Acessibilidade / Reportar erro

Valor Prognóstico da Ultrassonografia Pulmonar para Resultados Clínicos em Pacientes com Insuficiência Cardíaca: Uma Revisão Sistemática e Metanálise

Resumo

Fundamento

Existem informações conflitantes sobre se a ultrassonografia pulmonar avaliada por linhas B tem valor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca (ICa).

Objetivos

Avaliar o valor prognóstico da ultrassonografia pulmonar avaliada por linhas B em pacientes com ICa.

Métodos

Quatro bases de dados (PubMed, EMBASE, Cochrane Library e Scopus) foram sistematicamente pesquisadas para identificar artigos relevantes. Reunimos a razão de risco (RR) e o intervalo de confiança de 95% (IC) de estudos elegíveis e realizamos análises de heterogeneidade, avaliação de qualidade e viés de publicação. Os dados foram agrupados usando um modelo de efeitos fixos ou de efeito aleatório. Um valor de p <0,05 foi considerado para indicar significância estatística.

Resultados

Nove estudos envolvendo 1.212 participantes foram incluídos na revisão sistemática. As linhas B > 15 e > 30 na alta hospitalar foram significativamente associadas ao aumento do risco de desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa (RR, 3,37, IC de 95%, 1,52-7,47; p = 0,003; RR, 4,01, IC de 95%, 2,29-7,01; p <0,001, respectivamente). O ponto de corte da linha B > 30 na alta foi significativamente associado ao aumento do risco de hospitalização por ICa (RR, 9,01, IC de 95%, 2,80-28,93; p <0,001). Além disso, o ponto de corte da linha B > 3 aumentou significativamente o risco de desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa (RR, 3,21, IC de 95%, 2,09-4,93; I2 = 10%; p <0,00001).

Conclusão

As linhas B podem predizer mortalidade por todas as causas e hospitalizações por ICa em pacientes com ICa. Outros grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para explorar se lidar com as linhas B melhoraria o prognóstico nos ambientes clínicos. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)

Pulmão/Ultrassonografia; Linhas B; Prognóstico; Insuficiência Cardíaca; Revisão; Metanálise

Abstract

Background

There is conflicting information about whether lung ultrasound assessed by B-lines has prognostic value in patients with heart failure (HF).

Objectives

To evaluate the prognostic value of lung ultrasound assessed by B-lines in HF patients.

Methods

Four databases (PubMed, EMBASE, Cochrane Library, and Scopus) were systematically searched to identify relevant articles. We pooled the hazard ratio (HR) and 95% confidence interval (CI) from eligible studies and carried out heterogeneity, quality assessment, and publication bias analyses. Data were pooled using a fixed-effects or random-effect model. A p value < 0.05 was considered to indicate statistical significance.

Results

Nine studies involving 1,212 participants were included in the systematic review. B-lines > 15 and > 30 at discharge were significantly associated with increased risk of combined outcomes of all-cause mortality or HF hospitalization (HR, 3.37, 95% CI, 1.52-7.47; p = 0.003; HR, 4.01, 95% CI, 2.29-7.01; p < 0.001, respectively). A B-line > 30 cutoff at discharge was significantly associated with increased risk of HF hospitalization (HR, 9.01, 95% CI, 2.80-28.93; p < 0.001). Moreover, a B-line > 3 cutoff significantly increased the risk for combined outcomes of all-cause mortality or HF hospitalization in HF outpatients (HR, 3.21, 95% CI, 2.09-4.93; I2 = 10%; p < 0.00001).

Conclusion

B-lines could predict all-cause mortality and HF hospitalizations in patients with HF. Further large randomized controlled trials are needed to explore whether dealing with B-lines would improve the prognosis in clinical settings.

Lung/ultrassonography; B Lines; Prognosis; Heart Failure; Review; Meta-Analysis

Introdução

A insuficiência cardíaca (ICa) continua sendo a principal causa de hospitalização nas últimas décadas devido a sua alta prevalência, morbidade e mortalidade. 11. McMurray JJV, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur J Heart Fail. 2012;14(8):803-69. A congestão pulmonar pode predizer tanto a mortalidade quanto a morbidade em pacientes com ICa, 22. Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading congestion in acute heart failure: a scientific statement from the acute heart failure committee of the heart failure association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33. e a descongestão é um dos principais objetivos da gerenciamento de ICa durante a hospitalização. 33. McMurray JJ, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J. 2012;33(14):1787-847.

A ultrassonografia pulmonar (USP) é uma ferramenta simples, amigável para o paciente, confiável e sensível para detectar a congestão pulmonar avaliada por linhas B. 44. Gargani L. Lung ultrasound: a new tool for the cardiologist. Cardiovasc Ultrasound. 2011 Feb 27;9:6. , 55. Agricola E, Bove T, Oppizzi M, Marino G, Zangrillo A, Margonato A, et al. Ultrasound comet-tail images: a marker of pulmonary edema: a comparative study with wedge pressure and extravascular lung water. Chest. 2005;127(5):1690-5. A linha B é um tipo de artefato de cauda de cometa que aparece como reverberação hiperecoica vertical discreta semelhante a lasers, surge da linha pleural, se estende até a parte inferior da tela, se move em sincronia com o deslizamento do pulmão e apaga as linhas A. 66. Lichtenstein DA, Mezière GA, Lagoueyte JF, Biderman P, Goldstein I, Gepner A. A-lines and B-lines: lung ultrasound as a bedside tool for predicting pulmonary artery occlusion pressure in the critically ill. Chest. 2009;136(4):1014-20. As linhas B representam septos interlobulares espessados. A soma das linhas B em todos os espaços escaneados produz uma pontuação que denota a extensão do fluido extravascular no pulmão, e zero é definido como uma ausência completa de linhas B na área investigada. 77. Picano E, Frassi F, Agricola E, Gligorova S, Gargani L, Mottola G. Ultrasound lung comets: a clinically useful sign of extravascular lung water. J Am Soc Echocardiogr. 2006;19(3):356-63. A USP à beira do leito foi reconhecida em uma declaração científica da European Society of Cardiology como um dos elementos-chave na mensuração da congestão clínica desde 2010, 88. Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading heart failure in acute heart failure: a scientific statement from the Acute Heart Failure Committee of the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33. e foi recomendada em 2015 para avaliar edema pulmonar em pacientes com suspeita de ICa aguda. 99. Mebazaa A, Yilmaz MB, Levy P, Ponikowski P, Peacock FW, Laribi S, et al. Recommendations on pre-hospital & early hospital management of acute heart failure: a consensus paper from the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology, the European Society of Emergency Medicine and the Society of Academic Emergency Medicine. Eur J Heart Fail. 2015;17(6):544-58.

Uma técnica baseada em ultrassom para avaliar a congestão pulmonar tem servido como um auxílio na diferenciação das causas da dispneia aguda, principalmente em situações de acidente e emergência, 1010. Cibinel GA, Casoli G, Elia F, Padoan M, Pivetta E, Lupia E, et al. Diagnostic accuracy and reproducibility of pleural and lung ultrasound in discriminating cardiogenic causes of acute dyspnea in the Emergency Department. Intern Emerg Med. 2012;7(1):65-70. mas também como uma avaliação em outras condições. 1111. Gargani L, Doveri M, d’Errico L, Frassi F, Bazzichi ML, Sedie AD, et al. Ultrasound lung comets in systemic sclerosis: a chest sonography hallmark of pulmonary interstitial fibrosis. Rheumatology. 2009;48(11):1382-7. , 1212. Baldi G, Gargani L, Abramo A, D´Errico L, Caramella D, Picano E, et al. Lung water assessment by lung ultrasonography in intensive care: a pilot study. Intensive Care Med. 2013;39(1):74-84. Estudos em animais têm apoiado o uso da ultrassonografia torácica e detecção de linhas B como técnicas de diagnóstico de edema pulmonar cardiogênico em cães. 1313. Rademacher N, Pariaut R, Pate J, Saelinger C, Kearney MT, Gaschen L. Transthoracic lung ultrasound in normal dogs and dogs with cardiogenic pulmonary edema: a pilot study. Vet Radiol Ultrasound. 2014;55(4):447-52. Além disso, ao USP foi identificada como uma ferramenta reprodutível e confiável para a detecção de congestão pulmonar, identificação do início de descompensação de ICa e avaliação da eficiência terapêutica para essa síndrome em camundongos. 1414. Villalba-Orero M, López-Olañeta MM, González-López E, Padrón-Barthe L, Goméz-Salinero JM, García-Prieto J, et al. Lung ultrasound as a translational approach for non-invasive assessment of heart failure with reduced or preserved ejection fraction in mice. Cardiovasc Res. 2017;113(10):1113-23. As linhas B fornecem um biomarcador útil para avaliar o curso de tempo das alterações extravasculares da água do pulmão após as intervenções. Após o tratamento médico adequado da ICa, o padrão de linha B desaparece quase por completo, o que representa uma abordagem diagnóstica alternativa e fácil de usar para avaliar a congestão pulmonar em pacientes com ICa descompensada. 1515. Volpicelli G, Caramello V, Cardinale L, Mussa A, Bar F, Frascisco MF. Bedside ultrasound of the lung for the monitoring of acute decompensated heart failure. Am J Emerg Med. 2008;26(5):585-91. O número de linhas B mais alto foi associado a um risco aumentado de morbidade e mortalidade em outras configurações de doença, como a síndrome coronariana aguda 1616. Bedetti G, Gargani L, Sicari R, Gianfaldoni ML, Molinaro S, Picano E. Comparison of prognostic value of echocardiographic risk score with the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) and Global Registry in Acute Coronary Events (GRACE) risk scores in acute coronary syndrome. Am J Cardiol. 2010;106(12):1709-16. e a diálise. 1717. Zoccali C, Torino C, Tripepi R, et al. Pulmonary congestion predicts cardiac events and mortality in ESRD. J Am Soc Nephrol. 2013;24(4):639-46. No entanto, sua eficácia em pacientes com ICa não está bem estabelecida.

Devido ao número limitado de estudos clínicos sobre este tópico, acreditamos que vale a pena avaliar cuidadosamente as evidências acumuladas. Na presente meta-análise, examinamos sistematicamente o valor prognóstico da congestão pulmonar transmitida por linhas B em pacientes com ICa.

Métodos

Busca bibliográfica

Este estudo foi realizado sob a orientação da declaração de Itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Metanálises ( Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses – PRISMA). 1818. Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JPA, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. J Clin Epidemiol. 2009;62(10):e1-34. A lista de verificação PRISMA 2009 foi listada no arquivo suplementar. Isso foi registrado com o PROSPERO (CRD 42019138780). Pesquisamos PubMed, EMBASE, Cochrane Library e Scopus desde sua data de início até julho de 2019 para identificar estudos elegíveis, usando palavras-chave e/ou termos de título de assunto médico como: “ B lines ” ou “ lung ultrasound ” ou “ ultrasound lung comets ” ou “ pulmonary congestion ”) e (“ heart failure ” ou “ cardiac dysfunction ” ou “ cardiac failure ” ou “ cardiac insufficiency ”. Não foram utilizadas restrições de idioma. As referências de literaturas relevantes também foram pesquisadas em busca de mais estudos elegíveis.

Critérios de inclusão e exclusão do estudo

Os critérios de inclusão nesta revisão e metanálise fizeram referência aos participantes, intervenções, comparações, resultados e desenho do estudo (PICOS) conforme descrito no protocolo PRISMA, sendo:

  1. inscrição de pacientes com ICa (seja de nova ICa ou agravamento da ICC exigindo hospitalização);

  2. o uso de cometas pulmonares de ultrassom para avaliar a congestão pulmonar em pacientes com ICa;

  3. razões de risco relatadas (RR) para medidas de resultados possíveis (mortalidade por todas as causas, hospitalização por ICa ou desfechos combinados); e

  4. estudos de acompanhamento, incluindo análise post hoc de ensaios clínicos randomizados.

Os critérios de exclusão foram:

  1. revisões, metanálises, estudo não-humano, cartas, relatos de caso e conferências; e

  2. estudos que não fornecem resultados em pacientes com ICa.

Extração de dados e avaliação de qualidade

Dois investigadores (Y.W. e X.P.) examinaram independentemente todos os títulos, resumos e artigos de texto completo extraídos de bancos de dados para estudos potencialmente relevantes. Qualquer discrepância foi resolvida por discussão entre todos os autores. Os seguintes dados foram extraídos de cada estudo: sobrenome do primeiro autor, ano de publicação, país onde o estudo foi realizado, os tipos de estudo envolvidos, o número de participantes, períodos de acompanhamento e desfechos de interesse. Uma escala de qualidade de Newcastle-Ottawa ( Newcastle-Ottawa Quality scale – NOS) variando de zero (mais baixa) a nove (mais alta) foi aplicada para avaliar a qualidade metodológica para estudos de coorte, conforme recomendado pelo Cochrane Non-Randomized Studies Methods Working Group . 1919. Wells GA, Shea B, OConnell D, Petterson JE, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses. [acesso 13 nov. 2016]. Disponível em: http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp .
http://www.ohri.ca/programs/clinical_epi...
Uma pontuação de ≥5 foi considerado de alta qualidade. Além disso, a ferramenta Quality In Prognosis Studies (QUIPS) foi aplicada para examinar o viés e a validade nos artigos de fatores prognósticos. 2020. Hayden JA, Windt DA, Cartwright JL, Côté P, Bombardier C. Assessing bias in studies of prognostic factors. Ann Intern Med. 2013;158(4):280-6.

Análise Estatística

Os softwares RevMan 5.3 ( The Cochrane Collaboration , Oxford) e Stata, versão 11 (StataCorp), foram usados adequadamente em todas as análises estatísticas. A estatística Cochrane Q e a estatística I 2 foram calculadas para avaliar a heterogeneidade entre os estudos. O teste estatístico Cochrane Q com um valor p ≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Os valores de I 2 de 25, 50 e 75% corresponderam a graus de heterogeneidade baixo, moderado e alto, respectivamente. 2121. Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med. 2002;21(11):1539-58. Se I 2 fosse maior que 50%, optamos por usar um modelo de efeitos aleatórios (DerSimonian e método de Laird) para combinar os resultados e se I 2 fosse inferior a 50% criamos um modelo de efeitos fixos (método de Mantel-Haenszel). 2222. DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88. O uso de um modelo de efeitos aleatórios também foi considerado quando o número de estudos era pequeno. Combinamos as razões de risco (RR) entre os estudos usando ponderação de variância inversa genérica e um intervalo de confiança de 95% (IC) para cada desfecho. O log geral (RR) com seu IC de 95% foi usado como o resumo do tamanho do efeito geral. Além disso, realizamos análises de subgrupos com base no número de linhas B na alta nos estudos incluídos. As análises de sensibilidade foram conduzidas excluindo um estudo envolvido nesta revisão e metanálise de cada vez para refletir o efeito do conjunto de dados específicos na RR geral. O viés de publicação foi analisado quantitativamente pelo teste de correlação de postos de Begg 2323. Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics. 1994;50(4):1088-101. e teste de regressão linear de Egger. 2424. Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34. Um valor de p <0,05 foi considerado para indicar significância estatística.

Resultados

Resultados da Busca

Nossa estratégia de busca foi delineada na Figura 1 . Nossa busca na literatura identificou 847 artigos potencialmente relevantes. Foram excluídos 455 estudos com base na triagem dos títulos e resumo desses artigos. Cinquenta e oito artigos foram excluídos após a revisão do texto completo e, finalmente, os 9 artigos restantes 2525. Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9.

26. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81.

27. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54.

28. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8.

29. Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51.

30. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5.

31. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8.

32. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8.
- 3333. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. foram incluídos na metanálise.

Figura 1
– Fluxograma do processo seletivo.

Características do estudo e avaliação da qualidade

Os 9 estudos incluídos variaram de 54 a 342 pacientes, com uma população final de 1.212 pacientes. Destes, sete estudos foram realizados na Europa e um nos Estados Unidos. A Tabela 1 representa as características basais dos artigos incluídos nesta metanálise. Desses, oito estudos eram prospectivos 2525. Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9.

26. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81.

27. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54.

28. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8.

29. Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51.
- 3030. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5. , 3232. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. , 3333. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. e um estudo retrospectivo. 3131. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8. Cinco de nove estudos 2727. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54. , 2929. Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51. , 3030. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5. , 3232. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. , 3333. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. inscreveram um total de 792 pacientes ambulatoriais com ICa e os outros quatro estudos envolveram 420 pacientes hospitalizados por ICa. Além disso, quatro estudos 2626. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. , 2828. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8. , 3131. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8. , 3232. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. tiveram períodos de acompanhamento de 3 ou 4 meses e os outros cinco, de não menos de 6 meses. Os dados de hospitalização por ICa estavam disponíveis para apenas dois estudos, enquanto a maioria dos estudos relatou dados sobre o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa. A idade média dos pacientes variou de 53 a 81 anos. Os pacientes nos estudos incluídos eram predominantemente do sexo masculino. As principais características dos pacientes foram resumidas na Tabela 2 . De acordo com a NOS apresentada na Tabela 3 , todos os estudos incluídos foram considerados de alta qualidade. No entanto, quatro artigos receberam pontuação 8 devido à duração relativamente curta do acompanhamento. A Tabela 4 mostra a avaliação da qualidade geral dos estudos incluídos usando a ferramenta QUIPS. Os sete artigos elegíveis eram geralmente de risco de viés baixo a moderado em termos de atrito de estudo, fator prognóstico e medição de resultados, participação no estudo, definição de resultados e análise estatística e relatórios. Além disso, alguns estudos apresentavam alto risco de viés porque relataram análise não ajustada ou não relataram análise ajustada.

Tabela 1
– Características principais dos estudos incluídos
Tabela 2
– Características de base dos pacientes dos estudos incluídos
Tabela 3
– Avaliação da qualidade do estudo usando a Escala de Newcastle-Ottawa para estudos de coorte
Tabela 4
– Avaliação da qualidade do nível do estudo usando a ferramenta Quality In Prognosis Studies

Linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa

Três estudos 2626. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. , 2828. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8. , 3131. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8. relataram a associação entre linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de óbito ou hospitalização por ICa. Estimativas agrupadas mostraram que houve uma forte tendência para a associação entre linhas B de alta e aumento do risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 1,08, IC de 95%, 0,99-1,19; I 2 = 91%; P = 0,09 ; Figura 2 ). A análise de subgrupo 2828. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8. , 3131. Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8. com base no número de linhas B na alta revelou que as linhas B > 15 na alta foram significativamente associadas ao aumento do risco de morte ou hospitalização por ICa (RR, 3,37, IC 95%, 1,52-7,47; I 2 = 0%; p = 0,003; Figura 3 ). Além disso, as linhas B > 30 na alta se correlacionaram significativamente com aumento do risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 4,01, IC 95%, 2,29-7,01; I2 = 0%; p <0,001; Figura 3 ). A análise de sensibilidade restrita a dois estudos prospectivos 2626. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. , 2828. Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8. demonstrou que as linhas B > 30 se correlacionaram significativamente com o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 3,46, IC 95%, 1,86-6,47; I 2 = 0%; p = 0,0001). A análise de sensibilidade pela omissão de qualquer estudo único produziu resultados semelhantes.

Figura 2
– Gráficos para linhas B de alta hospitalar e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa.

Figura 3
Análise de subgrupo das linhas B de alta e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa.

Linhas B de alta hospitalar e hospitalização por ICa

Dois estudos 2525. Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9. , 2626. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. relataram a associação entre linhas B de alta e hospitalização por ICa. As estimativas gerais demonstraram que as linhas B de alta foram significativamente associadas à hospitalização por ICa (RR, 1,05, IC 95%, 1,01-1,09; p = 0,01; Figura 4 ), com heterogeneidade substancial (I 2 = 87%). Além disso, a análise de subgrupo indicou que as linhas B > 30 na alta aumentaram significativamente o risco de hospitalização por ICa (RR, 9,01, IC 95%, 2,80-28,93; p <0,001; Figura 4 ), sem heterogeneidade (I 2 = 0%).

Figura 4
– Gráficos para linhas B e hospitalização por ICa.

Linhas B e desfechos combinados de morte e hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa

Cinco estudos 2727. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54. , 2929. Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51. , 3030. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5. , 3232. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. , 3333. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. avaliaram a associação entre linhas B e desfecho combinado de morte e hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa. As RR agrupadas mostraram que as linhas B > 3 aumentaram significativamente o risco de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa (RR, 3,21, IC 95%, 2,09-4,93; I 2 = 10%; p <0,00001; Figura 5 ). A análise de sensibilidade restrita a três estudos 2727. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54. , 3030. Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5. , 3232. Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8. , 3333. Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16. conduzidos fora da América demonstrou que as linhas B > 3 se correlacionaram significativamente com o desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa (RR, 2,96, IC 95%, 1,69-5,16; I 2 = 22%; p <0,001). A análise de sensibilidade foi conduzida pela omissão de qualquer estudo único que não alterou significativamente as estimativas de efeito geral.

Figura 5
– Gráficos para linhas B e desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa em pacientes ambulatoriais com ICa.

Viés de publicação

Os testes de Egger e Begg não sugeriram viés de publicação significativo de desfecho combinado de morte ou hospitalização por ICa em pacientes internados (Egger p = 0,15 e Begg p = 1,00) e ambulatoriais (Egger p = 0,33 e Begg p = 1,0).

Discussão

A presente metanálise indicou que em pacientes com ICa, os pontos de corte das linhas B > 15 e > 30 na alta foram preditivas do desfecho composto de mortalidade por todas as causas ou readmissão por ICa em pacientes hospitalizados. Além disso, um ponto de corte de linha B > 30 na alta foi preditivo de hospitalização por ICa. Em pacientes ambulatoriais com ICa, as linhas B > 3 previram fortemente o desfecho composto de mortalidade por todas as causas ou readmissão por ICa. Dada a heterogeneidade entre os estudos incluídos e o tamanho limitado da amostra, esses resultados devem ser considerados como geradores de hipóteses para pesquisas futuras.

Uma revisão sistemática recente sugeriu que muitas linhas B em pacientes com ICa descompensada identificaram alto nível de risco para eventos adversos. 3434. Platz E, Merz AA, Jhund PS, Vazir A, Campbell R, McMurray JJ. Dynamic changes and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in acute and chronic heart failure: a systematic review. Eur J Heart Fail. 2017;19(9):1154-63. No entanto, essa revisão consistiu em apenas cinco estudos sobre avaliação do valor prognóstico da USP na ICa e não realizou metanálise com base em diferentes números de linhas B na alta. Outra revisão apoiou o uso de USP no tratamento da ICa descompensada aguda, tanto como modalidade diagnóstica quanto no monitoramento da terapia para ICa. 3535. Ang SH, Andrus P. Lung ultrasound in the management of acute decompensated heart failure. Curr Cardiol Rev. 2012;8(2):123-36. Em um ambulatório de ICa sistólica moderada a grave, um estudo demonstrou que as linhas B estavam significativamente associadas a mais parâmetros clinicamente estabelecidos de descompensação, como a porção N-terminal do peptídeo natriurético tipo B (NT-proBNP), a pontuação de congestão clínica e razão E/e’, e a pontuação de corte da linha B ≥ 15 sugeriram descompensação de ICa. 3636. Miglioranza MH, Gargani L, Sant’Anna RT, Rover MM, Martins VM, Mantovani A, et al. Lung ultrasound for the evaluation of pulmonary congestion in outpatients: a comparison with clinical assessment, natriuretic peptides, and echocardiography. JACC Cardiovasc Imaging. 2013;6(11):1141-51. No entanto, o valor prognóstico de linhas B, incremental aos fatores de risco bem como àqueles indicadores estabelecidos de congestão clínica em pacientes com ICa, requer investigação adicional.

Existem poucos dados que descrevem as características das linhas B e suas diferenças em pacientes com ICa com função sistólica ventricular preservada (HFpEF) e reduzida (HFrEF). Os estudos incluídos envolveram pacientes com ICa, mas demonstraram seus resultados sem estratificação por FE. Embora a congestão melhore substancialmente durante a hospitalização em resposta à terapia padrão como único método, pacientes com HFrEF e sinais e sintomas de repouso ausentes ou mínimos avaliados pelo BNP e a pontuação de congestão clínica ainda experimentaram uma alta taxa de mortalidade e readmissão. 3737. Ambrosy AP, Pang PS, Khan S, Konstam MA, Fonarow GC, Traver B, et al. Clinical course and predictive value of congestion during hospitalization in patients admitted for worsening signs and symptoms of heart failure with reduced ejection fraction: findings from the EVEREST trial. Eur Heart J. 2013;34(11):835-43. É importante notar que o estudo por Coiro et al. demonstrou que a adição de ≥ 15 e ≥ 30 linhas B ao BNP e ao padrão New York Health Association (NYHA) melhoraram a classificação de risco e as linhas B previram de maneira independente a mortalidade e hospitalização por ICa. 2626. Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81. A ausência ou uma pequena quantidade de linhas B identificou aqueles com risco extremamente baixo de ICa por re-hospitalização, mas se lidar ou não com essa congestão pulmonar residual melhoraria o desfecho do paciente deve ser objeto de investigação adicional. 3838. Gargani L. Prognosis in heart failure: look at the lungs. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1086-8.

O padrão ouro ainda não foi estabelecido para a avaliação quantitativa da congestão pulmonar. É importante observar que o posicionamento do paciente pode afetar o número de linhas B em pacientes com ICa, por exemplo, o número de linhas B foi menor na posição sentada do que na posição supinada. 3939. Frasure SE, Matilsky DK, Siadecki SD, et al. Impact of patient positioning on lung ultrasound findings in acute heart failure. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2015;4(4):326-32. Além disso, dois estudos 2525. Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9. , 2727. Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54. incluídos nesta revisão e metanálise usaram ambos os métodos das 28 e 8 regiões de varredura para exames de USP. Esses dois métodos foram recomendados como úteis na avaliação do edema pulmonar. 4040. Volpicelli G, Elbarbary M, Blaivas M, Lichtenstein DA, Mathis G, Kirkpatrick AW, et al. International evidence-based recommendations for point-of-care lung ultrasound. Intensive Care Med. 2012;38(4):577-91. No entanto, ao relatar os achados de USP, é importante que os dados contínuos e categóricos sejam padronizados para apresentar medidas de USP (por exemplo, número de regiões pulmonares) para facilitar a comparação de resultados em estudos de ICa. No presente trabalho, os estudos incluídos indicaram o valor prognóstico das linhas B em pacientes com ICa internados e ambulatoriais. No entanto, devido aos diferentes desfechos de interesse (hospitalização por ICa versus desfechos combinados de hospitalização e mortalidade) e diferentes períodos de acompanhamento clínico (3 versus 6 meses), há uma ligeira diferença no ponto de corte ideal relatado para as linhas B; entretanto, eles variaram entre 15 e 30. Ensaios clínicos randomizados maiores são necessários para investigar até que ponto o uso de USP beneficiaria pacientes com ICa. Além disso, mais estudos são necessários para descobrir se a USP pode ser usada para identificar diferentes fenótipos de pacientes com ICa e para ser adaptada às necessidades individuais do paciente.

Limitações

Devido ao seu desenho, nossa análise não permitiu a demonstração da superioridade das linhas B em comparação com outros biomarcadores de ICa, como a classificação NYHA, o NT-proBNP ou o teste de caminhada de 6 min, nem avaliamos o valor prognóstico incremental das linhas B sobre os marcadores estabelecidos para congestão. Além disso, até onde sabemos, embora estejamos fornecendo a primeira revisão e metanálise das linhas B em pacientes com ICa, mais estudos são necessários para o tratamento ideal de pacientes com ICa no que diz respeito ao valor integrativo das linhas B associado ao BNP ou a fatores de risco. Em terceiro lugar, existe uma heterogeneidade substancial nesta revisão e metanálise entre os estudos. Os artigos incluídos com diferentes características dos pacientes, quantificação de linhas B e risco de viés podem contribuir para a heterogeneidade entre os estudos. Além disso, o número de pacientes incluídos em nossa metanálise foi relativamente pequeno, o que pode ter impacto na quantificação exata do valor prognóstico das linhas B. Além disso, os estudos incluídos consideraram diferentes desfechos. Apenas um estudo 2424. Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34. forneceu valores de linhas B tanto na admissão quanto na alta para o desfecho combinado de mortalidade por todas as causas ou hospitalização por ICa. Seria interessante examinar as mudanças entre os números ou posições das linhas B na admissão e antes da alta.

Conclusões

A presente metanálise demonstrou que as linhas B podem predizer mortalidade por todas as causas e hospitalizações por ICa em pacientes com ICa. Outros grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para explorar se lidar com as linhas B melhoraria o prognóstico nos ambientes clínicos.

Referências

  • 1
    McMurray JJV, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur J Heart Fail. 2012;14(8):803-69.
  • 2
    Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading congestion in acute heart failure: a scientific statement from the acute heart failure committee of the heart failure association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33.
  • 3
    McMurray JJ, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Bohm M, Dickstein K, et al. ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2012: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J. 2012;33(14):1787-847.
  • 4
    Gargani L. Lung ultrasound: a new tool for the cardiologist. Cardiovasc Ultrasound. 2011 Feb 27;9:6.
  • 5
    Agricola E, Bove T, Oppizzi M, Marino G, Zangrillo A, Margonato A, et al. Ultrasound comet-tail images: a marker of pulmonary edema: a comparative study with wedge pressure and extravascular lung water. Chest. 2005;127(5):1690-5.
  • 6
    Lichtenstein DA, Mezière GA, Lagoueyte JF, Biderman P, Goldstein I, Gepner A. A-lines and B-lines: lung ultrasound as a bedside tool for predicting pulmonary artery occlusion pressure in the critically ill. Chest. 2009;136(4):1014-20.
  • 7
    Picano E, Frassi F, Agricola E, Gligorova S, Gargani L, Mottola G. Ultrasound lung comets: a clinically useful sign of extravascular lung water. J Am Soc Echocardiogr. 2006;19(3):356-63.
  • 8
    Gheorghiade M, Follath F, Ponikowski P, Barsuk JH, Blair JEA, Cleland JG, et al. Assessing and grading heart failure in acute heart failure: a scientific statement from the Acute Heart Failure Committee of the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine. Eur J Heart Fail. 2010;12(5):423-33.
  • 9
    Mebazaa A, Yilmaz MB, Levy P, Ponikowski P, Peacock FW, Laribi S, et al. Recommendations on pre-hospital & early hospital management of acute heart failure: a consensus paper from the Heart Failure Association of the European Society of Cardiology, the European Society of Emergency Medicine and the Society of Academic Emergency Medicine. Eur J Heart Fail. 2015;17(6):544-58.
  • 10
    Cibinel GA, Casoli G, Elia F, Padoan M, Pivetta E, Lupia E, et al. Diagnostic accuracy and reproducibility of pleural and lung ultrasound in discriminating cardiogenic causes of acute dyspnea in the Emergency Department. Intern Emerg Med. 2012;7(1):65-70.
  • 11
    Gargani L, Doveri M, d’Errico L, Frassi F, Bazzichi ML, Sedie AD, et al. Ultrasound lung comets in systemic sclerosis: a chest sonography hallmark of pulmonary interstitial fibrosis. Rheumatology. 2009;48(11):1382-7.
  • 12
    Baldi G, Gargani L, Abramo A, D´Errico L, Caramella D, Picano E, et al. Lung water assessment by lung ultrasonography in intensive care: a pilot study. Intensive Care Med. 2013;39(1):74-84.
  • 13
    Rademacher N, Pariaut R, Pate J, Saelinger C, Kearney MT, Gaschen L. Transthoracic lung ultrasound in normal dogs and dogs with cardiogenic pulmonary edema: a pilot study. Vet Radiol Ultrasound. 2014;55(4):447-52.
  • 14
    Villalba-Orero M, López-Olañeta MM, González-López E, Padrón-Barthe L, Goméz-Salinero JM, García-Prieto J, et al. Lung ultrasound as a translational approach for non-invasive assessment of heart failure with reduced or preserved ejection fraction in mice. Cardiovasc Res. 2017;113(10):1113-23.
  • 15
    Volpicelli G, Caramello V, Cardinale L, Mussa A, Bar F, Frascisco MF. Bedside ultrasound of the lung for the monitoring of acute decompensated heart failure. Am J Emerg Med. 2008;26(5):585-91.
  • 16
    Bedetti G, Gargani L, Sicari R, Gianfaldoni ML, Molinaro S, Picano E. Comparison of prognostic value of echocardiographic risk score with the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) and Global Registry in Acute Coronary Events (GRACE) risk scores in acute coronary syndrome. Am J Cardiol. 2010;106(12):1709-16.
  • 17
    Zoccali C, Torino C, Tripepi R, et al. Pulmonary congestion predicts cardiac events and mortality in ESRD. J Am Soc Nephrol. 2013;24(4):639-46.
  • 18
    Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JPA, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. J Clin Epidemiol. 2009;62(10):e1-34.
  • 19
    Wells GA, Shea B, OConnell D, Petterson JE, Welch V, Losos M, et al. The Newcastle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses. [acesso 13 nov. 2016]. Disponível em: http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp .
    » http://www.ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
  • 20
    Hayden JA, Windt DA, Cartwright JL, Côté P, Bombardier C. Assessing bias in studies of prognostic factors. Ann Intern Med. 2013;158(4):280-6.
  • 21
    Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med. 2002;21(11):1539-58.
  • 22
    DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88.
  • 23
    Begg CB, Mazumdar M. Operating characteristics of a rank correlation test for publication bias. Biometrics. 1994;50(4):1088-101.
  • 24
    Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997;315(7109):629-34.
  • 25
    Gargani L, Pang PS, Frassi F, Miglioranza MH, Dini FL, Landi P, et al. Persistent pulmonary congestion before discharge predicts rehospitalization in heart failure: a lung ultrasound study. Cardiovasc Ultrasound. 2015;13(40):1-9.
  • 26
    Coiro S, Rossignol P, Ambrosio G, Carluccio E, Alunni G, Murrone A, et al. Prognostic value of residual pulmonary congestion at discharge assessed by lung ultrasound imaging in heart failure. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1172-81.
  • 27
    Gustafsson M, Alehagen U, Johansson P. Imaging congestion with a pocket ultrasound device: prognostic implications in patients with chronic heart failure. J Card Fail. 2015;21(7):548-54.
  • 28
    Cogliati C, Casazza G, Ceriani E, Torzillo D, Furlotti S, Bossi I, et al. Lung ultrasound and short-term prognosis in heart failure patients. Int J Cardiol. 2016 Sep 1;218:104-8.
  • 29
    Platz E, Lewis EF, Uno H, Peck J, Pivetta E, Merz AA, et al. Detection and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in ambulatory heart failure patients. Eur Heart J. 2016;37(15):1244-51.
  • 30
    Villanueva MDCT, López MF, Lebrato JC, Bartolomé JAS, Prado ASM, Gaviria AZ. Use of lung ultrasound as a prognostic tool in outpatients with heart failure. Med Clin (Barc). 2016;147(1):13-5.
  • 31
    Coiro S, Porot G, Rossignol P, Ambrosio1 G, Carluccio E, Tritto I, et al. Prognostic value of pulmonary congestion assessed by lung ultrasound imaging during heart failure hospitalisation: a two-centre cohort study. Sci Rep. 2016;6(39426):1-8.
  • 32
    Miglioranza MH, Picano E, Badano LP, Sant´Anna R, Rover M, Zaffaroni F, et al. Pulmonary congestion evaluated by lung ultrasound predicts decompensation in heart failure outpatients. Int J Cardiol. 2017 Aug 1;240:271-8.
  • 33
    Pellicori P, Shah P, Cuthbert J, Urbinati A, Zhang J, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Prevalence, pattern and clinical relevance of ultrasound indices of congestion in outpatients with heart failure. Eur J Heart Fail. 2019;21(7):904-16.
  • 34
    Platz E, Merz AA, Jhund PS, Vazir A, Campbell R, McMurray JJ. Dynamic changes and prognostic value of pulmonary congestion by lung ultrasound in acute and chronic heart failure: a systematic review. Eur J Heart Fail. 2017;19(9):1154-63.
  • 35
    Ang SH, Andrus P. Lung ultrasound in the management of acute decompensated heart failure. Curr Cardiol Rev. 2012;8(2):123-36.
  • 36
    Miglioranza MH, Gargani L, Sant’Anna RT, Rover MM, Martins VM, Mantovani A, et al. Lung ultrasound for the evaluation of pulmonary congestion in outpatients: a comparison with clinical assessment, natriuretic peptides, and echocardiography. JACC Cardiovasc Imaging. 2013;6(11):1141-51.
  • 37
    Ambrosy AP, Pang PS, Khan S, Konstam MA, Fonarow GC, Traver B, et al. Clinical course and predictive value of congestion during hospitalization in patients admitted for worsening signs and symptoms of heart failure with reduced ejection fraction: findings from the EVEREST trial. Eur Heart J. 2013;34(11):835-43.
  • 38
    Gargani L. Prognosis in heart failure: look at the lungs. Eur J Heart Fail. 2015;17(11):1086-8.
  • 39
    Frasure SE, Matilsky DK, Siadecki SD, et al. Impact of patient positioning on lung ultrasound findings in acute heart failure. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2015;4(4):326-32.
  • 40
    Volpicelli G, Elbarbary M, Blaivas M, Lichtenstein DA, Mathis G, Kirkpatrick AW, et al. International evidence-based recommendations for point-of-care lung ultrasound. Intensive Care Med. 2012;38(4):577-91.
  • Vinculação acadêmica
    Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.
  • Aprovação ética e consentimento informado
    Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores.
  • Fontes de financiamento .O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Errata

    Edição de Março de 2021, vol. 116 (3), págs. 383-392
    No Artigo Original “Valor Prognóstico da Ultrassonografia Pulmonar para Resultados Clínicos em Pacientes com Insuficiência Cardíaca: Uma Revisão Sistemática e Metanálise”, com número de DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20190662, publicado no periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 116(3):383-392, na página 383, corrigir o nome da instituição Chengdu City First People’s Hospital para: Department of Cardiology, Chengdu First People’s Hospital; da instituição Chengdu Sixth People’s Hospital para: Department of Cardiology, The Sixth People’s Hospital of Chengdu. E corrigir a afiliação do Dr. Min Ma para: Department of Cardiology, The Sixth People’s Hospital of Chengdu.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Fev 2021
  • Data do Fascículo
    Mar 2021

Histórico

  • Recebido
    25 Fev 2019
  • Revisado
    25 Nov 2019
  • Aceito
    27 Dez 2019
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br