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Breve histórico da revista Iheringia Série Zoologia e seu impacto sobre o conhecimento da fauna neotropical recente

IMuseu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Rua Dr. Salvador França 1427, 90690-000 Porto Alegre, RS, Brasil. (daniela.sanfelice@fzb.rs.gov.br)

IIPrograma de Pós-Gradução em Biologia Animal, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500, Bloco IV, Prédio 43.435, 91501-970 Porto Alegre RS, Brasil

IIIDepartamento de Zoologia e Genética, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Caixa Postal 354, 96010-900 Pelotas, RS, Brasil

IVDepartamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo, Campus Diadema, Rua Prof. Artur Riedel, 275, Eldorado, 09972-270 Diadema, SP, Brasil

O periódico Iheringia iniciou sua existência com a Série Zoologia, que começou a ser publicada pelo Museu de Ciências Naturais (então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) em 1957. Entre os seus fundadores destacam-se o Padre Balduíno Rambo, na época diretor do Museu, e o Prof. Dr. Ludwig Buckup, decano da Zoologia no Rio Grande do Sul e autor-sênior do primeiro artigo publicado na revista. Em 1958 foi lançada a Série Botânica e outras quatro séries apareceram nas décadas seguintes.

Nas palavras do Pe. Balduíno Rambo, em carta-circular datada da época da criação da revista,

"O nome Iheringia (...) representa uma homenagem a Hermann von Ihering, um dos mais ilustres sábios que se ocuparam da natureza brasileira, e que, por seus importantes trabalhos nos campos da Zoologia, Etnologia, Antropologia, Paleontologia, além de contribuições valiosas em outros setores das Ciências Naturais, tem seu nome intimamente ligado à história das pesquisas científicas no Estado do Rio Grande do Sul, unidade da Federação que patrocina as atividades do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais."

A Iheringia Série Zoologia surgiu do anseio dos pesquisadores da época, de terem um veículo apropriado para a divulgação dos resultados das pesquisas científicas desenvolvidas no Museu. À medida que foi encontrando aceitação entre especialistas do mundo inteiro, a revista também passou a servir de base para o intercâmbio de publicações com outras instituições de pesquisa, contribuindo de forma decisiva para o enriquecimento do acervo da biblioteca do Museu.

Em suas fases iniciais, a Iheringia Série Zoologia apresentava formato pequeno (22,5 x 15,5 cm), comum às revistas científicas da época, e não possuía periodicidade definida, sendo cada número constituído por apenas um artigo. A impressão era realizada pelo Estado, na tipografia da Imprensa Oficial. Com o falecimento do Pe. Rambo em 1961, sucedeu-lhe como editor da revista o Prof. Buckup. Devido a problemas políticos, a impressão da Iheringia foi interrompida em janeiro de 1964. Em 1967 assumiu a direção do Museu o Prof. José Willibaldo Thomé, que entre suas prioridades estabeleceu a continuidade da Iheringia, em suas então quatro séries: Zoologia, Botânica, Antropologia e Paleontologia. Na época, o Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais era vinculado à Secretaria da Educação e Cultura e o Prof. Thomé obteve junto a essa secretaria autorização para a impressão de dez números. Como nesses três anos se haviam acumulado muitos artigos, ocorreu-lhe transformar o "número" em fascículo, contendo vários artigos. Foi encaminhado, então, o número 35 da Iheringia Série Zoologia para publicação como fascículo, com cinco artigos, todos avaliados por uma nova Comissão Editorial. Uma nova capa foi proposta, com índice dos artigos e uma contra-capa com informações em português e inglês, além das recomendações a futuros autores. Em uma folha anexa também foi formalizado um serviço de intercâmbio com outras instituições. Uma inovação adicional, implementada a partir do fascículo 36, consistiu na utilização de papel especial, pelo menos para publicação das ilustrações. Em 1976 (número 49), a capa da revista, que até então era parda ou branca, passou a ser vermelha, com o índice dos artigos publicado na face frontal (Fig. 1).


Outra dificuldade que o editor enfrentava na época dizia respeito à editoração gráfica da revista: a composição era feita por linotipia, fornecendo a tipografia inicialmente provas em "paquet" para correções. Só depois era gerada uma prova paginada, que quase sempre continha outros erros. Em consulta ao diretor da Imprensa Oficial, o editor ficou sabendo que os salários dos linotipistas eram muito baixos e quase todos trabalhavam à noite num jornal cuja redação situava-se em frente. Assim, obteve permissão para acompanhar o trabalho do linotipista, para que corrigisse os erros sem ''cochilar''!

A editoração da revista ainda ficou por vários anos sob a responsabilidade direta do diretor do Museu, até cerca de 1980, quando passou a um editor designado para cada Série.

A partir de 1992, a Iheringia Série Zoologia começou a ser publicada de forma regular, com periodicidade semestral. Em 2001, devido ao aumento no número de submissões, foi implementado o banco de dados eletrônico, que facilitou o registro e o controle da tramitação dos manuscritos. Em junho de 2002, a revista passou a publicar volumes anuais, cada qual constituído por quatro fascículos, tornando-se trimestral.

A decisão de publicar quatro números por ano possibilitou que a Iheringia Série Zoologia passasse a integrar o Programa SciELO da FAPESP/BIREME, sistema que disponibiliza os artigos on-line gratuitamente. Além da trimestralidade, outra exigência advinda da adesão ao sistema foi a de publicar anualmente um mínimo de 60 artigos. Na avaliação da editora da revista no período de 1990 a 2004, Dra. Maria Helena M. Galileo, "a entrada no SciELO proporcionou maior visibilidade e acessibilidade aos artigos publicados na Iheringia Série Zoologia, contribuindo para o aumento do impacto do periódico".

Logo após o ingresso no Programa SciELO, ainda em seu formato original, cada volume continha em torno de 450 páginas. Em 2004, a revista passou a um formato maior (28 x 21 cm) e teve seu layout renovado: capa com desenhos estilizados (Fig. 1), índice dos artigos na contracapa e otimização do espaço interno, com disposição do texto em duas colunas. Além de ganhar um visual mais moderno, um número maior de artigos pôde ser publicado por volume. Assim, a média de 44 artigos publicados por volume no período 2002-2003 cresceu para 67 no período 2004-2009, aumentando de forma correspondente também o número de páginas impressas, que passou a 480 por ano, em média.

Seguindo essa mesma tendência de modernização, além da mudança no tamanho da revista, nesse período foi implantada nova estrutura na comissão editorial, que passou a contar com um editor-chefe, um editor-assistente e editores associados de área. Mais tarde, em 2007, pesquisadores de outras instituições (externos ao Museu de Ciências Naturais) foram convidados a integrar a comissão editorial como editores de área.

Outro passo importante, adotado em 2006, foi a composição de um conselho editorial, formado por especialistas de diversas áreas da Zoologia. O Conselho Editorial da Iheringia Série Zoologia, atualmente constituído por seis membros, tem como função principal avaliar continuamente a qualidade do periódico quanto ao seu conteúdo, forma e política editorial.

A partir do volume comemorativo dos 50 anos da revista (2007), a capa passou a exibir fotos coloridas de espécies da fauna da Região Neotropical, proporcionando um visual mais atraente (Fig. 1).

Atualmente, a Iheringia Série Zoologia vem sendo mantida pelo Museu de Ciências Naturais em parte com recursos financeiros do programa de apoio a publicações científicas do CNPq/Capes e, em parte, com recursos próprios. Ao longo de sua existência, a revista recebeu apoio financeiro da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Impacto da revista sobre o conhecimento da fauna neotropical recente

Desde o seu primeiro número até o volume 99, de 2009, a Iheringia Série Zoologia publicou um total de 1.154 trabalhos científicos originais de 1.356 diferentes autores. A maioria dos autores que publicaram na revista nesse período (46%) é constituída por pesquisadores de instituições brasileiras sediadas fora do Rio Grande do Sul, representando virtualmente todos os estados da federação. Os autores de instituições do Rio Grande do Sul representam 36% do total. O restante (18%) corresponde à contribuição de autores de outros países da América do Sul, do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Pesquisadores de um total de 22 países estrangeiros já publicaram na Iheringia Série Zoologia, com destaque para autores de instituições argentinas (13% do total) e uruguaias (2%). Fora do eixo sul-americano, a origem dos autores inclui países como Alemanha, Austrália, Bélgica, Costa Rica, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Finlândia, Índia, Japão, México, Reino Unido, República Tcheca e Suécia.

Durante as primeiras três décadas da revista, a maioria dos artigos publicados consistia em trabalhos de autores residentes no Rio Grande do Sul, o que tornava a Iheringia Série Zoologia uma revista de alcance regional. Contudo, a partir do final da década de 1980, aumentou significativamente o número de contribuições de autores estrangeiros e de outros estados, que hoje são responsáveis pela maior parte dos artigos publicados na revista (Fig. 2). Essa evolução mostra claramente que, ao longo de sua existência, a Iheringia Série Zoologia tornou-se um periódico de projeção nacional e, em menor escala, internacional, atualmente publicando trabalhos de autores de todo o país e também recebendo importante contribuição de pesquisadores estrangeiros, oriundos sobretudo de países limítrofes da Região Neotropical, cuja fauna é o tema central da revista.


Em estreita relação com a projeção alcançada pela Iheringia Série Zoologia no meio científico nacional e sul-americano, ampliou-se de forma correspondente a abrangência geográfica dos trabalhos publicados na revista. O percentual de estudos enfocando exclusivamente a fauna gaúcha, expressivo até o início da década de 1980, diminuiu consideravelmente a partir de então, quando passaram a predominar estudos em escala nacional e neotropical (Fig. 3).


No período considerado (1957-2009), os estudos com abrangência nacional, isto é, desenvolvidos em outros estados ou abordando táxons brasileiros cuja distribuição estudada transcende os limites territoriais do Rio Grande do Sul, representam a maioria (43%) dos trabalhos publicados. Na sequência, perfazendo 30% do total, estão os estudos desenvolvidos em uma escala que ultrapassa as fronteiras políticas do Brasil ou abordando táxons neotropicais extra-brasileiros. Os estudos enfocando especificamente a fauna do Rio Grande do Sul ou desenvolvidos exclusivamente dentro dos limites territoriais do estado representam 25% dos trabalhos publicados até 2009, ao passo que aqueles cuja abrangência geográfica estende-se além da Região Neotropical ou aborda a fauna de outros continentes correspondem a 1,7% do total.

No que diz respeito às áreas do conhecimento, estudos sobre Biologia ou Ecologia e os de cunho taxonômico se destacam como os mais numerosos, correspondendo, respectivamente, a 36% e 34% do total de trabalhos publicados no período considerado. Trabalhos sobre Morfologia ou Fisiologia representam 15% das contribuições e os levantamentos faunísticos respondem por 12% do total. O restante dos trabalhos publicados (3%) aborda aspectos que não se enquadram nas categorias acima (Fig. 4).


Possivelmente como um retrato da evolução das ciências zoológicas no Brasil, as descrições morfológicas e levantamentos faunísticos preponderaram nos primeiros dez anos de existência da Iheringia Série Zoologia. As contribuições sobre Faunística continuaram a alcançar percentuais importantes nas duas décadas seguintes, mas declinaram sensivelmente a partir de meados da década de 1990, quando estudos que antes se resumiam a listas regionais de espécies passaram a incluir análises de diversidade e tratamentos estatísticos de dados, o que resultou em um aumento correspondente nos artigos com ênfase em Ecologia.

Por outro lado, os estudos com enfoque taxonômico, incluindo descrições de espécies, revisões sistemáticas e análises filogenéticas, têm constituído uma parcela significativa dos artigos publicados na revista desde os seus primórdios (Fig. 4). Até 2009, haviam sido descritas na Iheringia Série Zoologia 890 espécies novas para a ciência, o que corresponde a uma taxa média de pouco mais de 18 espécies por ano, com pico em 2004, quando 74 descrições de novos táxons específicos foram publicadas.

Para se ter um termo de comparação, segundo LEWINSOHN (2006) entre 1978 e 1995 foram descritas 7.302 espécies novas de animais metazoários para o Brasil. Nesse mesmo período, as espécies descritas na Iheringia Série Zoologia somaram 232. Sob a hipótese, bastante plausível, de que a maioria absoluta das descrições publicadas na revista refere-se a táxons da fauna brasileira, pode-se estimar que aproximadamente 3% das espécies do país que se tornaram conhecidas para a ciência nesse período tenham sido descritas na Iheringia Série Zoologia. Portanto, a revista tem contribuído efetivamente para o progresso do conhecimento taxonômico sobre a fauna neotropical, sendo hoje um dos mais importantes e tradicionais periódicos científicos nacionais que publicam estudos sobre Taxonomia.

Perspectivas e desafios

A Iheringia Série Zoologia é um dos mais antigos - e atualmente um dos únicos - periódicos brasileiros voltados exclusivamente à publicação de trabalhos originais sobre Zoologia neotropical. Também é um dos poucos periódicos nacionais sem vínculo com sociedades científicas e com submissão e publicação de manuscritos totalmente gratuitas. Hoje, além de artigos em língua inglesa, a Iheringia Série Zoologia publica trabalhos em português e espanhol, o que aumenta a procura pela revista, tanto em termos de submissão quanto de consulta, por parte de pesquisadores, estudantes e público em geral, do Brasil e da América do Sul.

As diversas etapas da editoração de cada número da revista, que incluem desde o recebimento dos manuscritos, a avaliação pela comissão editorial, a tramitação entre consultores e autores, até a fase de editoração final, incluindo a composição, diagramação, revisão de provas e impressão, exigem intensa dedicação dos editores, além de um aporte financeiro compatível com as necessidades de manutenção da qualidade, regularidade e periodicidade da revista.

Presentemente, esse tem sido o grande desafio da Iheringia Série Zoologia, uma vez que os recursos obtidos junto aos órgãos de fomento não têm sido suficientes para cobrir minimamente os custos da revista. Nesse sentido, entende-se como importante a definição de políticas de financiamento que atendam melhor às necessidades de periódicos como a Iheringia Série Zoologia, em razão de suas especificidades, da sua gratuidade e do seu compromisso em publicar artigos sobre a fauna neotropical, notadamente uma das mais diversas e ainda desconhecidas do planeta.

Com o objetivo de modernizar o processo de submissão e tramitação de manuscritos, a Iheringia Série Zoologia deverá adotar em breve o Sistema SciELO de Publicação, que utiliza o Open Journal Systems como suporte para o gerenciamento e publicação de periódicos em formato eletrônico. O sistema foi elaborado para reduzir o tempo dedicado às tarefas relativas à administração, edição e manutenção dos processos editoriais e sua implementação trará maior agilidade à revista.

Com a adoção do Sistema SciELO de Publicação, os autores terão livre acesso ao mesmo e poderão submeter artigos on-line a qualquer momento. Além disso, será possível acompanhar o andamento da tramitação a partir de qualquer computador com acesso à internet.

Outra importante iniciativa, já em adiantado processo de implementação, é a inclusão da revista na Biodiversity Heritage Library, uma das principais fontes internacionais de acesso on-line gratuito a obras, documentos e periódicos sobre biodiversidade. Serão disponibilizados todos os artigos publicados na Iheringia Série Zoologia desde o seu primeiro número, permitindo um acesso mais amplo ao conteúdo da revista, sobretudo para a comunidade científica internacional.

Seguindo tendências editoriais atuais, também existe a perspectiva, em médio prazo, de que a Iheringia Série Zoologia passe a priorizar a submissão de manuscritos em língua inglesa e, em longo prazo, venha a aceitar somente artigos em inglês. Com isso, espera-se aumentar os índices de acesso e citações por parte da comunidade científica internacional. Com a mudança do idioma para o inglês, também aumentam as possibilidades de envio dos manuscritos a consultores estrangeiros.

A partir dessas iniciativas de modernização, pretende-se tornar a Iheringia Série Zoologia mais ágil e alinhada com as tendências atuais de editoração de periódicos científicos, elevando seus índices de qualidade e impacto, aumentando sua projeção nacional e internacional e reafirmando-a como uma das principais revistas científicas brasileiras na área de Zoologia.

Agradecimentos. Os autores agradecem ao Prof. José Willibaldo Thomé, a Maria Helena Galileo e a Erica Helena Buckup, pelas informações prestadas sobre o histórico da revista. Daniela Rodrigues colaborou na revisão do texto do manuscrito.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

  • LEWINSOHN, T. (coord.). 2006. Avaliação do estado do conhecimento da biodiversidade brasileira Brasília, Ministério do Meio Ambiente. v.1, 269p. (Série Biodiversidade, 15).
  • MARTINS, M. B. 2007. Iheringia: cinqüenta anos de Zoologia. Iheringia, Série Zoologia, 97(1):5-6.
  • MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS. 2005. Museu de Ciências Naturais: 50 anos pesquisando a biodiversidade gaúcha Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 136p.
  • WILIN, I. M. 1977. Iheringia: histórico e curiosidades. Natureza em Revista (2):63 (Notas Bibliográficas).
  • Breve histórico da revista Iheringia Série Zoologia e seu impacto sobre o conhecimento da fauna neotropical recente

    Daniela SanfeliceI; Glayson A. BenckeI; Marco A. AzevedoI; Everton N. L. RodriguesII; Luciano A. MouraII; Paula B. AraujoII; Hilda A. O. GastalI; Laura VerrastroII; Márcia M. A. JardimIII; Cristiano F. SchwertnerIV; Maria Aparecida L. MarquesI; César J. DrehmerIII
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Maio 2011
    • Data do Fascículo
      Dez 2010
    Museu de Ciências Naturais Museu de Ciências Naturais, Secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Rua Dr. Salvador França, 1427, Jardim Botânico, 90690-000 - Porto Alegre - RS - Brasil, Tel.: + 55 51- 3320-2039 - Porto Alegre - RS - Brazil
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