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Perfil lipídico e risco cardiovascular em amazônidas

Resumos

OBJETIVO: Comparar o perfil lipídico e risco coronariano de uma população ribeirinha (Vigia) ao de uma população urbana (Belém). MÉTODOS: Foram avaliados 50 indivíduos de cada região, controlados por idade e sexo, examinando-se os principais fatores de risco para a doença coronariana. RESULTADOS: Segundo o Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (NCEP III) e determinando-se o escore de Framingham, ambas as populações expressaram o mesmo risco absoluto de eventos (Vigia 5,4 ± 1 vs. Belém 5,7 ± 1), a despeito da população de Vigia apresentar menor consumo de gordura saturada (p<0,0001), maior de mono e poliinsaturada (p<0,03), além de menores valores do índice de massa corpórea (25,4±0,6 vs. 27,6±0,7kg/m², p<0,02), da prega biceptal (18,6±1,1 vs. 27,5±1,3mm, p<0,0001) e triceptal (28,7±1,2 vs. 37,3±1,7mm, p<0,002), de colesterol total (205±5 vs. 223±6mg/dL, p< 0,03) e triglicérides (119 ± 9 vs. 177±18mg/dL, p<0,005), não diferindo no HDL-c (46±1 vs. 46±1mg/dL), LDL-c (135 ± 4 vs. 144 ± 5mg/dL) e pressão arterial (PAS 124 ± 3 vs. 128 ± 3mmHg; PAD 80 ± 2 vs. 82 ± 2mmHg). CONCLUSÃO: A população ribeirinha e urbana da Amazônia apresentaram risco cardiovascular semelhante. Entretanto, a marcante diferença entre as variáveis estudadas sugere que devam ser aplicadas diferentes estratégias de prevenção.

lípides; fatores de risco; nutrição


OBJECTIVE: To compare the lipid profiles and coronary heart disease risks of 2 Brazilian Amazonian populations as follows: a riverside population (village of Vigia) and an urban population (city of Belém in the state of Pará). METHODS: Fifty individuals controlled for age and sex were assessed in each region, and the major risk factors for coronary heart disease were analyzed. RESULTS: According to the National Cholesterol Education Program (NCEP III) and using the Framingham score, both populations had the same absolute risk of events (Vigia = 5.4 ± 1 vs Belém = 5.7 ± 1), although the population of Vigia had a lower consumption of saturated fat (P<0.0001), a greater consumption of mono- and polyunsaturated fat (P<0.03), in addition to lower values for body mass index (25.4± 0.6 vs 27.6 ± 0.7 kg/m², P<0.02), of biceps skin fold (18.6 ± 1.1 vs 27.5 ± 1.3 mm, P<0.0001), of triceps skin fold (28.7 ± 1.2 vs 37.3 ± 1.7 mm, P<0.002), and of total cholesterol (205 ± 5 vs 223 ± 6 mg/dL, P< 0.03) and triglycerides (119 ± 9 vs 177 ± 18 mg/dL, P<0.005). Both populations did not differ in regard to HDL-C (46 ± 1 vs 46 ± 1 mg/dL), LDL-C (135 ± 4 vs 144 ± 5 mg/dL) and blood pressure (SBP 124 ± 3 vs 128 ± 3 mmHg; DBP 80 ± 2 vs 82 ± 2 mmHg). CONCLUSION: The riverside and urban populations of Amazonia had similar cardiovascular risks. However, the marked difference in the variables studied suggests that different strategies of prevention should be applied.

lipids; risk factors; nutrition


ARTIGO ORIGINAL

Perfil lipídico e risco cardiovascular em amazônidas

Claudine Maria Alves Feio; Francisco A. H. Fonseca; Simone S. Rego; Max N. B. Feio; Maria C. Elias; Eduardo A. S. Costa; Maria C. O. Izar; Ângelo A. V. Paola; Antonio C. C. Carvalho

Universidade Federal do Pará - UFPA e Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Belém, PA - São Paulo, SP

Endereço para correspondência E ndereço para correspondência Francisco A. H. Fonseca Disciplina de Cardiologia Escola Paulista de Medicina - UNIFESP Rua Pedro de Toledo, 458 São Paulo, SP Cep 04039-001 E-mail: lipides.dmed@unifesp.epm.br

RESUMO

OBJETIVO: Comparar o perfil lipídico e risco coronariano de uma população ribeirinha (Vigia) ao de uma população urbana (Belém).

MÉTODOS: Foram avaliados 50 indivíduos de cada região, controlados por idade e sexo, examinando-se os principais fatores de risco para a doença coronariana.

RESULTADOS: Segundo o Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (NCEP III) e determinando-se o escore de Framingham, ambas as populações expressaram o mesmo risco absoluto de eventos (Vigia 5,4 ± 1 vs. Belém 5,7 ± 1), a despeito da população de Vigia apresentar menor consumo de gordura saturada (p<0,0001), maior de mono e poliinsaturada (p<0,03), além de menores valores do índice de massa corpórea (25,4±0,6 vs. 27,6±0,7kg/m2, p<0,02), da prega biceptal (18,6±1,1 vs. 27,5±1,3mm, p<0,0001) e triceptal (28,7±1,2 vs. 37,3±1,7mm, p<0,002), de colesterol total (205±5 vs. 223±6mg/dL, p< 0,03) e triglicérides (119 ± 9 vs. 177±18mg/dL, p<0,005), não diferindo no HDL-c (46±1 vs. 46±1mg/dL), LDL-c (135 ± 4 vs. 144 ± 5mg/dL) e pressão arterial (PAS 124 ± 3 vs. 128 ± 3mmHg; PAD 80 ± 2 vs. 82 ± 2mmHg).

CONCLUSÃO: A população ribeirinha e urbana da Amazônia apresentaram risco cardiovascular semelhante. Entretanto, a marcante diferença entre as variáveis estudadas sugere que devam ser aplicadas diferentes estratégias de prevenção.

Palavras-chave: lípides, fatores de risco, nutrição

A doença cardiovascular aterosclerótica é a principal causa de morte em nosso país e ocorre em idade mais prematura que a observada nos Estados Unidos da América1,2.

Os resultados iniciais do estudo de Framingham identificaram o nível de colesterol sérico, o hábito de fumar e a hipertensão arterial com a cardiopatia isquêmica3. Mais recentemente, o National Cholesterol Education Program (NCEP III, EUA)4 publicou as orientações para estimativa do risco absoluto coronariano, levando em consideração o colesterol total, a idade, os níveis de HDL-c, os valores da pressão arterial sistólica e diastólica e o tabagismo, com escore diferenciado para homens e mulheres.

Na última década, várias pesquisas sugeriram benefício para populações com estilo de vida mais ativo e alto consumo de peixes, propiciando menor ocorrência de eventos cardiovasculares, melhor perfil lipídico, diminuição da pressão arterial e do risco trombótico5-8.

Particularmente, entre os esquimós na Groelândia e em japoneses da ilha de Kohama, menor nível de colesterol total e triglicérides e baixíssima incidência de doença arterial coronariana foram observados, quando comparados a populações que viviam no continente9-11.

No Brasil, dados epidemiológicos do Ministério da Saúde para a cidade de Belém12 revelaram que a mortalidade por doença cardiovascular foi a principal causa de morte nessa cidade apesar da proximidade de rios, florestas e alto consumo de peixes e frutas típicas daquela região.

Assim, nossos objetivos neste estudo foram comparar o risco cardiovascular de uma população ribeirinha, vivendo fundamentalmente da pesca e com muito pouco contato com as grandes cidades, à população urbana de Belém do Pará.

Métodos

A amostra foi constituída por 100 indivíduos, de ambos os sexos, sem antecedentes pessoais de cardiopatia ou diabetes, com idades variando de 35 a 65 anos, sendo 50 de cada município, que assinaram o termo de consentimento de acordo com as normas do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Pará. A amostra foi estimada com um poder de 80% e um risco alfa de 5% para diferenciar variáveis lipídicas, tendo como base diferenças obtidas para essas variáveis em estudo prévio, comparando diferentes regiões do país13. A tabela I apresenta as principais características das populações.

Em Vigia foram incluídos os pescadores e seus familiares por adotarem como base alimentar, preferencialmente, o peixe. A população selecionada foi submetida a exame clínico e respondeu, durante a anamnese, a um questionário14,15 contendo informações sobre profissâo, hábito alimentar, antecedentes pessoais e familiares. Durante o exame físico foi aferida a pressão arterial de acordo com o IV Consenso Brasileiro sobre Hipertensão Arterial Sistêmica16 e determinados o índice de massa corpórea (peso/altura2) e pregas cutâneas (bíceps e tríceps) por meio do paquímetro de Lange17,18. As variáveis lipídicas foram obtidas após jejum de 12h, por método enzimático automatizado, sendo a fração LDL-c estimada pela fórmula de Friedewald19, além de exames bioquímicos gerais. Para análise dos dados obtidos no questionário alimentar foi estabelecido para cada alimento, uma pontuação,de acordo com as recomendações de Block e cols.14,15, utilizadas para análise dos dados do National Health and Nutrition Examination Survey NHANES II sobre a freqüência dos alimentos.

Para a estimativa do risco absoluto de eventos coronarianos em 10 anos foi utilizado o escore proposto pelo NCEPIII4. Este escore tem por base o estudo de Framingham, recentemente validado para outras populações tão distintas como homens brancos ou negros, índios americanos, americanos de descendência japonesa ou hispânica20. O risco absoluto de eventos coronarianos, estimado por esse escore para os próximos 10 anos, é classificado como baixo (< 10%), intermediário (10 – 20%) ou alto (> 20%)4. Nesse escore não são computados os pacientes diabéticos, por serem considerados de alto risco, independentemente das demais variáveis.

Todos os dados são apresentados como média ± EPM. Para as variáveis contínuas utilizamos o teste t não pareado e para categóricas utilizado o teste do quiquadrado. Em todos os testes foi estabelecido o nível de significância por p<0,05.

Resultados

A população de Vigia apresentou menor consumo de gorduras saturadas e maior consumo de gorduras mono e poliinsaturada e também menores valores do índice de massa corpórea, da prega biceptal e triceptal (tab. II).

A população de Vigia apresentou menores valores para o colesterol total (205 ± 5 vs. 223 ± 6 mg/dL, p <0,03) e triglicérides (119 ± 9 vs. 177 ± 18 mg/dL, p < 0,005) em comparação à população de Belém. Por outro lado, os valores obtidos para o HDL-c (46 ± 1 vs. 46 ± 1 mg/dL) e LDL-c (135 ± 4 vs. 144 ± 5 mg/dL) não diferiram entre as duas populações (fig. 1).


Foram analisadas todas as variáveis que compõem o escore de Framingham (NCEP III) e sua distribuição encontra-se na figura 2, sendo que, apenas o fumo diferenciou as duas populações, com maior escore para a população de Vigia quando comparada à de Belém (tab. II e fig. 3).



Discussão

Nosso estudo verificou que as duas populações, ribeirinha (Vigia) e urbana (Belém), apresentam risco cardiovascular baixo para eventos coronarianos. Entretanto, diferenças importantes foram observadas nos parâmetros lipídicos e antropométricos, muito mais favoráveis à população de Vigia. Por outro lado, um excesso de tabagismo foi observado nessa mesma população.

O melhor perfil lipídico da comunidade ribeirinha parece associado a uma alimentação mais saudável rica em gorduras mono e poliinsaturadas.

Menores valores para o índice de massa corpórea e das pregas cutâneas do bíceps e tríceps, provavelmente também, contribuíram para este melhor perfil lipídico, possivelmente, associado, à sua maior atividade física, em comparação à população urbana de Belém, que apresenta maior prevalência de sedentários e obesos, aspecto classicamente relacionado a um desfavorável perfil lipídico 21,22.

De fato, os valores obtidos para o colesterol total e triglicérides em Vigia estão de acordo com os achados de Kagawa e cols.9, com japoneses da ilha de Kohama, onde também esses lipídios estavam reduzidos, quando comparados aos demais japoneses do país.

Maior presença de tabagismo em Vigia e maior sedentarismo em Belém podem estar associados aos níveis de HDL-c encontrados, que não diferiram entre as duas populações. O fumo condiciona menor atividade da enzima LCAT23, reduzindo o transporte reverso do colesterol e determinando redução de HDL-c. Fato que poderia atenuar um nível de HDL-c mais elevado pela maior atividade física24,25.

Com relação ao LDL-c, também não foram observadas diferenças entre as duas populações, sugerindo que essa variável seja menos influenciada pelo estilo de vida. De fato, dados do estudo de Framingham têm mostrado que a variável, sobretudo para valores mais baixos de sua distribuição, não permite diferenciar uma população coronariana de uma não coronariana26.

Embora menores valores de pressão arterial tenham sido descritos para comunidades com alto consumo de peixes10, em nosso estudo, não obtivemos diferença entre as populações estudadas. A comunidade de Vigia, especialmente os pescadores, passa a maior parte de seu tempo no mar e o alcoolismo é uma associação freqüente. Embora o alcoolismo não tenha sido mensurado no presente estudo, seu maior consumo na população de Vigia pode ter contribuído para uma maior elevação da pressão arterial, atenuando o possível benefício de uma dieta mais saudável e da maior atividade física27,28.

Tendo como base o NCEP III, verificando em conjunto todas as variáveis deste escore, ambas as populações expressaram o mesmo risco absoluto de eventos, considerado baixo (< 10%). Entretanto, visando uma estratégia para redução adicional do risco cardiovascular, o estudo identificou a necessidade de maior atenção ao tabagismo e, possivelmente, ao alcoolismo e estresse em populações ribeirinhas da Amazônia.

Estes aspectos parecem ainda mais relevantes quando populações consideradas de baixo risco cardiovascular, mas expostas a hábitos inadequados da sociedade moderna, alcançaram prevalência alarmante de tabagismo, obesidade e sedentarismo29,30.

De fato, tendo em vista os valores obtidos para a pressão arterial, colesterol total e estado nutricional entre populações de três continentes (urbanizada da Itália, africana da Tanzânia e Uganda, e amazônica do Brasil), a dieta pobre em sal e rica em peixe e vegetais na África foi associada com menor valor de pressão arterial, de colesterol total e de índice de massa corpórea, quando comparada não apenas com a população italiana, mas também com a brasileira, que diferiam da africana por um maior consumo de sal e carnes31. Em outro estudo na Tanzânia, comprovou-se o aumento substancial no risco cardiovascular quando comparado ao obtido uma década antes32.

Pavan e cols.33, comparando uma população isolada da Amazônia com duas outras, progressivamente mais urbanizadas (na Polônia e Itália, respectivamente), mostraram que esta população brasileira apresentava valores normais de pressão arterial, que não aumentavam com a idade, sendo que a pressão sistólica era < 100mmHg em 46% dos casos. Além disso, todos tiveram valores normais de colesterol (< 200mg/dL) e 90% apresentaram glicemia < 80mg/dL.

Todos esses estudos revelam que a transição de um estilo de vida rural para o urbanizado acarreta maior risco cardiovascular, sugerindo que o meio ambiente desempenha papel crucial no risco cardiovascular das populações.

Referências

Recebido para publicação em 15/10/02

Aceito em 5/5/2003

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  • E
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    Francisco A. H. Fonseca
    Disciplina de Cardiologia Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Fev 2004
    • Data do Fascículo
      Dez 2003

    Histórico

    • Aceito
      05 Maio 2003
    • Recebido
      15 Out 2002
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