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Cuidar de dependentes de substâncias psicoativas: percepções dos estudantes de enfermagem

Cuidado de dependientes de sustancias psicoactivas: percepciones de los estudiantes de enfermería

Resumos

Estudo exploratório de abordagem qualitativa cujo objetivo foi conhecer as percepções de estudantes de enfermagem frente ao cuidado do dependente químico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 17 estudantes de enfermagem de uma universidade pública da cidade de São Paulo, que desenvolveram estágio em serviços especializados no uso de álcool e drogas, no período de 2007 e 2009.Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo e a avaliação das falas permitiu evidenciar que o cuidar do dependente químico foi considerado interessante, porém difícil e desgastante. Como pontos positivos, os estudantes apontaram a discussão sobre a teoria e a vivência, o que possibilitou a transformação das concepções vinculadas a um modelo moral para outras, pautadas em modelos técnicos, científicos e éticos. Concluiu-se que essa estratégia de ensino pode contribuir para a mudança das percepções dos enfermeiros frente a esses pacientes.

Usuários de drogas; Transtornos relacionados ao uso de substâncias; Educação em enfermagem; Estudantes de enfermagem; Conhecimentos, atitudes e prática em saúde


Estudio exploratorio de abordaje cualitativo objetivando conocer las percepciones de estudiantes de enfermería frente al cuidado del dependiente químico. Fueron realizadas entrevistas semiestructuradas con 17 estudiantes de enfermería de una universidad pública de la ciudad de São Paulo, que desarrollaron una pasantía en servicios especializados en abuso de alcohol y drogas, entre 2007 y 2009. Se utilizó la técnica de análisis de contenido; la evaluación de los testimonios permitió demostrar que el cuidado del dependiente químico fue considerado como interesante, aunque difícil y desgastante. Como puntos positivos, los estudiantes señalaron la discusión sobre la teoría y la experiencia, lo que posibilitó la transformación de las concepciones vinculadas a un modelo moral para otras, pautadas sobre modelos técnicos, científicos y éticos. Se concluyó en que dicha estrategia de enseñanza puede contribuir al cambio de las percepciones de los enfermeros frente a tales pacientes.

Consumidores de drogas; Trastornos relacionados con sustancias; Educación en enfermería; Estudiantes de enfermería; Conocimientos, actitudes y práctica en salud


This was a qualitative exploratory study aiming to better understand the perceptions of student nurses regarding care of the chemically dependent. Semi-structured interviews were conducted between 2007 and 2009 with 17 nursing students from a public university in the city of São Paulo who were training in specialized services for abusers of alcohol and drugs. The content analysis technique was used, and the discourse evaluation revealed that care for the chemically dependent was considered interesting but difficult and exhausting. A positive outcome noted by the students was that the discussion of theory and experience enabled them to change their perceptions of the issue from a moral model base to a more technical, scientific and ethical one. It was concluded that this teaching strategy can contribute to changing the perceptions of nurses toward these patients.

Drug users; Substance-related disorders; Education, nursing; Students, nursing; Health knowledge, attitudes, practice


INTRODUÇÃO

O alcoolismo e o uso abusivo de substâncias psicoativas constituem transtornos dos mais incapacitantes na atualidade e têm uma etiologia multifatorial que envolve componentes genéticos, sociais, psicológicos e ambientais, entre outros. O consumo descontrolado e compulsivo de álcool pode ter um efeito deletério sobre a saúde do indivíduo, bem como sobre as relações e as posições sociais.

O Relatório sobre a Saúde no Mundo 2002 considera que se deve atribuir ao álcool 4,0% da carga de morbidade e 3,2% de todas as mortes no mundo. O álcool é o primeiro risco para a saúde nos países em desenvolvimento com baixa mortalidade e o terceiro nos países desenvolvidos. Na região das Américas, é o principal fator de risco entre os 27 diferentes fatores avaliados na carga de morbidade( 11. Organização Mundial da Saúde (OMS); Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Saúde nas Américas: 2007. Washington; 2007 ). O último levantamento domiciliário sobre o uso de drogas, realizado no Brasil em 2005, revelou que 12,3% da população é dependente do álcool; 10,1%, de tabaco e 1,2%, de maconha( 22. Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Nappo AS. II Levantamento domiciliar sobre uso de drogas no Brasil - 2005. São Paulo: Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina, Secretaria Nacional Antidrogas; 2006. ).

Estudo brasileiro demonstra a existência de um alto percentual de alcoolistas ocupando leitos nas enfermarias de clínicas médicas e cirúrgicas para tratamento de doenças físicas( 33. Noto AR, Moura YG, Nappo AS, Galduróz JCF, Carlini EA. Internações por transtornos mentais e de comportamento decorrentes de substâncias psicoativas: um estudo epidemiológico nacional do período de 1988 a 1999. J Bras Psiquiatr. 2002;51(2):113-21. ). Na Atenção Básica, a dependência química é subdiagnosticada( 44. Barros MA, Pillon SC. Atitudes dos profissionais do programa de saúde da família diante do uso e abuso de drogas. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2007;11(4):655-62. ).

Uma vez que estão constantemente prestando assistência a essa clientela, os enfermeiros devem estar preparados para reconhecer e atender às necessidades dessa população, que apresenta demandas específicas, quer seja pela dependência de substâncias psicoativas em si ou pelas complicações por elas originadas. Esse fato afeta também os estudantes de enfermagem, cuja formação ocorre em cenários de prática em que o problema das dependências está presente.

Apesar da presença constante de dependentes de álcool e outras drogas em serviços de saúde, alunos e enfermeiros demonstram dificuldade para abordar e manejar o paciente dependente de substâncias psicoativas, o que prejudica a assistência. As dificuldades vêm sendo claramente identificadas na literatura que aborda o tema( 55. Lopes GT, Lemos BKJ, Lima HBC, Carvalho BR, Lima LSV. Concepções de acadêmicos estudantes de enfermagem sobre usuários de drogas. Rev Bras Enferm. 2009;62(4):518-23. - 66. Navarrete PR, Luis MAV. Actitud de la enfermera de um complejo hospitalario em relacion al paciente alcoholico. Rev Latino Am Enferm. 2004;12(n.esp):420-6. ). No entanto, poucos estudos sobre a questão têm sido realizados no Brasil e a escassez de trabalhos que incluam graduandos de enfermagem é ainda mais acentuada. Essa situação continua com pouca ou nenhuma perspectiva de mudança.

Ao analisar os poucos estudos realizados com estudantes de enfermagem no Brasil( 66. Navarrete PR, Luis MAV. Actitud de la enfermera de um complejo hospitalario em relacion al paciente alcoholico. Rev Latino Am Enferm. 2004;12(n.esp):420-6.

7. Carraro TE, Rassool GH, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no sul do Brasil: atitudes e crenças dos estudantes de enfermagem sobre o cuidado. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):863-71.
- 88. Lopes GT, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no estado do Rio de Janeiro - Brasil: atitudes e crenças. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):872-9. ), constata-se que o alcoolismo está dentre as patologias mais rejeitadas por eles e suas atitudes e representações frente ao alcoolismo e ao alcoolista não são diferentes do senso comum.

Uma razão para explicar esses resultados seria a própria formação que, de modo geral, não tem oferecido informações e treinamentos suficientes sobre as dependências. O fato pode contribuir para o aumento de preconceitos, estereótipos negativos e sentimentos de inadequação para lidar com o problema, o que leva o estudante a rejeitar o alcoolismo e apresentar atitudes negativas frente ao dependente de substâncias psicoativas.

Por outro lado, o contato com esses pacientes durante a formação favorece a aceitação dos estudantes frente ao dependente e o preparo gradativo e continuado parece exercer maior impacto na mudança de atitudes e concepções relacionadas à problemática das dependências químicas que os treinamentos pontuais( 99. Vargas D, Labate RC. Trabalhar com pacientes alcoolistas: satisfação de enfermeiros de hospital geral. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):252-60. ).

Tais evidências reforçam a necessidade de investigar a formação dos enfermeiros em relação a dependência de álcool e outras drogas, a fim de diagnosticar métodos que favoreçam a mudança de atitude dos estudantes, futuros profissionais de enfermagem, frente ao dependente de substâncias psicoativas e às questões relacionadas à dependência( 99. Vargas D, Labate RC. Trabalhar com pacientes alcoolistas: satisfação de enfermeiros de hospital geral. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):252-60. ), de modo a melhorar a prática assistencial a esses pacientes no Brasil.

O objetivo deste estudo foi conhecer as percepções de estudantes de enfermagem sobre o cuidado prestado a pacientes com dependência química.

MÉTODO

Estudo exploratório de cunho qualitativo. Justifica-se a opção pela abordagem qualitativa que se destina a explorar e compreender aspectos relativos a valores, crenças e atitudes dos sujeitos. Tem como característica a capacidade de captar a maneira pela qual os indivíduos pensam e reagem a questões focalizadas, o que possibilita explorar fenômenos complexos e únicos( 1010. Merighi MAB, Praça NS. Abordagens teórico-metodológicas qualitativas: a vivência da mulher no período reprodutivo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. ), como a percepção de estudantes de enfermagem sobre o cuidado a pacientes dependentes de substâncias psicoativas.

O estudo foi desenvolvido no período de 2007 a 2009 e envolveu 17 estudantes de segundo e terceiro anos de graduação em enfermagem, regularmente matriculados em uma universidade pública da cidade de São Paulo, que haviam desenvolvido atividades práticas em serviços especializados em álcool e drogas durante a disciplina Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica.

A coleta de dados ocorreu entre agosto e outubro de 2009 e foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, com questões fechadas para caracterizar os participantes e a seguinte pergunta norteadora: Comente sobre seu estágio em saúde mental.

Foram convidados a participar do estudo todos os estudantes que atendiam aos critérios de inclusão. Os encontros foram agendados conforme a disponibilidade dos graduandos. A amostra de 17 estudantes foi delimitada pela saturação teórica dos dados, ou seja, a coleta foi encerrada quando não houve novas informações ou esclarecimentos.

As entrevistas foram realizadas nas dependências da instituição, em local reservado, garantindo-se ambiente neutro, calmo e livre de interrupções. Foram gravadas e transcritas na íntegra e levaram em média 30 minutos. Para preservar a identificação dos entrevistados, optou-se por utilizar no corpo do texto a letra 'E' seguida pelo número correspondente a cada entrevista.

As entrevistas foram utilizadas como instrumento de coleta de dados por permitirem o tratamento de assuntos de natureza pessoal, como temas complexos e escolhas individuais, além de se obterem informantes que não seriam atingidos por outros meios de investigação. O fato de conhecer previamente os participantes e manter com eles uma relação respeitosa também favoreceu o uso do instrumento( 1010. Merighi MAB, Praça NS. Abordagens teórico-metodológicas qualitativas: a vivência da mulher no período reprodutivo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. ).

Os procedimentos éticos foram certificados pela aprovação doprojeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, sob número 830/2009, e pela assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelos sujeitos que aceitaram participar da pesquisa de forma voluntária, concordando com a gravação das entrevistas. Na abordagem inicial, foi esclarecido o objetivo da pesquisa e oferecida garantia de sigilo e anonimato.

A técnica adotada para o tratamento dos dados foi aanálise de conteúdo do tipo categorial-temático, que permite descrever o conteúdo de uma comunicação. Para tal, faz uso de procedimentos sistemáticos e objetivos para identificar as representações e as interpretações do indivíduo a respeito do fenômeno - no caso, o cuidado ao dependente de substâncias psicoativas. Esta é uma visão interpretativa da realidade com base no ponto de vista dos participantes do estudo( 1111. Campos CJG. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm. 2004;57(5):611-4. ).

As categorias temáticas foram analisadas, visando apreender das falas a percepção dos estudantes de enfermagem no que se refere a cuidar do dependente químico.

RESULTADOS

Caracterização dos participantes

Dentre os 17 participantes, só um era do sexo masculino; a média de idade foi de 21,4 anos; 41,2% estavam cursando o 2o ano de graduação e 64,7% relataram não ter parentes nem amigos próximos que enfrentassem problemas com o uso de substâncias psicoativas. A totalidade dos participantes informou ter tido experiência com alcoolistas durante a graduação somente no estágio da referida disciplina.

Temáticas de análise

A análise das entrevistas permitiu a elaboração de duas temáticas para apresentação: as dificuldades no cuidar do dependente químico e a experiência do cuidar do dependente químico.

As dificuldades no cuidar do dependente químico

Esta temática apresenta as dificuldades vivenciadas pelos participantes da pesquisa relacionadas a fatores subjetivos e estruturais.

Ao manifestarem as concepções sobre o cuidar do dependente químico, a análise das falas evidenciou que a maioria dos estudantes percebeu esse cuidar como difícil, sobretudo pela falta de conhecimento a respeito da dependência, como demonstram as frases a seguir:

(...) É difícil o cuidado com esses pacientes, como pessoa e como estudante. Acho que também porque a gente não tem muita habilidade ainda (E8); (...) Dificuldade?...Acho que foi lidar com eles, mesmo porque a gente não tinha muita prática (E5); (...) Ah, no começo foi difícil. Mas com o passar dos dias eu fui conhecendo mais, conhecendo mais a respeito do assunto. Aí, eu acho que foi ficando mais fácil de interargir com o paciente (E6).

Os estudantes relacionaram a dificuldade de cuidar do paciente dependente de substâncias psicoativas a diversos fatores, entre eles a necessidade de lidar com o preconceito e o medo do inesperado. As poucas expectativas e a insegurança levaram o estágio a ser temido pelos estudantes, das mais diversas formas, conforme ilustram as falas que seguem:

(...) Tinha receio deles me atacarem (E10); (...) Cheguei com um pouco, com medo, assim, não sabia lidar e nem {tinha} noção do que estava me aguardando (E13); (...) Eu não tinha o que eu esperava, eu não tinha a mínima ideia do que eu ia encontrar lá (E1).

Ainda no que se refere à dificuldade em cuidar do dependente químico, alguns participantes da pesquisa identificaram os profissionais dos campos de prática como um fator dificultador e associaram isto ao fato de não serem capacitados na especialidade e nem lidarem de forma adequada com o paciente. Os estudantes explicitam essa ideia nas frases a seguir:

(...) Dificuldade foi que a gente percebeu que o pessoal lá não é muito integrado. Não tinha especialização em saúde mental. Não sabia lidar com dependente químico (E12); (...) Uma dificuldade talvez sejam alguns profissionais meio fechados, sabe, meio arcaicos... com alguns conceitos deles (E17).

O estágio motivacional em que se encontra o paciente que abusa de substâncias psicoativas foi percebido pelos estudantes como outro fator dificultador do cuidado, que interfere na forma como se estabelece a relação entre estagiário e paciente. Os participantes do estudo fizeram alusão aos pacientes em estágios avançados de motivação como receptivos à comunicação e ao relacionamento, e àqueles sem motivação, mais reservados e agressivos, que não tratam bem o estudante, nem transmitem confiança.

Uma acadêmica mencionou a falta de veracidade dos fatos contados pelo pacientee outra relatou a ambivalência frente à doença - uma das principais características do paciente dependente químico. As falas seguintes elucidam essa relação entre paciente e seu estágio motivacional:

(...) Os que estão em estágios de motivação mais avançados é mais fácil a intervenção (E15); (...) Tem uns que estão em fase de negação, então é difícil, eles não aceitam (E16); (...) Às vezes, você ficava a manhã inteira conversando e era tudo mentira. Você ia ver no prontuário, era tudo mentira (E9); (...) Eles querem, aceitam o tratamento, mas trazem um monte de outras coisas que acham bom no uso da droga. Então, eu achei um pouco difícil lidar com a ambivalência (E3).

A complexidade do trabalho frente à população que faz uso abusivo de substâncias psicoativas foi percebida pelos participantes; alguns revelaram que, mesmo reconhecendo a importância da experiência, sentiram dificuldade de atuar frente à problemática em razão de suas próprias particularidades:

(...) Eu não consigo atuar e ter um cuidado perante esse tipo de paciente... Acaba envolvendo mais essa questão emocional. Eu não consigo separar tão bem (E4); (...) Mas mesmo assim eu acho que essa particularidade do paciente dificulta um pouco. Por mais que você saiba, você vai com um pezinho... (E5); (...) O período de estágio foi muito importante, mas eu acho que não trabalharia nessa área (E2).

A experiência do cuidar do dependente químico

Essa temáticaretrata como os estudantes perceberam a experiência do cuidar de pacientes que abusam de substâncias psicoativas. Quando relataram a experiência vivida durante o estágio, foi possível identificar que os sujeitos da pesquisa concebem o cuidado do paciente dependente de substâncias psicoativas como desgastante.

(...) É desgastante, eles vêm com uma história pessoal e social muito forte, pesada. Cansa bastante nosso psicológico (E12); (...) Foi muito desgastante, chegava no final de semana, parecia que eu tinha ficado 24 horas no estágio (E16).

Por outro lado, os participantes reconheceram o estágio como uma experiência única, interessante e fundamental durante a graduação de profissionais da área da saúde. Os trechos a seguir demonstram essa ideia:

(...) É uma experiência que vou levar para o resto da vida (E16); (...) Eu gostei muito, achei uma experiência muito rica (E1); (...) Eu achei que foi bem interessante porque eu nunca tinha entrado em contato com ninguém que fazia uso de álcool ou outro tipo de drogas. Foi bastante importante (E5); (...) Foi bastante interessante, porque eu não gostava muito do assunto inicialmente (E6).

Ao manifestar suas percepções antes e depois do contato direto com o paciente dependente, os participantes deixaram claro que a vivência do estágio mudou suas percepções quanto à dependência química, antes relacionada a valores morais e ao senso comum.

(...) Antes eu não tinha conhecimento nenhum e eu tinha uma visão preconceituosa, mesmo trabalhando na área de saúde... (E7); (...) Porque sempre tem aquele julgamento, a pessoa bebe porque é fraca, sei lá, porque não consegue se controlar. Lá você vê que não é bem assim... (E13); (...) Você vê que não devia ter esse preconceito, mas, já que você vem às vezes com preconceito, você consegue quebrar ele (E2).

Além de quebrar certos preconceitos dos estudantes, a experiência do cuidado com esse tipo de paciente favoreceu a percepção ampliada do problema do uso de substâncias psicoativas, que passou a ser concebido como um fenômeno complexo, que envolve não só o indivíduo, mas também a família, o contexto socioeconômico e cultural em que essas pessoas estão inseridas, conforme ilustra a fala que segue:

(...) Você vê que o problema deles, é bem além daquilo que imaginamos, né? Tem vários problemas sociais, familiares. É muito além do problema da dependência. Acho que tem muito no que a enfermagem trabalhar (E14).

A experiência de cuidar de dependentes de substâncias psicoativas fez com que os estudantes refletissem sobre a importância do tema da dependência química na formação do enfermeiro, independentemente da especialidade a ser seguida; eles afirmaram que todos os graduandos deveriam ter essa experiência direta com tais pacientes e criticaram o fato de a temática ter carga horária restrita e não ser ministrada de forma integrada no currículo, indicando que pouca atenção lhe é dada durante a graduação.

(...) Em qualquer serviço que a gente vá um dia trabalhar, a gente vai receber pessoas com algum tipo de dependência química (E9); (...) São poucas as pessoas que tiveram a oportunidade que eu tive... Você não tem abordado isso no curso como um todo (E9); (...) Deveria se falar mais sobre isso... Você passa e ninguém comenta mais nada sobre... Acho que faltaram mais aulas (E3); (...) Foi um bom conteúdo. Acho que faltaram mais aulas (E2).

Ao final do estágio, a experiência clínica com dependentes químicos levou os participantes a se perceberem mais bem preparados para lidar com essas pessoas do que antes.

(...) Eu me sinto melhor do que eu era antes do estágio (E12), (...) Acho que agora, sim. Depois do estágio já dá pra lidar, né? Saber lidar melhor (E14).

DISCUSSÃO

Embora as evidências científicas indiquemque pouca atenção vem sendo dada à formação do enfermeiro na área das substâncias psicoativas( 1212. Carraro TE, Rassool GH, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no Sul do Brasil: atitudes e crenças dos estudantes de enfermagem sobre o cuidado. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):863-71. - 1313. Lopes GT, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no estado do Rio de Janeiro, Brasil: atitudes e crenças. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp): 872-879. ),poucos estudos brasileiros vêm se ocupando de investigar estratégias para o enfrentamento da situação.

O presente estudo comporta a preocupação de apresentar dados de uma intervenção que tem possibilitado aos estudantes de enfermagem a experiência clínica com pacientes com dependência química, evidenciando que essa estratégia apresenta resultados satisfatórios, quer no preparo para atuar com essa clientela, quer na mudança de concepções e representações do estudante e futuro enfermeiro sobre o dependente químico.

A análise das concepções dos estudantes frente ao cuidar do paciente que faz uso abusivo de drogas revelou que os participantes consideraram inicialmente esse cuidado como difícil, além de demonstrarem receio de se comunicar com o paciente, por medo, insegurança ou preconceito. No decorrer do estágio, com o aprofundamento teórico e as discussões durante a vivência, o medo foi sendo superado.

Os dados sugeriram que a formação teórica isolada que os estudantes receberam antes do estágio não foi suficiente para o preparo e a reflexão sobre o tema, pois persistiram ideias preconceituosas( 99. Vargas D, Labate RC. Trabalhar com pacientes alcoolistas: satisfação de enfermeiros de hospital geral. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):252-60. ). Esse fato ressalta a importância da experiência clínica com esse tipo de paciente, importante pressuposto não só para aquisição de habilidades para o cuidar, mas também para a mudança de percepção frente à pessoa com dependência química, o que certamente se reflete em um cuidado de melhor qualidade( 11. Organização Mundial da Saúde (OMS); Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Saúde nas Américas: 2007. Washington; 2007 , 99. Vargas D, Labate RC. Trabalhar com pacientes alcoolistas: satisfação de enfermeiros de hospital geral. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):252-60. ) .

A postura dos profissionais do serviço foi apontada pelos estudantes como uma dificuldade para o cuidado ao dependente químico, o que remete a uma reflexão sobre a formação desses profissionais que, na percepção dos estudantes, é insatisfatória, provavelmente desde a graduação.

É possível que essa percepção dos estudantes refira-se à perpetuação de um modo de cuidar pautado nos modelos morais de explicação para a dependência química. Se o estudante ou novo profissional adentra o serviço sem nenhum tipo de tutoria, em razão do pouco preparo e conhecimento frente à problemática, ele pode acabar reproduzindo intervenções pautadas na experiência do colega, que nem sempre é adequada, conforme evidenciou estudo anterior( 1414. Vargas D, Oliveira MAF, Duarte FAB. Psychosocial care Center for Alcohol and Drugs (CAPS ad): nursing insertion and practices in São Paulo City, Brazil. Rev Latino Am Enferm. 2011;19(1):115-22. ).

Quanto à formação deficitária dos profissionais para atuar na área de dependência química, um estudo( 88. Lopes GT, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no estado do Rio de Janeiro - Brasil: atitudes e crenças. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):872-9. )mostrou que a formação insuficientedos profissionais deve-se ao currículo da graduação, já que este tem restringida a carga horária destinada ao tema e não integra o assunto sistematicamente.

O fato de identificarem os estágios motivacionais do paciente, atribuindo esses comportamentos a evidências comprovadas cientificamente, ensinadas em sala de aula e vividas na prática, revelou que os estudantes aplicam seus conhecimentos e consideram esses comportamentos às vezes hostis dos pacientes como recusa de ajuda, um mecanismo esperado para o estágio em que se encontram. Essa percepção é de suma importância, já que uma grande dificuldade no cuidado dedicado ao paciente dependente de substâncias psicoativas está relacionada aos mecanismos de defesa - como negação, racionalização e projeção - que, quando não compreendidos pelo enfermeiro, dificultam a interação com o paciente( 99. Vargas D, Labate RC. Trabalhar com pacientes alcoolistas: satisfação de enfermeiros de hospital geral. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):252-60. ).

Os estágios motivacionais foram propostos pelo modelo Transteórico de Prochaska e DiClemente para compreender como as pessoas mudam seu comportamento( 1515. Miller WR, Rollnick S. Entrevista motivacional: preparando as pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas; 2001. ). Esse modelo tenta descrever a prontidão para mudar como estágios de mudança pelos quais passa o indivíduo com transtornos relacionados às substancias psicoativas. Baseia-se na premissa de que a mudança comportamental é um processo e que as pessoas têm diversos níveis de motivação ou prontidão para mudar, quais sejam: pré-contemplação, contemplação, determinação, ação, manutenção.

Na pré-contemplação, a pessoa sequer consegue identificar que tem um problema e não apresenta a intenção de mudar seu comportamento; na contemplação, a pessoa já tem alguma consciência do problema e está pensando seriamente em mudar o comportamento; na determinação, já houve mudanças significativas no estilo de vida, existe engajamento em ações significativas em busca da mudança; e na ação, há menor possibilidade de recaída e aumento na confiança de que se pode continuar o processo de mudança( 1515. Miller WR, Rollnick S. Entrevista motivacional: preparando as pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas; 2001. ).

Mesmo valorizando a importância do estágio, alguns estudantes concluem-no com receio de lidar com o paciente, apresentando resistência, possivelmente porque não superaram suas crenças negativas a respeito de tais pacientes( 1414. Vargas D, Oliveira MAF, Duarte FAB. Psychosocial care Center for Alcohol and Drugs (CAPS ad): nursing insertion and practices in São Paulo City, Brazil. Rev Latino Am Enferm. 2011;19(1):115-22. ).

Investigações( 1111. Campos CJG. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm. 2004;57(5):611-4. , 1616. Lucchese R, Barros S. The constitution of competences in mental health nursing education and practice. Rev Esc Enferm USP {Internet}. 2009 {cited 2012 Mar 14};43(1):152-60. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n1/en_20.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n1/en...
) têm evidenciado que a insatisfação em lidar com pacientes que fazem uso/abuso de substâncias psicoativas pode estar relacionada a diversos fatores, entre eles, as características que esses pacientes apresentam nos estágios motivacionais, como irritabilidade, negação, independência; além de aspectos emocionais dos estudantes ou profissionais de saúde, etiologia ampla, despreparo e falta de conhecimento.

Cabe ressaltar que a formação acadêmica, isoladamente, não é capaz de abranger toda essa problemática, mas pode despertar no futuro profissional a busca por novos conhecimentos e habilidades que facilitem a prática do cuidado.

É importante chamar a atenção para o fato de o cuidar ser considerado desgastante, demandador de atividade intelectual e emocional constante; não só pela adoção de procedimentos operacionais repetitivos. Esse desgaste pode estar relacionado ao estado de alerta e atenção requerido durante a interação enfermeiro-usuário. Esta constatação contribui para a superação da ideia que perdurou durante muito tempo de que as atividades desenvolvidas no campo da enfermagem em saúde mental e psiquiátrica, pela ausência de instrumentos concretos, pouco exigiam do estudante( 1616. Lucchese R, Barros S. The constitution of competences in mental health nursing education and practice. Rev Esc Enferm USP {Internet}. 2009 {cited 2012 Mar 14};43(1):152-60. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n1/en_20.pdf
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).

Cabe ressaltar como aspecto positivo a mudança da percepção que o estudante tem do dependente de substâncias psicoativas no decorrer do estágio: antes, seguindo o senso comum, e depois, calcada em conhecimentos técnico-científicos. Essa percepção mais positiva frente aos pacientes que abusam de álcool e/ou outras drogas tende a se refletir nas práticas assistenciais, minimizando o sentimento de inadequação para lidar com essa clientela, comumente encontrado nos profissionais de saúde.

O cuidar do usuário de substâncias psicoativas - que necessita de uma abordagem não só clínica, mas também de análise social, psicológica e relacional - indicou que o estudante reconhece a dependência de drogas como uma questão multicausal, multirrelacional e multifacetada, distanciando-se do modelo minimista de doença( 1717. Mendoza EV, Pillon SC. A formação dos enfermeiros e o fenômeno das drogas na Colômbia: conhecimentos atitudes e crenças. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):845-53. - 1818. Vargas D. Nursing students' attitudes towards alcohol, alcoholism and alcoholics: a study of a Brazilian sample. J Nurs Educ Pract. 2012;1(2):1-9. ). Por outro lado, a identificação da dependência como multifatorial pode indicar que os estudantes têm consciência de que devem atuar em diferentes áreas a fim de intervir de forma efetiva em identificação, controle, tratamento, reabilitação ou redução de danos no que tange à dependência química.

Os participantes do estudo perceberam a importância da temática sobre dependência química independentemente da especialização a ser seguida, visto que os citados pacientes são encontrados em todas as esferas do cuidado, por problemas decorrentes da dependência ou não( 33. Noto AR, Moura YG, Nappo AS, Galduróz JCF, Carlini EA. Internações por transtornos mentais e de comportamento decorrentes de substâncias psicoativas: um estudo epidemiológico nacional do período de 1988 a 1999. J Bras Psiquiatr. 2002;51(2):113-21. - 44. Barros MA, Pillon SC. Atitudes dos profissionais do programa de saúde da família diante do uso e abuso de drogas. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2007;11(4):655-62. ), sendo necessário um profissional capacitado para diagnosticar e/ou intervir de forma adequada frente aos que abusam de substâncias psicoativas.

Os estudantes ressaltaram que nem todos os graduandos têm a possibilidade de estagiar em campo específico de dependência química na instituição estudada; apenas 20% dos alunos têm essa experiência; os demais dividem-se em outros campos de prática não relacionados ao tema.

Refereriram receios e preconceitos ao lidar com o dependente antes do estágio. Em seus depoimentos, o estágio foi citado como local de aprofundamento teórico e reflexão sobre a temática, o que possibilitou a mudança de percepção. Entretanto, a maioria dos enfermeiros finaliza sua formação geral sem essa capacitação, o que contribui para a perpetuação de práticas calcadas em estereótipos e no senso comum, imbuídas de valores morais e não de conhecimentos científicos.

No que tange à carga horária destinada a esse tema durante toda a graduação, ela foi considerada insuficiente, uma vez que o assunto só é debatido na matéria Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica, reafirmando-se o fato de que os currículos de enfermagem não contemplam de forma satisfatória a abordagem do uso de substâncias psicoativas e de que o conteúdo não é sistematizado entre as disciplinas na grade curricular ou ministrado majoritariamente nas disciplinas que envolvem a saúde mental. A carga horária não permite a habilitação do enfermeiro para o desempenho adequado de suas funções quanto a essa problemática( 77. Carraro TE, Rassool GH, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no sul do Brasil: atitudes e crenças dos estudantes de enfermagem sobre o cuidado. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):863-71. - 88. Lopes GT, Luis MAV. A formação do enfermeiro e o fenômeno das drogas no estado do Rio de Janeiro - Brasil: atitudes e crenças. Rev Latino Am Enferm. 2005;13(n.esp):872-9. ). Isto foi percebido pelos estudantes, que julgaram a carga horária sobre o tema como pouca e avaliaram que deveria existir uma abordagem mais ampla a ele destinada durante a formação.

Após a capacitação teórica e a experiência prática, as atitudes dos estudantes de enfermagem tornaram-se mais positivas frente ao usuário de drogas. Os participantes deste estudo avaliaram que o aprendizado ocorre de forma mais concreta na prática. Embora alguns ainda não se sintam capacitados para prestar assistência a essa clientela, o que é compreensível, dada a complexidade desse tipo de paciente, em geral reconheceram estar mais capacitados que antes do estágio.

Este estudo apresentou limitações, tais como o fato de ter investigado estudantes de uma única instituição e não ter previsto reavaliação dos participantes nos anos subsequentes para verificar se as percepções se mantiveram durante o período, o que é desejável em estudos futuros. No entanto, contribuiu para o conhecimento científico na área de educação em enfermagem, na especialidade de álcool e drogas, que é pouco explorada em todo o mundo, sobretudo na América Latina e no Brasil.

Tudo isto propõe uma estratégia que pode ser adotada na composição dos currículos de graduação que, conforme evidenciado pelos resultados aqui apresentados, influencia de modo positivo as percepções e as habilidades dos futuros enfermeiros para a dependência de substâncias psicoativas. Além disso, este estudo abre perspectivas para a realização de outras investigações nesse vasto campo ainda pouco explorado pela enfermagem brasileira.

CONCLUSÃO

Os resultados do estudo permitiram conhecer as percepções dos estudantes de enfermagem frente ao cuidar de usuários de álcool e outras drogas. Antes do estágio, o cuidar era permeado por preconceitos e receios relacionados à falta de conhecimento da temática e, ao ser concluído o estágio, os estudantes citaram ter superado essas dificuldades iniciais e perceberam o dependente como um paciente que necessita de cuidados específicos.

Como ponto positivo, destacou-se durante o período de estágio a discussão da teoria e da vivência possibilitou a transformação da concepção baseada em um modelo moral para outras pautadas em modelos técnicos, científicos e éticos. O tempo despendido com esses usuários durante as atividades clínicas foi mencionado como um fator facilitador do aprendizado, que contribuiu para a mudança de percepção, geralmente equivocada.

A despeito das dificuldades verificadas na proposição de currículos de enfermagem que contemplem de forma adequada a temática das substâncias psicoativas no Brasil, a iniciativa de possibilitar a experiência clínica em serviço especializado de álcool e drogas, mesmo que limitada pelo tempo e pela não sistematização do tema no currículo da graduação, mostrou ser de extrema importância para a consolidação do conteúdo e das mudanças de paradigma, levando o estudante a uma reflexão sobre seus valores e crenças durante a graduação, o que, em última análise, repercute na minimização das atitudes negativas, dos preconceitos e estereótipos atribuídos a essas pessoas, visando à melhoria da assistência e ao reconhecimento do cuidado dedicado a esse paciente como função do enfermeiro.

Os resultados desta pesquisa reforçam a necessidade de repensar a formação do enfermeiro no campo das substâncias psicoativas, fornecendo evidências sobre a validade dessa estratégia de ensino como precursora de uma abordagem técnica e científica da problemática do álcool e de outras drogas na prática de enfermagem.

Isso nos permite tecer recomendações para que essa estratégia seja adotada por outras instituições formadoras da enfermagem brasileira, uma vez que não se pode mais negar a emergência de se graduarem profissionais desta área capacitados para o enfrentamento de um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e do mundo que, a despeito de sua magnitude, pouco tem sido valorizado na formação da enfermagem no País. Eis uma possibilidade de contribuição para a mudança deste cenário.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2013
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