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Espessura da íntima média carotídea e outros marcadores inflamatórios na prática clínica

CARTA AO EDITOR

Espessura da íntima média carotídea e outros marcadores inflamatórios na prática clínica

Murat UnluI; Sevket BaltaII; Mustafa CakarIII; Sait DemirkolII; Zekeriya ArslanI

IBeytepe Hospital, Department of Cardiology, Ankara, Turquia

IIGulhane Medical Academy, Department of Cardiology, Ankara, Turquia

IIIGulhane Medical Academy, Department of Internal Medicine, Ankara, Turquia

Correspondência Correspondência: Murat Unlu Beytepe Hospital, Middle Anatolian CEP 06018, Ankara, Middle Anatolian, Turquia E-mail: drmuratunlu@gmail.com

Palavras-chave: Catalase, Lipídeos, Terapia de Reposição Hormonal, Endotélio / anormalidades.

Caro Editor

Nós lemos, com grande interesse, o artigo "Postmenopausal Therapy Reduces Catalase Activity and Attenuates Cardiovascular Risk" [Terapia Pós-Menopausa Reduz a Atividade da Catalase e Atenua o Risco Cardiovascular], por Castanho e cols.1, no qual os autores investigaram a atividade da catalase sérica monitorando a concentração sérica de lipídeos e lipoproteínas, proteína de transferência de colesteril éster, substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, nitrato e proteína C reativa ultra sensível em mulheres na pós-menopausa com ou sem terapia hormonal (TH) para determinar se a administração de TH na pós-menopausa influencia a produção de radicais livres (marcador pró-inflamatório). Eles demonstraram que a TH mulheres na pós-menopausa produz benéficos efeitos antioxidantes e antiateroscleróticos ao melhorar os perfis séricos de lipídios e lipoproteínas, aumentando a atividade da catalase sérica e atenuando a associação entre os fatores de risco cardiovascular e a aterosclerose precoce.

A disfunção endotelial desempenha um papel chave na aterogênese, uma vez que está associada a todos os atores de risco principais de doença cardiovascular. A ultra-sonografia constitui um método não invasivo para se avaliar a função endotelial2. A espessura da camada íntima média carotídea (C-IMT) é um marcador de inflamação sistêmica e amplamente usado como um proeminente marcador para as doenças cardiovasculares3. A C-IMT pode ser afetada poro fatores de risco cardiovascular, incluindo-se a hipertensão, diabetes mellitus, obesidade e tabagismo. Desde este ponto de vista, Castanho e cols.1 não proporcionaram, de forma clara, referências detalhadas de históricos médicos de pacientes, o que poderia haver sido bastante útil.

A dilatação mediada por fluxo (DMF) ao se inflar a braçadeira do esfigmonanômetro é um parâmetro ultra-sonográfico útil da artéria braquial para se medir as respostas vasculares através das variações do diâmetro da artéria basal induzidas pela hiperemia reativa que se segue ao reestabelecimento da corrente sanguínea após um período de oclusão vascular e apresenta um método fácil para e avaliar a função vascular dependente do endotélio4. A medição do índice tornozelo-braquial (ITB) é útil para se testar e diagnosticar, com precisão, a doença arterial periférica (DAP) e permite a iniciação oportuna de medidas preventivas. Quando o ITB é < 0,9 ou >1,3, a DAP é provável5. A C-IMT também pode afetar a DAP. Por esta razão, o estudo presente seria mais forte se os autores houvessem proporcionado informações relativas à DAP em potencial.

Finalmente, a C-IMT só, sem outros marcadores inflamatórios, não pode fornecer informações suficientes aos médicos no que se refere à inflamação endotelial no paciente. Desta forma, em estudos posteriores, propomos que a C-IMT deva ser avaliada juntamente com outros marcadores inflamatórios séricos, tais como DMF e ITB, posto que os mesmos podem ser monitorados rapidamente, de modo confiável e não invasivo - a um baixo custo - para se identificar os estágios iniciais da aterosclerose.

Artigo recebido em 24/12/12; revisado em 30/12/12; aceito em 22/03/13.

  • 1. Castanho VS, Nakamura RT, Pinto-Neto AM, Faria EC. Postmenopausal therapy reduces catalase activity and attenuates cardiovascular risk. Arq Bras Cardiol. 2012;99(5):1008-14.
  • 2. Meirelles C de M, Leite SP, Montenegro CA, Gomes PS. Reliability of brachial artery flow-mediated dilatation measurement using ultrasound. Arq Bras Cardiol. 2007;89(3):160-7,176-83.
  • 3. Ishizu T, Ishimitsu T, Kamiya H, Seo Y, Moriyama N, Obara K, et al. The correlation of irregularities in carotid arterial intima-media thickness with coronary artery disease. Heart Vessels. 2002;17(1):1-6.
  • 4. Filho EV, Mohr C, Filho BJ, Gadonski G, Paula LG, Antonello IC, et al. [Flow-mediated dilatation in the differential diagnosis of preeclampsia syndrome]. Arq Bras Cardiol. 2010;94(2):182-6, 195-200, 185-9.
  • 5. Albuquerque PF, Albuquerque PH, Albuquerque GO, Servantes DM, Carvalho SM, Oliveira Filho JA. Ankle-brachial index and ventricular hypertrophy in arterial hypertension. Arq Bras Cardiol. 2012;98(1):84-6.
  • Correspondência:

    Murat Unlu
    Beytepe Hospital, Middle Anatolian
    CEP 06018, Ankara, Middle Anatolian, Turquia
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      05 Jul 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 2013
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