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Índice de massa corporal no adulto e no idoso

CARTA AO EDITOR

Índice de massa corporal no adulto e no idoso

Karine Zortéa; Mariana Lerch Belomé da Silva

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS - Brasil

Correspondência Correspondência: Karine Zortéa Av. Protásio Alves, 7157/ 203A - Petrópolis 91310-003 - Porto Alegre, RS - Brasil E-mail: karine.personaldiet@gmail.com

Palavras-chave: Índice de massa corporal, síndrome metabólica, adulto, idoso.

Caro editor,

Bopp e cols. 1 afirmam que grande parte da população estudada apresenta excesso de peso e síndrome metabólica, porém é necessário observar que utilizam uma única classificação do índice de massa corporal (IMC) para adultos e idosos.

Avaliar o estado nutricional dos indivíduos através do IMC é um método simples e de grande importância em estudos populacionais, inclusive os que envolvem a população idosa2. Porém, é importante respeitar as diferentes classificações recomendadas, para que não haja uma discrepância entre as metodologias empregadas nos estudos, vieses de aferição ou até mesmo erros do tipo I, onde é apresentada uma significância na amostra, quando esta diferença na população na verdade não existe3.

O uso do IMC e seus pontos de corte adotados para análise de desnutrição, eutrofia e obesidade em idosos têm sido muito discutidos. Considera-se como eutrofia, para essa faixa etária, o IMC entre 22 e 27 kg/m2. Níveis abaixo de 22 e acima de 27 kg/m2 são classificados como baixo peso e excesso de peso, respectivamente2. Enquanto para adultos,

o IMC considerado adequado está entre 18,5 e 24,99 kg/m2, segundo a Organização Mundial de Saúde4. As diferenças entre esses pontos de corte ocorrem devido às alterações corporais das diferentes faixas etárias, como diminuição da massa magra e aumento do tecido adiposo decorrente do processo de envelhecimento.

A expectativa de vida vem aumentando em grandes proporções. Paralelamente, cresce o número de indivíduos com doenças crônicas, principalmente doenças cardiovasculares, que já são a principal causa de morte no mundo5. Neste contexto, estudos como o de Bopp e cols. são de grande importância para contextualizar a grande prevalência de fatores de risco em populações específicas.

Artigo recebido em 04/04/10; revisado recebido em 04/04/10; aceito em 26/04/10.

  • 1. Bopp M, Barbiero S. Prevalência de síndrome metabólica em pacientes de um ambulatório do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (RS). Arq Bras Cardiol. 2009;93(5):473-7.
  • 2. Cervi A, Franceschini SCC, Priore SE. Análise crítica do uso do índice de massa corporal para idosos. Rev Nutr Campinas. 2005;18(6):765-75.
  • 3. World Health Organization (WHO). Physical Status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.
  • 4. World Health Organization (WHO). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: Program of Nutrition, Family and Reproductive Health; 1998.
  • 5. Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Bautista L, Franzosi MG, Commerford P, et al. Obesity and the risk of myocardial infarction in 27,000 participants from 52 countries: a case-control study. Lancet. 2005;366(9497):1640-9.
  • Correspondência:

    Karine Zortéa
    Av. Protásio Alves, 7157/ 203A - Petrópolis
    91310-003 - Porto Alegre, RS - Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Mar 2011
    • Data do Fascículo
      Mar 2011
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