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Abordagem endovascular na oclusão ilíaca com sofrimento isquêmico agudo do membro inferior: procedimento simples e efetivo em pacientes de alto risco
Rogério Sarmento-Leite; Nilo Mandelli; Mario Frederico C. Pereira; Carlos A.M. Gottschall
Porto Alegre, RS
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia
Endereço para correspondência Endereço para correspondência Rogério Sarmento-Leite Av. Princesa Isabel, 370 Hemodinâmica - Cep 90620-001 - Porto Alegre - RS E-mail: sleite.pesquisa@cardiologia.org.br
A doença vascular periférica cujos fatores de risco são bem conhecidos, apresenta alta prevalência, podendo determinar grande limitação física e, muitas vezes, a perda do membro acometido. Sua apresentação clínica pode ser insidiosa e os sintomas se manifestarem de forma lenta e progressiva, determinando claudicação e lesões tróficas. Outras vezes, entretanto, se manifestam de maneira aguda com importante repercussão clínica, determinada por isquemia, dor, incapacitação funcional e possibilidade de quadros toxêmicos associados. A intervenção precoce é determinada pela gravidade do caso, sendo a arteriografia o método mais difundido e considerado padrão-ouro diagnóstico. Os recentes avanços na técnica e no material utilizado na área endovascular com a formação de equipes multidisciplinares têm aumentado em muito o espectro de atuação intervencionista, permitindo às técnicas minimamente invasivas, a realização de procedimentos terapêuticos, eficazes, resolutivos e, até salvadores, em pacientes cuja morbi-mortalidade cirúrgica seria muito alta. Um homem de 82 anos com história de cardiopatia isquêmica grave, diabetes mellitus e doença vascular periférica iniciou subitamente, dor no membro inferior esquerdo, associada à perda de pulso, palidez e queda na temperatura. Foi realizada angiografia de urgência com aproximadamente 36h de evolução do quadro que mostrou oclusão total da artéria ilíaca comum esquerda (fig. 1). Optou-se por abordagem terapêutica percutânea com acesso arterial bilateral (fig. 2) com implante de stent Express LD 9.0 x 57 mm (Boston Scientific Maple Growe, MN-USA) na ilíaca comum esquerda e angioplastia da ilíaca contra-lateral com balão Power Flex 7.0 x 20mm (Crodis corporation, Miami, FL-USA) para evitar deslocamento de placa (fenômeno de snow-plow). Houve recuperação total do calibre e fluxo do vaso com restauração da circulação anterógrada para o membro inferior esquerdo (fig. 3). Em função da grande presença de trombos, optou-se por manter o paciente com anticoagulação a pleno estendida por pelo menos 6 meses com cumarínicos. O paciente apresentou alívio sintomático tendo tido alta hospitalar deambulando, sem outras queixas.
Recebido para Publicação em 10/12/2003
Aceito em 01/04/2004
Endereço para correspondência
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
07 Jan 2005 -
Data do Fascículo
Dez 2004