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Escores de risco nas cirurgias cardíacas valvares

CARTA AO EDITOR

Escores de risco nas cirurgias cardíacas valvares

Michel Pereira Cadore; João Carlos Vieira da Costa Guaragna; Luiz Carlos Bodanese

Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS - Brasil

Correspondência Correspondência: Michel Pereira Cadore Sape, 50 / 304, Passo DAreia CEP 91350-050, Porto Alegre, RS - Brasil E-mail: michelcadore@cardiol.br, michel_cadore@hotmail.com

Palavras-chave: Cirurgia cardíaca valvar; escores de risco.

Caro Editor,

Lemos com interesse dois artigos publicados recentemente nesta revista1,2, sob a forma Ponto de Vista, os quais versam sobre a importância dos escores de risco na indicação de cirurgia cardíaca valvar.

Os escores mais utilizados no nosso meio para quantificar risco de morte em pacientes que serão submetidos a cirurgia cardíaca valvar foram desenvolvidos em populações com perfis diferentes da população do nosso país, determinando limitação de sua utilização, aspecto sabidamente demonstrado. O Sistema Europeu para Avaliação de Risco em Cirurgia Cardíaca (EuroSCORE) é provavelmente o escore mais conhecido. Entretanto, não é específico para cirurgia valvar, pois associou dados de cirurgias valvares e de revascularização miocárdica.

Manifestamos nossa perplexidade por não ter sido considerado nosso trabalho publicado nesta revista, realizado no nosso serviço. Apresentamos um escore desenvolvido a partir de um banco de dados de 1.086 pacientes submetidos exclusivamente a cirurgia cardíaca valvar3. A discriminação do modelo desenvolvido de acordo com a curva ROC (Receiver Operating Characteristic) foi de 0,83 (IC 95% 0,78-0,86). A calibração do escore calculada pelo teste de Hosmer-Lemeshow (H-L) indicou um bom desempenho do modelo (r = 0,98, x2 = 5,61 e p = 0,691). Ainda, foi validado em população interna obtendo curva ROC de 0,84 e teste H-L com p = 0,37, e validado também em outra instituição nacional4, obtendo curva ROC de 0,78 e teste H-L com p = 0,81. No nosso estudo, a taxa de óbito total foi de 11,8% e nas cirurgias eletivas de 8,8% . No âmbito nacional, o nosso escore é o único existente para estimar risco de morte em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca valvar. Atualmente, este escore é empregado rotineiramente na nossa prática diária, em conjunto com outro escore desenvolvido na nossa instituição para pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica5, sendo ambos aplicados paralelamente ao EuroSCORE. Isso servirá num futuro próximo para recalibração dos escores e também para estudos comparativos com o EuroSCORE.

Artigo recebido em 21/09/12; revisado em 04/10/12; aceito em 05/12/12.

  • 1. Casalino R, Tarassoutchi F. Escores de risco nas intervenções em valvopatia. Arq Bras Cardiol. 2012;98(5):e84-6.
  • 2. Casalino R, Grinberg M. A inclusão do escore de risco na tomada de decisão em cardiopatia valvar. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):e102-4.
  • 3. Guaragna JC, Bodanese LC, Bueno FL, Goldani MA. Proposta de escore de risco pré-operatório para pacientes candidatos à cirurgia cardíaca valvar. Arq Bras Cardiol. 2010;94(4):541-8.
  • 4. Sá MP, Sá MV, de Albuquerque AC, da Silva BB, de Siqueira JW, de Brito PR, et al. Guaragna SCORE prediz satisfatoriamente os desfechos em cirurgia cardíaca valvar em hospital brasileiro. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2012;27(1):1-6.
  • 5. Cadore MP, Guaragna JC, Anacker JF, Albuquerque LC, Bodanese LC, Piccoli JC, et al. Proposição de um escore de risco cirúrgico para pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2010;25(4):447-56.
  • Correspondência:

    Michel Pereira Cadore
    Sape, 50 / 304, Passo DAreia
    CEP 91350-050, Porto Alegre, RS - Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      29 Jan 2013
    • Data do Fascículo
      Jan 2013
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