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Resistência de alguns vírus à ação oligodinâmica da prata

Resistence of some viruses to the silver oligodynamic action

Resumos

Tentamos verificar, em algumas experiências, a ação oligodinâmica da prata sôbre os vírus da coriomeningite linfocitária benigna, amostra WE, da poliomielite, amostra MEF1, e da vacina, amostra do Instituto Oswaldo Cruz, como o haviamos feito com o vírus da gripe, amostras PR8 e DL/Rio. Nas provas usamos recipientes de barro, recobertos de fina camada de prata na parede interna, ou aquêles em que a prata, sob a forma de pó se misturava ao próprio barro. Esses recipientes são denominados, no comércio, moringas esterilizantes. Colocou-se, no seu interior, a emulsão a 10% do tecido cerebral contendo o vírus da coriomeningite linfocitária ou da poliomielite, verificando-se o seu poder patogênico para camundongos, em intervalos regulares, pela injeção intracerebral de 0,03 ml do material. Os resultados, que podem ser vistos nos Quadros 1 e 2, indicam que aquêles virus resistem à ação oligodinâmica da prata. No caso do vírus da vacina, a diluição foi colocada, da mesma maneira, nos referidos recipientes. O vírus apresentou, também, completa resistência, conforme se vê nas figuras de 1, 2 e 3. Experiências testemunhas feitas com Micrococcus pyogenes e Escherichia coli, cujas suspensões foram igualmente colocadas nas moringas esterilizantes, revelaram que as bactérias não sobreviviam além de 20 horas. Frizamos, na publicação sôbre vírus da gripe, que o referido fenômeno é importante porque sabemos que o efieto oligodinâmico se observa sôbre microorganismos como bactérias, protozoários e outros seres vivos, alterando as suas propriedades ou matando-os sendo, portanto, interessante sob o ponto de vista biológico. O fenômeno pode ainda ser aplicado para o isolamento de vírus, quando em contaminação com bactérias.


We have tried to verify, in some experiments, the silver oligodynamic action upon the lymphocytic choriomeningitis virus, WE strain the poliomyelitis virus, MEF1 strain, and the vaccinia virus, Instituto Oswaldo Cruz strain, as we have done with the influenza virus, PR8 strain and DL/Rio strain. In the tests we used clay pitchers covered in the inner surface with a thin layer of silver of with powdered silver mixed with the clay material. The 10 per cent infectious cerebral emulsion of the lymphocytic choriomeningitis virus or of the poliomyelitis virus were put into the pitcher and the pathogenic power for mice verified, at regular intervals, by the intracerebral injection of 0,03 ml. The results expressed in the tables 1 and 2 indicates that those viruses resist the silver oligodynamic action. In the case of the vaccinia virus, the dilution was put into the pitcher in the same way. The virus presented, too, complete resistence, as we can see in the figures 1, 2 and 3. Control experiments made with Micrococcus pyogenes and Escherichia coli, put into the pitchers with silver, showed that the bacteriae were dead after 20 hours. As we emphasized in the paper about the influenza viruses, the reported phenomenon is important because we know that the oligodynamic effect is observed upon microorganisms like bacteria, protozoa and other living beeings altering its properties or killing them and, therefore, intersting from the biological point of view. The phenomenon can also be applied to the isolation of viruses with bacterial contamination.


RESUMOABSTRACT

Resistência de alguns vírus à ação oligodinâmica da prata

J. Guilherme Lacorte1

Estácio Monteiro1

J. Carvalho Loures1

Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil

Tentamos verificar, em algumas experiências, a ação oligodinâmica da prata sôbre os vírus da coriomeningite linfocitária benigna, amostra WE, da poliomielite, amostra MEF1, e da vacina, amostra do Instituto Oswaldo Cruz, como o haviamos feito com o vírus da gripe, amostras PR8 e DL/Rio. Nas provas usamos recipientes de barro, recobertos de fina camada de prata na parede interna, ou aquêles em que a prata, sob a forma de pó se misturava ao próprio barro. Esses recipientes são denominados, no comércio, moringas esterilizantes. Colocou-se, no seu interior, a emulsão a 10% do tecido cerebral contendo o vírus da coriomeningite linfocitária ou da poliomielite, verificando-se o seu poder patogênico para camundongos, em intervalos regulares, pela injeção intracerebral de 0,03 ml do material. Os resultados, que podem ser vistos nos Quadros 1 e 2, indicam que aquêles virus resistem à ação oligodinâmica da prata. No caso do vírus da vacina, a diluição foi colocada, da mesma maneira, nos referidos recipientes. O vírus apresentou, também, completa resistência, conforme se vê nas figuras de 1, 2 e 3. Experiências testemunhas feitas com Micrococcus pyogenes e Escherichia coli, cujas suspensões foram igualmente colocadas nas moringas esterilizantes, revelaram que as bactérias não sobreviviam além de 20 horas. Frizamos, na publicação sôbre vírus da gripe, que o referido fenômeno é importante porque sabemos que o efieto oligodinâmico se observa sôbre microorganismos como bactérias, protozoários e outros seres vivos, alterando as suas propriedades ou matando-os sendo, portanto, interessante sob o ponto de vista biológico. O fenômeno pode ainda ser aplicado para o isolamento de vírus, quando em contaminação com bactérias.

We have tried to verify, in some experiments, the silver oligodynamic action upon the lymphocytic choriomeningitis virus, WE strain the poliomyelitis virus, MEF1 strain, and the vaccinia virus, Instituto Oswaldo Cruz strain, as we have done with the influenza virus, PR8 strain and DL/Rio strain. In the tests we used clay pitchers covered in the inner surface with a thin layer of silver of with powdered silver mixed with the clay material. The 10 per cent infectious cerebral emulsion of the lymphocytic choriomeningitis virus or of the poliomyelitis virus were put into the pitcher and the pathogenic power for mice verified, at regular intervals, by the intracerebral injection of 0,03 ml. The results expressed in the tables 1 and 2 indicates that those viruses resist the silver oligodynamic action. In the case of the vaccinia virus, the dilution was put into the pitcher in the same way. The virus presented, too, complete resistence, as we can see in the figures 1, 2 and 3. Control experiments made with Micrococcus pyogenes and Escherichia coli, put into the pitchers with silver, showed that the bacteriae were dead after 20 hours. As we emphasized in the paper about the influenza viruses, the reported phenomenon is important because we know that the oligodynamic effect is observed upon microorganisms like bacteria, protozoa and other living beeings altering its properties or killing them and, therefore, intersting from the biological point of view. The phenomenon can also be applied to the isolation of viruses with bacterial contamination.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Set 2009
  • Data do Fascículo
    Out 1959
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