Acessibilidade / Reportar erro

Checklist de Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil

Checklist of the Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) from state of Mato Grosso do Sul, Brazil

RESUMO

As publicações referentes ao estudo da comunidade de Cladocera (Branchiopoda) do estado de Mato Grosso do Sul, até a presente data, foram analisadas com o objetivo se preparar uma lista de ocorrência das espécies nos diversos ambientes aquáticos do estado. A partir desse estudo, observou-se a ocorrência de 101 espécies pertencentes a sete famílias (Sididae, Bosminidae, Daphiniidae, Moinidae, Ilyocryptidae, Macrothricidae e Chydoridae). Chydoridae foi considerada dominante na comunidade com ocorrência de 53 espécies, o que representa 52,47% da comunidade. Dentre os Chydoridae, Aloninae é mais numerosa, com riqueza de 32 espécies, enquanto que Chydorinae está representada por 21 espécies. De acordo com o levantamento da ocorrência de espécies de Macrothricidae, Ilyocryptidae e Chydoridae pode se considerar que a comunidade de Cladocera do Mato Grosso do Sul é composta em sua grande maioria por organismos de hábitos não planctônicos. Daphniidae, Moinidae, Bosminidae e Sididae representam juntas 33,67% da comunidade. Para cálculo da riqueza foi necessário considerar as atualizações taxonômicas ocorridas posteriormente às publicações consideradas nesse estudo, apresentando tanto a lista das espécies com a nomenclatura original das publicações consideradas no checklist quanto a lista de espécies atualizada.

PALAVRAS-CHAVE:
Biodiversidade; zooplâncton de água doce; Bacia Alto Paraguai; Bacia do Paraná; Programa Biota-MS

ABSTRACT

The publications of the study of the community Cladocera (Branchiopoda) from state of Mato Grosso do Sul have been analyzed to prepare a list occurrence of species in different aquatic environments from this state. We observed the occurrence of 101 species belonging to seven families (Sididae, Bosminidae, Daphiniidae, Moinidae, Ilyocryptidae, Macrothricidae and Chydoridae). Chydoridae was dominant in the community of 53 species recorded, representing 52.47% of the community. Among Chydoridae, Aloninae is most numerous, with 32 species richness, while Chydorinae is represented by 21 species. According to the survey of the occurrence of species of Macrothricidae, Ilyocryptidae Chydoridae and can be considered that the community Cladocera of Mato Grosso do Sul is composed mostly by non-planktonic organisms. Daphniidae, Moinidae, Bosminidae and Sididae together represent 33.67% of the community. To calculate the richness was necessary to consider the taxonomic updates occurring after the publications considered in this study, with both species list with the original nomenclature of publications considered in the checklist as a species list updated.

KEYWORDS:
Biodiversity; freshwater zooplankton; Alto Paraguai river; Paraná river basin; Biota-MS Program

Cladocera é um grupo de microcrustáceos componente de ecossistemas aquáticos, com papel significante no funcionamento desses ambientes ( Geraldes & Boavida, 2004Geraldes, A. M. & Boavida, M. J. 2004. What factors affect the pelagic cladocerans of the meso-eutrophic Azibo Reservoir? Annales de Limnologie - International Journal of Limnology 40(2):101-111.). Por seus hábitos alimentares, interferem na dinâmica do fitoplâncton, bacterioplâncton e protozoários, bem como na disponibilidade de detritos, representando um elo na cadeia alimentar, como fonte de alimento para copépodos predadores, larvas de insetos aquáticos, alevinos e peixes planctívoros adultos ( Dole-Oliver et al., 2000Dole-Oliver, M. J.; Galassi, D. M. P.; Marmonier, P. & Creuzé des Châtelliers, M. 2000. The biology and ecology of lotic microcrustaceans. Freshwater Biology 44:63-91. ; Tessier et al., 2001Tessier, A. J.; Bizina, E. V. & Geedey, C. K. 2001. Grazer-resource interactions in plankton: Are all daphniids alike? Limnology and Oceanography 46:1585-1595. ; Sommer et al., 2003Sommer, F.; Santer, B.; Jamieson, C.; Hansen, T. & Sommer, U. 2003. Daphnia population growth but not moulting is a substancial phosphorous drain for phytoplankton. Freshwater Biology48:67-74. ).

O grupo de Cladocera vem sendo estudado desde a segunda metade do século XVII ( Korovchinsky, 1997_____. 1997. On the history of studies on cladoceran taxonomy and morphology, with emphasis on early work and causes of insufficient knowledge of the diversity of the group. Hydrobiologia 360:1-11. ), quando O. F. Müller iniciou os estudos ( Frey, 1982Frey, D. G. 1982. Questions concerning cosmopolitanism in Cladocera. Archiv für Hydrobiologie 93:484-502.). Em 1829 este táxon foi reconhecido por Latreille como grupo independente ( Fryer, 1987Fryer, G. 1987. Morphology and the classification of the so-called Cladocera. Hydrobiologia 145:19-28.), porém estudos taxonômicos e faunísticos intensivos começaram em 1840-1870 com baixo nível de diferenciação de espécies, assim como de outros microinvertebrados de águas continentais, fato considerado relativamente tardio em relação aos estudos taxonômicos de insetos, aves e mamíferos, por exemplo. A taxonomia de Cladocera atingiu um nível mais elevado na década de 1970, principalmente devido ao maior interesse dos investigadores por reconhecer faunas locais, descrições morfológicas mais detalhadas e também pela realização de estudos genéticos ( Korovchinsky, 1997_____. 1997. On the history of studies on cladoceran taxonomy and morphology, with emphasis on early work and causes of insufficient knowledge of the diversity of the group. Hydrobiologia 360:1-11. ). Atualmente, o grupo de Cladocera (Classe Branchiopoda) é representado por quatro ordens, doze famílias, mais de oitenta gêneros e inclui 450 a 600 espécies de água doce. A maioria das famílias é tipicamente planctônica, com apêndices natatórios que os tornam independentes do substrato. A maior parte das espécies bentônicas pertence Chydoridae, Marothricidae, Ilyocryptidae e Sididae, esta última com poucas espécies bentônicas ( Dole-Oliver et al., 2000Dole-Oliver, M. J.; Galassi, D. M. P.; Marmonier, P. & Creuzé des Châtelliers, M. 2000. The biology and ecology of lotic microcrustaceans. Freshwater Biology 44:63-91. ). Moinidae (ordem Anomopoda) não foi citada por Dole-Oliver et al. (2000Dole-Oliver, M. J.; Galassi, D. M. P.; Marmonier, P. & Creuzé des Châtelliers, M. 2000. The biology and ecology of lotic microcrustaceans. Freshwater Biology 44:63-91. ) provavelmente devido à dúvida que existe em relação à validade dessa família ( Fryer, 1995Fryer, G. 1987. 1995. Phylogeny and adaptative radiation within the Anomopoda: a preliminary exploration. Hydrobiologia 307:57-68. ), porém Korovchinsky (1996Korovchinsky, N. M. 1996. How many species of Cladocera are there? Hydrobiologia 321:191-204.) integrou a família à ordem.

Sabe-se que existem inúmeros processos que se combinam para formar a estrutura das comunidades. Os estudos da biologia das espécies, relacionados à temperatura, condições de alimentação, pH, dentre outros fatores que interferem no desenvolvimento dos organismos, indicam alguns desses mecanismos que determinam a ocorrência e a dominância das populações, auxiliando na explicação da distribuição dos organismos ( Belyaeva & Deneke, 2007Belyaeva, M. & Deneke, R. 2007. Colonization of acidic mining lakes: Chydorus sphaericus and other Cladocera within a dynamic horizontal pH gradient (pH 3-7) in Lake Senftenberger See (Germany). Hydrobiologia 594:97-108. ; Irfanullah & Moss, 2005Irfanullah, H. M. D. & Moss, B. 2005. Effects of pH and predation by Chaoborus larvae on the plankton of a shallow and acidic forest lake. Freshwater Biology50(12):1913-1926. ; Güntzel et al., 2003Güntzel, A. M., Matsumura-Tundisi, T.& Rocha, O. 2003. Life cycle of Macrothrix flabelligera Smirnov, 1992 (Cladocera, Macrothricidae) recently reported in the Neotropical region. Hydrobiologia 490:87-92. ; Benider et al., 2002Benider, A.; Tifnouti, A. & Pourriot, R. 2002. Growth of Moina macrocopa (Straus 1820) (Crustacea, Cladocera): influence of trophic conditions, population density and temperature. Hydrobiologia 468:1-11. ; Eyto & Irvine, 2001Eyto, E. & Irvine, K. 2001. The response of three chydorid species to temperature, pH and food. Hydrobiologia 459:165-172. ; Voigt & Hülsmann, 2001Voigt, H. & Hülsmann, S. 2001. Do fast increasing food conditions promote the midsummer decline of Daphnia galeata? Hydrobiologia 442:253-259. ; Giebelhausen & Lampert, 2001Giebelhausen, B. & Lampert, W. 2001. Temperature reaction norms of Daphnia magna: the effect of food concentration. Freshwater Biology46:281-289. ; Gillooly, 2000Gillooly, J. 2000. Effect of body size and temperature on generation time in zooplankton. Journal of Plankton Research 22(2):241-251. ; Nandini et al., 2000Nandini, S.; Sarma, S. S. S. & Ramirez-García, P. 2000. Life table demography and population grouth of Daphnia laevis (Cladocera, Anomopoda) under different densities of Chlorella vulgaris and Microcystis aeruginosa. Crustaceana 73(10):1273-1286. ; Rietzler, 1998Rietzler, A. C. 1998. Tempo de desenvolvimento, reprodução e longevidade de Diaphanosoma birgei Korinek e Ceriodaphnia silvestrii Daday em condições naturais de alimentação. In: Anais do VIII Seminário Regional de Ecologia. São Carlos, PPGERN, UFSCar, p.1159-1172.).

Nas últimas décadas, enquanto diversos estudos foram realizados sobre a taxonomia e a abundância de populações zooplanctônicas em vários ecossistemas aquáticos no Brasil, verificou-se que, particularmente, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tais informações são relativamente escassas e o número de investigações realizadas é pequeno ( Neves et al., 2003Neves, I. F.; Rocha, O. Roche, K. F.& Pinto, A. A. 2003. Zooplankton community structure of two marginal lakes of the River Cuiaba (Mato Grosso, Brazil) with analysis of Rotifera and Cladocera diversity. Brazilian Journal of Biology63(2):329-343.).

A poluição ambiental também pode afetar a estabilidade das espécies longe de grandes centros industrializados. Nas últimas décadas, a expansão das atividades relacionadas à agropecuária, à agroindústria, à extração mineral e ao lançamento de efluentes urbanos e industriais promoveu impactos expressivos em toda a Bacia do Alto Paraguai, incluindo o Pantanal, com o aumento dos processos erosivos nos rios, aumentando, por sua vez, o transporte de material em suspensão e o aporte de carga orgânica e de pesticidas ( PCBAP, 1997PCBAP. 1997. Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai: Análise integrada e prognóstico da bacia do Alto Paraguai. Brasília, Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA). vol. 3. 369p.; Wantzen, 1998aWantzen, K. M. 1998a. Effects of siltation on benthic communities in clear water streams in Mato Grosso, Brazil. Verhandlungen der Internationalen Vereinigung für Theoretische und Angewandte Limnologie 26:1155-1159. , bWantzen, K. M. 1998b. Effects of suspended sediments on aquatic organisms in streams in the Upper Rio Paraguay Basin. In: Lieberei, R.; Bianchi, H. & Vob, K. ed. Proceedings of the third SHIFT-Workshop, Manaus march 15-19, 1998. Bonn, Bundesministerium fur Bildung und Forschung, p. 519-528. ). Esta expansão se deu a partir da década de 1970, principalmente na região do planalto, com consequências negativas na planície pantaneira adjacente, com o caso extremo do assoreamento do rio Taquari (MS) ( Oliveira & Calheiros, 1998Oliveira, M. D. & Calheiros, D. F. 1998. Transporte de nutrientes e sólidos suspensos na bacia do rio Taquari (Mato Grosso do Sul). Acta Limnologica Brasiliensia10(2):35-45. ). O mau uso do solo, o uso de fertilizantes na lavoura e a falta de tratamento de efluentes no planalto, promovem consequentemente alterações nas características físicas e químicas da água, além de assoreamento do leito dos rios e efeitos diretos e indiretos na biota aquática ( Silva & Roche, 2006Silva, W. M. & Roche, K. F.2006. Impacto do uso da terra e ocupação do solo nos corpos de água de duas bacias hidrográficas do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. In: Tundisi, J. G.; Matsumura-Tundisi, T.& Galli, C. S. eds. Eutrofização na América do Sul: causas, conseqüências e tecnologias de gerenciamento e controle. São Carlos, IIEGA, ABC, CNPq, p. 71-85.).

O uso de bioindicadores pode facilitar a detecção de alterações ambientais. Trabalhos realizados em longos períodos de tempo em corpos de água mostram a sensibilidade das comunidades de invertebrados aquáticos a diversos tipos de mudanças ambientais. Existem muitos organismos considerados indicadores biológicos, dentre eles destacam-se as bactérias, algas, protozoários, rotíferos, microcrustáceos, macroinvertebrados e peixes ( Abel, 1996Abel, P. B. 1996. Water Pollution Biology. Chichester, John Wiley & Sons. 296p.).

Porém, o pouco conhecimento da biodiversidade dos sistemas aquáticos muitas vezes não permite sua aplicação como ferramenta para o monitoramento biológico. Existe a dificuldade da identificação de alguns grupos em nível de espécie, como também a existência das diferenciações regionais entre grupos ( Coimbra et al., 1996Coimbra, C. N.; Graça, M. A. S. & Cortes, R. M. 1996. The effects of a basic effluent on macroinvertebrate community struture in a temporary mediterranean river. Environmental Pollution 94(3):301-307.). Para o uso de biota como indicadores de qualidade ambiental, as relações entre espécies e comunidades e as características físicas, químicas e biológicas de ecossistemas são indispensáveis, com construção de bancos de dados destas informações. O estabelecimento de bancos de dados em ambientes ainda não impactados é de grande importância porque pode servir como ponto de referência para detectar impactos futuros.

Atualmente, a velocidade de destruição tem sido maior do que aquela que os especialistas precisam para descrever os biótopos aquáticos e identificar os organismos que ali vivem ( Brandorff et. al., 2011Brandorff, G. O.; Pinto-Silva, V. & Morini, A. E. T. 2011. Zooplankton: species diversity, abundance and community development. In: Junk, W. J.; Silva, C.; Cunha, C. N. & Wantzen, K. M. eds. The Pantanal: Ecology, biodiversity and sustainable management of a large Neotropical seasonal wetland. Sofia/Moscow, Pensoft Publishers, p. 355-391. ). Dessa forma, é também amplamente reconhecido que essa perda de biodiversidade de forma acelerada faz com que muitas espécies não sejam provavelmente identificadas antes de serem extintas ( Santos-Wisniewski et al., 2011Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301. ).

Considerando a importância do estudo da biodiversidade de microcrustáceos aquáticos, este trabalho busca apresentar uma lista atualizada das espécies de Cladocera que ocorrem no estado de Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

A síntese de dados sobre a ocorrência de Cladocera no estado de Mato Grosso do Sul foi elaborada com base na revisão de trabalhos publicados com informações sobre essa comunidade no estado até a presente data. Na apresentação dos resultados, foi mantida a nomenclatura original das espécies de Cladocera encontrada nos artigos, mesmo tendo conhecimento das atualizações taxonômicas ocorridas posteriormente a cada publicação. Porém, o número total de espécies de Cladocera do estado de Mato Grosso do Sul foi calculado considerando as atualizações, pois muitos organismos receberam nomenclaturas diversas, mesmo representando a mesma espécie.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela I lista as espécies de Cladocera registradas no Estado de Mato Grosso do Sul, seguida por um código em números. De acordo com essa numeração, na Tabela II foram especificados os corpos d’água estudados por cada autor e respectivas referências das publicações, com coordenadas geográficas dos pontos estudados sempre que possível. Na Tabela I foram representadas as espécies com a nomenclatura original encontrada nas respectivas publicações, e, em alguns casos, a atualização taxonômica ou correção da nomenclatura e sinonímias, sempre que necessário, de acordo com dados disponíveis em < http://cladocera.wordpress.com/>, além de consultas às publicações sobre alterações morfológicas em Ceriodaphnia cornuta devido à presença de predadores no ambiente ( Rietzler et al., 2008Rietzler, A. C.; Rocha, O. Roche, K. F.& Ribeiro, M. M. 2008. Laboratory demonstration of morphological alterations in Ceriodaphia cornuta Sars (1885) fa rigaudi induced by Chaoborus brasiliensis Theobald (1901). Brazilian Journal of Biology68(2):453-454. ) e atualizações taxonômicas no gênero Bosmina (Elmoor et al., 2004). Para cálculo do número de espécies, foi considerada a nomenclatura válida para as espécies brasileiras.

Tabela I:
coordenadas geográficas e autores dos estudos.

Tab. II
Lista dos corpos de água do Estado de Mato Grosso do Sul nos quais foram registradas as espécies de Cladocera relacionadas na

Foram registradas no estado sete famílias de Cladocera: Sididae (Ordem Ctenopoda) e Bosminidae, Daphniidae, Moinidae, Ilyocryptidae, Macrothricidae e Chydoridae (subfamílias Chydorinae e Aloninae) pertencentes à Ordem Anomopoda. Considerando as atualizações taxonômicas da comunidade, ocorridas posteriormente às publicações citadas nesse estudo, foram computadas 101 espécies de Cladocera no estado ( Tab. I).

Sididae está representada por quatro gêneros e dez espécies: Diaphanosoma (cinco espécies), Latonopsis (três espécies), Pseudosida (uma espécie) e Sarsilatona (uma espécie). Dentre eles, D. birgei e D. brevireme são as espécies mais frequentes, seguidas de D. fluviatile, S. serricauda e D. spinulosum ( Tab. I). Esses organismos representam 9,9% da comunidade de Cladocera do estado. No estado de Minas Gerais essa família está representada por três gêneros e oito espécies, sendo que Sarsilatona não foi encontrado ( Santos-Wisniewski et al., 2011Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301. ). No estado de São Paulo, os quatro gêneros de Sididae são representados por nove espécies ( Rocha et al., 2011Rocha, O.; Santos-Wisniewski, M. J. & Matsumura-Tundisi, T.2011. Checklist de Cladocera de água doce do Estado de São Paulo. Biota Neotropica 11(1a):1-22. ). No Pernambuco, Soares & Elmoor-Loureiro (2011Soares, C. E. A. & Elmoor-Loureiro, L. M. A.2011. Uma atualização da lista de Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) do Estado de Pernambuco, Brasil. Biota Neotropica11(2):409-414. ) registraram cinco gêneros e seis espécies de Sididae, dentre elas Penilia avirostris Dana, 1852 em região estuarina.

Daphniidae também está representada por quatro gêneros porém, com um número maior de espécies: Ceriodaphnia (cinco espécies), Daphnia (três espécies), Scapholeberis (uma espécie não identificada) e Simocephalus (seis espécies). As 15 espécies de Daphniidae representam 14,85% das populações de Cladocera do estado. Ceriodaphnia cornuta é frequentemente encontrada no rio Paraguai nas suas formas variadas ( Ceriodaphnia cornuta cornuta, C. cornuta intermedia e C. cornuta rigaudi). De acordo com Rietzler et al. (2008Rietzler, A. C.; Rocha, O. Roche, K. F.& Ribeiro, M. M. 2008. Laboratory demonstration of morphological alterations in Ceriodaphia cornuta Sars (1885) fa rigaudi induced by Chaoborus brasiliensis Theobald (1901). Brazilian Journal of Biology68(2):453-454. ), essa espécie sofre ciclomorfose devido a presença ou ausência de predador no ambiente, podendo, dessa forma, ser considerada uma única espécie de Ceriodaphnia, conforme apresentado nesse estudo ( Tab. I). Dentre as espécies de Daphnia que ocorrem no Brasil, apenas Daphnia lumholtzi ainda não foi encontrada no estado de Mato Grosso do Sul. O mesmo ocorre no estado de Minas Gerais ( Santos-Wisniewski et al., 2011Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301. ). Até o momento, Daphnia lumholtzi foi observada apenas nos estados de São Paulo ( Zanata et al., 2003Zanata, L. H.; Espíndola, E. L. G.; Rocha, O.& Pereira, R. H. G. 2003. First record of Daphnia lumholtzi (Sars, 1885), exotic cladoceran, in São Paulo State (Brazil). Brazilian Journal of Biology63(4):717-720. ) e Paraná ( Simões et al., 2009Simões, N. A.; Robertson, B.; Lansac-Tôha, F. A. Takahashi , E. A.; Bonecker, C. C.A.; Velho, L. F. M.A. & Joko, C. A. 2009. Exotic species of zooplankton in the Upper Paraná River floodplain, Daphnia lumholtzi Sars, 1885 (Crustacea: Branchiopoda). Brazilian Journal of Biology69(2, Suppl.):551-558. ).

Macrothricidae também é bastante representativa na comunidade de Cladocera, com ocorrência de seis gêneros e 12 espécies que somam 11,88% de todas as ocorrências do estado. Macrothrix Baird, 1843 apresenta o maior número de espécies (sete), enquanto que os demais gêneros estão representados por uma espécie cada ( Tab. I). No estado de São Paulo três gêneros e oito espécies de dessa família foram registrados ( Rocha et al., 2011Rocha, O.; Santos-Wisniewski, M. J. & Matsumura-Tundisi, T.2011. Checklist de Cladocera de água doce do Estado de São Paulo. Biota Neotropica 11(1a):1-22. ) e em Minas Gerais foram nove espécies pertencentes a três gêneros ( Santos-Wisniewski et al., 2011Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301. ). Possivelmente, o ambiente aquático estudado no estado de Mato Grosso do Sul seja mais favorável à ocorrência de organismos dessa família, que é tipicamente composto por espécies não planctônicas ( Elmoor-Loureiro, 2000Elmoor-Loureiro, L. M. A. 2000. Brazilian cladoceran studies: where do we stand? Nauplius 8(1):117-131.).

Ambos os gêneros de Moinidae ocorrem no estado de Mato Grosso do Sul, somando 4,95% do total de espécies do estado. Moina é o mais representativo dessa família com ocorrência de quatro espécies, sendo que o segundo gênero é representado por Moinodaphnia macleayi ( Tab. I). Os estados de Pernambuco e São Paulo também estão representados por ambos os gêneros, porém, em Minas Gerais apenas Moina foi observado até o momento ( Rocha et al., 2011Rocha, O.; Santos-Wisniewski, M. J. & Matsumura-Tundisi, T.2011. Checklist de Cladocera de água doce do Estado de São Paulo. Biota Neotropica 11(1a):1-22. ; Santos-Wisniewski et al., 2011Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301. ; Soares & Elmoor-Loureiro, 2011Soares, C. E. A. & Elmoor-Loureiro, L. M. A.2011. Uma atualização da lista de Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) do Estado de Pernambuco, Brasil. Biota Neotropica11(2):409-414. ).

A família mais representativa de Cladocera do estado de Mato Grosso do Sul é Chydoridae com ocorrência de 53 espécies, podendo ser considerada dominante nessa comunidade por representar 52,47% das espécies ( Gomes, 1989Gomes, A. S. 1989. Distribuição espacial dos moluscos bivalves na região da plataforma continental de Cabo Frio, praia de Maçambaba, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado). Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p. ). O percentual de contribuição dessa família condiz com os valores observados para o Brasil que é de 53% ( Elmoor-Loureiro, 2000Elmoor-Loureiro, L. M. A. 2000. Brazilian cladoceran studies: where do we stand? Nauplius 8(1):117-131.). Chydoridae está representada por duas subfamílias. Na subfamília Chydorinae ocorreram 21 espécies pertencentes a nove gêneros, sendo Chydorus com o maior número de espécies (oito), seguido de Ephemeroporus (quatro); Dunhevedia colombiensis é uma nova ocorrência no estado de Mato Grosso do Sul. Na subfamília Aloninae foram registradas 32 espécies que integram 13 gêneros e, dentre estes, Alona foi o mais numeroso, representado por 13 espécies; todos os demais gêneros são representados por um número reduzido de espécies ( Tab. I).

Tab. I. Lista de espécies de Cladocera (Branchiopoda) registradas no Estado de Mato Grosso do Sul. A numeração é referente às publicações listadas na Tabela II; atualizações taxonômicas para as espécies brasileiras conforme dados disponíveis em: < http://cladocera.wordpress.com/> para a família Chydoridade, além de correções na grafia de algumas espécies.

Os estudos limnológicos no estado do Mato Grosso do Sul não estão distribuídos homogeneamente por todos os corpos d’água; dessa forma, ainda existem áreas que nunca foram estudadas como o nordeste do estado e algumas áreas de difícil acesso no pantanal ( Fig. 1). Atualmente, as pesquisas enfocando a comunidade de Cladocera, ocorrem com maior intensidade na região de Coxim, orientadas pela Drª Adriana Maria Güntzel (UEMS/Câmpus de Coxim); na planície de inundação do alto Paraná, desenvolvidas pelo grupo de pesquisas do Nupélia/UEM/PR e na região de Corumbá pelo grupo de pesquisas do Laboratório de Ecologia da UFMS/CPAN, sob orientação da Drª Lucí Helena Zanata.


Fig.1. Distribuição das áreas de amostragens de Cladocera no estado de Mato Grosso do Sul listadas na Tabela II. (* significa que nestes pontos não foi especificado a localidade e estão sem coordenadas geográficas).

Principais grupos de pesquisa e acervos de Cladocera do Estado de Mato Grosso do Sul. Os principais pesquisadores avaliando ocorrência e ecologia da comunidade de Cladocera do estado são os seguintes: (1) Adriana M. Güntzel (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS, Coxim, MS); (2) Lucí Helena Zanata (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus do Pantanal, Corumbá, MS); (3) Fábio A. Lansac-Tôha (Núcleo de Pesquisas em Limnologia e Aquicultura - Nupelia, UEM, Maringá, PR).

Os principais acervos de material depositado no estado estão nas seguintes instituições: Laboratório de Microbiologia Ambiental da UFMS, Câmpus de Campo Grande; Laboratório de Ecologia da UFMS, Câmpus do Pantanal, Corumbá, MS; Laboratório de Biologia da EMBRAPA, CPAP, Corumbá, MS; Laboratório de Recursos Hídricos da UFMS, Câmpus de Aquidauana, MS; Laboratórios do Curso de Ciências Biológicas da UFGD, Dourados, MS e laboratórios do Curso de Ciências Biológicas da UEMS, Unidade de Coxim, MS.

Além dos laboratórios citados, amostras de zooplâncton podem ser encontradas no Laboratório de Plâncton do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Federal de São Carlos, SP, na Coleção Zoológica da Universidade Estadual de Maringá e no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.

Principais lacunas de conhecimento e perspectivas de pesquisa para os próximos 10 anos. A ausência de conhecimento taxonômico da biodiversidade dos sistemas aquáticos muitas vezes impossibilita a elaboração de planos de monitoramento e medidas de conservação adequadas para o ecossistema. Matsumura-Tundisi & Silva (1999Matsumura-Tundisi, T. & Silva, W. M.1999. Crustáceos Copépodos Plantônicos. In: Ismael, D.; Valenti, V. C.; Matsumura-Tundisi, T.& Rocha, O.eds. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil - Invertebrados de Água Doce. São Paulo, Fapesp. Vol. 4, p. 91-100.) destacaram que grande parte dos trabalhos ecológicos não se aprofunda na questão taxonômica, e, assim, os resultados e o entendimento do funcionamento dos sistemas aquáticos ficam comprometidos. Também é importante mencionar que além da deficiência no inventário taxonômico e presença de dificuldades básicas na identificação de alguns grupos zooplanctônicos em nível específico, há também a ocorrência de diferenciações regionais entre grupos ( Coimbra et al., 1996Coimbra, C. N.; Graça, M. A. S. & Cortes, R. M. 1996. The effects of a basic effluent on macroinvertebrate community struture in a temporary mediterranean river. Environmental Pollution 94(3):301-307.) que precisam ser conhecidas. Ainda, de acordo com De Bie et al. (2008De Bie, T.; Declerck, S. & Martens, K. 2008. A comparative analysis of cladoceran communities from different water body types: patterns in community composition and diversity. Hydrobiologia 597:19-27. ), para o desenvolvimento de estratégias de gerenciamento e proteção da biodiversidade também são necessárias informações sobre a organização espacial da diversidade de espécies em diferentes tipos de habitats aquáticos.

Nas últimas décadas, enquanto estudos foram realizados sobre a taxonomia e a abundância de populações zooplanctônicas em diversos ecossistemas aquáticos no Brasil, verificou-se que particularmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tais informações são relativamente escassas e o número de investigações realizadas é reduzido ( Neves et al., 2003Neves, I. F.; Rocha, O. Roche, K. F.& Pinto, A. A. 2003. Zooplankton community structure of two marginal lakes of the River Cuiaba (Mato Grosso, Brazil) with analysis of Rotifera and Cladocera diversity. Brazilian Journal of Biology63(2):329-343.). Um dos aspectos que podem amenizar perdas na biodiversidade e auxiliar na proposição de medidas de conservação e uso sustentável dos ambientes aquáticos da bacia do rio Paraná e do rio Paraguai no estado de Mato Grosso do Sul é o conhecimento da composição taxonômica e de aspectos ecológicos destes ambientes, antes que maiores ameaças ocorram. Dessa forma, espera-se que nos próximos anos a lacuna de conhecimento sobre a biodiversidade de invertebrados aquáticos do estado de Mato Grosso do Sul diminua, através de pesquisas desenvolvidas principalmente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Câmpus de Campo Grande, Aquidauana e do Pantanal) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Câmpus de Coxim).

Agradecimentos.

A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e a Superintendência de Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Sucitec/MS) pelo convite de participação neste fascículo especial da Iheringia, Série Zoologia e o suporte financeiro para sua publicação

Referências Bibliográficas

  • Abel, P. B. 1996. Water Pollution Biology. Chichester, John Wiley & Sons. 296p.
  • Amaral, D. C. 2009. Análise do estado de conservação de duas nascentes do córrego Criminoso (bacia do Rio Taquari, Coxim, MS) com ênfase na comunidade zooplanctônica como bioindicadora. Monografia de conclusão de curso. Unidades Universitária de Coxim, Mato Grosso do Sul.
  • Belyaeva, M. & Deneke, R. 2007. Colonization of acidic mining lakes: Chydorus sphaericus and other Cladocera within a dynamic horizontal pH gradient (pH 3-7) in Lake Senftenberger See (Germany). Hydrobiologia 594:97-108.
  • Benider, A.; Tifnouti, A. & Pourriot, R. 2002. Growth of Moina macrocopa (Straus 1820) (Crustacea, Cladocera): influence of trophic conditions, population density and temperature. Hydrobiologia 468:1-11.
  • Bezerra, M. A. O.; Miranda, J. C. A.; Ferreira, C. J. A.; Ishii, I. H. & Moreno, I. H. 1996. Estudo da comunidade zooplanctônica da bacia do Rio Miranda, Miranda - MS. In: 2º Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal. Corumbá, Embrapa/UFMS, p. 237-248.
  • Bonecker, C. C.; Lansac-Tôha, F. A. & Bini, L. M. 1998. Composition of zooplankton in different environments of the Mato Grosso Pantanal, Mato Grosso, Brazil. In: Anais do VIII Seminário Regional de Ecologia. São Carlos, PPGERN, UFSCar, p.123-135.
  • Brandorff, G. O.; Pinto-Silva, V. & Morini, A. E. T. 2011. Zooplankton: species diversity, abundance and community development. In: Junk, W. J.; Silva, C.; Cunha, C. N. & Wantzen, K. M. eds. The Pantanal: Ecology, biodiversity and sustainable management of a large Neotropical seasonal wetland. Sofia/Moscow, Pensoft Publishers, p. 355-391.
  • Camposano, J. F. 2008. Contribuição de microcustáceos (Cladocera e Copepoda) na alimentação de peixes associados a macrófita na Lagoa do Ribeirão dos Veados, Bacia do Médio Taquari, Coxim, MS. Trabalho de conclusão de curso. Unidade Universitária de Coxim, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
  • Carvalho, L. S. R.; Soares, M. P.; Zanata, L. H.; Bezerra, M. A. O. Santos, D. F. S.; Silva, W. M. & Winiewski, M. J. S. 2010. Composição de Espécies de Cladocera (Branchiopoda) no Porto Limoeiro, Rio Paraguai, Corumbá, MS. 5° Simpósio sobre recursos naturais e socioeconômicos do Pantanal. Corumbá Embrapa, p. 16.
  • Choueri, R. B.; Bonecker, C. C.& Dias, J. D. 2005. Spatial and tempotal density variation of microcrustacean assemblages in different systems of the upper Paraná River floodplain (PR/MS-Brazil). Acta Scientiarum, Biological Sciences 27(3):243-250.
  • Coimbra, C. N.; Graça, M. A. S. & Cortes, R. M. 1996. The effects of a basic effluent on macroinvertebrate community struture in a temporary mediterranean river. Environmental Pollution 94(3):301-307.
  • De Bie, T.; Declerck, S. & Martens, K. 2008. A comparative analysis of cladoceran communities from different water body types: patterns in community composition and diversity. Hydrobiologia 597:19-27.
  • Dole-Oliver, M. J.; Galassi, D. M. P.; Marmonier, P. & Creuzé des Châtelliers, M. 2000. The biology and ecology of lotic microcrustaceans. Freshwater Biology 44:63-91.
  • Elmoor-Loureiro, L. M. A. 2000. Brazilian cladoceran studies: where do we stand? Nauplius 8(1):117-131.
  • Espíndola, E. G.; Matsumura-Tundisi, T. & Moreno, I. H.1996. Efeitos da dinâmica do sistema Pantanal matogrossense sobre a estrutura da comunidade de zooplâncton da lagoa Albuquerque. Acta Limnologica Brasiliensia 8:37-57.
  • Eyto, E. & Irvine, K. 2001. The response of three chydorid species to temperature, pH and food. Hydrobiologia 459:165-172.
  • Frey, D. G. 1982. Questions concerning cosmopolitanism in Cladocera. Archiv für Hydrobiologie 93:484-502.
  • Fryer, G. 1987. Morphology and the classification of the so-called Cladocera. Hydrobiologia 145:19-28.
  • Fryer, G. 1987. 1995. Phylogeny and adaptative radiation within the Anomopoda: a preliminary exploration. Hydrobiologia 307:57-68.
  • Geraldes, A. M. & Boavida, M. J. 2004. What factors affect the pelagic cladocerans of the meso-eutrophic Azibo Reservoir? Annales de Limnologie - International Journal of Limnology 40(2):101-111.
  • Giebelhausen, B. & Lampert, W. 2001. Temperature reaction norms of Daphnia magna: the effect of food concentration. Freshwater Biology46:281-289.
  • Gillooly, J. 2000. Effect of body size and temperature on generation time in zooplankton. Journal of Plankton Research 22(2):241-251.
  • Gomes, A. S. 1989. Distribuição espacial dos moluscos bivalves na região da plataforma continental de Cabo Frio, praia de Maçambaba, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado). Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p.
  • Güntzel, A. M.; Panarelli, E. A.; Silva, W. M.& Roche, K. F. 2010. Influence of connectivity on Cladocera diversity in oxbow lakes in the Taquari River floodplain (MS, Brazil). Acta Limnologica Brasiliensia22(1):93-101.
  • Güntzel, A. M., Matsumura-Tundisi, T.& Rocha, O. 2003. Life cycle of Macrothrix flabelligera Smirnov, 1992 (Cladocera, Macrothricidae) recently reported in the Neotropical region. Hydrobiologia 490:87-92.
  • Hollwedel, W.; Kotov, A. A. & Brandorff, G. 2003. Cladocera (Crustacea: Branchiopoda) from the Pantanal (Brazil). Arthropoda Selecta 12(2):67-93.
  • Irfanullah, H. M. D. & Moss, B. 2005. Effects of pH and predation by Chaoborus larvae on the plankton of a shallow and acidic forest lake. Freshwater Biology50(12):1913-1926.
  • Korovchinsky, N. M. 1996. How many species of Cladocera are there? Hydrobiologia 321:191-204.
  • _____. 1997. On the history of studies on cladoceran taxonomy and morphology, with emphasis on early work and causes of insufficient knowledge of the diversity of the group. Hydrobiologia 360:1-11.
  • Lansac-Tôha, F. A.; Bonecker, C. C. Velho, L. F. M.; Simões, N. R.; Dias, J. D.& Takahashi, E. M. 2009. Biodiversity of zooplankton communities in the Upper Paraná River floodplain: interannual variation from long-term studies. Brazilian Journal of Biology 69(Suppl. 2):539-549.
  • Lima, A. F.; Lansac-Tôha, F. A.; Velho, L. F. M. Bini, L. M.& TAKEDA, A. M. 2003. Composition and abundance of Cladocera (Crustacea) assemblages associated with Eichhornia azurea (Swartz) Kunth stands in the Upper Paraná River floodplain. Acta Scientiarum Biological Sciences 25(1):41-48.
  • Matsumura-Tundisi, T. & Silva, W. M.1999. Crustáceos Copépodos Plantônicos. In: Ismael, D.; Valenti, V. C.; Matsumura-Tundisi, T.& Rocha, O.eds. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil - Invertebrados de Água Doce. São Paulo, Fapesp. Vol. 4, p. 91-100.
  • Mourão, G. M. 1989. Limnologia comparativa de três lagoas (duas “baías” e uma “salina”) do Pantanal da Nhecolândia, MS. Dissertação de Mestrado. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos, USP.
  • Nandini, S.; Sarma, S. S. S. & Ramirez-García, P. 2000. Life table demography and population grouth of Daphnia laevis (Cladocera, Anomopoda) under different densities of Chlorella vulgaris and Microcystis aeruginosa Crustaceana 73(10):1273-1286.
  • Neves, I. F.; Rocha, O. Roche, K. F.& Pinto, A. A. 2003. Zooplankton community structure of two marginal lakes of the River Cuiaba (Mato Grosso, Brazil) with analysis of Rotifera and Cladocera diversity. Brazilian Journal of Biology63(2):329-343.
  • Oliveira, M. D. & Calheiros, D. F. 1998. Transporte de nutrientes e sólidos suspensos na bacia do rio Taquari (Mato Grosso do Sul). Acta Limnologica Brasiliensia10(2):35-45.
  • PCBAP. 1997. Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai: Análise integrada e prognóstico da bacia do Alto Paraguai. Brasília, Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA). vol. 3. 369p.
  • Rietzler, A. C. 1998. Tempo de desenvolvimento, reprodução e longevidade de Diaphanosoma birgei Korinek e Ceriodaphnia silvestrii Daday em condições naturais de alimentação. In: Anais do VIII Seminário Regional de Ecologia. São Carlos, PPGERN, UFSCar, p.1159-1172.
  • Rietzler, A. C.; Rocha, O. Roche, K. F.& Ribeiro, M. M. 2008. Laboratory demonstration of morphological alterations in Ceriodaphia cornuta Sars (1885) fa rigaudi induced by Chaoborus brasiliensis Theobald (1901). Brazilian Journal of Biology68(2):453-454.
  • Rocha, O.; Santos-Wisniewski, M. J. & Matsumura-Tundisi, T.2011. Checklist de Cladocera de água doce do Estado de São Paulo. Biota Neotropica 11(1a):1-22.
  • Rodrigues, T. A. R.; Zanata, L. H. Silva, W. M.& Roche, K. F.2010. Correlação entre a Ocorrência de Cladocera (Branchiopoda) e as Variáveis Físicas e Químicas do Reservatório Lago do Amor (Campo Grande, MS). In: Resende, E. K. D. coord. 5° Simpósio de Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. Corumbá, Embrapa Pantanal/UFMS/Câmpus do Pantanal/ICS do Brasil.
  • Rodrigues, T. A. R.; Zanata, L. H.; Silva, W. M.; Soares, M. P. Bogado, F. C.; Rodrigues, F. J. M. & Carvalho, L. R. 2011. Diversidade das espécies de Cladocera (Branchiopoda) associadas às raízes da macrófita Salvinia biloba, em tanque artificial da UFMS/CPan, Corumbá, MS. In: 20° Congresso de Biólogos do CRBio-01. Corumbá, CRBio-01.
  • Rossa, D. C.; Lansac-Tôha, F. A. Bonecker, C. C.& Velho, L. F. M.2001. Abundance of Cladocerans in the littoral regions of two environments of the Upper Paraná river floodplain, Mato Grosso do Sul, Brazil. Brazilian Journal of Biology61(1):45-53.
  • Santos-Wisniewski, M. J.; Matsumura-Tundisi, T. Negreiros, N. F.; Silva, L. C.; Santos, R. M. & Rocha, O.2011. O estado atual do conhecimento da diversidade dos Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) nas águas doces do estado de Minas Gerais. Biota Neotropica11(3):287-301.
  • Santos Jr., J. S. 2007. Estudo das Populações de Cladocera (Daphnidae, Sididae e Moinidae) e alguns fatores limnológicos em lagoas marginais do Rio Taquari, Coxim-MS. Monografia de conclusão de curso. Unidade Universitária de Coxim - MS, Fundação Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
  • Serafim Jr., M.; Lansac-Tôha, F. A. Paggi, J. C.; Velho, L. F. M.& Robertson, B. 2003. Cladocera fauna composition in a river-lagoon system of the upper Paraná River floodplain, with a new record for Brazil. Brazilian Journal of Biology63(2):349-356.
  • Silva, W. M. & Roche, K. F.2006. Impacto do uso da terra e ocupação do solo nos corpos de água de duas bacias hidrográficas do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. In: Tundisi, J. G.; Matsumura-Tundisi, T.& Galli, C. S. eds. Eutrofização na América do Sul: causas, conseqüências e tecnologias de gerenciamento e controle. São Carlos, IIEGA, ABC, CNPq, p. 71-85.
  • Simões, N. A.; Robertson, B.; Lansac-Tôha, F. A. Takahashi , E. A.; Bonecker, C. C.A.; Velho, L. F. M.A. & Joko, C. A. 2009. Exotic species of zooplankton in the Upper Paraná River floodplain, Daphnia lumholtzi Sars, 1885 (Crustacea: Branchiopoda). Brazilian Journal of Biology69(2, Suppl.):551-558.
  • Soares, C. E. A. & Elmoor-Loureiro, L. M. A.2011. Uma atualização da lista de Cladocera (Crustacea, Branchiopoda) do Estado de Pernambuco, Brasil. Biota Neotropica11(2):409-414.
  • Sommer, F.; Santer, B.; Jamieson, C.; Hansen, T. & Sommer, U. 2003. Daphnia population growth but not moulting is a substancial phosphorous drain for phytoplankton. Freshwater Biology48:67-74.
  • Tessier, A. J.; Bizina, E. V. & Geedey, C. K. 2001. Grazer-resource interactions in plankton: Are all daphniids alike? Limnology and Oceanography 46:1585-1595.
  • Voigt, H. & Hülsmann, S. 2001. Do fast increasing food conditions promote the midsummer decline of Daphnia galeata? Hydrobiologia 442:253-259.
  • Wantzen, K. M. 1998a. Effects of siltation on benthic communities in clear water streams in Mato Grosso, Brazil. Verhandlungen der Internationalen Vereinigung für Theoretische und Angewandte Limnologie 26:1155-1159.
  • Wantzen, K. M. 1998b. Effects of suspended sediments on aquatic organisms in streams in the Upper Rio Paraguay Basin. In: Lieberei, R.; Bianchi, H. & Vob, K. ed. Proceedings of the third SHIFT-Workshop, Manaus march 15-19, 1998. Bonn, Bundesministerium fur Bildung und Forschung, p. 519-528.
  • Zanata, L. H.; Espíndola, E. L. G.; Rocha, O.& Pereira, R. H. G. 2003. First record of Daphnia lumholtzi (Sars, 1885), exotic cladoceran, in São Paulo State (Brazil). Brazilian Journal of Biology63(4):717-720.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    28 Nov 2016
  • Aceito
    06 Fev 2017
Museu de Ciências Naturais Museu de Ciências Naturais, Secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Rua Dr. Salvador França, 1427, Jardim Botânico, 90690-000 - Porto Alegre - RS - Brasil, Tel.: + 55 51- 3320-2039 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: iheringia-zoo@fzb.rs.gov.br