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O polimorfismo AGT*M235T na disfunção cardíaca de etiologia isquêmica aguda: projeto gisca

Resumos

FUNDAMENTO: O polimorfismo AGT*M235T tem sido associado a elevados níveis séricos de angiotensinogênio (AGT), hipertensão arterial sistêmica e disfunção cardíaca (DC). OBJETIVO: Testar a hipótese de haver associação entre polimorfismo AGT*M235T e o risco de desenvolver disfunção cardíaca (insuficiência cardíaca ou disfunção sistólica ventricular esquerda assintomática) pós-síndrome coronariana aguda (SCA), durante o período de internação hospitalar. MÉTODOS: Foram estudados 363 pacientes (idade média 62 ± 12 anos), sendo 233 (64%) homens e 130 (36%) mulheres, todos da mesma coorte, internados por SCA. Compararam-se dados clínicos e genéticos dos 117 (32,2%) que evoluíram com disfunção cardíaca (grupo caso) com os dos 246 (67,8%), que não desenvolveram tal condição (grupo controle). O polimorfismo AGT*M235T foi determinado por análise de sequenciamento e estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg. RESULTADOS: Houve diferença significativa na distribuição dos genótipos nas mulheres, com predomínio do genótipo *235MM no grupo controle (p = 0,001) e do alelo *235T no grupo caso. Em ambos os sexos, nos modelos de regressão logística, o diagnóstico de infarto de parede anterior na admissão foi fator de incremento no risco de DC, enquanto angina instável na admissão, ausência do alelo *235T, glicemia < 100 mg/dl, uso de betabloqueador, creatinina sérica < 1,5 mg/dl, faixa de frequência cardíaca > 60 e < 90 bpm e tabagismo atual foram fatores de redução do risco de DC. CONCLUSÃO: Este estudo sugere que a ausência do alelo *235T do AGT contribui para a redução do risco de disfunção cardíaca pós-síndrome coronariana aguda.

Angiotensinogênio; polimorfismo genético; insuficiência cardíaca; hipertensão; disfunção ventricular esquerda; síndrome coronariana aguda


BACKGROUND: AGT*M235T polymorphism has been associated with high serum angiotensinogen (AGT) levels, systemic hypertension and cardiac dysfunction (CD). OBJECTIVE: To test the hypothesis of AGT*M235T polymorphism being associated with the risk of developing cardiac dysfunction (heart failure or asymptomatic left ventricular systolic dysfunction) after acute coronary syndrome (ACS) during hospitalization. METHODS: A total of 363 patients (mean age of 62 ± 12 years), of whom 233 (64%) were men and 130 (36%) were women, all from the same cohort and hospitalized for ACS, were studied. Clinical and genetic data from the 117 (32.2%) patients who developed cardiac dysfunction (case group) were compared to those of the 246 (67.8%) who did not develop this condition (control group). The AGT*M235T polymorphism was determined by sequence analysis and was in Hardy-Weinberg equilibrium. RESULTS: There was a significant difference in the distribution of genotypes among women, with a predominance of the *235MM genotype in the control group (p = 0.001) and of the *235T allele in the case group. In the logistic regression models, the diagnosis of anterior wall myocardial infarction at admission was related to an increased risk of CD in both genders, whereas unstable angina at admission.; absence of the *235T allele; blood glucose <100 mg/dl; use of betablocker; serum creatinine level < 1.5 mg/dl;heart rate range > 60 and < 90 bpm; and current cigarette smoking were related to a lower risk of CD. CONCLUSION: This study suggests that the absence of the AGT *235T allele contributes to a reduced risk of cardiac dysfunction after acute coronary syndrome.

Angiotensinogen; polymorphism, genetic; heart failure; hypertension; ventricular dysfunction, left; acute coronary syndrome


ARTIGO ORIGINAL

BIOLOGIA MOLECULAR

O polimorfismo AGT*M235T na disfunção cardíaca de etiologia isquêmica aguda - projeto gisca

Claudia Guerra Murad Saud; Amália Faria dos Reis; Arlisa Monteiro de Castro Dias; Rosemery Nunes Cardoso; Ana Cristina Klem Vargas Carneiro; Leandro Pereira de Souza; Ana Beatriz Monteiro Fonseca; Georgina Severo Ribeiro; Carlos Augusto Cardozo de Faria

Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Correspondência Correspondência: Claudia Guerra Murad Saud Estrada Caetano Monteiro, 1833 - Casa 40 - Badu 24320-570 - Niterói, RJ - Brasil E-mail: cgsaud@cardiol.br, cmsaud@yahoo.com.br

RESUMO

FUNDAMENTO: O polimorfismo AGT*M235T tem sido associado a elevados níveis séricos de angiotensinogênio (AGT), hipertensão arterial sistêmica e disfunção cardíaca (DC).

OBJETIVO: Testar a hipótese de haver associação entre polimorfismo AGT*M235T e o risco de desenvolver disfunção cardíaca (insuficiência cardíaca ou disfunção sistólica ventricular esquerda assintomática) pós-síndrome coronariana aguda (SCA), durante o período de internação hospitalar.

MÉTODOS: Foram estudados 363 pacientes (idade média 62 ± 12 anos), sendo 233 (64%) homens e 130 (36%) mulheres, todos da mesma coorte, internados por SCA. Compararam-se dados clínicos e genéticos dos 117 (32,2%) que evoluíram com disfunção cardíaca (grupo caso) com os dos 246 (67,8%), que não desenvolveram tal condição (grupo controle). O polimorfismo AGT*M235T foi determinado por análise de sequenciamento e estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg.

RESULTADOS: Houve diferença significativa na distribuição dos genótipos nas mulheres, com predomínio do genótipo *235MM no grupo controle (p = 0,001) e do alelo *235T no grupo caso. Em ambos os sexos, nos modelos de regressão logística, o diagnóstico de infarto de parede anterior na admissão foi fator de incremento no risco de DC, enquanto angina instável na admissão, ausência do alelo *235T, glicemia < 100 mg/dl, uso de betabloqueador, creatinina sérica < 1,5 mg/dl, faixa de frequência cardíaca > 60 e < 90 bpm e tabagismo atual foram fatores de redução do risco de DC.

CONCLUSÃO: Este estudo sugere que a ausência do alelo *235T do AGT contribui para a redução do risco de disfunção cardíaca pós-síndrome coronariana aguda.

Palavras-chave: Angiotensinogênio, polimorfismo genético, insuficiência cardíaca, hipertensão, disfunção ventricular esquerda, síndrome coronariana aguda.

Introdução

As doenças do aparelho circulatório - doenças isquêmicas do coração e cerebrovasculares - são a principal causa de morte no Brasil, representando 28% dos óbitos em 20041. Para 2025, a estimativa é de que o Brasil possua a sexta maior população mundial de idosos, equivalente a 15% da população total do país, e que a insuficiência cardíaca (IC) seja a primeira causa de morte por doença cardiovascular no mundo2.

Embora importantes avanços tenham ocorrido nas últimas décadas na terapêutica do infarto agudo do miocárdio (IAM), os pacientes que evoluem com disfunção cardíaca estão sob elevado risco de morte, que, de acordo com o estudo Valiant3, pode ser reduzido em 20% com a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA).

O SRAA exerce função central na fisiopatologia do sistema cardiovascular, tendo como substrato o angiotensinogênio (AGT); a produção de angiotensina II no coração é regulada pela sobrecarga mecânica, exercendo modificações na estrutura dos miócitos e matriz extracelular4. Níveis elevados de angiotensina II se associam a pior prognóstico nos pacientes com insuficiência cardíaca4,5. Considerando tais fatores, variações nos genes desse sistema são candidatos lógicos nas pesquisas de insuficiência cardíaca6-9. O polimorfismo AGT*M235T apresenta três genótipos possíveis: MM, MT e TT. Indivíduos com genótipo *235TT têm maiores níveis plasmáticos de angiotensinogênio e angiotensina II10-12. Até o momento, poucos trabalhos publicados estudaram a associação do polimorfismo AGT*M235T com disfunção cardíaca (insuficiência cardíaca ou disfunção sistólica ventricular), com resultados controversos6,7,13.

Em razão da falta de artigos brasileiros que tenham estudado o polimorfismo AGT*M235T e sua associação com disfunção cardíaca isquêmica, o presente estudo teve como objetivo principal avaliar essa associação em pacientes internados com SCA na cidade de Niterói-RJ. O objetivo secundário foi avaliar a interação sexo e polimorfismo AGT*M235T nesse contexto.

Metodologia

Delineamento do estudo

Estudo observacional, caso-controle aninhado a uma coorte prospectiva inicial14 obtida pelo projeto Fatores de Risco Cardiovascular e Marcadores Genéticos nas Síndromes Coronarianas Agudas na População de Niterói, RJ15.

• Critérios de inclusão da coorte - homens e mulheres com idade > 20 anos, admitidos consecutivamente no serviço de emergência ou internados nos hospitais em até 72 horas após início dos sintomas, com diagnóstico de SCA.

• Critérios de exclusão da coorte - pacientes com doença neoplásica em fase terminal, politraumatismos e demência. Os pacientes foram acompanhados durante o período de internação hospitalar. O tempo para a inclusão no estudo foi prefixado em 12 meses consecutivos (de julho de 2004 a junho de 2005), sendo este o determinante do tamanho amostral.

No setor público, foram selecionados hospitais com atendimento de emergência 24 horas e que dispusessem de leitos para internação de pacientes cardiológicos. No setor privado, selecionaram-se os hospitais com atendimento de emergência 24 horas, equipe de cardiologistas e leitos de unidade coronariana ou CTI. Foram excluídos hospitais com menos de 50 leitos, a menos que fossem especializados em cardiologia. Somente quatro hospitais privados e três públicos preencheram esses critérios.

Definições das variáveis

• Angina instável (AI) - presença de alterações eletrocardiográficas compatíveis com injúria subendocárdica ou isquemia miocárdica em duas ou mais derivações contíguas16 associadas a anginapectoris típica17 em repouso ou de início recente ou com padrão em crescendo17. Foram considerados também pacientes com anginapectoris típica associada a história prévia confirmada de infarto do miocárdio, angioplastia e/ou cirurgia de revascularização miocárdica (CRM); ou portadores de características de alta probabilidade de doença coronariana18 cujos exames intra-hospitalares evidenciaram isquemia miocárdica induzida ou lesão > 50% na angiografia coronariana.

• IAM sem supradesnível do ST (IAMSSST) - presença de aumento (> duas vezes o valor de referência local), seguido de gradual diminuição, de CK-MB e CK total, dentro de 48 horas do início do quadro agudo; ou > três vezes o valor de referência dentro de 48 horas após angioplastia18 associado a anginapectoris típica17 e/ou alterações eletrocardiográficas compatíveis com injúria

• IAM com supradesnível do ST (IAMCSST) - alteração dos marcadores de necrose miocárdica anteriormente descrita19 associada a injúria subepicárdica aguda ou BRE de 3º grau agudo no eletrocardiograma (ECG)15,20.

• Disfunção cardíaca (DC) - manifestações clínicas de insuficiência cardíaca (classes de Killip II a IV) e/ou presença de disfunção sistólica ventricular esquerda (DSVE) em exame complementar durante a internação hospitalar21,22: ecocardiograma nas primeiras 72 horas de admissão hospitalar, evidenciando disfunção sistólica global moderada ou grave associada a fração de ejeção < 40% pelo método de Teichholz23 ou fração de ejeção < 40% pelo método de Simpson ou ventriculografia contrastada invasiva durante angiografia coronariana, evidenciando disfunção sistólica moderada ou grave24.

• Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (Icfer) - classes Killip II a IV na presença dos critérios anteriormente descritos de DSVE. Insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal (Icfen): classe Killip II a IV associada a fração de ejeção > 40% e alteração da função diastólica pelo Doppler. A classificação de Killip foi adaptada para o diagnóstico de insuficiência cardíaca nos pacientes com angina instável.

Análise genética

Amostras de sangue foram coletadas em tubos contendo Edta, na admissão hospitalar ou em dias subsequentes, para o isolamento do DNA genômico. A equipe que realizou as avaliações genotípicas não teve acesso às informações clínicas dos pacientes.

Após a extração do DNA genômico, a integridade das amostras foi analisada por eletroforese submarina (sistema de eletroforese BIO RAD) em gel de agarose a 0,8%, e as bandas de DNA foram observadas em um transiluminador sob luz ultravioleta. As amostras, então, foram armazenadas a 4º C para posterior sequenciamento.

O polimorfismo AGT*M235T foi avaliado por reação de polimerase em cadeia (PCR) e análise de sequência de um fragmento de 157 pares de base amplificado do gene AGT com os oligonucleotídios:

• sense: 5' - ACTGGATGTTGCTGCTGAGAAGA-3'

• antisense: 5' - GCCAGAGCCAGCAGAGAGGTTTG-3'25

Os fragmentos amplificados foram submetidos à análise de sequência no Analizador MegaBace da Amersham Biosciences, utilizando-se o reagente Dyenamic ET Dye Terminator cycle sequencing, e, ao término da corrida, o cromatograma foi avaliado no Sequence Analyser (fig. 1).


Análise estatística

Utilizou-se o programa SPSS versão 12.0, adotando-se um nível de significância de 5% para todos os testes estatísticos. O teste de qui-quadrado de Pearson foi aplicado para verificar associação entre variáveis categóricas. As variáveis contínuas foram resumidas por meio de suas médias e desvios padrão. Por não ter sido observada aderência da distribuição empírica dos dados à distribuição normal dentro dos vários grupos testados, foi utilizado o teste de Mann-Whitney como padrão na comparação das diferenças entre os grupos. Para avaliar a relação entre o desfecho (disfunção cardíaca) e o conjunto de variáveis explicativas (preditoras), utilizou-se regressão logística pelo método Forward Stepwise (Conditional), cuja qualidade foi aferida pelo coeficiente de determinação R2. Foram realizadas regressões com todos os pacientes e, posteriormente, separadas por gênero. Apenas os pacientes que possuíam todas as informações para as variáveis escolhidas fizeram parte do modelo.

Aspectos bioéticos

Os pacientes incluídos assinaram, após leitura, o Termo de Consentimento Informado, Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) (CEP CMM/HUAP nº 59/03 de 18 de junho 2003) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), de Brasília (DF), em 3 de outubro de 2003.

Não houve interferência dos pesquisadores sobre o tipo de tratamento estabelecido para cada paciente, o qual foi determinado pelo corpo clínico de cada instituição.

Resultados

Foram incluídos 436 pacientes nos cinco hospitais (dois da rede privada e três públicos) que completaram 12 meses de inclusão. Foi possível a identificação do polimorfismo do angiotensinogênio em 410 pacientes. Destes, excluímos todos os que referiram história prévia de insuficiência cardíaca, restando 363 deles analisados neste artigo.

Os dados clínicos e genéticos dos 117 pacientes (32,2%) com disfunção cardíaca (insuficiência cardíaca clínica ou DSVE), denominados casos, foram comparados com os 246 pacientes (67,8%) que não desenvolveram disfunção cardíaca, denominados controles. Casos e controles foram retirados da mesma coorte.

Dos 363 pacientes avaliados (fig. 2), 291 pacientes (80%) não apresentaram clínica de insuficiência cardíaca, enquanto 72 (20%) evoluíram com tal condição. Desses 72 pacientes com IC, 35 (49%) evoluíram com Icfer, 24 (33%) com Icfen, e os 13 restantes (18%) não tiveram sua fração de ejeção avaliada durante a internação. Dos 363 pacientes, 225 (62%) não tinham DSVE, 80 (22%) apresentaram tal condição e 58 (16%) não tiveram sua função sistólica ventricular esquerda aferida (fig. 2).


Na tabela 1, descrevemos as características gerais da amostra, e, nas tabelas 2 e 3, apresentamos as características clínicas e os fatores de risco nos casos e controles.

A faixa etária > 65 anos predominou nos casos (p = 0,008), demonstrando que os pacientes mais idosos tiveram maior probabilidade de evoluir com disfunção cardíaca (OR: 1,298 - IC 95%: 1,061-1,587). Houve predomínio do diagnóstico de angina instável nos pacientes controles (p < 0,001) e do diagnóstico de IAMCSST e do infarto de parede anterior entre os casos (p = 0,002).

Foram admitidos com frequência cardíaca > 90 bpm 40% dos pacientes do grupo caso e 25% do grupo controle (p = 0,024). Pressão arterial sistólica < 90 mmHg foi significativamente maior no grupo caso (p = 0,048), por causa dos pacientes em choque cardiogênico. O IMC (p = 0,028) e o uso de betabloqueadores (p = 0,002) foram menores no grupo caso.

O risco de os pacientes casos evoluírem para óbito foi 1,24 vez maior em relação aos controle (p < 0,001).

As frequências genotípicas do polimorfismo AGT*M235T estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg e não diferiram estatisticamente entre os grupos casos e controles.

Considerando a distribuição dos genótipos de acordo com o sexo (tab. 4), verificaram-se uma frequência reduzida do genótipo *235MM (p = 0,013) e um predomínio do alelo *235T entre as mulheres casos (p = 0,016). Nos pacientes do sexo masculino, as frequências dos genótipos e alelos foram similares nos casos e controles.

Foi observada diferença significativa na distribuição dos genótipos em relação à idade apenas nas mulheres (tab. 5), tanto nos casos (p = 0,001) quanto nos controles (p = 0,029), havendo predomínio do genótipo*235TT na faixa etária <65 anos. As demais características analisadas em relação aos genótipos não diferiram entre os sexos.

Nas regressões logísticas em que as variáveis de entrada do modelo foram faixa etária, frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, tabagismo, tipo de SCA, genótipos e alelos, sexo, revascularização miocárdica prévia, infarto do miocárdio prévio, história de HAS, intervenção, creatinina e glicemia, o modelo com melhor poder preditivo (R2 = 0,312) para a ocorrência de disfunção cardíaca selecionou as seguintes variáveis: angina instável (OR: 0,416, p = 0,004), não ter alelo T (OR: 0,448, p = 0,044) e creatinina < 1,5 mg/dl (OR: 0,597, p = 0,012), as quais representaram fatores de proteção em relação ao desfecho. Quando se realizaram modelos separados por sexo, a variável intervenção (trombolítico, angioplastia percutânea ou cirurgia de revascularização miocárdica durante a internação) foi fator de incremento no risco de disfunção cardíaca apenas nas mulheres (OR: 2,239, p = 0,027).

Quando se incluíram também as variáveis infarto de parede anterior e o uso de betabloqueador e IECA/BRA II durante a internação, o modelo com melhor poder explicativo de disfunção cardíaca (R2 0,350) selecionou como fator de risco o infarto de parede anterior (OR: 3,244; p = 0,001) e como fatores de proteção: uso de betabloqueador na internação (OR: 0,490; p = 0,030), frequência cardíaca > 60 e < 90 bpm (OR: 0,475; p = 0,002) e tabagismo atual (OR: 0,449; p = 0,012).

Quando se realizou regressão logística separadamente por sexo, o modelo com melhor poder explicativo no sexo masculino (R2 0,397) selecionou: infarto de parede anterior como fator de incremento de 5,579 vezes no risco de disfunção cardíaca (p < 0,001) e uso de betabloqueador, tabagismo atual e glicemia < 100 mg/dl como variáveis associadas a melhor prognóstico. No sexo feminino, o modelo com melhor poder preditor (R2 0,346) selecionou diagnóstico de angina instável e genótipo *235MM como fatores de redução do risco de disfunção cardíaca (tab. 6). Com a inclusão dessas novas variáveis, a intervenção não foi mais selecionada no modelo final nas mulheres.

Discussão

O desenvolvimento de insuficiência cardíaca e/ou disfunção sistólica ventricular esquerda no contexto da SCA, seja na admissão, seja em qualquer momento da internação, resulta em significativo aumento no risco de morte intra-hospitalar, morte em 30 dias e em longo prazo21. Dessa forma, utilizamos este desfecho composto - disfunção cardíaca - para todas as análises. O percentual de pacientes com IC (com fração de ejeção normal ou reduzida) e disfunção sistólica ventricular esquerda assintomática foi relatado nos resultados apenas no intuito de melhor descrever a amostra estudada, sem o objetivo de realizar análises separadas em cada um desses subgrupos.

Apenas 79% dos 363 pacientes tiveram cálculo da fração de ejeção ao ecocardiograma, e, em apenas 41%, avaliou-se a função sistólica por ventriculografia na angiografia coronariana, de forma semelhante ao observado no estudo Grace26, em que 69% dos pacientes admitidos em Killip I e 71,3% dos pacientes que apresentavam sinais de insuficiência cardíaca na admissão hospitalar tiveram avaliada a fração de ejeção. Segundo Weir e cols.21, estudos epidemiológicos não dispõem, em geral, da aferição sistemática da função ventricular em todos os pacientes, não excluindo, porém, a importância da análise dos dados provenientes desses estudos.

No presente estudo, 20% de todos os pacientes da coorte foram submetidos à angioplastia coronariana, 8% à cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) e 35% dos pacientes com IAMCSST foram submetidos à trombólise química, percentuais de realização de intervenções um pouco maiores dos que os de Escosteguy e cols.27 no Rio de Janeiro: 2,1% de angioplastias, 1% de CRM e 19,5% de trombólise química.

Nas análises bivariadas, não foi observada associação significativa entre a realização de intervenções de reperfusão miocárdica durante a internação e disfunção cardíaca na amostra global. Apenas nas regressões logísticas separadas por gênero, a variável intervenção demonstrou aumento no risco de DC no sexo feminino. Esse resultado pode ter sido decorrente do delta T prolongado observado na realização de angioplastia primária nesses hospitais (75% com delta T > 90 minutos)15, o que reduz o benefício esperado para essa intervenção. Tal resultado também pode estar relacionado ao fato de as mulheres, nessa amostra, serem mais idosas, o que influencia negativamente o prognóstico da SCA.

Semelhante ao observado nos estudos Grace26 e Valiant28, as variáveis clínicas - idade avançada, diagnóstico de infarto na admissão, infarto de parede anterior, frequência cardíaca elevada e pressão arterial sistólica reduzida - associaram-se com disfunção cardíaca isquêmica neste estudo.

Nos modelos de regressão logística, o tabagista atual conferiu menor risco de disfunção cardíaca do que ex-tabagista e não tabagista. Nesta amostra, os tabagistas eram mais jovens e, portanto, com menos comorbidades, o que provavelmente contribuiu para um melhor prognóstico pós-SCA, conforme também observado por Luciano e cols.29.

As frequências dos genótipos e alelos do polimorfismo AGT*M235T variam, nos diversos trabalhos publicados6,8,30, de acordo com as populações estudadas. A seleção natural dos genótipos mais favoráveis à adaptação às características ambientais locais e os diferentes graus de miscigenação nas diferentes regiões geográficas são algumas das possíveis explicações para essas diferenças.

No presente trabalho, as frequências do genótipo *235TT foram semelhantes às encontradas em outros estudos brasileiros que pesquisaram HAS31 e fatores de risco cardiovascular32, e ao estudo de Batalla e cols.33, na Espanha, que avaliou associação do AGT*M235T com infarto do miocárdio em jovens. Outros, entretanto, encontraram prevalências diferentes como o estudo caso-controle de Minas Gerais30 que avaliou pacientes 201 coronariopatas (com e sem IAM); o estudo de Pilbrow e cols.8 sobre mortalidade na insuficiência cardíaca na Nova Zelândia; e o de Bauters e cols.6, na França, referente a remodelamento ventricular 3 e 12 meses após infarto de parede anterior.

Diferentemente de Bauters e cols.6, que estudaram 266 pacientes, e Ohminichi e cols.13, que analisaram 103 pacientes pós-infarto do miocárdio (nos primeiros 7 dias do evento e após 3 meses) e não encontraram associação do polimorfismo AGT*M235T com remodelamento ventricular no seguimento pós-infarto, no presente trabalho o alelo *235T ausente apareceu como fator redutor do risco de disfunção cardíaca quando foram analisados os 363 pacientes (OR: 0,205; p = 0,044).

Na metanálise publicada em 2007 sobre polimorfismos e insuficiência cardíaca isquêmica9, apenas Goldbergova e cols.7 fizeram referência ao polimorfismo AGT*M235T nesse contexto. Esses autores, ao estudarem os polimorfismos G(-6)A e M235T do AGT em 158 pacientes com insuficiência cardíaca crônica (26,6% com angina pectoris e 53,2% com pós-infarto do miocárdio) e 200 controles, observaram, nos portadores do AGT*GGMT, incremento de 2,63 vezes no risco de desenvolver IC em relação aos controles (pcorr = 0,01). Nas mulheres, essa associação foi 15 vezes maior (OR = 15,5, pcorr = 0,008).

Nas análises bivariadas do presente trabalho, o *235MM teve uma prevalência significativamente menor (p = 0,013) apenas nas mulheres, sugerindo um efeito protetor. Nas regressões logísticas separadas por gênero, a presença do genótipo *235MM foi novamente um fator redutor do risco de disfunção cardíaca apenas nas mulheres (OR: 0,222), porém com valor limítrofe (p = 0,055). Esses achados sugerem uma interação sexo-genótipo, provavelmente resultante do efeito dos hormônios esteroides que afetam a expressão do gene do angiotensinogênio em vários tecidos7,34.

Os resultados deste trabalho não permitem afirmar que a ausência do alelo *235T diminui o risco de disfunção ventricular pós-evento coronariano agudo, porque a doença coronariana é poligênica e multifatorial, e os fatores ambientais podem modular a expressão de vários genes35. Porém, este estudo aponta para o fato de que esse polimorfismo talvez seja um dos muitos que, associados a outros fatores genéticos e ambientais, possam contribuir para um pior prognóstico.

Neste trabalho, foi estudado apenas o AGT*M235T, o que representa muito pouco em relação ao delineamento de um perfil genético, entretanto, pela carência de publicações nacionais, esses resultados poderão contribuir para ampliar o conhecimento referente à relevância do polimorfismo AGT*M235T no prognóstico da doença isquêmica na população brasileira.

Limitações do estudo

Não foi possível padronizar, em todos os hospitais, a aferição da função sistólica ventricular esquerda pela diferença de disponibilidade de recursos entre os hospitais. Para melhorar a sensibilidade e especificidade do estudo da função sistólica ao ecocardiograma, foi associada a análise qualitativa à medida da fração de ejeção, com base nos resultados do estudo de Choy e cols.23.

Pelo fato de nem todos os hospitais disporem de dosagem da troponina, método ideal para o diagnóstico de IAM, utilizamos a dosagem da CK-MB que é considerada uma alternativa nesses casos36. Como os kits de dosagens enzimáticas variaram entre os laboratórios locais, os valores máximos atingidos não foram utilizados para estimar o tamanho do infarto.

Conclusão

Este estudo sugere que a ausência do alelo *235T contribui para a redução do risco de disfunção cardíaca de etiologia isquêmica aguda durante a internação hospitalar.

Houve interação sexo-genótipo nas análises bivariadas, com efeito protetor significativo do genótipo *235MM apenas nas mulheres, porém, nas regressões logísticas realizadas separadamente por gênero, esse resultado foi limítrofe.

Potencial Conflito de Interesses

Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.

Fontes de Financiamento

O presente estudo foi parcialmente financiado pela Pós-gradução em Ciências Cardiovasculares da UFF, Pró-reitoria em Pesquisa e Pós-graduação da UFF e Instituto Biossocial de Volta Redonda.

Vinculação Acadêmica

Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Claudia Guerra Murad Saud pela Universidade Federal Fluminense.

Artigo recebido em 24/03/09; revisado recebido em 29/08/09; aceito em 18/12/09.

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  • Correspondência:

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      18 Jun 2010
    • Data do Fascículo
      Ago 2010

    Histórico

    • Aceito
      09 Dez 2009
    • Revisado
      29 Ago 2009
    • Recebido
      24 Mar 2009
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