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Ideação suicida e fatores associados entre estudantes de ensino médio e superior: uma análise hierarquizada

Suicidal ideation and associated factors among high school and university students: a hierarchical analysis

RESUMO

Objetivo

Estimar a prevalência e analisar os fatores associados à ideação suicida em estudantes de ensino médio e superior.

Métodos

Estudo epidemiológico, transversal, analítico, realizado em Montes Claros, MG, Brasil. Para a coleta de dados, aplicou-se um questionário contendo questões relativas às características sociodemográficas, escolares, ocupacionais e de estilo de vida, e às condições socioafetivas e psíquicas. Investigou-se a ideação suicida por meio de um item do Inventário de Depressão de Beck. Na análise de dados, efetuou-se estatística descritiva das variáveis e a Regressão Logística hierarquizada para avaliar os fatores associados à ideação suicida.

Resultados

Constatou-se prevalência de ideação suicida de 11,6% entre estudantes do ensino médio e de 9,8% no ensino superior. No ensino médio, os fatores associados foram: sexo feminino (RO: 2,14; IC 95%: 1,39-3,27), uso de drogas (RO: 3,25; IC 95%: 1,40-7,52), consumo de álcool (RO: 2,50; IC 95%: 1,54-4,04), sentimento de raiva e hostilidade (RO: 1,73; IC 95%: 1,05-2,87) e síndrome de burnout (RO: 2,27; IC 95%: 1,31-3,95). No ensino superior, identificaram-se os fatores: ausência de companheiro (RO: 2,19; IC 95%: 1,68-4,14), turno de estudo noturno (RO: 0,51; IC 95%: 0,36-0,72), consumo de tabaco (RO: 1,74; IC 95%: 1,05-2,91), ausência de pensamento otimista (RO: 2,66; IC 95%: 1,75-4,03), adicção em internet (RO: 1,64; IC 95%: 1,08-2,50) e alto hábito de checagem corporal (RO: 1,69; IC 95%: 1,15-2,50). Sono prejudicado (RO: 1,62; IC 95%: 1,02-2,59; RO: 1,62; IC 95%: 1,05-2,51), interação dialogada prejudicada (RO: 3,04; IC 95%: 1,93-4,82; RO: 2,66; IC 95%: 1,81-3,92), sentimento de desapontamento e tensão (RO: 4,80; IC 95%: 2,97-7,77; RO: 4,02; IC 95%: 2,69-6,02) foram fatores associados nos dois grupos, respectivamente.

Conclusão

Houve importante prevalência de ideação suicida, associada a fatores sociodemográficos, do estilo de vida, socioafetivos e psíquicos.

Ideação suicida; saúde mental; saúde do estudante; estudantes; inquéritos epidemiológicos

ABSTRACT

Objective

To estimate the prevalence and analyze the factors associated with suicidal ideation in high school and college students.

Methods

Epidemiological, transversal, analytical study, carried out in Montes Claros, MG, Brazil. For data collection, a questionnaire was applied, containing questions related to sociodemographic, school, occupational, lifestyle, socio-affective and psychological conditions. Suicidal ideation was investigated using an item in the Beck Depression Inventory. In the data analysis, descriptive statistics of the variables and hierarchical Logistic Regression were used to evaluate the factors associated with suicidal ideation.

Results

There was a prevalence of suicidal ideation of 11.6% among high school students and 9.8% in higher education. In high school, the associated factors were: female gender (OR: 2.14; 95% CI: 1.39-3.27), drug use (OR: 3.25; 95% CI: 1.40-7.52), alcohol consumption (OR: 2.50; 95% CI: 1.54-4.04), feeling of anger and hostility (OR: 1.73; 95% CI: 1.05-2.87), burnout syndrome (OR: 2.27; 95% CI: 1.31-3.95). In higher education, the following factors were identified: absence of a partner (OR: 2.19; 95% CI: 1.68-4.14), night shift (OR: 0.51; 95% CI: 0.36-0.72), tobacco consumption (OR: 1.74; 95% CI: 1.05-2.91), absence of optimistic thinking (OR: 2.66; 95% CI: 1.75-4,03), internet addiction (OR: 1.64; 95% CI: 1.08-2.50), high body check habit (OR: 1.69; 95% CI: 1.15-2.50). Impaired sleep (OR: 1.62; 95% CI: 1.02-2.59; OR: 1.62; 95% CI: 1.05-2.51), impaired dialog interaction (OR: 3.04; 95% CI: 1.93-4.82; OR: 2.66; 95% CI: 1.81-3.92), feeling of disappointment and tension (OR: 4.80; 95% CI: 2.97-7.77; OR: 4.02; 95% CI: 2.69-6.02) were associated factors in both groups, respectively.

Conclusion

There was an important prevalence of suicidal ideation, associated with sociodemographic, lifestyle, socio-affective and psychic factors.

Suicidal ideation; mental health; student health; students; health surveys

INTRODUÇÃO

A ocorrência de suicídio tem aumentado nos últimos anos11. Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59. e afetado os adolescentes e jovens adultos, constituindo um desafio para os sistemas de saúde pública. Está entre as 10 principais causas de morte na população mundial em todas as faixas etárias e ocupa o terceiro lugar em jovens entre 15 e 35 anos11. Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59.

2. Zwald ML, Annor FB, Wilkinson A, Friedrichs M, Fondario A, Dunn AC, et al. Suicidal ideation and attempts among students in grades 8, 10, and 12 – Utah, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(15):451-4.
- 33. Vasconcelos-Raposo J, Soares AR, Silva F, Fernandes MG, Teixeira CM. Níveis de ideação suicida em jovens adultos. Estud Psicol. 2016;33(2):345-54. . A cada ano, cerca de 800.000 óbitos por suicídio ocorrem no mundo, sendo 79% em países de baixa e média renda. Na América Latina, a taxa anual é de aproximadamente 6,5 por 100.00044. Organização Mundial de Saúde. Organização Panamericana de Saúde. Folha informativa – Suicídio. Available from: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid=839. Accessed in: Nov 18, 2020.
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.

No Brasil, entre 2000 e 2015, houve 11.947 mortes por suicídio em adolescentes, com crescimento da mortalidade, a qual passou de 1,71 por 100.000 habitantes em 2000 para 2,51 em 201555. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. . Porém, é questionado se os dados são subestimados, devido a valores socioculturais e falhas nos serviços de saúde, tanto no cenário nacional quanto global11. Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59. , 55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. . O aumento de morte por suicídio nesse grupo populacional é significativo e com impacto nas estimativas de potenciais anos de vida perdidos entre jovens no país44. Organização Mundial de Saúde. Organização Panamericana de Saúde. Folha informativa – Suicídio. Available from: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid=839. Accessed in: Nov 18, 2020.
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, 66. Pereira A, Cardoso F. Suicidal Ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. 2015;25(62):299-306. .

Um elemento desencadeador do comportamento suicida é a ideação suicida22. Zwald ML, Annor FB, Wilkinson A, Friedrichs M, Fondario A, Dunn AC, et al. Suicidal ideation and attempts among students in grades 8, 10, and 12 – Utah, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(15):451-4. , 66. Pereira A, Cardoso F. Suicidal Ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. 2015;25(62):299-306. , que geralmente é o marco inicial do processo de suicídio e pode ser entendida como conjunto de pensamentos de não existir mais, extrair a própria vida e desejar morrer77. Pereira AS, Willhelm AR, Koller SH, Almeida RMM. Risk and protective factors for suicide attempt in emerging adulthood. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(11):3767-77. . Constitui um fenômeno multifatorial, que envolve uma rede de fatores biológicos, psicológicos, sociais, demográficos, econômicos, pessoais, familiares e comportamentais11. Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59. , 88. Andrade ICS, Gomes NP, Correia CM, Lírio JG, Virgens IR, Gomes NP, et al. Social support from family and friends: discourse of people with suicidal behavior. Cogitare Enferm. 2019;24:e64230.

9. Auerbach RP, Stewart JG, Johnson SL. Impulsivity and suicidality in adolescent inpatients. J Abnorm Child Psychol. 2017;45(1):91-103.

10. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53.
- 1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. .

Os adolescentes e adultos jovens compõem um grupo etário em uma fase da vida com diversas transformações, características do processo de desenvolvimento pessoal, social e estudantil que vivenciam. Aspectos peculiares desse público, como desesperança, impulsividade, agressividade, percepção do corpo, abuso de álcool, cigarro e outras drogas, condição sexual, prática religiosa, dificuldades de comunicação, exposição à violência e bullying , falta de pertencimento social e sintomas depressivos e ansiosos, têm sido considerados como possíveis fatores que desencadeiam o processo de ideação suicida1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24.

13. Santos HGB, Marcon SR, Espinosa MM, Baptista MN, Paulo PMC. Factors associated with suicidal ideation among university students. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2878.

14. Sousa CM, Mascarenhas MDM, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Miranda CES, Frota KMG. Suicidal ideation and associated factors among high school adolescents. Rev Saúde Pública. 2020;54:33.

15. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144.

16. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80.
- 1717. Souza e Souza LP, Silva ALS, Aguiar GNP, Lopes IV, Eustáquio JC, Melo MS, et al. Factors associated with suicidal ideation among male college students. Int J Dev Res. 2020;10(5):36218-26. . No âmbito educacional, especialmente no ensino médio e superior, adolescentes e adultos jovens estão inseridos em um contexto cada vez mais adverso, em que sofrem pressão social e são expostos a exigências acadêmicas constantes que comprometem seu bem-estar biopsicossocial77. Pereira AS, Willhelm AR, Koller SH, Almeida RMM. Risk and protective factors for suicide attempt in emerging adulthood. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(11):3767-77. , 1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24. , 1818. Arnett JJ, Zukauskiene R, Sugimura K. The new life stage of emerging adulthood at ages 18-29 years: implications for mental health. Lancet Psychiatry. 2014;1(7):569-76. .

A saúde mental desse público tem sido negligenciada, embora seja relevante e com repercussões socioeconômicas, familiares, de aprendizagem, no sistema de saúde e educacional, predispondo-o à ideação suicida1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24. , 1616. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80. , 1717. Souza e Souza LP, Silva ALS, Aguiar GNP, Lopes IV, Eustáquio JC, Melo MS, et al. Factors associated with suicidal ideation among male college students. Int J Dev Res. 2020;10(5):36218-26. . Estudos epidemiológicos de base populacional são necessários para a identificação de fatores relacionados à ideação suicida, a fim de contribuir para o delineamento de políticas e estratégias de prevenção, rastreamento, monitoramento e promoção da saúde33. Vasconcelos-Raposo J, Soares AR, Silva F, Fernandes MG, Teixeira CM. Níveis de ideação suicida em jovens adultos. Estud Psicol. 2016;33(2):345-54. , 55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. , 1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. . Investigações sobre a temática, relativas aos discentes de ensino médio e universitário em diferentes contextos, são importantes, diante das diferenças regionais, culturais e socioeconômicas presentes no Brasil. Isso se torna especialmente relevante para esse grupo populacional, uma geração emergente cada vez mais proeminente na sociedade. Pesquisas sobre essa temática ainda são incipientes55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. , 1010. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. , 1313. Santos HGB, Marcon SR, Espinosa MM, Baptista MN, Paulo PMC. Factors associated with suicidal ideation among university students. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2878. , especialmente no norte de Minas Gerais.

O investimento na atenção à saúde dos jovens oferece dividendos triplos por meio do resultado imediato durante o período da adolescência, na vida adulta e no bem-estar de gerações futuras2020. World Health Organization (WHO). Global Accelerated Action for the Health of Adolescents (AA‐HA!): guidance to support country implementation [Internet]. WHO. Available from: http://www.who.int/maternal_child_adolescent/topics/adolescence/framework-accelerated-action/en/. Accessed in: May 10, 2021.
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. Apesar das evidências sobre o efeito debilitante da ideação suicida entre estudantes, é limitada a compreensão da magnitude do problema no país2121. Cano-Montalbán I, Quevedo-Blasco R. Sociodemographic variables most associated with suicidal behaviour and suicide methods in Europe and America. A systematic review. Eur J Psychol Applied Legal Context. 2018;10(1):15-25. . Reconhecer a prevalência da ideação suicida e os fatores associados pode ser um meio de prevenção do desfecho suicídio1515. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144. . Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência e analisar os fatores associados à ideação suicida em estudantes de ensino médio e superior.

MÉTODOS

O presente estudo advém de um inquérito epidemiológico de base populacional, transversal e analítico, intitulado “Estudantes online: uso e dependência da internet (AdicMoc)”, realizado na zona urbana de Montes Claros, Norte de Minas Gerais, MG, Brasil. A população foi constituída por estudantes regularmente matriculados em instituições públicas e privadas do ensino médio e do ensino superior. Na época do estudo, de acordo com os censos escolares de 2012 e 2014, havia um total de 16.216 estudantes do ensino médio e 25.883 do ensino superior.

O tamanho amostral foi definido para o estudo base considerando a prevalência de adicção em internet de 13%2222. Yayan EH, Arikan D, Saban F, Baş NG, Özcan ÖÖ. Examination of the correlation between Internet addiction and social phobia in adolescents. West J Nurs Res. 2017;39(9):1240-54. , nível de confiança de 95% e margem de erro de 2%, com correção para população finita. Foi adotada a correção para o efeito de delineamento ( deff = 2,0) e se estabeleceu um acréscimo de 15% para possíveis perdas. Estimou-se o tamanho da amostra de, no mínimo, 2.500 estudantes, que, estratificada proporcionalmente, resultou em 963 do ensino médio e 1.537 do ensino superior.

Para o tamanho amostral do estrato ensino médio (n = 963), a razão de odds (RO) mínima detectável, com poder de 80%, foi estimada em 1,13, enquanto no estrato ensino superior (n = 1.549) foi estimada a RO mínima de 1,10. Nos cálculos dessas estimativas, foi utilizada a variável independente “consumo de álcool” como exposição principal, pois o estudo contemplou inúmeras variáveis independentes, e a variável adotada foi aquela que apresentou menor estimativa de RO, entre as testadas.

A seleção da amostra foi do tipo probabilística por conglomerado, em um único estágio para o ensino médio e em três estágios para o ensino superior. No primeiro estágio, por probabilidade proporcional ao tamanho (PPT), procedeu-se ao sorteio das instituições de ensino (cinco do ensino médio e quatro do ensino superior). No ensino médio, foram selecionadas todas as turmas da instituição sorteada. No ensino superior, no segundo estágio, foram sorteados, por PPT, os cursos estratificados pela área e, no terceiro estágio, por amostragem aleatória simples (AAS), foi efetuado o sorteio das turmas por curso. Nos dois níveis de ensino, todos os alunos das turmas selecionadas foram convidados a participar da pesquisa. Aplicou-se como critério de inclusão ser estudante regularmente matriculado nas instituições selecionadas e, como critério de exclusão, não conseguir responder aos questionários por dificuldade de interpretação.

Previamente à coleta de dados, houve capacitação dos entrevistadores e estudo-piloto com estudantes pertencentes a instituições de ensino não selecionadas, a fim de padronizar os procedimentos da pesquisa. Os dados foram coletados entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017, em sala de aula, por uma equipe multiprofissional das áreas de Medicina, Psicologia, Enfermagem, Nutrição e Exatas, além de graduandos da iniciação científica dos cursos de Medicina, Enfermagem e Engenharia Civil.

Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário que contemplava características sociodemográficas (sexo, estado civil e classe socioeconômica), escolares e ocupacionais (turno de estudo, tipo de instituição, nível de ensino e trabalho extracurricular remunerado), estilo de vida (consumo de tabaco, abuso de remédios, uso de drogas, prática de atividade física, consumo de álcool, lazer, pressa no cotidiano e sono), aspectos socioafetivos (interação dialogada, interação afetiva, pensamento otimista, sentimentos de raiva e hostilidade, sentimentos de tensão e desapontamento, e capacidade de lidar com estresse) e condições psíquicas (síndrome de burnout , adicção em internet, hábito de checagem corporal).

Utilizou-se o instrumento traduzido e validado no Brasil “Estilo de Vida Fantástico”2323. Añez CRR, Reis RS, Petroski EL. Versão Brasileira do questionário “Estilo de vida Fantástico”: tradução e validação para Adultos Jovens. Arq Bras Cardiol. 2008;91(2):102-9. para investigar as variáveis relacionadas ao estilo de vida – consumo de tabaco, abuso de remédios, uso de drogas, prática de atividade física, consumo de álcool, lazer, pressa no cotidiano e sono – e as relativas aos aspectos socioafetivos – interação dialogada, interação afetiva, pensamento otimista, sentimentos de raiva/hostilidade, sentimentos de tensão/desapontamento e capacidade de lidar com estresse. Esse instrumento é composto por questões sobre o comportamento dos indivíduos nos últimos 30 dias, distribuídas nos domínios: “família e amigos”, “atividade física”, “nutrição”, “cigarro e drogas”, “álcool”, “sono”, “cinto de segurança”, “estresse e sexo seguro”, “tipo de comportamento”, “introspecção” e “trabalho”2323. Añez CRR, Reis RS, Petroski EL. Versão Brasileira do questionário “Estilo de vida Fantástico”: tradução e validação para Adultos Jovens. Arq Bras Cardiol. 2008;91(2):102-9. . No presente estudo, foram utilizadas apenas as questões de interesse que englobavam os aspectos das variáveis supracitadas.

Quanto às condições psíquicas, a adicção em internet foi avaliada por meio do instrumento validado Internet Addiction Test (IAT)2424. Young KS. Internet addiction: the emergence of a new clinical disorder. Cyber Psychol Behav. 1996;1(3):237-44. . Foi utilizada a versão traduzida e adaptada para o português2525. Conti MA, Jardim AP, Hearst N, Cordas TA, Tavares H, Abreu CN. Evaluation of semantic equivalence and internal consistency of a Portuguese version of the Internet Addiction Test (IAT). Rev Psiquiatr Clín. 2012;39(3):106-10. . O IAT considera a influência do uso da internet na rotina, na vida social, na produtividade, nos padrões de sono e nas emoções dos indivíduos. É composto por 20 questões em uma escala de Likert de cinco pontos, com escores que podem variar de 20 a 100 pontos. Neste estudo, a variável adicção em internet foi dicotomizada em: usuários sem adicção (20 a 39 pontos) e usuários problemáticos ou adictos (40 a 100 pontos)2424. Young KS. Internet addiction: the emergence of a new clinical disorder. Cyber Psychol Behav. 1996;1(3):237-44. .

A síndrome de burnout em estudantes foi avaliada pelo instrumento validado Maslach Burnout Inventory – Student Survey (MBI-SS)2626. Schaufeli WB, Martínez IM, Marques Pinto A, Salanova M, Bakker AB. Burnout and engagement in university students: a cross-national study. J Cross Cult Psychol. 2002;33(5):464-81. . A versão brasileira apresentou adaptação transcultural e mostrou-se válida e confiável2727. Campos JADB, Maroco J. Adaptação transcultural Portugal-Brasil do Inventário de Burnout de Maslach para estudantes. Rev Saúde Pública. 2012;46(5):816-24. . O MBI-SS é constituído por 15 questões e apresenta três subescalas: exaustão emocional, descrença e eficácia profissional. As questões são respondidas por meio de uma escala de Likert que varia de zero a seis pontos. Cinco tópicos medem a exaustão emocional, quatro itens aferem a descrença e seis itens avaliam a eficácia profissional. A presença da citada síndrome foi considerada, utilizando o critério tridimensional, quando sua pontuação atinge escore alto para exaustão emocional (escore maior que 14 pontos), escore alto para descrença (escore maior do que seis pontos) e escore baixo para eficácia profissional (escore menor que 23 pontos)2727. Campos JADB, Maroco J. Adaptação transcultural Portugal-Brasil do Inventário de Burnout de Maslach para estudantes. Rev Saúde Pública. 2012;46(5):816-24. , sendo categorizada em presente e ausente.

Para aferir a frequência de comportamento de checagem do corpo, utilizou-se o instrumento Body Checking Questionnaire (BCQ), traduzido e validado no Brasil2828. Campana ANNB. Tradução, adaptação transcultural e validação do “Body Image Avoidance Questionnaire (BIAQ)” e do “Body Checking Questionnaire (BCQ)” para a língua portuguesa no Brasil (mestrado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2007. . Trata-se de questionário de autorrelato com 12 itens marcados em escala na forma Likert , medindo o comportamento de verificação do corpo em quatro aspectos: checagem corporal pela observação do corpo, aferição de partes específicas do corpo, confronto do próprio corpo com o dos outros e procura de informações perceptivas. Quanto maior a pontuação, mais frequente o hábito de checagem corporal2828. Campana ANNB. Tradução, adaptação transcultural e validação do “Body Image Avoidance Questionnaire (BIAQ)” e do “Body Checking Questionnaire (BCQ)” para a língua portuguesa no Brasil (mestrado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2007. . Considerando a ausência de pontos de corte definidos para o BCQ, estabeleceu-se neste trabalho que os adolescentes que obtiveram valores superiores à média apresentavam alto índice de checagem corporal.

Para avaliação da variável-desfecho ideação suicida, utilizou-se um item do Inventário de Depressão de Beck (BDI), proposto por Beck2929. Beck AT, Ward CH, Mendelson M, Mock J, Erbaugh J. An inventory for measuring depression. Arch Gen Psychiatry. 1961;4:561-71. . No Brasil, esse instrumento foi validado entre universitários3030. Gorestein C, Andrade L. Inventário de depressão de Beck: propriedades psicométricas da versão em português. Rev Psiquiatr Clín. 1998;25(5):245-50. . O item do instrumento que foi analisado é composto pelas afirmações: “não tenho quaisquer ideias de me matar”; “tenho ideias de me matar, mas não as executaria”; “gostaria de me matar”; “eu me mataria se tivesse oportunidade”. A resposta positiva a uma das três últimas alternativas foi interpretada como presença de ideação suicida.

Os dados foram digitados em duplicata, organizados e analisados no programa IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) Statistics , versão 22.0®. Todas as análises estatísticas foram realizadas separadamente em dois estratos: ensino médio e ensino superior. As variáveis investigadas foram descritas por meio de sua distribuição de frequência absoluta e percentual com correção pelo efeito do desenho ( deff ). Após, foram conduzidas análises bivariadas entre a variável desfecho e cada variável independente, adotando-se o modelo de Regressão Logística. Foram estimadas as RO brutas, com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). As variáveis que apresentaram nível descritivo (valor p) de até 20% foram selecionadas para análise múltipla, por meio do modelo de Regressão Logística hierarquizada. Para esse modelo, foi obedecido o esquema apresentado na Figura 1 , composto por blocos de variáveis em níveis distal (sociodemográficas, escolares e ocupacionais), intermediário (estilo de vida, aspectos socioafetivos) e proximal (condições psíquicas).

Figura 1
Modelo teórico hierarquizado dos possíveis fatores associados à ideação suicida entre estudantes do ensino médio e superior de Montes Claros, MG, Brasil.

A organização dos fatores associados à ideação suicida de forma sistemática possibilita hierarquizá-los conforme a maior associação com o desfecho. Assim, condições emocionais como adicção em internet, síndrome de burnout e hábito de checagem corporal, que apresentam maior associação e consequente maior prevalência de ideação suicida, foram organizados de forma proximal ao desfecho. Ademais, esse nível hierárquico, além de influir no desfecho, sofre influência das condições posicionadas no nível intermediário, como estilo de vida e aspectos socioafetivos e ainda pode ter relação com as variáveis alocadas no nível distal. Logo, o desfecho se associa de forma distinta aos fatores de cada nível hierárquico. Dessa forma, foi feita essa hipotetização dos fatores que influenciam na ideação suicida, embora seja uma atividade complexa em virtude da subjetividade dos aspectos mentais3131. Souza Filho BAB, Struchiner CJ. Uma proposta teórico-metodológica para elaboração de modelos teóricos. Cad Saúde Colet. 2021;29(1):86-97. .

O bloco das características sociodemográficas, escolares e ocupacionais foi o primeiro a ser incluído no modelo, permanecendo como fator de ajuste para os determinantes intermediários e proximais. Em seguida, foram alocadas as variáveis do nível intermediário (estilo de vida, aspectos socioafetivos), fixando como fator de ajuste para as variáveis do nível proximal. Por fim, foram inseridas as variáveis do nível proximal (condições psíquicas). Em todos os níveis, permaneceram no modelo somente aquelas variáveis que apresentaram nível descritivo p < 0,10, após ajuste para as variáveis dos níveis anteriores. No modelo final, foi adotado nível de significância 0,05, e as variáveis com valor p < 0,10 permaneceram como fator de ajuste. Foram estimadas RO ajustadas com seus respectivos IC 95%. Aferiu-se a qualidade do ajuste do modelo logístico pelo Teste Hosmer-Lemeshow.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer Consubstanciado nº 1.520.173). O participante com idade inferior a 18 anos e o seu responsável assinaram respectivamente o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os estudantes com idade a partir de 18 anos assinaram o TCLE.

RESULTADOS

Participaram do estudo 2.519 estudantes. Houve uma perda de sete entrevistados que não responderam à questão sobre ideação suicida, totalizando 2.512 respondentes, 963 do ensino médio e 1.549 do nível universitário. Entre os estudantes do ensino médio, 53,4% eram do sexo feminino, 82,4% estudavam em instituição pública, 25% faziam consumo de álcool e 62,6% foram classificados como usuários com adicção em internet. Entre os universitários, 73,5% tinham idade a partir de 20 anos, 84,1% não viviam com parceiro, 51,4% tinham o sono prejudicado, 30,7% apresentaram interação dialogada prejudicada e 39,1% referiram alto hábito de checagem corporal. As demais características sociodemográficas, escolares e ocupacionais, do estilo de vida, socioafetivas e psíquicas, por modalidade de ensino, constam na Tabela 1 .

Tabela 1
Caracterização dos estudantes, segundo características sociodemográficas, escolares e ocupacionais, do estilo de vida, socioafetivas e psíquicas, por modalidade de ensino – Montes Claros, MG, Brasil, 2016/2017 (n = 2.512)

A prevalência de ideação suicida foi de 11,6% entre os estudantes do ensino médio e de 9,8% entre os discentes do ensino superior. As variáveis que apresentaram associação estatística com esse desfecho, nas modalidades ensino médio e universitário, ao nível de 20% na análise bivariada, foram descritas respectivamente nas Tabelas 2 e 3 .

Tabela 2
Prevalência e fatores associados à ideação suicida entre estudantes do ensino médio – Montes Claros, MG, Brasil, 2016/2017 (n = 963)
Tabela 3
Prevalência e fatores associados à ideação suicida entre estudantes do ensino superior – Montes Claros, MG, Brasil, 2016/2017 (n = 1.549)

No modelo final, entre os participantes do ensino médio, a ideação suicida esteve associada aos fatores: sexo feminino (RO: 2,14; IC 95%: 1,39-3,27), uso de drogas (RO: 3,25; IC 95%: 1,40-7,52), consumo de álcool (RO: 2,50; IC 95%: 1,54-4,04), sono prejudicado (RO: 1,62; IC 95%: 1,02-2,59), interação dialogada prejudicada (RO: 3,04; IC 95%: 1,93-4,82), sentimento de raiva e hostilidade (RO: 1,73; IC 95%: 1,05-2,87), sentimento de desapontamento e tensão (RO: 4,80; IC 95%: 2,97-7,77) e síndrome de burnout (RO: 2,27; IC 95%: 1,31-3,95) ( Tabela 2 ).

Entre os universitários, os fatores associados ao desfecho foram: ausência de companheiro (RO: 2,19; IC 95%: 1,68-4,14), turno de estudo noturno (RO: 0,51; IC 95%: 0,36-0,72), consumo de tabaco (RO: 1,74; IC 95%: 1,05-2,91), sono prejudicado (RO: 1,62; IC 95%: 1,05-2,51), interação dialogada prejudicada (RO: 2,66; IC 95%: 1,81-3,92), ausência de pensamento otimista (RO: 2,66; IC 95%: 1,75-4,03), sentimento de desapontamento e tensão (RO: 4,02; IC 95%: 2,69-6,02), adicção em internet (RO: 1,64; IC 95%: 1,08-2,50) e alto hábito de checagem corporal (RO: 1,69; IC 95%: 1,15-2,50) ( Tabela 3 ).

DISCUSSÃO

Este estudo evidenciou que parte expressiva dos estudantes nas modalidades analisadas apresentou ideação suicida, desfecho que esteve associado a fatores sociodemográficos, do estilo de vida, socioafetivos e psíquicos.

Os registros de prevalências desse evento oscilam na literatura internacional e nacional. Internacionalmente, entre os estudantes do ensino médio22. Zwald ML, Annor FB, Wilkinson A, Friedrichs M, Fondario A, Dunn AC, et al. Suicidal ideation and attempts among students in grades 8, 10, and 12 – Utah, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(15):451-4. , 3232. Ziaei R, Viitasara E, Soares J, Sadeghi-Bazarghani H, Dastgiri S, Zeinalzadeh AH, et al. Suicidal ideation and its correlates among high school students in Iran: a cross-sectional study. BMC Psychiatry. 2017;17(1):147.

33. Cong EZ, Wu Y, Cai YY, Chen HY, Xu YF. Association of suicidal ideation with family environment and psychological resilience in adolescents. Chin J Contemp Pediatr. 2019;21(5):479-84.

34. Zhang YY, Lei YT, Song Y, Lu R, Duan JL, Prochaska JJ. Gender differences in suicidal ideation and health-risk behaviors among high school students in Beijing, China. J Glob Health. 2019;9(1):e010604.
- 3535. Chang Q, Xing J, Ho RTH, Yip PSF. Cyberbullying and suicide ideation among Hong Kong adolescents: the mitigating effects of life satisfaction with family, classmates and academic results. Psychiatry Res. 2019;274:269-73. , observaram-se valores entre 4,1% na cidade de Tabriz, Iran3232. Ziaei R, Viitasara E, Soares J, Sadeghi-Bazarghani H, Dastgiri S, Zeinalzadeh AH, et al. Suicidal ideation and its correlates among high school students in Iran: a cross-sectional study. BMC Psychiatry. 2017;17(1):147. , e 21,8% em Hong Kong, China3535. Chang Q, Xing J, Ho RTH, Yip PSF. Cyberbullying and suicide ideation among Hong Kong adolescents: the mitigating effects of life satisfaction with family, classmates and academic results. Psychiatry Res. 2019;274:269-73. . No ensino superior66. Pereira A, Cardoso F. Suicidal Ideation in university students: prevalence and association with school and gender. Paidéia. 2015;25(62):299-306. , 3636. Hidalgo-Rasmussen CA, Chávez-Flores YV, Yanez-Peñúñuri LY, Navarro SRM. Comportamientos de riesgo de suicidio y calidad de vida relacionada con la salud em estudiantes que ingresaron a una universidad mexicana. Ciênc Saúde Coletiva. 2019;24(10):3763-72.

37. Peltzer K, Yi S, Pengpid S. Suicidal behaviors and associated factors among university students in six countries in the Association of Southeast Asian Nations (ASEAN). Asian J Psychiatr. 2017;26:32-8.

38. Macías IFS, Camargo YS. Factores asociados a ideación suicida em universitarios. Psychol Av Discip. 2015;9(1):71-81.

39. Wang M, Kou C, Bai W, Song Y, Liu X, Yu W, et al. Prevalence and correlates of suicidal ideation among college students: a mental health survey in Jilin Province, China. J Affect Disord. 2019;246:166-73.
- 4040. Huang Y, Kuang Li, Wang W, Cao J, Xu L. Association between personality traits and risk of suicidal ideation in Chinese university students: analysis of the correlation among five personalities. Psychiatry Res. 2019;272:93-9. , as prevalências estiveram entre 4,7%, em estudo com mexicanos3636. Hidalgo-Rasmussen CA, Chávez-Flores YV, Yanez-Peñúñuri LY, Navarro SRM. Comportamientos de riesgo de suicidio y calidad de vida relacionada con la salud em estudiantes que ingresaron a una universidad mexicana. Ciênc Saúde Coletiva. 2019;24(10):3763-72. , e 31%, em Boyacá, Colômbia3838. Macías IFS, Camargo YS. Factores asociados a ideación suicida em universitarios. Psychol Av Discip. 2015;9(1):71-81. . No Brasil, nos estudos referentes ao ensino médio1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. , 1414. Sousa CM, Mascarenhas MDM, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Miranda CES, Frota KMG. Suicidal ideation and associated factors among high school adolescents. Rev Saúde Pública. 2020;54:33. , 1616. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80. , 4141. Claumann GS, Pinto AA, Silva DAS, Pelegrini A. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em adolescentes. J Bras Psiquiatr. 2018;67(1):3-9. , a ideação suicida variou de 7,9%, em Teresina (Piauí)1414. Sousa CM, Mascarenhas MDM, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Miranda CES, Frota KMG. Suicidal ideation and associated factors among high school adolescents. Rev Saúde Pública. 2020;54:33. , a 14%, em Aracaju e região metropolitana do estado de Sergipe1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. . Nos universitários1313. Santos HGB, Marcon SR, Espinosa MM, Baptista MN, Paulo PMC. Factors associated with suicidal ideation among university students. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2878. , 1515. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144. , 1717. Souza e Souza LP, Silva ALS, Aguiar GNP, Lopes IV, Eustáquio JC, Melo MS, et al. Factors associated with suicidal ideation among male college students. Int J Dev Res. 2020;10(5):36218-26. , 1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. , 4242. Silva LS, Lemes AG, Nascimento VF, Volpato RJ, Rocha EM, Moura AAM. Fatores de risco e ideação suicida entre estudantes de enfermagem. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;(24):8-16. , foram identificadas prevalências no intervalo de 2,8%1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. em Pelotas a 22% em Teresina1515. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144. .

Há que se ponderar que tais diferenças podem ser atribuídas a especificidades étnicas, culturais, sociodemográficas, econômicas e de saúde presentes em diferentes contextos. Há, ainda, diversos critérios metodológicos utilizados no rastreamento da condição averiguada, o que requer prudência na comparação entre as investigações11. Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M, et al. Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry. 2016;3(7):646-59. , 1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. .

A expressiva prevalência constatada converge com uma problemática atual no campo da saúde mental de adolescentes e jovens adultos, considerando o aumento dos índices de ideação, comportamentos, tentativas e práticas de suicídio, bem como de transtornos mentais comuns nesse seguimento1313. Santos HGB, Marcon SR, Espinosa MM, Baptista MN, Paulo PMC. Factors associated with suicidal ideation among university students. Rev Latino-Am Enfermagem. 2017;25:e2878. , cada vez mais exposto aos fatores de risco tanto psíquicos quanto de saúde em geral3838. Macías IFS, Camargo YS. Factores asociados a ideación suicida em universitarios. Psychol Av Discip. 2015;9(1):71-81. . As fases de ensino médio e superior podem apresentar adversidades que repercutem na vida do estudante e no seu aprendizado. A insuficiente clareza emocional em relação aos estudos e ao futuro profissional pode provocar sentimentos pessimistas. Ademais, elementos como exigências curriculares, falta de recursos, sobrecarga, relações negativas com colegas e professores podem comprometer o desempenho e culminar em sofrimento e estresse4343. Fonseca JRF, Calache ALSC, Santos MR, Silva RM, Moretto SA. Association of stress factors and depressive symptoms with the academic performance of nursing students. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:03530. , 4444. Hirsch CD, Barlem ED, Tomaschewski-Barlem JG, Lunardi VL, Oliveira ACC. Predictors of stress and coping strategies adopted by nursing students. Acta Paul Enferm. 2015;28(3):224-9. .

Quanto aos fatores associados ao desfecho averiguado, o sexo feminino foi observado no ensino médio, associação esta também exposta em outras pesquisas1010. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. , 1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. , 1616. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80. , 1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. , 4545. Sohn M, Oh H, Lee SK, Potenza MN. Suicidal ideation and related factors among Korean high school students: a focus on cyber addiction and school bullying. J Sch Nurs. 2018;34(4):310-8. . Isso revela que as mulheres tendem a ter maior prevalência de ideação que os homens. Embora as explicações exatas das diferenças sexuais ainda não sejam bem claras, o papel dos hormônios sexuais, a resposta ao estresse, as características psicológicas (como baixa autoestima, sintomas depressivos e ansiosos, insatisfação com o corpo) e diferenças sociais aliadas à desigualdade de gênero parecem ser aspectos que esclarecem a maior ocorrência de ideação suicida em estudantes do sexo feminino1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24. , 1717. Souza e Souza LP, Silva ALS, Aguiar GNP, Lopes IV, Eustáquio JC, Melo MS, et al. Factors associated with suicidal ideation among male college students. Int J Dev Res. 2020;10(5):36218-26. , 1919. Gomes AP, Soares ALG, Kieling C, Rohde LA, Gonçalves H. Mental disorders and suicide risk in emerging adulthood: the 1993 Pelotas birth cohort. Rev Saúde Pública. 2019;53:96. .

Entre os acadêmicos da educação superior, o estado civil sem parceiro se comportou como fator interferente na ideação suicida. Entre universitários portugueses33. Vasconcelos-Raposo J, Soares AR, Silva F, Fernandes MG, Teixeira CM. Níveis de ideação suicida em jovens adultos. Estud Psicol. 2016;33(2):345-54. e brasileiros1515. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144. , tal resultado também foi identificado, revelando uma tendência de maior frequência dessa condição em indivíduos solteiros. Atualmente, há um direcionamento na sociedade ocidental: as pessoas tendem a casar-se e a constituir família em uma idade mais avançada, após a conclusão dos estudos e a conquista de certa estabilidade profissional33. Vasconcelos-Raposo J, Soares AR, Silva F, Fernandes MG, Teixeira CM. Níveis de ideação suicida em jovens adultos. Estud Psicol. 2016;33(2):345-54. . Há que se salientar que ser casado ou ter um parceiro pode ser um fator de proteção para a saúde mental, desde que isso proporcione boas ligações afetivas e o sentimento de integração1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. .

Verificou-se que, em relação às características educacionais, o turno de estudo noturno se apresentou como fator de proteção para a ideação suicida entre os discentes da educação superior nesta pesquisa. Geralmente, tal variável tem sido considerada como um aspecto comprometedor da qualidade de vida e do bem-estar de estudantes, que muitas vezes precisam conciliar suas atividades de aprendizagem com trabalho e família, estando mais vulneráveis ao desgaste físico e mental4343. Fonseca JRF, Calache ALSC, Santos MR, Silva RM, Moretto SA. Association of stress factors and depressive symptoms with the academic performance of nursing students. Rev Esc Enferm USP. 2019;53:03530. . No entanto, essa rotina não demonstrou ser um fator negativo à saúde psíquica dos participantes que estudam em horário noturno, nesta pesquisa.

O consumo de drogas e álcool se relacionou com a presença de ideação suicida, entre os discentes do ensino médio, enquanto o uso de tabaco se mostrou associado entre os universitários. O consumo de drogas, álcool e tabaco está em consonância com pesquisas anteriores conduzidas no Iran3232. Ziaei R, Viitasara E, Soares J, Sadeghi-Bazarghani H, Dastgiri S, Zeinalzadeh AH, et al. Suicidal ideation and its correlates among high school students in Iran: a cross-sectional study. BMC Psychiatry. 2017;17(1):147. e no Brasil1010. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. , 1111. Silva RJ, Santos FA, Soares NM, Pardono E. Suicidal ideation and associated factors among adolescents in northeastern Brazil. ScientificWorldJournal. 2014;2014:450943. , 1515. Veloso LUP, Lima CLS, Sales JCS, Monteiro CFS, Gonçalves AMS, Silva Júnior FJG. Suicidal ideation among health field undergraduates: prevalence and associated factors. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180144. , 4646. Barros PDQ, Pichelli AAWS, Ribeiro KCS. Associação entre o consumo de drogas e a ideação suicida em adolescentes. Mental. 2017;11(21):304-20. . Estudos realizados na China3939. Wang M, Kou C, Bai W, Song Y, Liu X, Yu W, et al. Prevalence and correlates of suicidal ideation among college students: a mental health survey in Jilin Province, China. J Affect Disord. 2019;246:166-73. e nos EUA22. Zwald ML, Annor FB, Wilkinson A, Friedrichs M, Fondario A, Dunn AC, et al. Suicidal ideation and attempts among students in grades 8, 10, and 12 – Utah, 2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(15):451-4. mostraram associação da ideação suicida com o consumo de tabaco. Tais práticas estão entre os mais fortes preditores para a ideação e consumação do suicídio entre adolescentes e jovens adultos55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. , 1010. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. , 3434. Zhang YY, Lei YT, Song Y, Lu R, Duan JL, Prochaska JJ. Gender differences in suicidal ideation and health-risk behaviors among high school students in Beijing, China. J Glob Health. 2019;9(1):e010604. , 4747. Shain B. Suicide and suicide attempts in adolescents. Pediatrics. 2016;138(1):e20161420. . Um agravante nessa condição é que substâncias com características farmacológicas como o álcool possuem ação de liberar atos impulsivos, o que pode predispor o indivíduo ao sofrimento psíquico com ideação suicida e ao ato definitivo do suicídio4848. Gonçalves REM, Ponce JC, Leyton V. Uso de álcool e suicídio. Saúde Ética Justiça. 2015;20(1):9-14. . O consumo de drogas, álcool e/ou tabaco pode estar atrelado a uma necessidade de aceitação social e à influência de amigos4646. Barros PDQ, Pichelli AAWS, Ribeiro KCS. Associação entre o consumo de drogas e a ideação suicida em adolescentes. Mental. 2017;11(21):304-20. . Além disso, o abuso de substâncias psicoativas está associado à presença de transtornos mentais, em sua maioria não diagnosticados, como o transtorno depressivo4949. Bonadiman CSC, Passos VMA, Mooney M, Naghavi M, Melo APS. The burden of disease attributable to mental and substance use disorders in Brazil: Global Burden of Disease Study, 1990 and 2015. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(1):191-204. .

O atual estudo ainda apresentou uma associação entre sono insatisfatório e ideação suicida, nos dois níveis de ensino, achado também observado entre discentes chineses3434. Zhang YY, Lei YT, Song Y, Lu R, Duan JL, Prochaska JJ. Gender differences in suicidal ideation and health-risk behaviors among high school students in Beijing, China. J Glob Health. 2019;9(1):e010604. , 3939. Wang M, Kou C, Bai W, Song Y, Liu X, Yu W, et al. Prevalence and correlates of suicidal ideation among college students: a mental health survey in Jilin Province, China. J Affect Disord. 2019;246:166-73. e pernambucanos1616. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80. . Possivelmente, isso se deve ao acúmulo de atribuições, conciliação dos horários escolares com estudos individuais, trabalho e afazeres domésticos, o que prejudica a qualidade do sono e o tempo para repouso e causa sonolência diurna nos estudantes. A insônia, os despertares noturnos frequentes, o sono não restaurador, a redução do sono total ou os sonhos perturbadores podem afetar a qualidade de vida e o bem-estar mental do indivíduo5050. Silva KKM, Martino MMF, Bezerra CMB, Souza AML, Silva DM, Nunes JT. Stress and quality of sleep in undergraduate nursing students. Rev Bras Enferm. 2020;73(1):e20180227. .

A interação dialogada prejudicada e a sensação de desapontamento ou tensão foram fatores associados à ideação suicida neste estudo, tanto para os participantes do ensino médio quanto do ensino superior. O sentimento de raiva e hostilidade e não pensar de forma otimista se mantiveram relacionados ao desfecho, respectivamente, no nível médio e universitário. Pesquisas destacam aspectos como amizades88. Andrade ICS, Gomes NP, Correia CM, Lírio JG, Virgens IR, Gomes NP, et al. Social support from family and friends: discourse of people with suicidal behavior. Cogitare Enferm. 2019;24:e64230. , 99. Auerbach RP, Stewart JG, Johnson SL. Impulsivity and suicidality in adolescent inpatients. J Abnorm Child Psychol. 2017;45(1):91-103. , 1717. Souza e Souza LP, Silva ALS, Aguiar GNP, Lopes IV, Eustáquio JC, Melo MS, et al. Factors associated with suicidal ideation among male college students. Int J Dev Res. 2020;10(5):36218-26. , 3939. Wang M, Kou C, Bai W, Song Y, Liu X, Yu W, et al. 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As relações sociais autopercebidas estão vinculadas a comportamentos de saúde em geral e mental no grupo analisado. A família, os amigos e as pessoas próximas podem constituir uma rede de apoio emocional que contribui com o indivíduo no enfrentamento de dificuldades, assim como no acesso a recursos materiais e simbólicos que favorecem o bem-estar psicológico77. Pereira AS, Willhelm AR, Koller SH, Almeida RMM. Risk and protective factors for suicide attempt in emerging adulthood. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(11):3767-77. , 5151. Sakyi KS, Surkan PJ, Fombonne E, Chollet A, Melchior M. Childhood friendships and psychological difficulties in young adulthood: an 18-year follow-up study. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2015;24(7):815-26. , 5252. Malta DC, Machado IE, Felisbino-Mendes MS, Prado RR, Pinto AMS, Oliveira-Campos M, et al. Use of psychoactive substances among Brazilian adolescents and associated factors: National School-based Health Survey, 2015. 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Nos pesquisados do ensino médio, a síndrome de burnout esteve relacionada à ideação suicida. Essa é uma constatação esperada, pois o desgaste gerado por essa síndrome pode estar diretamente atrelado ao sofrimento psíquico e ocasionar até mesmo ideação suicida. Trata-se de uma condição dinâmica e complexa, caracterizada por um conjunto de sintomas cognitivos, psicossomáticos, emocionais e sociais que afetam o bem-estar físico e psicológico do estudante. Os adolescentes na fase do ensino médio têm vivenciado diversos desafios e demandas educacionais e profissionais na contemporaneidade, o que provavelmente elucida a associação5454. Villamizar MPJ, Domínguez CCC. La salud general percibida y su asociación al síndrome de burnout académico e ideación suicida en universitarios colombianos. Psicogente. 2021;24(45):1-16. .

Foi registrada associação entre adicção em internet e o desfecho entre os entrevistados do ensino universitário, assim como outros estudos55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. , 1616. Soares FC, Hardman CM, Rangel Junior JFB, Bezerra J, Petribú K, Mota J, et al. Secular trends in suicidal ideation and associated factors among adolescents. Braz J Psychiatry. 2020;42(5):475-80. , 4545. Sohn M, Oh H, Lee SK, Potenza MN. Suicidal ideation and related factors among Korean high school students: a focus on cyber addiction and school bullying. J Sch Nurs. 2018;34(4):310-8. , 4747. Shain B. Suicide and suicide attempts in adolescents. Pediatrics. 2016;138(1):e20161420. . A utilização excessiva dessa ferramenta tem sido evidenciada como um dos principais fatores de risco para o suicídio (ideação e tentativas). Uma situação preocupante é que as pessoas com ideação podem pesquisar na internet informações sobre assuntos relacionados ao suicídio, disponíveis, por exemplo, em sites pró-suicídio e pactos on-line , o que facilita o comportamento suicida3939. Wang M, Kou C, Bai W, Song Y, Liu X, Yu W, et al. Prevalence and correlates of suicidal ideation among college students: a mental health survey in Jilin Province, China. J Affect Disord. 2019;246:166-73. . O uso da internet tem aumentado entre adolescentes e jovens, o que pode ser justificado pela necessidade de autoafirmação, que acontece também de forma virtual. Tal uso, quando descontrolado, pode se tornar prejudicial e repercutir nos padrões de comportamento. Todavia, desde que empregada conscientemente, a internet pode ser uma aliada na promoção da saúde, por propiciar acesso às informações de saúde4747. Shain B. Suicide and suicide attempts in adolescents. Pediatrics. 2016;138(1):e20161420. , 5555. Brito MFSF, Pinho L, Brito AB, Messias RB, Pinho S, Oliveira AA, et al. Factors associated with the lifestyle of high school students from public schools. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180168. .

Outro fator associado foi o hábito frequente de checagem corporal entre os universitários, similarmente a outra investigação brasileira4141. Claumann GS, Pinto AA, Silva DAS, Pelegrini A. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em adolescentes. J Bras Psiquiatr. 2018;67(1):3-9. . Essa constatação pode estar imbricada à insatisfação corporal, um fenômeno comum nesse público5656. Souza AC, Alvarenga MS. Insatisfação com a imagem corporal em estudantes universitários – uma revisão integrativa. J Bras Psiquiatr. 2016;65(3):286-99. . Ela reflete as dificuldades em lidar com a imagem corporal, que estão interligadas ao padrão de magreza e beleza exposto na mídia e nas redes sociais, o que pode repercutir em baixa autoestima e sintomas ansiosos e depressivos. Logo, conforma-se um contexto favorável à ideação suicida4141. Claumann GS, Pinto AA, Silva DAS, Pelegrini A. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em adolescentes. J Bras Psiquiatr. 2018;67(1):3-9. , 5656. Souza AC, Alvarenga MS. Insatisfação com a imagem corporal em estudantes universitários – uma revisão integrativa. J Bras Psiquiatr. 2016;65(3):286-99. . Apesar de a adolescência ser a fase em que a insatisfação com a imagem corporal é mais comum, no presente estudo verificou-se esse aspecto associado em adultos.

É salutar a implementação de estratégias direcionadas à promoção e à proteção da saúde mental de jovens estudantes, capazes de prevenir a ideação e o comportamento suicida. A articulação entre escolas, instituições de ensino superior e serviços de saúde é crucial55. Cicogna JIR, Hillesheim D, Hallal ALLC. Mortalidade por suicídio de adolescentes no Brasil: tendência temporal de crescimento entre 2000 e 2015. J Bras Psiquiatr. 2019;68(1):1-7. , 1010. Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. , 1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24. , 4141. Claumann GS, Pinto AA, Silva DAS, Pelegrini A. Prevalência de pensamentos e comportamentos suicidas e associação com a insatisfação corporal em adolescentes. J Bras Psiquiatr. 2018;67(1):3-9. . No Brasil, sobressai-se a potencialidade do Programa Saúde na Escola, em que os profissionais da Atenção Primária à Saúde têm importante papel no desenvolvimento de medidas preventivas1212. Brito MFSF, Lima CA, Messias RB, Brito AB, Pinho L, Silveira MF. Prevalência de sintomas depressivos entre adolescentes escolares em município do Norte de Minas Gerais, Brasil. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2020;24:17-24. , 5555. Brito MFSF, Pinho L, Brito AB, Messias RB, Pinho S, Oliveira AA, et al. Factors associated with the lifestyle of high school students from public schools. Rev Gaúcha Enferm. 2019;40:e20180168. .

Admitem-se limitações e pontos fortes neste trabalho. As informações foram autorreferidas. O uso de questionário autoaplicado no ambiente escolar pode ter sofrido influências do local e dos pares. A causalidade reversa deve ser considerada na interpretação dos fatores associados. Entretanto, esta investigação apresenta caráter pioneiro, pois incluiu discentes de ensino médio e universitários, em uma amostra representativa, e abordou uma temática relativamente recente que ainda requer maior zelo do sistema de saúde e educacional.

CONCLUSÃO

Este estudo evidenciou que parte considerável de estudantes apresentou ideação suicida, sendo a prevalência mais elevada entre aqueles do ensino médio. Sexo feminino, uso de drogas e de álcool, sentimento de raiva/hostilidade e síndrome de burnout foram os fatores associados ao evento entre discentes do nível médio. Entre os universitários, identificaram-se como fatores relacionados: ausência de companheiro, turno de estudo noturno (fator de proteção), consumo de tabaco, ausência de pensamento otimista, adicção em internet e hábito frequente de checagem corporal. Os fatores sono comprometido, interação dialogada prejudicada e sentimento de desapontamento e tensão foram constatados em ambas as modalidades de ensino.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo auxílio financeiro ao projeto (Processo APQ-02197-17, Edital – Demanda Universal). À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por Bolsa de Doutorado (Brito AB e Lima CA).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Nov 2021
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2021

Histórico

  • Recebido
    9 Mar 2021
  • Aceito
    28 Jun 2021
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