. Illustrative questionnaire for interview-surveys with young people. Asking Young People About Sexual and Reproductive Behaviors. Illustrative Core Instruments. Geneva: World Health Organization; 2001. Disponível em: <http://www.who.int/reproductivehealth/topics/adolescence/questionnaire.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2015.
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, projetado para jovens púberes que ainda não começaram uma relação estável e apresenta apenas três itens de múltiplas escolhas sobre conhecimento de DST. Além disso, não foram encontrados estudos avaliando suas propriedades psicométricas.

Após analisar os três questionários disponíveis, o STD-KQ surgiu como a melhor alternativa para a finalidade proposta, por ser exclusivamente desenvolvido para medir o conhecimento sobre as DST, por avaliar um maior número de DST e por ser autoaplicado. Além disso, esse é o único questionário a analisar a transmissão vertical de algumas DST, as medidas de proteção e prevenção, como a vacinação, o papanicolau e o exame anti-HIV, além de avaliar mitos ou más informações sobre a transmissão.

Diversos estudos realizados no Brasil avaliaram o conhecimento sobre DST1818 Osis MJD, Duarte GA, Sousa MH. Conhecimento e atitude de usuários do SUS sobre o HPV e as vacinas disponíveis no Brasil. Rev Saude Publica. 2014;48(1):123-33.

19 Miranda AE, Ribeiro D, Rezende EF, Pereira GFM, Pinto VM, Saraceni V. Associação de conhecimento sobre DST e grau de escolaridade entre conscritos em alistamento ao Exército Brasileiro. Brasil, 2007. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(2):489-97.

20 Gonçalves H, González-Chica DA, Menezes IAM, HallalI PC, AraújoI CL, Dumith SC. Conhecimento sobre a transmissão de HIV/AIDS entre adolescentes com 11 anos de idade do Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(2):420-31.

21 Domingues RMSM, Lauria LM, Saraceni V, Leal MC. Manejo da sífilis na gestação: conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(5):1341-51.
-2222 Sippert N, Van der Sand ICP. Conhecimento de estudantes de escolas inseridas no Projeto "Encontro" do Centro de Atendimento ao Adolescente do Município de Ijuí, sobre DST/HIV/AIDS. Rev Contexto Saúde. 2013;4(06):43-62.. No entanto, a comparação dos resultados fica prejudicada por causa das diferenças metodológicas. Entre essas diferenças está a falta de consenso sobre a forma de avaliar o desfecho. Alguns estudos avaliam o conhecimento por meio de um único valor de percentagem2020 Gonçalves H, González-Chica DA, Menezes IAM, HallalI PC, AraújoI CL, Dumith SC. Conhecimento sobre a transmissão de HIV/AIDS entre adolescentes com 11 anos de idade do Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(2):420-31. e outros avaliam o conhecimento individualmente para cada item do instrumento ou para tópicos específicos (prevenção, tratamento, transmissão)1818 Osis MJD, Duarte GA, Sousa MH. Conhecimento e atitude de usuários do SUS sobre o HPV e as vacinas disponíveis no Brasil. Rev Saude Publica. 2014;48(1):123-33.,1919 Miranda AE, Ribeiro D, Rezende EF, Pereira GFM, Pinto VM, Saraceni V. Associação de conhecimento sobre DST e grau de escolaridade entre conscritos em alistamento ao Exército Brasileiro. Brasil, 2007. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(2):489-97.,2121 Domingues RMSM, Lauria LM, Saraceni V, Leal MC. Manejo da sífilis na gestação: conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(5):1341-51.. O desfecho ainda pode ser apresentado de forma qualitativa (ótimo, bom, insuficiente)2222 Sippert N, Van der Sand ICP. Conhecimento de estudantes de escolas inseridas no Projeto "Encontro" do Centro de Atendimento ao Adolescente do Município de Ijuí, sobre DST/HIV/AIDS. Rev Contexto Saúde. 2013;4(06):43-62. e as perguntas podem ser abertas2222 Sippert N, Van der Sand ICP. Conhecimento de estudantes de escolas inseridas no Projeto "Encontro" do Centro de Atendimento ao Adolescente do Município de Ijuí, sobre DST/HIV/AIDS. Rev Contexto Saúde. 2013;4(06):43-62. ou fechadas2020 Gonçalves H, González-Chica DA, Menezes IAM, HallalI PC, AraújoI CL, Dumith SC. Conhecimento sobre a transmissão de HIV/AIDS entre adolescentes com 11 anos de idade do Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(2):420-31.. Nesse contexto, e para facilitar futuras investigações nessa área, este estudo teve como objetivo adaptar o STD-KQ para o português do Brasil, permitindo, assim, comparar os resultados de estudos realizados no Brasil e no exterior.

MÉTODOS

Foi utilizado delineamento transversal. A coleta de dados ocorreu de julho de 2014 a março de 2015, com a prévia autorização do autor correspondente do questionário original. Após buscas nas bases científicas Lilacs e PubMed, no Portal Periódicos da Capes, na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e o contato com o autor da versão original, não foram encontrados no Brasil artigos que tenham realizado a adaptação desse instrumento. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande (CEPAS-FURG).

Descrição do Instrumento

A versão original da escala STD-KQ – Sexually Transmitted Disease Knowledge Questionnaire em inglês – é escrita em inglês, autoaplicada e constituída por 27 itens. O objetivo é avaliar o conhecimento sobre as DST e foi elaborada com base nas cinco DST mais prevalentes nos Estados Unidos. Os estudantes universitários foram a população em que a escala foi validada. As respostas são categorizadas em "verdadeiro", "falso" e "não sei". Calcula-se o resultado final pelo somatório das respostas corretas, sendo o mínimo 0 e o máximo 282Jaworski BC, Carey MP. Development and psychometric evaluation of a self-administered questionnaire to measure knowledge of sexually transmitted diseases. AIDS Behav. 2007;11(4):557-74..

A respeito das propriedades psicométricas do questionário original, a consistência interna foi de 0,86, o teste-reteste apresentou correlação linear de r = 0,82, e o coeficiente de Pearson para a validade convergente com o HIV-KQ-182323 Carey MP, Schroder KE Development and psychometric evaluation of the brief HIV Knowledge Questionnaire. AIDS Educ Prev. 2002;14(2):172-82. foi de 0,64 (p < 0,01). A sensibilidade a mudanças entre o resultado do pré-teste e o do pós-teste entre o grupo controle e o grupo intervenção foi significativa. Esse instrumento avalia quatro (80%) das cinco DST mais prevalentes no Brasil. A DST sífilis não é abordada nesse instrumento, visto não ser epidemiologicamente relevante nos Estados Unidos. Contudo, durante o processo de adaptação transcultural, essa DST poderá ser acrescentada, a fim de contemplar a situação epidemiológica brasileira.

Adaptação transcultural

Foi utilizada a metodologia descrita por Reichenheim2424 Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saúde Pública. 2007;41(4):665-73., que aborda a equivalência conceitual e de itens, a equivalência semântica e a equivalência operacional.

A equivalência conceitual foi avaliada por meio de uma revisão bibliográfica dos artigos a respeito dos grupos participantes e da cultura do STD-KQ. Os autores desse estudo analisaram o instrumento e discutiram sobre a sua adaptação.

A equivalência semântica foi integrada por duas traduções independentes do inglês para o português (T1 e T2) e duas retraduções também independentes para o inglês (R1 e R2). As traduções foram efetuadas por dois bacharéis em Ciências Biológicas certificados como Independent user vantange pelo Test of English as a Foreign Language (TOEFL) e que executam pesquisas a respeito das DST há mais de cinco anos. As retraduções foram realizadas por dois brasileiros licenciados em letras português/inglês, certificados como proficientes pelo TOEFL e pelo Cambridge Certificate of Advanced English. Um dos pesquisadores do estudo, certificado como proficiente pelo TOEFL, efetuou a comparação entre as retraduções e o instrumento original. Após a confirmação da equivalência semântica, foi formulada uma versão de consenso de T1 e T2 pelos tradutores. O número de traduções e retraduções são os sugeridos por Reichenheim2424 Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saúde Pública. 2007;41(4):665-73..

Para avaliar a equivalência operacional, os autores do presente estudo avaliaram o formato das questões, as orientações de preenchimento do instrumento e o modo de aplicação.

A apreciação da equivalência pelos especialistas foi realizada por meio da validade aparente e da validade de conteúdo. Participaram dessas etapas seis juízes, cinco deles médicos (quatro infectologistas e um ginecologista e obstetra) e uma enfermeira do consultório de aconselhamento sobre HIV/Aids e outras DST. O critério para a escolha de seis juízes foi definido pelos autores do estudo, levando em consideração que os artigos consultados que utilizam essa metodologia escolhem entre três2525 Constant HMRM, Figueiró LR, Signor L, Bish NK, Barros HMT, Ferigolo M. Tradução, adaptação transcultural e validação de conteúdo da versão em português do Coping Behaviours Inventory (CBI) para a população brasileira. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2049-56. e sete2626 Soares VOV, Santos HFS, Lima MRM, Aburachid LMC, Greco PJ. Validação de protocolo de categorização de metodologias de ensino nos esportes coletivos com base na Iniciação Esportiva Universal – uma escola da bola: exemplo do futebol. Lecturas: Educación Física y Deportes. 2010;15:144. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd144/metodologias-de-ensino-na-iniciacao-esportiva-universal.htm>. Acesso em: 14 ago. 2015.
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juízes. Os juízes, além de atuar na assistência, também ministram aulas sobre as DST na universidade na qual este estudo foi realizado.

Durante a validade aparente, cada item do questionário foi classificado pelos juízes como adequado ou inadequado para avaliar o conhecimento da população brasileira sobre as DST. A concordância entre os juízes foi mensurada pelo método de porcentagem de concordância2727 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(7):3061-8.. O ponto de corte estabelecido foi de 70%. Itens com valores menores que o ponto de corte foram alterados segundo as recomendações dos juízes.

A validade de conteúdo foi mensurada pelos mesmos seis juízes que avaliaram a validade aparente. Utilizando uma escala do tipo Likert, os juízes atribuíram notas de 1 (não adequado) a 5 (totalmente adequado) para cada item do questionário em relação a três critérios: clareza de linguagem, pertinência prática e relevância teórica. Os juízes, utilizando a mesma escala, ainda analisaram todo o questionário em relação a amplitude e equilíbrio. Em relação a amplitude, os juízes analisaram se o questionário avaliava todos os aspectos do conhecimento sobre as DST que uma pessoa necessita ter. Caso os juízes acreditassem que eram necessários mais itens, eles deveriam elaborar sugestões de novos itens. A respeito do equilíbrio, os juízes avaliaram o grau de dificuldade do questionário. O questionário deve ter número reduzido de itens fáceis ou difíceis, apresentando grau de conhecimento mediano. A concordância entre os juízes foi calculada pelo Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC) para cada item do instrumento (CVCc) e para o instrumento como um todo (CVCt), considerando o número de juízes e a média das respostas deles2828 Hernandez-Nieto RA. Contributions to statistical analysis. Merida: Universidad de Los Andes; 2002.. O ponto de corte adotado foi de CVC ≥ 0,802828 Hernandez-Nieto RA. Contributions to statistical analysis. Merida: Universidad de Los Andes; 2002.. Itens com valores menores que o ponto de corte foram retirados. Quando um item apresentou valor menor que o ponto de corte apenas para a clareza de linguagem, assim como na validação aparente, o item foi alterado segundo as recomendações dos juízes. Essas alterações foram realizadas por um dos autores do estudo. Após as modificações, os juízes não reavaliaram o instrumento. Um especialista independente (médico ginecologista e obstetra), que não tinha participado do estudo até esse momento, verificou se as alterações foram realizadas de acordo com as recomendações dos juízes. Houve cegamento em relação à identidade dos juízes tanto para o autor que realizou as modificações quanto para o especialista independente. Ao término dessas etapas, foi elaborada a segunda versão do questionário.

Os juízes avaliaram ainda a dimensão teórica de cada item, classificando-os em "Conhecimento Geral sobre DST" ou "Formas de Transmissão e Prevenção". A concordância entre os juízes foi calculada pelo coeficiente Kappa. Para interpretação desse coeficiente, foi utilizado o seguinte critério: < 0 = sem concordância; 0-0,19 = pouca concordância; 0,20-0,39 = concordância fraca; 0,40-0,59 = concordância moderada; 0,60-0,79 = concordância substancial; 0,80-1,00 = concordância quase perfeita2929 Lands JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorial data. Biometrics. 1977;33(1):159-74..

A apreciação da equivalência da segunda versão pela população brasileira foi realizada por meio de aplicações dialogadas em grupos focais3030 Catré MNC, Ferreira JA, Pessoa T, Pereira M, Canavarro MC, Catré A. O domínio SRPB (Spirituality, Religiousness and Personal Beliefs) do WHOQOL: O estudo com grupos focais para validação da versão em Português europeu do WHOQOL-SRPB. Análise Psicológica. 2014;32(4):401-17.,3131 Carvalho C, Pinheiro MR, Vilar D, Gouveia JP. Questionário de comunicação em educação sexual na escola – versão adolescentes: estudo de validação com jovens portugueses. Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Sociedade. 2014;(4):21-32.. Participaram dessa etapa 15 estudantes universitários e 15 usuários de quatro centros comunitários (associações de bairro). O número de participantes nos grupos focais foi estabelecido pelos autores, assumindo que esse número seria suficiente e adequado para proceder com a avaliação qualitativa do instrumento. A seleção foi de conveniência, mantendo distribuição homogênea em relação ao sexo, à idade e ao curso para os universitários e ao sexo e à idade para os usuários dos centros comunitários. Um dos pesquisadores do estudo recrutou individualmente os estudantes em diversos ambientes universitários. Os usuários dos centros comunitários foram recrutados individualmente nos centros comunitários. Nesse momento, o pesquisador explicou o estudo para os sujeitos da pesquisa e, caso o participante concordasse verbalmente em participar do estudo, ele era direcionado para uma sala exclusiva dentro da universidade ou dentro dos centros comunitários para proceder às entrevistas. Foram formados dez grupos focais, cada um com três participantes e um dos autores. Para os universitários, cada um dos três integrantes eram de cursos diferentes. Em seguida, os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e preencheram um questionário com dados demográficos, a fim de obter informações para caracterizar a amostra. Informações sobre as práticas e comportamentos sexuais dos participantes não foram coletadas. O pesquisador do estudo executou primeiramente a leitura do enunciado introdutório do instrumento, discutindo com o grupo formas de torná-lo mais compreensível. Em seguida, cada um dos itens foi discutido em relação a sua clareza e a sua compreensão. Todas as sugestões e críticas foram devidamente anotadas e posteriormente apresentadas para o restante do grupo de pesquisa. Não houve delimitação de tempo para a realização dessa etapa. Com as sugestões originadas nos grupos focais, foi elaborada a versão final do questionário.

RESULTADOS

Os artigos encontrados durante a equivalência conceitual e de itens mostraram que o STD-KQ é utilizado para avaliar o conhecimento de diversos grupos. São exemplos estudos realizados com usuários de drogas3232 Malow RM, Dévieux JG, Stein JA, Rosenberg R, Lerner BG, Attonito J, et al. Neurological function, information-motivation-behavioral skills factors, and risk behaviors among HIV-positive alcohol users. AIDS Behav. 2012;16(8):2297-308., com homens que fazem sexo com homens9Mimiaga MJ, Reisner SL, Cranston K, Isenberg D, Bright D, Daffin G, et al. Sexual mixing patterns and partner characteristics of black MSM in Massachusetts at increased risk for HIV infection and transmission. J Urban Health. 2009;86(4):602-23., com adolescentes3333 Swenson RR, Rizzo CJ, Brown LK, Payne N, DiClemente RJ, Salazar LF, et al. Prevalence and correlates of HIV testing among sexually active African American adolescents in four US cities. Sex Transm Dis. 2009;36(9): 584-91., em ensaios clínicos3434 Carey MP, Senn TE, Vanable PA, Coury-Doniger P, Urban MA. Brief and intensive behavioral interventions to promote sexual risk reduction among STD clinic patients: results from a randomized controlled trial. AIDS Behav. 2010;14(3):504-17., em estudos baseados em teorias comportamentais3535 Scott-Sheldon LA, Carey MP, Vanable PA, Senn TE, Coury-Doniger P, Urban M. Predicting condom use among STD clinic patients using the Information-Motivation-Behavioral Skills (IMB) model. J Health Psychol. 2010;5(7):1093-102. e com estudantes universitários3636 Kennedy BL, Roberts ST. Truths and myths that influence the sexual decision-making process among young multiethnic college women. Arch Psychiatr Nurs. 2009;23(5):366-75..

No âmbito da equivalência semântica, foi constatada uma equidade satisfatória entre as retraduções e o instrumento original. Em sete itens, a versão de consenso não contemplou a T1 nem T2, elaborando-se uma terceira versão para esses itens visando à melhor compreensão. Um exemplo foi na questão 7, em que as expressões "Logo após se infectar com o HIV", presente na T1, e "Após a infecção com HIV", presente na T2, foram substituídas pela expressão "Logo após pegar o HIV". Da mesma forma, na questão 13, em que os dois tradutores traduziram a palavra condom como "preservativo", na versão consenso essa palavra foi substituída por "camisinha", que é um termo mais conhecido e propagado. Outro exemplo foi na questão 26, em que a expressão can protect na T1 e T2 foi traduzida como "pode se proteger", mas na versão de consenso, optou-se por utilizar a expressão "pode evitar", que, apesar de não ter aparecido nas traduções, é uma expressão mais coloquial. Nas questões 9, 10, 21 e 23, também ocorreram adaptações a fim de melhorar a compreensão (Quadro 1).

Quadro 1
Comparação entre os itens originais em inglês e as retraduções do instrumento Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ)

Os autores deste estudo decidiram, durante a equivalência operacional, manter a forma de administração do questionário original. A versão adaptada para o Brasil pode ser aplicada individualmente para pacientes em ambulatórios e para estudantes de forma coletiva no ambiente escolar. As alternativas das respostas (verdadeiro, falso e não sei) também não foram alteradas. O enunciado do questionário foi traduzido e complementado com as seguintes frases: "Este questionário é sigiloso, você não será identificado. Por isso, contamos com a sua sinceridade. As suas respostas nos ajudarão a compreender melhor os problemas das doenças sexualmente transmissíveis. Todas as questões são importantes, portanto, evite deixá-las em branco. Para cada questão, por favor faça um círculo em verdadeiro (v), falso (f) ou não sei (ns). Caso você não saiba a resposta, não se preocupe e, por favor, assinale a opção ‘não sei'".

Em relação à validade aparente, quatro itens apesentaram valor menor que 70%. Os CVCt foram superiores ao ponto de corte para os critérios clareza de linguagem (CVCt = 0,89), pertinência prática (CVCt = 0,91), relevância teórica (CVCt = 0,92), amplitude (CVCt = 0,86) e equilíbrio (CVCt = 0,86). Apenas o item 13 apresentou baixa evidência de validade, com CVCc < 0,80 para pertinência prática, e, por isso, foi retirado do instrumento (Quadro 2).

Quadro 2
Validade aparente e cálculo do Coeficiente de Validade de Conteúdo

Durante a validação, os juízes constataram a ausência de questões referentes à sífilis no questionário. Assim, dois itens foram elaborados pelo especialista independente e submetidos aos mesmos juízes para análise da validação. O primeiro item adicionado (S1) foi "Mesmo que o seu parceiro/parceira não tenha nenhuma lesão no pênis, no ânus ou na vagina, ele/ela pode passar sífilis para você", que apresentou validade aparente = 60% e CVCc = 0,73, para o critério de clareza de linguagem, CVCc = 0,93 para pertinência prática e CVCc = 0,93 para relevância teórica. O segundo item (S2) foi "A sífilis pode ficar escondida no corpo por anos", que apresentou validade aparente = 80% e CVCc = 0,83 para clareza de linguagem, CVCc = 0,93 para pertinência prática e CVCc = 0,93 para relevância teórica.

Os juízes recomendaram a modificação de seis itens (2, 4, 6, 15, 16 e S1). Os autores modificaram dois desses itens (itens 2 e 4). O item 2 foi modificado para "Infecções Urinárias Frequentes são causadas pela Clamídia", e as duas versões desse item (a modificada e a não modificada) foram discutidas nos grupos focais. No item 4, foi acrescentada a palavra "também" resultando no item "É mais fácil pegar o HIV se uma pessoa também tiver outra Doença Sexualmente Transmissível (DST)". Nos outros quatro itens, como a discordância ocorreu em cada um deles apenas por um dos seis juízes, optou-se por não modificar esses itens, mantendo a opinião dos outros cinco juízes. O especialista independente considerou apropriadas todas as alterações realizadas, concordando com os itens não modificados.

Quanto à dimensão teórica, o coeficiente Kappa foi de 0,61, com p-valor geral < 0,001 e intervalo de confiança de 95%, variando de 0,53 a 0,69. Esse valor representa concordância substancial entre os juízes2929 Lands JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorial data. Biometrics. 1977;33(1):159-74..

Em relação aos grupos focais dos universitários, a média de idade foi de 20,6 anos (DP = 2,3 anos), variando entre 18 e 24 anos. Todos eram solteiros, 8 (53,3%) eram do sexo feminino e 12 (80%) se autodeclararam brancos. Em relação ao curso, 5 (33,3%) eram do curso de Direito, 4 (26,7%) eram do curso de Letras-Inglês, 2 (13,3%) eram do curso de Pedagogia, 2 (13,3%) eram do curso de Engenharia de Alimentos, 1 (6,7%) era do curso de Enfermagem e 1 (6,7%) era do curso de Química-Licenciatura. A idade média dos usuários dos centros comunitários foi de 36,2 anos (DP = 13,8 anos), variando entre 18 e 64 anos. Oito participantes (53,3%) eram do sexo feminino, 7 (46,6%) se autodeclararam pardos e 9 (60,0%) eram casados ou conviviam com um companheiro. Em relação à escolaridade, a maioria possuía o ensino fundamental incompleto ou o ensino superior incompleto (26,6% cada).

O tempo médio de duração dos grupos focais foi de 11,6 minutos (DP = 2,15 minutos) para os estudantes universitários e 17,6 minutos (DP = 2,05 minutos) para os usuários dos centros comunitários. No que concerne ao enunciado do questionário, todos os participantes declararam que era compreensível. Em relação ao item 2, 80% dos estudantes e 60% dos usuários afirmaram que a frase "Infecções Urinárias Frequentes são causadas pela Clamídia" era a mais apropriada, corroborando a sugestão dos juízes especialistas e do especialista independente. Os dois itens sobre a sífilis acrescentados no questionário foram considerados apropriados por todos os estudantes e por 80,0% dos usuários dos centros comunitários. O item 13, que apresentou baixa validação de conteúdo, foi discutido com os participantes, os quais concordaram com os juízes especialistas que a frase não era apropriada para a nossa cultura.

Após a retirada e o acréscimo de itens, os CVCt para cada critério foram recalculados, mantendo o mesmo valor para clareza de linguagem (CVCt = 0,89) e aumentando em 0,1 para pertinência prática (CVCt = 0,92) e para relevância teórica (CVCt = 0,93). Com as recomendações dos grupos focais e o acréscimo de itens, foi elaborada a versão final do questionário (Quadro 3).

Quadro 3
Versão final da adaptação para o português do Brasil do Questionário sobre Conhecimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (STD-KQ)

DISCUSSÃO

O presente estudo objetivou adaptar o STD-QK para a cultura brasileira. O fato de as DST serem um problema de saúde pública brasileira1Brasil. Portal Brasil. HIV e DST. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/hiv-e-dst-em-mulheres>. Acesso em: 4 abr. 2015.
http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/h...
ressalta a necessidade do investimento de novas pesquisas pela comunidade científica. Até a realização do presente estudo, não existiam publicações sobre instrumentos validados para essa finalidade.

A verificação do vocábulo para o contexto em que ele será inserido é uma etapa importante durante a adaptação transcultural3737 Freire MA, Figueiredo VLM, Gomide A, Jansen K, Silva RA, Magalhães PVS, et al. Escala Hamilton: estudo das características psicométricas em uma amostra do sul do Brasil. J Bras Psiquiatr. 2014;63(4):281-9.. O uso de grupos focais origina sugestões pertinentes que facilitam o entendimento do instrumento3737 Freire MA, Figueiredo VLM, Gomide A, Jansen K, Silva RA, Magalhães PVS, et al. Escala Hamilton: estudo das características psicométricas em uma amostra do sul do Brasil. J Bras Psiquiatr. 2014;63(4):281-9.. Essa técnica permite o refinamento dos itens3131 Carvalho C, Pinheiro MR, Vilar D, Gouveia JP. Questionário de comunicação em educação sexual na escola – versão adolescentes: estudo de validação com jovens portugueses. Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Sociedade. 2014;(4):21-32., garantindo a compreensão do instrumento por populações com características demográficas diferentes. A versão proposta apresentou equivalência semântica com o instrumento original, além de níveis aceitáveis de validade aparente e de conteúdo.

A retirada e o acréscimo de itens pelo comitê de especialistas podem ser realizados durante a adaptação transcultural3838 Ferreira L, Neves AG, Campana MB, Tavares MCGCF. Guia da AAOS/IWH: sugestões para adaptação transcultural de escalas. Aval Psicol. 2014;13(3):457-61.. Isso ocorreu na adaptação do instrumento HIV Knowledge Questionnaire para a Malásia3939 Choy KK, Huo ALK, Lee JER, Sabapathy MG, Jing OJ, Jutti RC. Frequent misconceptions and low-to-moderate knowledge of HIV and AIDS amongst high-school students in Malaysia. ISRN Infect Dis. 2013;2013:1-6. e para a Nigéria4040 Saad A, Rampal L, Sabitu K, AbdulRahman H, Awaisu A, AbuSamah B, et al. Impact of a customized peer-facilitators training program related to sexual health intervention. Int Health. 2012;4(4):277-82., onde teve o acréscimo e a retirada de itens, respectivamente. As perguntas acrescentadas no questionário da Malásia são únicas e envolvem religião e política, refletindo a realidade desse país. O fato de a versão brasileira do STD-KQ apresentar uma questão a mais do que a original não prejudicará substancialmente a comparabilidade dessa versão com o instrumento original e com os instrumentos validados para outras culturas, visto que o resultado é apresentado na forma de frequências absolutas (escore) e de frequências relativas (porcentagem)9Mimiaga MJ, Reisner SL, Cranston K, Isenberg D, Bright D, Daffin G, et al. Sexual mixing patterns and partner characteristics of black MSM in Massachusetts at increased risk for HIV infection and transmission. J Urban Health. 2009;86(4):602-23.,1212 Pereira H, Carmo A. Sexually transmitted diseases: knowledge and perceived prevalence of symptoms in university students. Int STD Res Rev. 2014;2(1): 1-11.,3333 Swenson RR, Rizzo CJ, Brown LK, Payne N, DiClemente RJ, Salazar LF, et al. Prevalence and correlates of HIV testing among sexually active African American adolescents in four US cities. Sex Transm Dis. 2009;36(9): 584-91.. O item sobre o preservativo de pele de cordeiro foi retirado do estudo, por estar fora do contexto cultural brasileiro. Todos os juízes, o especialista independente e todos os autores concordaram que sua retirada não afetará a avaliação do conhecimento. Isso foi corroborado pelos participantes dos grupos focais. Em relação à literatura, os artigos brasileiros que mencionam os preservativos desse material são de mais de 15 anos atrás4141 Gir E, Duarte G, de Carvalho M J. "Condom": sexo e sexualidade. Medicina (Ribeirao Preto). 1996;29(2/3):309-14.,4242 Marinho MB. Entre o funcional e o lúdico: a camisinha nas campanhas de prevenção da. Interface (Botucatu). 2000;4(6):97-108. e apenas apresentam dados sobre esse material para demonstrar a evolução da produção dos preservativos. É importante salientar que os instrumentos, além de serem culturalmente adequados para determinada população, precisam ser adequados para a vida no dia a dia4343 Moreira IC, Bandeira M, Pollo TC, Oliveira MSD. Cross-cultural adaptation to Brazil of Medication Adherence Rating Scale for psychiatric patients. J Bras Psiquiatr. 2014;63(4):273-80.. A sífilis é a terceira DST mais prevalente no Brasil1Brasil. Portal Brasil. HIV e DST. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/hiv-e-dst-em-mulheres>. Acesso em: 4 abr. 2015.
http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/h...
e essa prevalência está aumentando nos últimos anos4444 Brasil. Departamento de DST, AIDS e hepatites virais. Sífilis. 2012. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2012/50770/apresentacao_4_sifilis_capacitacao_dpp_sifilis_r_14015.pdf>: Acesso em: 4 abr. 2015.
http://www.aids.gov.br/sites/default/fil...
. Dessa forma, para que os dados resultantes desse instrumento sirvam de subsídios para futuras intervenções e políticas públicas, é crucial que sejam incluídos itens sobre a sífilis.

A presente pesquisa apresentou limitações. Ainda que os retradutores sejam profissionais qualificados e proficientes na língua inglesa, o uso de falantes nativos da língua inglesa e reconhecidamente (titulados) e conhecedores do português brasileiro seria mais adequado. Outro aspecto é que o tamanho dos grupos focais foi definido pelos pesquisadores. Como essa etapa da validação envolve uma abordagem qualitativa, essa escolha é justificável3030 Catré MNC, Ferreira JA, Pessoa T, Pereira M, Canavarro MC, Catré A. O domínio SRPB (Spirituality, Religiousness and Personal Beliefs) do WHOQOL: O estudo com grupos focais para validação da versão em Português europeu do WHOQOL-SRPB. Análise Psicológica. 2014;32(4):401-17.. Outra limitação do estudo é que ele foi realizado em apenas uma cidade do estado do Rio Grande do Sul. No entanto, a fim de garantir que o instrumento seja adequado para todos os brasileiros, evitou-se utilizar expressões regionais, preservando-se apenas palavras compreensíveis para a população em geral. Outro ponto a considerar é que a comparação das frequências absolutas com a versão original e com as adaptações para outros países poderá sofrer limitações.

CONCLUSÃO

O processo inicial da adaptação transcultural desse questionário apresentou resultados satisfatórios. Algumas adversidades observadas a respeito da compreensão dos itens foram adequadamente retificadas. A concordância substancial entre os juízes em relação à dimensão teórica é uma ferramenta que auxiliará na previsão e compreensão da análise fatorial, sendo a real dimensão teórica de cada item confirmada por meio dessa técnica. Dessa forma, esse questionário parece adequado para a realização de futuras investigações sobre a validade de constructo e a fidedignidade, as quais posteriormente permitirão obter evidências sobre a aplicabilidade desse questionário para avaliação do conhecimento.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos tradutores, aos retradutores, aos juízes especialistas e ao especialista independente, que possibilitaram o desenvolvimento deste estudo.

Este estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    28 Maio 2015
  • Aceito
    28 Ago 2015
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