Revistas cardiovasculares ibero-americanas: propostas para uma colaboração necessária

EDITORIAL

Revistas cardiovasculares ibero-americanas. Propostas para uma colaboração necessária

Fernando Alfonso^I; Katihurca Almonte^II; Kaduo Arai^III; Fernando Bacal^IV; José M. Drago Silva^V; Javier Galeano Figueredo^VI; Eduardo Guarda^VII; Oswaldo Gutiérrez Sotelo^VIII; Luis Guzmán^IX; Jorge León Galindo^X; Bey Mario Lombana^XI; Manlio F. Márquez^XII; Francisco Luis Moreno Martínez^XIII; José Navarro Robles^XIV; Fausto Pinto^XV; Carlos Romero^XVI; Carlos D. Tajer^XVII; Hugo Villarroel^XVIII; Fernando S. Wyss Quintana^XIX

^IEditor-Chefe - Revista Española de Cardiología, Madrid - España

^IIEditora-Chefe - Archivos Dominicanos de Cardiología, Santo Domingo - República Dominicana

^IIIEditor-Chefe - Avances Cardiológicos, Caracas - Venezuela

^IVEditor-Chefe - Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro - Brasil

^VEditor-Chefe - Revista Peruana de Cardiología, Lima - Peru

^VIEditor-Chefe - Revista Paraguaya de Cardiología, Assunção - Paraguai

^VIIEditor-Chefe - Revista Chilena de Cardiología, Santiago de Chile - Chile

^VIIIEditor-Chefe - Revista Costarricense de Cardiología, San José - Costa Rica

^IXEditor-Chefe - Revista de la Federación Argentina de Cardiología, Buenos Aires - Argentina

^XEditor-Chefe - Revista Colombiana de Cardiología, Bogotá - Colombia

^XIEditor-Chefe - Revista Panameña de Cardiología - Panamá

^XIIEditor-Chefe - Archivos de Cardiología de México, México DF - México

^XIIIEditor-Chefe - CorSalud, Havana - Cuba

^XIVEditor-Chefe - Revista Mexicana de Cardiología, México DF - México

^XVEditor-Chefe - Revista Portuguesa de Cardiologia, Lisboa - Portugal

^XVIEditor-Chefe - Revista Uruguaya de Cardiología, Montevideo - Uruguay

^XVIIEditor-Chefe - Revista Argentina de Cardiología, Buenos Aires - Argentina

^XVIIIEditor-Chefe^* - Revista de la Asociación Salvadoreña de Cardiología, San Salvador - El Salvador

^XIXEditor-Chefe - Revista de la Asociación Guatemalteca de Cardiología, Cidade da Guatemala - Guatemala

^{Correspondência}

As sociedades científicas ibero-americanas sempre mantiveram um contato estreito e colaboraram muito ativamente em diferentes iniciativas científicas, acadêmicas e sociais. Esta relação tão especial se fundamenta em profundas raízes culturais comuns, que nos identificam e unem, e cujos melhores expoentes são os idiomas que compartilhamos (o castelhano e o português). Além disso, nossas raízes não circunscrevem simplesmente o domínio sociocultural, transcendendo-o a esferas acadêmicas, universitárias e científicas, nas quais, mais uma vez, compartilhamos uma visão e desafios relativamente uniformes. As sociedades de cardiologia ibero-americanas tradicionalmente mantiveram vínculos importantes e acordos docentes, tanto no âmbito da graduação como no da pós-graduação; os diferentes congressos nacionais de cardiologia sempre se viram enriquecidos por uma consistente participação de cardiologistas ibero-americanos de outros países. Basta recordar os múltiplos congressos hispano-lusos de cardiologia que foram realizados, assim como as reuniões da Sociedade Interamericana de Cardiologia e da Sociedade Centro-americana e do Caribe de Cardiologia.

As revistas biomédicas constituem um dos elementos mais importantes das sociedades científicas^1-13. Estas revistas têm como objetivo fundamental publicar artigos científicos de máxima qualidade, alcançar a excelência no processo editorial e promover a maior difusão possível de seus conteúdos. Assim, conquistam maior prestígio e reconhecimento internacional, tornando-se mais atrativas tanto para os diferentes grupos de pesquisadores, quanto para seus próprios leitores. Os artigos publicados nas revistas biomédicas são divididos fundamentalmente em dois tipos: primeiro, artigos de pesquisa original — em que os pesquisadores compartilham e difundem seus achados, buscando, basicamente, fazer avançar o conhecimento; e, segundo, artigos de revisão, cujo objetivo consiste em proporcionar formação médica continuada de qualidade.

As Revistas Cardiovasculares nacionais Ibero-americanas (RCVIB) englobam todas as revistas cardiovasculares oficiais das diversas sociedades nacionais de cardiologia da América Latina e da península Ibérica. Embora estas publicações possam parecer muito heterogêneas^1-13, o fato é que partilham elementos fundamentais (entre outros, o idioma), nutrem aspirações semelhantes e enfrentam desafios editoriais similares em um mundo científico cada vez mais competitivo e globalizado. Até o momento, a colaboração entre as diferentes RCVIB teve caráter circunstancial e conjuntural, sem que houvesse, entretanto, uma colaboração formal nem acordos institucionais neste sentido^14,15. No entanto, é evidente que as RCVIB devem colaborar intimamente para conseguir melhorar tanto sua visibilidade, quanto a difusão dos seus conteúdos, assim como para traçar estratégias editoriais de interesse comum.

Com este objetivo, foi organizada a "I Reunião de Editores de Revistas Cardiovasculares Ibero-americanas", promovida pela Revista Española de Cardiología e realizada no dia 30 de março de 2009, em Orlando (Flórida, Estados Unidos), durante o Congresso do American College of Cardiology. Todos os editores-chefes de RCVIB foram convidados a participar do evento. Um questionário estruturado e detalhado (com 40 itens) foi elaborado previamente, e enviado para os responsáveis de cada revista, que o preencheram com seus principais dados editoriais e bibliométricos.

Este documento descreve os resultados da referida reunião; apresenta os dados editoriais mais importantes das diferentes RCVIB; levanta as principais propostas e iniciativas editoriais discutidas no encontro, bem como resume os acordos firmados.

I Reunião de Editores de Revistas Cardiovasculares Ibero-americanas

Os editores-chefes de todas as RCVIB foram convidados à reunião. Nos casos em que estes não puderam comparecer, foram representados por seus editores associados ou pelo presidente ou secretário geral da sociedade nacional correspondente.

Compareceram à reunião 22 representantes oficiais de 17 RCVIB pertencentes a 16 países. Após repassar os objetivos fundamentais do encontro, cada editor realizou uma apresentação formal de sua revista aos outros editores que o assistiam. Posteriormente, toda a informação necessária para confeccionar uma base de dados conjunta foi levantada, quando foi revisto o correto preenchimento do mencionado questionário estruturado.

Finalmente, estabeleceu-se uma frutífera discussão acerca de diversos aspectos editoriais e científicos de interesse comum. Inicialmente, tratou-se de temas suscitados durante a apresentação de cada uma das revistas (com sugestões que partiram de diferentes editores com o intuito de obter melhorias). Posteriormente foram feitas propostas formais para avaliação e discussão. Entre elas, destaca-se a sugestão de estabelecer vínculos oficiais entre as diferentes sociedades nacionais de cardiologia a fim de compartilhar recursos editoriais comuns. Neste sentido, se considerou adequado firmar acordos estáveis para favorecer a estreita colaboração editorial entre sociedades geograficamente próximas ou com algumas sociedades que não contam com revista oficial. O tema da falta de tradição de muitos países latino-americanos em pesquisa também foi abordado, destacando-se a validade, no contexto mexicano, da conhecida frase do Dr. Ignacio Chávez: "Estou intimamente convencido de que nossa única redenção possível no terreno científico é produzir". Lembrou-se, também, que os editores são, ao menos em parte, responsáveis por promover um maior reconhecimento dos méritos da pesquisa, dentro dos aspectos curriculares valorizados em cada país para alcançar promoção profissional ou acadêmica. Sem dúvida, iniciativas neste sentido poderiam servir de estímulo para o desenvolvimento de pesquisa e publicação entre as novas gerações de cardiologistas ibero-americanos. Por outro lado, insistiu-se na importância de facilitar a transição para edições eletrônicas das publicações¹⁶, idealmente de livre acesso – com os desafios que isso acarreta, incluindo as medidas necessárias para garantir a conservação dos conteúdos. As edições eletrônicas reapresentam um desafio urgente, permitindo reduzir custos de edição e, sobretudo, melhorar a difusão internacional das RCVIB. Além disso, estas edições poderiam ajudar a amenizar certos problemas como a falta de indexação, os atrasos na edição e as tiragens reduzidas de algumas RCVIB. Existem arquivos ibero-americanos com una reconhecida trajetória e grande aceitação como, por exemplo, o Sistema Latindex e o Projeto SciELO^17,18. Tais arquivos basearam-se nas novas formas de comunicação e consulta da informação para registrar, avaliar e permitir acesso ao texto completo de suas revistas. As bases de dados Índice Médico Español¹⁹, na Espanha, e a Artemisa²⁰, no México, constituem iniciativas interessantes com objetivos semelhantes. Ainda que, sem dúvidas, a hegemonia do inglês como língua franca no mundo científico não possa ser questionada, não deveríamos ser capazes mensurar de alguma forma nossa influência sobre o conhecimento e o impacto científico real que produzimos?^21-23. Além disso, destacou-se a importância do papel desempenhado pelos editores no sentido de zelar para que as sociedades nacionais garantam a prioridade da publicação oficial frente a outras publicações – seja diante de diversas sub-especialidades, seja diante de áreas geográficas concretas que, em determinadas circunstâncias, poderiam competir pelos recursos de patrocínio da publicação oficial. Sugeriu-se que, caso existam, publicações adicionais devem estar adequadamente coordenadas e não podem competir com os interesses gerais da revista oficial. Este aspecto revela-se especialmente pertinente em períodos de crise econômica generalizada, como os que atualmente vivemos, quando os orçamentos para editoração são limitados. Também foi discutido o fato de que as revistas cardiovasculares nacionais devem ter máxima prioridade em receber recursos oficiais para pesquisa e desenvolvimento²⁴. Nossas revistas devem ter a aspiração de alcançar e manter os mais altos padrões de qualidade editorial. Este processo é delicado, trabalhoso, demorado e, sobretudo, caro. Por isso, não deixa de ser surpreendente a falta de fomentos estatais que o garantam. É necessário buscar o apoio das autoridades envolvidas no planejamento científico-tecnológico, bem como das entidades de docência e pesquisa, para favorecer o desenvolvimento de ações de qualidade e conquistar um maior reconhecimento para as RCVIB^21,22. Os editores têm a responsabilidade de transmitir aos órgãos correspondentes a importância de manter publicações de excelência como elemento chave para possibilitar o adequado desenvolvimento da pesquisa em cada país^21,22. Infelizmente, as mudanças institucionais produzidas em algumas sociedades nacionais da América Latina provocaram alterações no orçamento e na periodicidade das publicações científicas que, ocasionalmente, tiveram implicações muito negativas na avaliação internacional da qualidade de suas revistas. Sendo assim, embora em alguns países ibero-americanos a publicação em revistas nacionais seja devidamente estimulada e acolhida especificamente — tanto nos murais acadêmicos e universitários, como nos institutos de ciência e tecnologia —, seguem ocorrendo situações paradoxais em que estas publicações são menosprezadas e/ou discriminadas²¹. Se não incrementarmos a qualidade de nossas revistas, não poderemos nos queixar de que a pesquisa gerada em nossos países se veja obrigada a se difundir a partir de outros veículos. Isto faz com que renunciemos não só ao patrimônio científico de nosso país, mas também a benefícios intelectuais e econômicos substanciais²⁴. Portanto, parece evidente a necessidade de investimento na melhoria da qualidade, da difusão e do prestígio internacional de nossas revistas, garantindo que, em última instância, o produto final da pesquisa possa ser publicado em RCVIB com nível de excelência. Além disso, a pesquisa gerada no âmbito local é absolutamente imprescindível não só por assegurar o avanço do conhecimento, mas também porque esta informação constitui um fiel reflexo de necessidades sociais e assistenciais específicas, proporcionando respostas a problemas que não podem ser transmitidas a partir de outros âmbitos. Algumas formas de doença cardiovascular que afetam países latino-americanos de modo predominante são exemplos paradigmáticos desta situação^25,26. Não podemos aceitar que toda a informação requerida para a tomada de decisões provenha sistematicamente de soluções adaptadas a partir de pesquisas realizadas longe da nossa realidade. Além disso, não se pode admitir que a hesitação intelectual seja resultado de esperar sempre que a pesquisa "os outros que a façam". Mais uma vez, os editores têm de assumir o papel fundamental de assegurar o adequado reconhecimento curricular dos trabalhos de pesquisa publicados na RCVIB. Finalmente, foi destacada a função dos editores no sentido de favorecer o desenvolvimento da medicina baseada na evidência, assim como difundir os guias de prática clínica das diferentes sociedades científicas^4,27,28.

Os assistentes foram unânimes em assinalar o fato de que se devia considerar a reunião como um êxito, um acontecimento histórico, tanto por ser a primeira vez que se realizava, como pelo interesse e relevância dos conteúdos tratados.

Dados editoriais gerais

A informação apresentada na reunião e a análise do questionário estruturado permitiram gerar uma base de dados comum que está disponível em todas as RCVIB. Embora possa soar surpreendente, até este momento nem sequer se conhecia o número exato ou o endereço correto das diferentes RCVIB. Os dados editoriais mais importantes das RCVIB estão resumidos na Tabela 1, ao passo que seus endereços URL estão detalhados no ^{Apêndice 1}. Atualmente existem 17 RCVIB. Por outro lado, sete sociedades não editam sua revista, incluídas neste número estão três que anteriormente a editavam. A Sociedade Porto-riquenha manifestou sua intenção de colocar em andamento a edição de uma nova revista. Por sua vez, a Sociedade Cubana de Cardiologia também iniciará este ano uma publicação nacional (CorSalud) de edição exclusivamente eletrônica. Ainda dois países (Argentina e México) possuem duas sociedades oficiais de cardiologia diferentes e cada uma delas edita sua própria revista científica.

A primeira revista editada foi a Archivos de Cardiología de México, fundada no ano de 1930; a última foi a Revista de la Sociedad Paraguaya de Cardiología, que começou a ser editada em 2003. Quatro revistas têm mais de 50 anos de existência; 12 vêm sendo editadas por más de duas décadas. Todas as revistas analisadas possuem uma edição impressa completa e 15 mantêm também uma versão eletrônica (em todos os casos, com acesso gratuito a seus conteúdos completos). Quatorze revistas admitem para avaliação manuscritos enviados em forma eletrônica, ao passo que seis incorporaram um sistema completo de gestão eletrônica de manuscritos. Quatro revistas dispõem de página web própria, enquanto que as 11 restantes estão vinculadas à página de sua respectiva sociedade. O número de exemplares da edição impressa oscila entre 11 mil (Arquivos Brasileiros de Cardiologia) e 400 (média, 2.494; mediana, 1.500). Somente três revistas são mensais e cinco publicam mais de quatro números por ano. Quinze revistas publicam os resumos de todos os artigos em inglês. Dezesseis são editadas em espanhol (5 delas também em inglês, em texto completo); outras duas em português (a Revista Portuguesa de Cardiologia verte também seus conteúdos ao inglês na mesma edição em papel; por sua vez, a Arquivos Brasileiros de Cardiologia traduz seu conteúdo tanto ao espanhol quanto ao inglês em suas edições eletrônicas). Todas as revistas analisadas publicam artigos originais, 15 das quais seguem um sistema de avaliação por pares (peer review). Dez publicações editam suplementos autofinanciados²⁹ separados dos números regulares (média de 2,4 suplementos anuais). Quinze revistas incluem ilustrações coloridas, 10 das quais o fazem sem nenhum custo adicional para seus autores. Dezesseis publicações referem, nas instruções para os autores, a necessidade de seguir os requisitos estabelecidos pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas^30-36. Quanto às bases bibliométricas internacionais, sete revistas estão incluídas no Latindex, cinco no SciELO e cinco no MEDLINE (Revista Portuguesa de Cardiologia, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Archivos Mexicanos de Cardiología, Revista Mexicana de Cardiología e Revista Española de Cardiología). Somente uma revista (Revista Española de Cardiología) obteve fator de impacto (Thomson ISI), embora seja grande a possibilidade que em breve outras sejam incorporadas neste popular índice bibliométrico.

Propostas de colaboração editorial

1) Estabelecer endereços eletrônicos preferenciais que permitam conectar diretamente as páginas de web das diferentes RCVIB

A ideia é facilitar o envio de manuscritos às distintas RCVIB por parte dos pesquisadores. As características, os temas, os índices bibliométricos e o grau de aceitação são diferentes em cada RCVIB. Estes dados são avaliados pelos pesquisadores no momento de decidir pelo envio de seus manuscritos para publicação. Além disso, enquanto algumas revistas recebem mais manuscritos para avaliação do que podem publicar, outras têm clara demanda de artigos originais. A manutenção de um fluxo de informação aberto e multidirecional será muito apreciada por parte dos possíveis autores, beneficiando todas as RCVIB.

2) Redigir e publicar conjuntamente um documento de forma simultânea em todas as RCVIB

Os dados, acordos e propostas apresentados neste manuscrito foram revisados e finalmente aceitos por todos os editores-chefes que assinaram o documento.

3) Manter uma base de dados comum em que se descrevam as características editoriais e bibliométricas mais importantes das RCVIB

Os editores das diferentes RCVIB se comprometem a manter anualmente atualizada esta base de dados eletrônica.

4) Estabelecer um "Fórum de Editores Ibero-americanos"

Este fórum terá por objetivo fundamental discutir temas editoriais de interesse comum, acompanhar a evolução das propostas aqui apresentadas e manter reuniões editoriais conjuntas de forma periódica.

5) Implementar as normas editoriais básicas do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (previamente conhecido como grupo Vancouver) nas distintas RCVIB^30-36

Estas normas estabelecem requisitos uniformes, amplamente aceitos e validados, que têm o intuito de melhorar a qualidade do processo científico e editorial. Tais requisitos não só recobrem muitos aspectos técnicos e formais, como também enfatizam cada vez mais a necessidade de estabelecer normas éticas de atuação (autores, revisores e editores) no sentido de preservar a credibilidade do processo científico^30-36. A adoção destas normas gerais não afeta a independência da política editorial de cada revista.

6) Colaborar e avaliar as diferentes propostas editoriais criadas por outras associações internacionais de editores

a) Revistas gerais: Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (World Association of Medical Editors [WAME]) e CCI (Council of Science Editors)^37,38.

b) Revistas cardiovasculares: o grupo HEART (Heart Editors Action Round Table) e o Clube Europeu de Editores Cardiovasculares (ESC Editor's Club)^39,40.

7) Ajudar na máxima difusão possível dos conteúdos científicos gerados pelas diferentes RCVIB

Atualmente muitas de nossas revistas não fazem parte das bases de dados bibliométricas internacionais de maior prestígio. Isto se deve, ao menos em parte, ao fato de que algumas destas bases de dados tendem a favorecer as publicações editadas em inglês^21,22,41-45. Desta forma, produz-se um círculo vicioso — difícil de ser rompido — no qual nossos trabalhos originais são muito menos citados e, o que é ainda pior, nossas próprias citações não são valorizadas. De fato, muitos trabalhos amplamente citados em RCVIB — ou seja, com importante repercussão científica — aparecem sub-representados na avaliação realizada por alguns índices internacionais que não computam tais citações. Este problema – aliado ao olhar negativo dirigido por parte de muitos pesquisadores a trabalhos não escritos em inglês e à menor ocorrência de citações de trabalhos europeus e latino-americanos de parte de pesquisadores norte-americanos – ajuda a explicar a pobre difusão e valorização de nossos artigos científicos^21,22,42,43.

Neste sentido, nos comprometemos como editores de RCVIB a favorecer a difusão e citação dos trabalhos científicos originais, atentos exclusivamente a seu rigor e conteúdo científico.

Também nos comprometemos como editores de RCVIB a colaborar para que o maior número possível de nossas publicações se encontre disponível nos arquivos e bases de dados internacionais mais prestigiados.

Conclusões

As RCVIB são heterogêneas entre si, mas mantêm semelhanças muito importantes e, sobretudo, desafios comuns que devem ser assumidos conjuntamente em um mundo científico cada vez mais competitivo e globalizado. Nós, editores das RCVIB, estamos convencidos de que as iniciativas aqui expostas ajudarão a incrementar a colaboração entre nossas revistas, estimulando ainda mais o relacionamento entre nossas respectivas sociedades nacionais. Estas propostas têm o intuito de aumentar a difusão, a credibilidade e o prestígio internacional de todas as nossas publicações.

Agradecimentos

Pela colaboração em disponibilizar informação para a base de dados conjunta, gostaríamos de agradecer o apoio dos Drs. Liders Mercado e Edgar Pozo, Presidente e Presidente Anterior, respectivamente, da Sociedade Boliviana de Cardiologia; do Dr. Alejandro Villeda, Presidente da Sociedade Hondurenha de Cardiologia; do Dr. Nelson Salazar, Presidente da Sociedade Nicaraguense de Cardiologia; e do Dr. Héctor Delgado, Presidente da Sociedade Porto-riquenha de Cardiologia.

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Apêndice 1

*

A Revista de la Asociación Salvadoreña de Cardiología foi editada no periodo entre 2003 e 2005.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  22 Out 2009
• Data do Fascículo
  Set 2009