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Hermenêutica e saúde: reflexões sobre o pensamento de Hans-Georg Gadamer

Hermenéutica y salud: reflexiones sobre el pensamiento de Hans-Georg Gadamer

Resumos

Este artigo tem como objetivo contribuir para a utilização da hermenêutica de Gadamer na prática de enfermagem. Reflete acerca da incorporação do paradigma conceitual sobre a saúde, o cuidado e o diálogo terapêutico. Na primeira parte, apresenta a discussão dos conceitos Gadamerianos da obra Verdade e Método, a filosofia hermenêutica proposta pelo filósofo e finaliza com a articulação do conceito de saúde apresentado na obra O Caráter Oculto da Saúde, que propõe o cuidado mediado pelo diálogo terapêutico e sua utilização pelos profissionais de enfermagem.

Assistência à saúde; Cuidados de enfermagem; Filosofia em enfermagem


Este artículo tiene como objetivo contribuir a la utilización de la hermenéutica de Gadamer en la práctica de la enfermería. Reflexiona sobre la incorporación del paradigma conceptual sobre la salud, el cuidado y el diálogo terapéutico. En la primera parte, lleva a la discusión de los conceptos Gadamerianos de la obra Verdad y Método, la filosofía hermenéutica propuesta por el filósofo, y finaliza con la articulación del concepto de salud presentado en la obra El Carácter Oculto de la Salud, que propone el cuidado intermediado por el diálogo terapéutico y su utilización por parte de los profesionales de enfermería.

Prestación de atención de salud; Atención de enfermería; Filosofía en enfermería


This article has as its objective the desire to contribute to nursing practice with the use of Gadamer's hermeneutics. It reflects on the incorporation of the conceptual paradigm of health, care and therapeutic dialogue. In the first section the article discusses the Gadamerian concepts of the work Truth and Method, the hermeneutics philosophy proposed by the philosopher, and it concludes with the articulation of the health concept presented in the work The Hidden Character of Health, which proposes care mediated by therapeutic dialogue and its use by nursing professionals.

Delivery of health care; Nursing care; Philosophy, nursing


ESTUDO TEÓRICO

Hermenêutica e saúde: reflexões sobre o pensamento de Hans-Georg Gadamer

Hermenéutica y salud: reflexiones sobre el pensamiento de Hans-Georg Gadamer

Janieiry Lima de AraújoI; Elisabete Pimenta Araujo PazII; Thereza Maria Magalhães MoreiraIII

IMestre em Cuidados Clínicos em Saúde pela Universidade Estadual do Ceará. Docente do Curso de Enfermagem do Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Pau dos Ferros, RN, Brasil. janierylima@uern.br

IIDoutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. bete.paz@gmail.com

IIIDoutora em Enfermagem. Professora dos Programas de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Saúde e em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará. Líder do Grupo de Pesquisa Políticas, Saberes e Práticas em Saúde Coletiva. Pesquisadora CNPq. Fortaleza, CE, Brasil. tmoreira@uece.br

Endereço para correspondência: Endereço para correspondência: Janieiry Lima de Araújo Rua José Ferreira da Costa, 41 - COHAB CEP 59900-000 - Pau dos Ferros, RN, Brasil

RESUMO

Este artigo tem como objetivo contribuir para a utilização da hermenêutica de Gadamer na prática de enfermagem. Reflete acerca da incorporação do paradigma conceitual sobre a saúde, o cuidado e o diálogo terapêutico. Na primeira parte, apresenta a discussão dos conceitos Gadamerianos da obra Verdade e Método, a filosofia hermenêutica proposta pelo filósofo e finaliza com a articulação do conceito de saúde apresentado na obra O Caráter Oculto da Saúde, que propõe o cuidado mediado pelo diálogo terapêutico e sua utilização pelos profissionais de enfermagem.

Descritores: Assistência à saúde; Cuidados de enfermagem; Filosofia em enfermagem

RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo contribuir a la utilización de la hermenéutica de Gadamer en la práctica de la enfermería. Reflexiona sobre la incorporación del paradigma conceptual sobre la salud, el cuidado y el diálogo terapéutico. En la primera parte, lleva a la discusión de los conceptos Gadamerianos de la obra Verdad y Método, la filosofía hermenéutica propuesta por el filósofo, y finaliza con la articulación del concepto de salud presentado en la obra El Carácter Oculto de la Salud, que propone el cuidado intermediado por el diálogo terapéutico y su utilización por parte de los profesionales de enfermería.

Descriptores: Prestación de atención de salud; Atención de enfermería; Filosofía en enfermería

INTRODUÇÃO

A hermenêutica ou arte da interpretação representa para o século XX uma importante corrente do pensamento filosófico e das ciências humanas e sociais. Esta se apresenta como uma possibilidade metodológica potencializadora da mobilidade (movimentação) e da atitude epistemológica na pesquisa em saúde e enfermagem. Assim, a arte da compreensão não trata apenas da interpretação de textos como tradicionalmente são pensados os estudos hermenêuticos. Ao contrário, o processo de entendimento está presente em todo processo da experiência de vida em que a linguagem escrita, falada ou simbólica demonstra aspectos da realidade humana(1).

Etimologicamente, interpretar significa ajuizar a intenção, o sentido de explicar, explanar ou aclarar o sentido de cada palavra, texto ou gesto(2). Mais do que esta definição, a hermenêutica toma o sentido de algo a revelar, a ser descoberto e também desvelar os significados ocultos em um texto e na linguagem. Seu uso permite que se chegue à compreensão do homem, de seu mundo, sua história e o próprio existir humano. Interpretar está relacionado à natureza do homem, sendo uma tarefa criadora que o atinge no âmbito particular e, também, no público, das relações que o eu estabelece com os outros(3).

[De fato] A hermenêutica começa a vida como um procedimento ou técnica para a interpretação de textos sagrados e clássicos. A interpretação envolve mais que uma investigação filosófica das origens históricas e significados das palavras, ela pode ser vista como um elemento no processo, no ato ou evento do entendimento em si. (...) todo entendimento é interpretação, demonstra que as hermenêuticas estão envolvidas em todos os atos de entendimento (...) são universais: aquilo que acontece quando interpretamos um texto é o que acontece quando procuramos entender qualquer coisa em nosso mundo sociocultural, seja o significado da vida ou uma interpretação mais comum dos objetos diários, das ideias e situações(4).

Na contemporaneidade, os estudos hermenêuticos alcançaram expressividade e reconhecimento devido às contribuições do filósofo alemão Hans-Georg Gadamer (1900-2002), que foi influenciado pelo pensamento e obras de outros filósofos como Platão, Aristóteles, Hegel, Husserl, Heidegger, Nietszche, entre outros pensadores(1,5). Na proposição da sua hermenêutica filosófica, Gadamer mostra-se interessado pelo ético e humano. Ele coloca que é na ruptura com o espírito instrumental, fortemente presente na modernidade, e na necessidade de elaboração de metodologias mais apropriadas aos diferentes objetos, mediante o autêntico diálogo, que está o centro da sua discussão sobre Verdade e Método(5).

A HERMENÊUTICA FILOSÓFICA DE GADAMER

Gadamer é considerado um intelectual de pensamentos amplos; a ideia central dos seus escritos é que todo entendimento ou ato de compreensão se processa essencialmente a partir do diálogo e que é mediante o estudo aprofundado sobre a realidade que adquirimos conhecimento, sendo que sua aplicabilidade prática, a práxis, ocorre por processo histórico experiencial(4,6).

O filósofo não se preocupa em questionar quais são as condições de possibilidade do conhecimento, não está preocupado em determinar qual o método que se vai seguir para se chegar ao conhecimento. Importa perguntar o que acontece quando se compreende algo, pois este acontecimento do ato de compreender já se coloca como um evento de determinação da verdade(7).

A proposta filosófica gadameriana não se constituiu na destruição da validade do método científico, mas em justificar que, ao filosofar, é mais própria a arte de dialogar que a técnica de dissecar temas e problemas(5).

Na década de 1960, publica sua obra-prima Verdade e Método - Traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica, na qual consolida sua crítica à experiência da procura da verdade e da determinação do método como critério científico. Suas ideias são apresentadas em três momentos: (1) a experiência da arte como o caminho e o modo de ser da hermenêutica; (2) a compreensão como categoria basilar das discussões das ciências históricas do espírito, momento em que Gadamer analisa a hermenêutica sob a ótica de Schleiermacher, que a conceituou como disciplina auxiliar subordinada a dialética, do historicismo e consciência histórica de Dilthey e da fenomenologia de Husserl e Heidegger, os quais introduzem a diretriz da hermenêutica da facticidade; e (3) o desenvolvimento da filosofia da linguagem como experiência humana no trilhar dos caminhos da construção do pensamento(7).

Assim, para Gadamer, a hermenêutica

(...) encontra-se diante do desafio do incompreensível e, por meio daí, ela é trazida para o caminho do questionamento e obrigada a compreender. Nisso não reside de maneira alguma um assenhoramento previamente estabelecido sobre tudo aquilo que é dotado de sentido. Ao contrário, tem-se aí muito mais uma resposta ao desafio que sempre se renova de não poder compreender algo que se mostra como algo espantosamente outro, alheio, obscuro - e talvez profundo que precisaríamos compreender(8).

O esforço da hermenêutica consiste em explicitar o que queremos dizer quando falamos uns com os outros e o que gostaríamos de mostrar ao outro - a fim de aprender por nós mesmos quando falamos uns com os outros(8). Consiste, portanto, no desvelamento do sentido da palavra dita, na fala ou no texto escrito, mas que de modo singular se processa no diálogo e na construção da linguagem.

Gadamer sofreu influência de seu professor, Martin Heidegger, que buscou explicitar o sentido do ser que todos somos, ou como ele denomina, Dasein. O dasein em sua existência é o único ser que pode se questionar, questionar o sentido de seu ser, empreender uma busca sobre si. Heidegger dizia que Existir é interpretar e, mais do que isto, a compreensão prévia de si também pertence ao ser. Portanto, somos interpretação e compreensão no mundo da existência e vivência no mundo.

Do encontro de Gadamer com a filosofia heideggeriana, percebe-se o interesse mútuo na filosofia Aristotélica. Para Heidegger, Aristóteles antecede a discussão sobre o 'Ser' e antever o discurso proferido pela fenomenologia de Husserl. Nesse sentido, (...) não se trata tanto de um retorno à filosofia de Aristóteles, mas antes de uma travessia por ele(8). O ser, portanto, é o que se acha diante de nós. É na essência do ser, que não é um ente, que a verdade se desvela e se clarifica.

O ser é compreendido ou concebido, ou pensado. (...) Ele é falado, ou seja, é assim que se fala sobre isso. (...) Tudo isso designa a linguagem e aquilo que a linguagem diz. (...) A lógica da tradição, [que] se transforma na vitalidade de uma realidade ligada ao mundo de vida. Essa lógica vem ao nosso encontro como linguagem(9).

Mas o que seria linguagem nesse sentido? Por que é imprescindível que vivamos em constante diálogo uns com os outros, com o objetivo do entendimento de si mesmos e de si como o mundo? Como resposta, Gadamer, que foi além da interpretação heideggeriana(8), nos fala que:

A linguagem da filosofia e sua conceptualidade pertencem por toda parte à conexão vital da língua respectivamente falada. Assim, essa língua toma parte no papel que a linguagem em geral desempenha enquanto acesso ao mundo. (...) A linguagem enquanto linguagem é velada porque ela sempre tem em vista algo a cada vez. A linguagem só é verdade onde há diálogo, ou seja, na convivência, e é de fato misterioso como é que ela está em obra aí. A convivência é a nossa situação vital e entrar em acordo na convivência é a tarefa que é colocada para cada um de nós.

Portanto, o ato interpretativo do fenômeno ocorre quando o ser humano busca no seu cotidiano entender a si mesmo, e também nas relações que estabelece com o outro, num movimento de construção da subjetividade e da intersubjetividade. Sobre esse entendimento do eu consigo mesmo e do eu com o outro, aponta que mesmo no outro e no diverso pode-se realizar uma espécie de encontro consigo mesmo. Mais urgente do que nunca, porém, se tornou a tarefa de aprender a reconhecer no outro e na alteridade o comum(9). Dessa forma,

(...) não buscamos o diálogo apenas para compreender melhor os outros. Ao contrário, nós mesmos é que somos muito mais ameaçados pelo enrijecimento de nossos conceitos ao querermos dizer alguma coisa e ao buscarmos o acolhimento do outro. (...) O problema não está em não compreendermos o outro, mas em não nos compreendermos. Precisamos quando buscamos compreender o outro, fazemos a experiência hermenêutica de que precisamos romper uma resistência em nós, se quisermos ouvir o outro enquanto o outro. Essa é, então, realmente uma radical determinação fundamental de toda existência humana e ela domina até mesmo a nossa assim chamada autocompreensão(8).

A noção de compreender é o centro da elaboração do pensamento hermenêutico gadameriano, sendo que tal atitude epistemológica não se reduz ao comportamento de objetivação frente ao objeto dado. Compreender consiste num movimento de pertencimento do sujeito ao ser daquilo que é compreendido(7). Na filosofia hermenêutica, o dado assume outra definição. Ao ser questionado sobre o que é o dado, Gadamer afirma que somente quem não responde àquilo que se pode medir e se abre para essa pergunta saberá o que é a filosofia hermenêutica(10).

Na perspectiva hermenêutica, ler é interpretação, olhar é interpretação, pensar é interpretação, tocar é interpretação, sentir é interpretação; portanto, são aspectos do entendimento humano sobre o mundo, a ciência e a filosofia - sobre nossa vida existencial e social. Nesse ponto, a linguagem assume o papel de dar significação fundamental para o conjunto da história interior do pensamento. Na sua essência, reside o enigmático da denominação e do significado do nome. Nesse aspecto, palavra e coisa parecem, à primeira vista, unidas uma a outra de maneira indissolúvel, mas não o são(8).

A melhor palavra escolhida tem a função de desencadear o discurso, que, por sua vez, tem por finalidade possibilitar o caminho para o diálogo, ou seja, o entendimento. Elas, as palavras, possuem familiaridade e obviedade próprias. Elas evocam algo como nome, que designa um chamar(8).

(...) para desempenhar a sua significação, uma palavra precisa poder ser compreendida; e quando ela vem ao nosso encontro no contexto do discurso, serve a um acordo quanto àquilo que não é apenas uma palavra que diz. (...) A verdade do dito não é aquilo ao que a palavra visava, mas o desvelamento daquilo que se encontra no discurso. (...) O que há de propriamente de misterioso na linguagem é o fato dela deixar ver, de modo que algo que se apresenta [algo aproximado] daquilo que denominei a verdade da palavra(8).

Nesse sentido, as hermenêuticas filosóficas são os processos interpretativos dos entendimentos possíveis sobre a experiência humana, contida na palavra, na linguagem, na tradição e no cotidiano. Este 'entender' ocorre no interior do diálogo entre os homens, do eu consigo mesmo (subjetividade) e do eu com o outro (intersubjetividade), ou seja, no crescimento conjunto pré-ordenado das relações socioculturais entre os homens em convivência linguística (diálogo). É no diálogo que o eu se confronta constantemente com o outro, o diverso, o estrangeiro, o novo. Esse confronto comunicativo ocorre precisamente

(...) Porque nós mesmos não somos pessoas quaisquer que estão em qualquer lugar, mas somos nós mesmos quem nós somos, isso nos torna pela primeira vez efetivamente conscientes de quem nós somos e do que pode vir acontecer com nós todos(9).

A hermenêutica não é uma metodologia exclusiva das ciências humanas, mas uma tentativa de compreender o que são verdadeiramente as ciências humanas para além de sua autoconsciência metodológica, o que as liga à totalidade de nossa experiência humana(7). Para melhor esclarecimento, temos que:

A hermenêutica é a arte do entendimento. Parece especialmente difícil entender-se sobre os problemas da hermenêutica, pelo menos enquanto conceitos não claros de ciência, de crítica e de reflexão dominarem a discussão. E isso porque vivemos numa era em que a ciência exerce um domínio cada vez maior sobre a natureza e rege a administração da convivência humana, e esse orgulho de nossa civilização, que corrige incansavelmente as faltas do êxito e produz constantemente novas tarefas de investigação cientifica, onde se fundamentam o progresso, o planejamento e a remoção de danos, desenvolve o poder de uma verdadeira cegueira. No enrijecimento desse caminho rumo a uma configuração progressiva do mundo pela ciência, perpetua-se um sistema no qual a consciência prática do indivíduo se submete resignada e cegamente ou então se rebela revoltosa, e isto significa, não menos cega(11).

A hermenêutica não é ametódica ou antimetódica. Ela trabalha em outra perspectiva metodológica, diferente da metodologia científica(8). Na base do seu pensamento, reside na crítica ao espírito instrumental da modernidade. Todavia, o filósofo não é contrário ao conhecimento das ciências naturais, isto é uma falsa interpretação do seu pensamento; Gadamer respeita a ciência moderna. O que se tem, de fato, é que há limites da própria pesquisa científica, pois o método [científico] não é cânone único e universal, nem do conhecimento, nem da verdade(5).

Os conceitos da Filosofia(7,11-12) para compreensão hermenêutica da realidade são: Compreensão e entendimento; Lógica da pergunta e da resposta (vista num processo de interação); Restabelecimento da tradição, da autoridade e do preconceito (sobre os envolvimentos pré-reflexivos a cerca dos fenômenos humanos); Consciência histórica efetiva (ou histórica efeitual); Temporalidade (problemas de entendimento ocorrem na compreensão do passado a partir do presente, pois o tempo não é cronológico, mas vivido); Fusão de horizontes (no sentindo de unir dialogicamente perspectivas ou visões de mundo) e do conceito de saúde, doença, cuidado e tratamento, discutidos nos textos sob o título O caráter oculto da saúde(12).

A compreensão, em princípio, é entendimento, significa uns se entenderem com os outros. Na perspectiva hermenêutica, os seres humanos, na maioria das vezes, entendem-se ou fazem um movimento (mobilidade) interior e relacional com o outro, em busca de atos de entendimentos ou acordos consensuais. Não só o compreender e o interpretar, mas também, o aplicar, [pois] o compreender a si mesmo forma parte do proceder hermenêutico(5).

A compreensão dos significados pelo interprete ocorre a partir de suas pré-estruturas de compreensão; o interprete pertence a um determinado campo de conhecimento e de cultura, ele não chegou vazio onde se encontra, veio trabalhado, condicionado pelo ser histórico que é, ele dirige-se ao texto com seus preconceitos, prejulgamentos, questões e suposições, ocorrendo um diálogo perfeito entre o intérprete e a obra, denominado de fusão de horizontes(13).

Para compreender se faz necessário um estranhamento, ou seja, o entendimento ocorre a partir do aparecimento de um transtorno, este concretizado numa pergunta colocada, que pressupõe abertura, mas também delimitação(7). Assim, o caminho para compreender começa no exercício da negação, do estranhamento (de quem quer conhecer), pois as palavras e os discursos dizem muito mais do que esta na aparência do dito. Quem interpreta precisa levar em conta as individualidades contextualizadas das manifestações linguísticas, ou seja, o enigma que se esconde na construção do pensamento e que se materializa através da linguagem e do diálogo.

O primado da hermenêutica está na experiência do perguntar, pois, se quisermos clarificar nossa compreensão, é na essência da pergunta que encontraremos as trilhas para o saber. Para perguntar, é preciso querer saber, isto é, saber que não se sabe(7). Dessa forma, a pergunta toma à dianteira, se constrói no pensar, na inquietude de querer entender, a arte de perguntar se mostra aberta ao diálogo, ao encontro com o outro, na busca do comum a todos nós, o entendimento.

Acerca da lógica da pergunta e da resposta, percebemos que a primazia hermenêutica está na experiência do perguntar. O conceito de pergunta é a chave das filosofias hermenêuticas, a pergunta deve ter sentido, ser pertinente, sentido este que se refere à orientação aos pressupostos das possíveis respostas. O sentido [direção] de perguntar consiste em colocar em aberto àquilo sobre o que se pergunta em sua questionabilidade. Ele [o sentido] tem que ser colocado em suspenso de maneira que se equilibrem o pró e o contra(7).

Ainda nesse caminho do entendimento do pensar humano (a subjetividade e a intersubjetividade), o filósofo alemão, retoma na sua obra as questões em que propõe o restabelecimento da tradição, da autoridade e do preconceito. Sob esses conceitos, Gadamer(7) constrói sua crítica ao pensamento moderno e desmistifica interpretações pejorativas sobre o que sejam tais proposições.

Assim, a autoridade pode ser vista oposta à razão e à liberdade. Esta não tem nada a ver com a cega obediência aos comandos, mas ao conhecimento e reconhecimento desses comandos, mediados pelo processo pedagógico. Ter autoridade sobre algo é ter conhecimento e esse conhecer é alcançado e reconhecido na tradição. O que não se pode esquecer é que sempre somos parte daquilo que queremos entender e que não existe um único caminho para a verdade. A tradição hermenêutica rejeita o mundo unitário do conhecimento, o que se tem são verdades, aspectos diferenciados da mesma realidade, construída na autoridade e na tradição(7).

A palavra tradição deriva do latim traditio, cujo verbo tradere significa ceder ou dar alguma e se refere ao processo de passar adiante alguma coisa, algum ensinamento, num movimento geracional. A tradição vai além do fundamento racional e, em grande, parte determina nossas instituições e atitudes. Sua reabilitação se justifica por ser uma importante noção da teoria social e cultural. A ela cabe a atividade de transmitir o conhecimento, a tradição. Portanto, é uma força vital inserida na cultura dos homens e a transmissão do conhecimento de geração em geração é uma ação reflexiva, pois a tradição é linguagem e nunca podemos escapar dela, uma vez que sempre nela nos encontramos.

Discorrendo sobre os conceitos tradição, preconceito e autoridade, nos esclarece que, sob a ótica de Gadamer:

Tradición e autoridad son dos categorías inherentes a la conciencia da la experiencia humana en cuanto ella es sorprendida por la razón en su dinamismo completo, encarnado e histórico. La descalificación sumaria de ambas as categorías prevalece allí donde un afán metódico apriorístico se instaura como un cualificador del análisis de la experiencia humana. La a-historicidad y el espíritu de ruptura del la filosofía del Cogito epistemológico halla su ocasión en factores contextuales no siempre examinados en cuanto tales, pero se determina desde o presupuesto de constituir el sistema completo y autónomo del saber. Se busca una clave de seguridad analítica, no tanto para comprender las cosas misma, sino para descartar los significados que impiden un control del conjunto de la experiencia, bajo el axioma de que sólo se conoce lo que se produce. (...) Gadamer coloca su empeño teórico en las experiencias antropológicas básicas que preforman ulteriores aproximaciones epistemológicas y regulaciones de la vida práctica, sin prescindir del estatuto "previo e fundamenta" de la cuestión del ser que cualifica a todo intento filosófico (...) La pré-compréncion práctica do Dasein, en lugar de ser recolectada en su integridad y llevada a su instancia auto-consciente, más bien si encierra sobre alguna de sus posibilidades derivadas, circunstancialmente más plausible: p.e., como subjetividad, vitalidad, psiquismo asociativo, emotividad, etc(14).

Nisso consiste a base da crítica de Gadamer à razão instrumental humana, pois a superação de todos os prejuízos ou preconceitos da vida moderna se manifesta, ela mesma, num prejuízo ou preconceito da experiência, cuja revisão abrirá caminho para uma compreensão apropriada na essência do nosso ser, ou seja, da nossa consciência histórica diante da realidade vivida, sobre o solo da cultura e da tradição(14).

Ao propor a existência da consciência histórica efeitual ou histórico efetivo, Gadamer(7) defende que o entendimento é essencialmente histórico, sempre ocorre contra um pano de fundo de entendimentos e envolvimentos históricos prévios. Para o filósofo, os atos de entendimentos são considerados efetivos ou efeituais, pois têm efeito sobre a própria consciência. Esses termos são usados para demonstrar que a consciência histórica sempre existe como efeito do passado no presente, refletindo o futuro. Sobre o presente, diz que esse 'agora' não representa apenas uma posição pontual do contínuo dos agoras que se seguem uns aos outros. Ao contrário, ele é um agora, que contém em si o seu passado e o seu futuro(9).

Através da hermenêutica é possível dar conta das possibilidades da compreensão da finitude humana a partir das ciências do espírito, tendo a responsabilidade de encerrá-la no lócus do contexto existencial da comunicação para buscar seu entendimento(15). Assim, a consciência histórica está presente em um processo interpretativo sobre algo experienciado na vida humana, o que nos leva a compreender que sempre existirá uma verdade desvelada, com efeito do passado no presente e reflexo no futuro, a temporalidade do viver e existir.

Sobre a temporalidade, aponta que tal conceito não nos remete a pensar as mudanças da vida humana como algo cronologicamente determinado, mas como modificações que se processam no tempo vivido, relacional e interativo das experiências humanas, numa união de perspectivas ou horizontes de vida(7).

O horizonte não é fixo, quando aplicamos isso à mente, podemos falar das limitações de horizontes, da provável expansão de horizontes, da abertura de novos horizontes. Pressupõe o encontro de modos diferentes de ver o mundo, resultante do processo de aculturação mediado pelo o uso da linguagem e da tradição. Sugere que a perspectiva de horizonte nos leva a ampliar nosso olhar sobre o mundo e sobre as coisas do mundo(7).

Ter um horizonte é ter uma perspectiva de visão sobre o mundo vivido. Esse olhar remete o uso da linguagem; portanto, um horizonte pode ser colocado em encontro com outro horizonte, num processo de fusão, ou seja, de acordos linguísticos. Assim, todo entendimento do presente acontece a partir de um horizonte interconectado com o passado, vislumbrando um futuro. Este é o caráter da tradição em si: os diversos modos de olhar o mundo são feitos do passado, presente e futuro.

A CONCEPÇÃO DE SAÚDE E CUIDADO NA ABORDAGEM GADAMERIANA

Em seu trabalho intitulado O Caráter Oculto da Saúde, Gadamer(12) discute como o pensamento hermenêutico traz contribuições importantes para o campo da produção do conhecimento nas ciências da saúde. Essa discussão é uma das preocupações no mundo atual, no qual a ciência moderna e seus avanços biotecnológicos se apresentam em dupla face: uma face de positividade, percebida pelo salto na produção e nas descobertas científicas no campo dos problemas e do cuidado em saúde, e, na outra face, a negatividade, que reduz o conhecimento em saúde a simples variáveis mensuráveis e o cuidado à pessoa humana a seus aspectos fisiopatológicos. Para ele, (...) importa alcançar o equilíbrio entre a capacidade de fazer e o querer e fazer responsável que consiste o cuidado em saúde(12).

Assim, acerca do entendimento conceitual sobre a saúde, nos faz pensar sobre as práticas de cuidado dos profissionais de saúde, dentre estas, as de enfermagem(12).

Para o filósofo, o ato de cuidar envolve a capacidade de fazer, o querer e fazer responsável(12). Nestas três circunstâncias residem as possibilidades e limites das nossas tomadas de decisões acerca da avaliação, do planejamento e da execução do cuidado integral à saúde. Para melhor entendimento do que seja a saúde, Gadamer diz que ela está associada a um estado de equilíbrio. Assim,

O equilíbrio é como a ausência de gravidade, já que os pesos se compensam. A perturbação do equilíbrio somente pode ser afastada através de um contrapeso. Mas, a cada tentativa de compensar uma perturbação com um contrapeso, já acontece a ameaça de uma nova perda inversa de equilíbrio. [Portanto], (...) a manutenção do equilíbrio é um modelo bem instrutivo (...) que mostra que há perigo de toda intervenção. Sempre há ameaça de se fazer demais. (...) [Saúde] (...) é o ritmo da vida, um processo contínuo, no qual o equilíbrio sempre volta a se estabilizar(12).

A saúde depende de muitos fatores; ao final da busca pelo restabelecimento do equilíbrio e da harmonia, encontra-se não somente a saúde, mas também a reintrodução do usuário na sua antiga posição na vida cotidiana. Isto é o que buscamos ao desenvolver o tratamento mais apropriado, mediado pelo diálogo terapêutico, que é a recuperação plena, cujo alcance, com certeza, não é apenas da competência dos profissionais de saúde; há a necessidade da colaboração da pessoa que se encontra em estado de desequilibro (doença) de agir também para sua recuperação(12).

A doença, a partir deste conceito, seria a expressão da perturbação a este estado de equilíbrio, impulsionando o homem a buscar medidas para a sua correção como, por exemplo, buscar no serviço de saúde a ajuda do médico ou enfermeiro. O discurso das práticas do cuidar sob o viés gadameriano aponta que a saúde do homem reflete momentos de equilíbrio e desequilíbrio. Tornar-se sadio é, então, como um retorno às vias vitais que levam em si o restabelecimento(12).

Se o equilíbrio se perturba, há a manifestação do sofrimento manifesto sob a doença ou agravo no corpo biológico ou social. Para o filósofo, nem sempre estamos completamente sadios e nem sempre doentes. O mecanismo da existência favorece um ou outro estado, que vão determinar a nossa vitalidade diante da vida.

Apresenta a saúde como um estado de equilíbrio e, como tal, algo vivenciado a partir da experiência do 'ser' diante do mundo de vida que é o seu cotidiano, construto a partir dos elementos trazidos pela cultura, intersubjetividade e linguagem. Este modo de estar no mundo traz para os profissionais do cuidado em saúde a possibilidade de abrir-se a novos horizontes conceituais sobre saúde e cuidado, com vistas para compreensão deste homem diante das manifestações complexas do seu processo saúde-doença(5).

É esta abertura a um novo entendimento conceitual sobre o desequilíbrio da saúde e a doença que possibilitará a construção do cuidar diferente do saber da biomedicina, pois esta abertura se dá ao outro, a partir de um espaço comum que é o cotidiano assistencial. Assim, os conceitos como equilíbrio, harmonia, diálogo e globalidade serão valorizados para compreender a saúde e construir projetos de cuidados terapêuticos mais condizentes com as necessidades de saúde dos indivíduos e coletivos humanos(5,12).

Portanto, o cuidado é algo presente na realidade operacional dos serviços de saúde, visto que pode ser assumido nos seus diferentes aspectos, ou seja, na promoção, proteção, manutenção e reabilitação da saúde individual e coletiva, e que deve se processar no ritmo da vida.

O cuidado indica primeiramente a necessidade de convergir à diagnose, o tratamento mais apropriado, o diálogo e a colaboração do usuário nesse momento existencial, que é a experiência da doença. Nisto consiste o diálogo terapêutico, que não se trata aqui apenas de um diálogo centrado na intersubjetividade humana, com finalidade do encontro lingüístico para entender-se uns com os outros(12).

O diálogo terapêutico vai além por suas especificidades de ter um fim a ser alcançado e por ocorrer entre o eu e o outro, mas que possuem papéis a cumprir, que são os profissionais de saúde e o ser humano vivenciando a situação de ser/estar doente. O diálogo terapêutico assume a finalidade primária, que é a vigilância da saúde com vistas à efetivação do cuidado em saúde. Neste encontro dialógico o que se busca é o restabelecer do equilíbrio perdido da saúde do ser humano, er que vivencia o momento de perturbação no seu mundo de vida(12).

O diálogo terapêutico possibilita a decisão compartilhada pelo tratamento mais apropriado à situação vivenciada no momento e, nesse momento, a situação que requer intervenção é a pessoa que vivencia a desarmonia da saúde, expressa como perturbação, no caso, como doença. O cuidado em saúde centrado no diálogo terapêutico considera o vivenciar existencial do doente diante de sua condição. Nesse encontro dialógico entre profissional e cliente, o conhecimento do terapeuta orientará a decisão terapêutica apropriada ao ritmo do viver saúde do ser humano, no sentindo de promover o retorno da harmonia que é a saúde e sua reintrodução a realização de suas tarefas cotidianas(12).

Ao afirmar que a saúde não pode ser mensurada, coloca-se em discussão os preceitos da ciência moderna, que vê a doença como centro dos cuidados biomédicos(12). Ao contrário, a saúde está ligada ao ser do indivíduo, em uma perspectiva existencial e subjetiva da experiência humana diante do mundo de vida, onde a doença se manifesta como perturbação. Tal situação de vivenciar a doença é individualizada e única, sendo que a arte da cura vai além da dimensão biológica do ato de cuidar instrumental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cuidado em saúde aos indivíduos ou aos grupos populacionais requer atitudes de corresponsabilidades entre os diversos atores envolvidos (profissionais de saúde, em especial, os enfermeiros, usuários, familiares, comunidade). Todo tratamento começa com a mão, com o tocar, com o encontro do eu com o outro. É no toque e na atitude curiosa em conhecer aquela experiência de viver a doença, ao examinar o corpo que é desconhecido, que o distanciamento entre o profissional e o usuário será abolido.

Considerando tal assertiva, o enfermeiro, que tem como objeto de trabalho o cuidado, deve atentar-se que todos os seus comportamentos e atitudes, em essência, devem ser dotados de cura (no sentido filosófico heideggeriano) e guiados para uma dedicação em prol de recuperar o equilíbrio da saúde, afetado por perturbações advindas das situações de doença que afeta o outro(15).

Orientar-se pelo pensamento Gadameriano permite a possibilidade de articulação com a saúde, fundamentando o modo de pensar e fazer da enfermagem. Ao agir de forma aberta para o outro e com disposição para ouvi-lo, o enfermeiro se permitirá dialogar com o usuário que vem em busca dos seus cuidados. Gadamer chama atenção para um ponto importante no estabelecimento do diálogo terapêutico: não haverá dialogo quando apenas o profissional com seu conhecimento técnico- científico sobre a saúde e a doença conduz o encontro com o usuário. O enfermeiro que não permite que o outro coloque o seu projeto de vida e vislumbre seus modos íntimos de cuidado dificultará a terapêutica e o restabelecimento do equilíbrio de saúde.

Os enfermeiros podem ter maior abertura para conduzir o encontro com os usuários de serviços de saúde, utilizando-se dos elementos essenciais do diálogo terapêutico: o ouvir e o escutar, o buscar o entendimento e o conhecimento do outro que vivencia a perturbação da saúde, mediado pela linguagem, pois é no que o usuário fala sobre a experiência do viver a doença, é onde se encontra as 'pistas' para decidir sobre o tratamento mais apropriado para ele.

Todos nós sabemos o quanto é difícil dialogar no mundo de hoje, onde o entendimento de uns com os outros se tornou uma das maiores dificuldades da humanidade na contemporaneidade, mas devemos tentar, pois no campo da saúde e da enfermagem, estamos sempre ao lado de nossos pacientes(16), esforçando-nos para compreender o outro em sua dinâmica de vida e saúde, proporcionando, assim, um cuidado que favoreça o outro no seu existir. Desta forma, o fundamental permanecerá como ação do cuidado: a saúde e não a doença.

Todos os comportamentos e atitudes são dotados de cura e guiados por uma dedicação(17). A cura é aquilo a que pertence a presença humana enquanto vive. Ele insiste que é preciso pensar a preocupação, a ocupação e a dedicação como cura, o que significa que esta pode encontrar-se em todo comportamento e situação da vida humana. A cura, numa visão heideggeriana, pode ser proporcionada por um cuidado eficiente que favoreça ao ser humano ter um projeto de vida, assumindo o seu ser, tornando-se livre para reconhecer e escolher suas próprias possibilidades. Para o ser portador de doença mental, provavelmente, esta pode acontecer quando ele vivencia a sua doença de modo autêntico, reconhecendo que é necessário cuidar-se e responsabilizar-se por si, para ter uma boa qualidade de vida. Pois, ao contrário do que muitos dizem, hermenêutica não é tão somente a arte de interpretar, mas sim a arte e a capacidade de compreender(7,11).

Pensando o cuidado de enfermagem no espaço da saúde, estamos nos referindo, especificamente, sobre as práticas de cuidar realizadas pelos enfermeiros no cotidiano dos serviços básicos de saúde na convivência entre eu e o outro(18). O eu e o outro somos nós, enfermeiros e clientes, que nos colocamos em constante diálogo, cujo objetivo é o cuidado terapêutico que favoreça a melhor condição de saúde aos usuários que estão cotidianamente sob nossos cuidados.

Nesse sentido, o diálogo apenas faz com que o outro, sem que se volte a se desorientar, vislumbre a possibilidade de despertar a sua própria atividade interna, a qual chama de 'colaboração'(12). Colaborar com o restabelecimento do equilíbrio da saúde, devolvendo o usuário suas capacidades de conviver com sua condição de estar doente, de trabalhar e se relacionar com os outros, de ser feliz e autocuidar-se.

Recebido: 04/05/2010

Aprovado: 11/07/2011

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  • Endereço para correspondência:

    Janieiry Lima de Araújo
    Rua José Ferreira da Costa, 41 - COHAB
    CEP 59900-000 - Pau dos Ferros, RN, Brasil
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Mar 2012
    • Data do Fascículo
      Fev 2012

    Histórico

    • Recebido
      04 Maio 2010
    • Aceito
      11 Jul 2011
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