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O significado da Sociedade Sul-Americana de Cardiologia

EDITORIAL

O significado da Sociedade Sul-Americana de Cardiologia

Gilson Soares Feitosa1 1 Presidente da sociedade Sul-Americana de Cardiologia

Escola Bahiana de Medicina, Hospital Santa Izabel da Santa Casa de Misericórdia da Bahia - Salvador, BA

Correspondência Correspondência Gilson Soares Feitosa Rua Flórida, 211/302 40080-440 Salvador, BA E-mail: gfeitosa@cardiol.br

A dinâmica de desenvolvimento das relações globais, em seus variados aspectos, além de promover estonteantes mudanças movidas a interesses não raramente escusos, tem também servido a propósitos positivos.

A América do Sul tem adquirido, em anos recentes, uma identidade mais reconhecível, até como fruto de uma necessidade imperiosa de formação de uniões fundamentadas na proximidade e pontos comuns de interesses.

Vários fatores concorreram para isso, dentre os quais sobressaem a noção mais encurtada das distâncias, por melhora óbvia das facilidades de translocação, assim como pelo extraordinário advento dos meios de comunicação.

A União das Sociedades Nacionais de Cardiologia da América do Sul (USCAS), atualmente denominada Sociedade Sul-Americana de Cardiologia (SSC), concebida há quarenta anos, hoje se alinha a esse movimento com grandes perspectivas.

Observa-se um engajamento cada vez maior das sociedades na idéia de utilizá-la e promovê-la. Progressivamente, e há anos, os congressos nacionais realizam um simpósio intitulado como da Sociedade Sul-Americana de Cardiologia que desperta interesse progressivo à medida que, cada vez mais, melhores temas e quadros participativos são selecionados.

Um grande passo para essa integração foi dado com a criação, em 15 de março deste ano, do portal sscardio.org, que deverá servir de ponto de convergência para as mais distintas comunicações e abrirá, por certo, as portas para, com esse veículo, encetarmos programas multivariados de interação.

Uma medida de grande alcance surgiu com a finalização do Estudo de Fatores de Risco Para Doença Cardiovascular da América do Sul, recentemente concluído e em vias de publicação, como, de fato, a primeira dessas maiores ações integrativas e que poderá ser de grande utilidade para os diversos setores envolvidos no cuidado da saúde cardiovascular das nossas populações. Tais dados poderão ser uma referência comprovada que apontará para medidas cabíveis na prevenção dessa doença. No momento em que se vislumbra um aumento, com proporções epidêmicas, em países em desenvolvimento, de doenças degenerativas associadas ao surgimento de doença cardiovascular, como obesidade, síndrome metabólica, entre outros, ressalta a importância de tais achados.

Além disso, somos mais de 22 mil cardiologistas, número expressivo diante da constatação existente nas grandes sociedades macrorregionais ou mesmo continentais.Tratado qualitativamente, de forma apropriada, tal número deverá dar a devida representatividade desse contingente no cenário nacional. Tentar contribuir para essa qualificação é uma das tarefas futuras da SSC.

À semelhança do observado concretamente com outras grandes Sociedades Continentais, é possível sonhar com destino da mesma forma exitoso.

As sociedades maiores têm especial responsabilidade para que tal ocorra. A Sociedade Brasileira de Cardiologia se insere nesse contexto e, por certo, responderá à altura a esse desafio.

Já o faz apontando o seu terceiro associado como presidente dessa Sociedade. Os dois primeiros foram Dr. Reinaldo Chiaverini e Dr. Rubem Rodrigues.

Depois, a oferta de abrigar a página-WEB da SSC, utilizando-se de recursos de alta qualidade do nosso setor de informática, reforça essa atitude.

Em 2006 deverá reservar um espaço dentro do Congresso Brasileiro, que se realizará em Recife-PE, para simultânea realização do Congresso Sul-Americano de Cardiologia.

Esses são passos iniciais, porém com o progresso da interação e uniformização de ações deverá a Sociedade Sul-Americana de Cardiologia contribuir para configurar o perfil desejável do cardiologista sul-americano. A eventual contribuição da SSC para a harmonização de interesses e oportunidades de pós-graduação deverá desempenhar um papel relevante num futuro próximo. Sua identificação como ponto possível de ligação com instituições acadêmicas deverá ser uma de suas tarefas, uma vez tendo se tornado mais organizada.

Para que tudo isso seja possível, deveremos ir além da presença de pequeno número de representantes que se envolvem com tal conceito. Urge a necessidade de, em cada Sociedade Nacional, surgirem cardiologistas, lideranças construtivas, que se engajem de maneira decidida nesse processo.

O desafio está feito. Os meios para alcançá-los são tangíveis. Esperamos tais manifestações individuais, espontâneas, dentro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, para levarmos adiante essa tarefa.

Recebido em 30/04/05

Aceito em 04/05/05

  • Correspondência
    Gilson Soares Feitosa
    Rua Flórida, 211/302
    40080-440
    Salvador, BA
    E-mail:
  • 1
    Presidente da sociedade Sul-Americana de Cardiologia
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      07 Nov 2005
    • Data do Fascículo
      Out 2005
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