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O tratamento endovascular da úlcera penetrante aórtica é a solução?

CARTA AO EDITOR

O tratamento endovascular da úlcera penetrante aórtica é a solução?

Rui M. S. Almeida

Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE; Faculdade Assis Gurgacz - FAG; Instituto de Moléstias Cardiovasculares do Oeste do Paraná - ICCOP, Paraná - Brasil

Correspondência Correspondência: Rui Manuel de Sousa Sequeira Antunes de Almeida Rua Terra Roxa, 1425 - Região do Lago 85816-360 - Cascavel, PR - Brasil E-mail: ruimsalmeida@cardiol.br, ruimsalmeida@iccop.com.br

Palavras-chave: Implante de prótese, aorta torácica, doenças da aorta.

Parabenizamos o trabalho de Tumelero e cols.1, no qual é relatado o tratamento de úlcera penetrante de aorta (UPA) pela técnica endovascular. A descrição dos casos e de sua forma de tratamento faz-nos pensar que esse tipo de tratamento seja o padrão de referência para essa doença. A literatura mostra excelentes resultados nesse tipo de tratamento, não só pela cessação dos sintomas, como também por evitar o risco de dissecção aguda da aorta com um aumento da morbimortalidade.

Num trabalho multicêntrico brasileiro2, entre 255 pacientes submetidos a implante de endoprótese aórtica torácica, oito eram portadores de UPA (3,14%). Apesar de nossos casos terem sido submetidos à colocação de endopróteses, algumas palavras de cautela devem, no entanto, ser ditas: 1) a indicação de tratamento da UPA somente deve ser feita a pacientes sintomáticos3; 2) a evolução das endopróteses ainda não está estabelecida2, apesar de ser um tratamento menos agressivo e com resultados semelhantes à cirurgia convencional; 3) como a faixa etária nesse tipo de doença é alta, e a doença pode também ser periférica, faz-se necessário um acesso alternativo4; 4) o seguimento por meio de exames de imagem é mandatório2. Esse tipo de abordagem deve, portanto, ser visto como alternativa ao tratamento clássico, porém, ainda, em virtude do pouco tempo de seguimento das endopróteses, não pode ser declarado como tratamento de eleição, quando comparado à cirurgia clássica. Mais uma vez, parabenizamos os autores e agradecemos a oportunidade de poder comentar este trabalho.

Artigo recebido em 23/02/11; revisado recebido em 11/03/11; aceito em 26/04/11.

  • 1. Tumelero RT, Duda NT, Tognon AP, Panata L, Teixeira JC, Giongo JB. Implante de endoprótese para tratamento de úlcera penetrante de aorta. Arq Bras Cardiol. 2011;96(2):e20-3.
  • 2. Almeida RM, Leal JC, Saadi EK, Braile DM, Rocha AS, Volpiani G, et al. Thoracic endovascular aortic repair - a Brazilian experience in 255 patients over a period of 112 months. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2009;8(5):524-8.
  • 3. Albuquerque LC, Braile DM, Palma JH, Saadi EK, Almeida RMS, Gomes WJ, et al. Diretrizes para o tratamento cirúrgico das doenças da aorta da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular - Atualização 2009. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2009; 24(2 supl):7s-34s.
  • 4. Saadi EK, Dussin LH, Moura L, Machado AS. The axillary artery--a new approach for endovascular treatment of thoracic aortic diseases. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2010;11(5):617-9.
  • Correspondência:

    Rui Manuel de Sousa Sequeira Antunes de Almeida
    Rua Terra Roxa, 1425 - Região do Lago
    85816-360 - Cascavel, PR - Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      30 Ago 2011
    • Data do Fascículo
      Jul 2011
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