Acessibilidade / Reportar erro

Funcionalidade familiar de idosos com sintomas depressivos* * Extraído da dissertação "Vulnerabilidade social e funcionalidade familiar de idosos com sintomas depressivos", Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2013.

Resumos

Objetivo: Classificar famílias de idosos com sintomas depressivos quanto à funcionalidade e verificar a presença de associação entre tais sintomas, a funcionalidade familiar e as características dos idosos. Método: Estudo analítico, observacional, transversal, realizado em 33 equipes da Estratégia Saúde da Família de Dourados, MS. A amostra foi composta por 374 idosos divididos em dois grupos (com e sem sintomas depressivos). Os instrumentos para coleta de dados foram um formulário para caracterização sociodemográfica, a Escala de Depressão Geriátrica (15 itens) e o Apgar de Família. Resultados: Observou-se a associação entre sintomas depressivos e disfunção familiar, sexo feminino, quatro e mais pessoas residindo no domicílio e inatividade física. Conclusão: A família funcional pode representar apoio efetivo para idosos com sintomas depressivos, pois oferece um ambiente de conforto que assegura o bem-estar de seus membros. Já a família disfuncional dificilmente consegue prover a atenção necessária ao idoso, o que pode agravar os sintomas depressivos.


Idoso; Depressão; Família; Relações familiares



Objective: To classify families of elderly with depressive symptoms regarding their functioning and to ascertain the presence of an association between these symptoms, family functioning and the characteristics of the elderly. Method: This was an observational, analytical, cross-sectional study performed with 33 teams of the Family Health Strategy in Dourados, MS. The sample consisted of 374 elderly divided into two groups (with and without depressive symptoms). The instruments for data collection were a sociodemographic instrument, the GeriatricDepression Scale (15 items) and the Family Apgar. Results: An association was observed between depressive symptoms and family dysfunction, female gender, four or more people living together, and physical inactivity. Conclusion: The functional family may represent effective support for the elderly with depressive symptoms, because it offers a comfortable environment that ensures the well-being of its members. The dysfunctional family can barely provide necessary care for the elderly, which can exacerbate depressive symptoms.


Aged; Depression; Family; Family relations



Objetivo: Clasificar familias de adultos mayores con síntomas depresivos según funcionalidad y verificar la presencia de la asociación entre tales síntomas, la funcionalidad familiar y la características de los adultos mayores. Método: Estudio analítico, observacional, transversal, realizado con 33 equipos de la Estrategia de Salud de la Familia de Dourados, MS, Brasil. La muestra estuvo compuesta por 374 pacientes adultos mayores divididos en dos grupos (con y sin síntomas depresivos). Los instrumentos para la recolección de datos fueron un cuestionario para la caracterización sociodemográfica, la Escala de Depresión Geriátrica de 15 ítems y el Apgar Familiar. Resultados: Se observó una asociación entre los síntomas depresivos y la disfunción familiar, el sexo femenino, cuatro y más personas viviendo en el hogar y el sedentarismo. Conclusión: Una familia funcional puede representar un apoyo efectivo para los adultos mayores con síntomas depresivos, puesto que ofrece un ambiente de confort que garantiza el bienestar de sus miembros. Una familia disfuncional difícilmente puede brindar la atención necesaria a las personas mayores, lo que puede agravar los síntomas depresivos.


Anciano; Depresión; Familia; Relaciones familiares



Introdução

A depressão em idosos é preocupante, dada a sua associação com o aumento da morbidade e da mortalidade, a perda da autonomia e o agravamento de quadros mórbidos preexistentes. Em geral, ocasiona aumento da utilização dos serviços de saúde, negligência no autocuidado e adesão reduzida ao projeto terapêutico(101 1.Avila R, Moscoso MAA, Ribeiz S, Arrais J, Pinto Junior JA, Jaluul O, Bottino CMC. Influence of education, depressive symptoms and cognitive function in the elderly. Int Psychogeriatr. 2009;21(3):560-7). Trata-se, entretanto, de condição frequente em idosos. Investigação realizada com idosos no município de João Pessoa-Paraíba, encontrou uma prevalência de depressão de 52%(202 2.Fernandes MGM, Nascimento NFS, Costa KNFM. Prevalência e determinantes de sintomas depressivos em idosos atendidos na Atenção Primária de Saúde. Rev RENE. 2010;11(1):19-27). Em estudo realizado no município de Jequié-Bahia, a prevalência foi ainda maior, de 88,8%(303 3.Souza AS, Sena ELS, Meira EC, Silva DM, Alves MR. Perfil sociodemográfico e de saúde de idosos com sintomas depressivos. Rev Enferm UERJ. 2013;21(3):355-60).

O diagnóstico e o tratamento da depressão em idosos são complexos, já que os sinais e os sintomas depressivos são pouco valorizados ou até mesmo confundidos com manifestações de outras doenças, o que pode agravar o quadro. Estudo que buscou identificar sintomas depressivos em idosos atendidos no Ambulatório Geral do Hospital das Clínicas de São Paulo concluiu que a presença de comorbidades pode diminuir a sensibilidade dos médicos para identificar sintomas específicos de depressão, levando-os a considerá-los reações psicológicas decorrentes de outras patologias(404 4.Henriques SG, Fráguas R, Losifescu DV, Menezes PR, Lucia MCS, Gattaz WF, et al. Recognition of depressive symptoms by physicians. Clinics. 2009;64(7):629-35).

A família representa a unidade central para atenção à saúde e desempenha papel muito importante no cuidado, já que é responsável por seus integrantes. Tem grande relevância no cuidado da pessoa com depressão, em especial, os idosos. Necessita reorganizar-se para enfrentar esta situação que sempre é complexa por envolver dedicação diária, escuta, observação e até mesmo suporte econômico. Observam-se ainda que os sentimentos do idoso deprimido podem se estender aos familiares, causando certa comorbidade familiar(505 5.González LA, Romero YM, López MR, Ramírez M, Stefanelli MC. The experience of family caregivers of older people with depression. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2010 [cited 2014 Feb 07];44(1):32-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en_a05v44n1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en...
).

A família é uma construção social influenciada pela cultura, pelo contexto histórico e pelas relações e, em geral, é sinônimo de afetividade, companheirismo e solidariedade. Funciona internamente por meio de três componentes: estrutura, desenvolvimento e adaptação(606 6.Duarte YAO. Família: rede de suporte ou fator estressor: a ótica de idosos e cuidadores familiares [tese doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2001).

Entende-se por estrutura as atribuições, as normas e as regras que são construídas por meio de padrões sociais e culturais que determinam o comportamento de todos os membros. O desenvolvimento compreende as fases pelas quais as famílias passam no decorrer de sua existência, alternando momentos de equilíbrio, desequilíbrio e adaptação. Essas fases são enfrentadas de forma diferente em cada família, podendo haver crises e resistências como parte desse processo. No processo de adaptação, as famílias têm de se adequar às mudanças preservando sua estrutura interna(606 6.Duarte YAO. Família: rede de suporte ou fator estressor: a ótica de idosos e cuidadores familiares [tese doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2001).

As mudanças demográficas têm produzido forte impacto nas famílias brasileiras, tanto do ponto de vista econômico quanto emocional, e essas modificações podem influenciar a forma como cuidam dos idosos(707 7.Pavarini SCI, Barha EJ, Mendiondo MSZ, Filizola CLA, Petrilli Filho JF, Santos AA. Família e vulnerabilidade social: um estudo com octogenários. Rev Latino Am Enferm. 2009;17(3):374-9). Além disso, o aumento da expectativa de vida faz com que várias gerações convivam no mesmo domicílio e as diferenças geracionais podem interferir na dinâmica familiar(808 8.Souza RF. Envelhecimento e família: uma nova perspectiva para o cuidado de enfermagem. Rev Bras Enferm. 2007;60(3):263-7). Os mais jovens podem ter pouca noção sobre o processo de envelhecimento e com frequência não se reconhecem como pessoas que também envelhecem. Em situações de conflito, o idoso muitas vezes é quem mais sofre, pois apresenta maior resistência a mudanças e mais dificuldade para se adaptar, o que pode levá-lo a se isolar dos demais membros da família(909 9.Leite MT, Battisti IDE, Berlezi EM, Scheuer AI. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de suporte familiar e social. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):250-7).

O contexto familiar é permeado por relações afetivas e a qualidade dessas relações irá refletir no cuidado dispensado a seus membros. Para que o idoso possa usufruir de melhores condições de vida, deve haver carinho, respeito e cuidado no convívio familiar. O afeto, a ajuda mútua e a compreensão são determinantes para a boa qualidade de vida do idoso(909 9.Leite MT, Battisti IDE, Berlezi EM, Scheuer AI. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de suporte familiar e social. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):250-7,1010.Santos AA, Pavarini SCI. Perfil dos cuidadores de idosos com alterações cognitivas em diferentes contextos de vulnerabilidade social. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(1):115-22).

Entende-se por funcionalidade familiar o relacionamento harmônico e o equilíbrio entre as relações dos membros de uma família, ou seja, o modo como seus integrantes agem entre si e com os outros. Tudo que afeta um dos componentes da família pode causar impacto sobre os demais(1111.Andrade AINPA, Martins RML. Funcionalidade familiar e qualidade de vida dos idosos. Millenium. 2011;40:(1)185-99).

Na perspectiva da funcionalidade familiar, as famílias podem ser classificadas como funcionais ou disfuncionais. São consideradas funcionais ou maduras quando respondem com estabilidade emocional aos conflitos e às situações críticas e seus membros são capazes de conviver em harmonia, mantendo-se independentes, porém comprometidos uns com os outros. Regidas por laços de carinho e responsabilidade, tais famílias são flexíveis, mas firmes, e suas relações são baseadas em respeito, conhecimento e compreensão. Essas famílias desempenham papel fundamental no cuidado ao idoso(1111.Andrade AINPA, Martins RML. Funcionalidade familiar e qualidade de vida dos idosos. Millenium. 2011;40:(1)185-99).

Já nos sistemas familiares disfuncionais ou imaturos, os membros priorizam seus interesses individuais em detrimento do grupo familiar, não assumem os papéis que lhes cabem e, em situações de crise, culpam seus próprios familiares. Os vínculos são superficiais e a agressividade e a hostilidade são comuns. Famílias disfuncionais podem ser do tipo clã (que se organizam em torno de um membro), abandonadoras (voltadas para seus próprios interesses), distantes (em que os integrantes apresentam sempre uma explicação racional para justificar sua ausência nas obrigações para com a família) ou superprotetoras (protetoras ao extremo, o que prejudica a liberdade e a privacidade dos membros)(1212.Pinto C. A família e a terceira idade: orientações psicogerontológicas. São Paulo: Paulinas; 1997).

O fato de o idoso pertencer a um determinado sistema familiar afeta sua possibilidade de resolver as dificuldades associadas ao envelhecimento. Famílias imaturas e disfuncionais podem não prover cuidados necessários a seus parentes idosos. E, em se tratando de depressão, tais famílias podem não oferecer o cuidado e a atenção requeridos, o que pode agravar o quadro da doença no idoso(1212.Pinto C. A família e a terceira idade: orientações psicogerontológicas. São Paulo: Paulinas; 1997).

No tratamento da depressão, as relações sociais com os familiares e amigos são muito relevantes. Ter em casa uma pessoa com depressão exige que a família adapte-se e organize-se para enfrentar as atitudes do paciente. O suporte financeiro é importante, mas o cuidado ao idoso com sintomas depressivos inclui ainda a escuta, a observação, a atenção e o apoio, sempre que necessários. Compreender a funcionalidade da família do idoso com depressão pode subsidiar o planejamento de cuidados para responder a suas necessidades sociais e de saúde(404 4.Henriques SG, Fráguas R, Losifescu DV, Menezes PR, Lucia MCS, Gattaz WF, et al. Recognition of depressive symptoms by physicians. Clinics. 2009;64(7):629-35,1313.Carneiro RS, Falcone E, Clark C, Prette ZD, Prette AD. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com habilidades sociais. Psicol Reflex Crit. 2007;20(2):229-37).

Este estudo teve como objetivo classificar as famílias de idosos com sintomas depressivos quanto à funcionalidade e verificar se existe associação entre tais sintomas, a funcionalidade familiar e as características sociodemográficas dos idosos.

Método

Trata-se de um estudo analítico, observacional, de corte transversal. A população foi composta por idosos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, assistidos por 33 unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Dourados, MS. De acordo com o Censo 2010(1414.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico 2010: resultados da amostra [Internet]. Rio de Janeiro; 2011 [citado 2014 fev. 09]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_resultados_amostra.shtm
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/...
), Dourados possuía 17.805 pessoas com mais de 60 anos de idade, sendo 8.211 homens e 9.594 mulheres, dos quais 8.701 (48,87%) haviam sido cadastrados pela ESF.

A amostra foi constituída por idosos com e sem sintomas depressivos avaliados pela Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Em ambos os casos, os critérios de exclusão foram: idosos que não tenham sido localizados em seu domicílio após duas tentativas de visita e idosos com comprometimento cognitivo, Alzheimer ou doença mental grave, que impedissem a resposta aos instrumentos de coleta de dados. Essas condições foram informadas aos pesquisadores pelos enfermeiros da ESF, que conheciam os idosos em questão.

O tamanho inicial da amostra foi definido em 186 idosos para cada grupo. O cálculo foi realizado por meio de teste bicaudal para comparação de duas populações. A proporção de idosos nos grupos com e sem sintomas depressivos foi semelhante em relação às faixas etárias. Ao se realizar o teste qui-quadrado de Pearson, obteve-se p=0,311, confirmando essa relação entre os dois grupos. O número de idosos por equipe foi calculado com base na prevalência de idosos com sintomas depressivos encontrada em estudo anterior(1515.Alvarenga MRM, Oliveira MAC, Faccenda O. Sintomas depressivos em idosos: análise dos itens da Escala de Depressão Geriátrica. Acta Paul Enferm. 2012;25(4):497-503) e a amostragem foi estratificada para garantir a proporção de idosos por equipe da ESF.

A coleta de dados ocorreu no período entre novembro de 2012 a março de 2013. As unidades da ESF foram inicialmente contatadas por telefone e, após agendamento, uma das pesquisadoras visitou a Unidade de Saúde para apresentação do estudo.

Para a caracterização do perfil dos idosos e das famílias, foi utilizado um formulário com questões sobre sexo, idade, situação conjugal, arranjo familiar (se acompanhado ou sozinho), escolaridade, número de pessoas que residam no mesmo domicílio, renda per capita, prática de atividade física e participação social.

A presença de sintomas depressivos foi avaliada por meio da Escala de Depressão Geriátrica, versão reduzida, com 15 questões (EDG-15), adaptada culturalmente e validada para o Brasil e indicada pelo Ministério da Saúde. Para este estudo, utilizou-se o ponto de corte 5/6 (não caso/caso). O escore total entre zero e cinco indica ausência de sintomas depressivos e escores maiores ou iguais a seis, presença de sintomas depressivos(1616.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília; 2006. p. 148-67. (Cadernos de Atenção Básica, n. 19)).

Para avaliação da funcionalidade familiar utilizou-se o Apgar de Família, já validado e adaptado para a cultura brasileira(606 6.Duarte YAO. Família: rede de suporte ou fator estressor: a ótica de idosos e cuidadores familiares [tese doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2001). O instrumento é composto por cinco questões e as opções de resposta variam de raramente (zero) a quase sempre (dois). O escore total é obtido pela soma dos pontos de cada item e relaciona-se com a condição de funcionalidade familiar. Escore total de sete a dez sugere boa funcionalidade; de seis a cinco, disfunção familiar moderada e, entre zero e quatro, disfunção familiar elevada. Optou-se por agrupar os resultados em duas categorias: boa funcionalidade (escore total de sete a dez) e com disfunção moderada a elevada (escore de seis a zero).

Os dados obtidos foram inseridos em um banco de dados e analisados por meio do programa Predictive Analytics Software (PASW) versão 18.0. Foi realizada análise descritiva para variáveis quantitativas e qualitativas. Para verificar a associação entre duas variáveis categóricas foi empregado o teste qui-quadrado (x2) de Pearson. As que demonstraram um valor de p<0,05 foram incluídas no modelo de análise multivariada do tipo regressão logística. Para os ajustes e a investigação da significância estatística foi utilizado o teste de Wald. Considerou-se diferença estatisticamente significativa quando p<0,05.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EEUSP (Protocolo 74374, CAAE: 02147012.1.0000.5392, de 2012) e autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Dourados. Os idosos foram informados sobre os objetivos da pesquisa e a confidencialidade dos dados. As entrevistas ocorreram somente após leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Todos os aspectos éticos foram respeitados, de acordo com a Resolução CNS nº 196/96.

Resultados

Foram entrevistados 374 idosos, dos quais 255 (68,2%) eram do sexo feminino. A idade média dos participantes foi de 71,8 anos (dp=7,9; mediana=72), variando de 60 a 100 anos. A maioria tinha entre 70 anos e mais de idade, vivia sem companheiro, tinha até dois anos de estudo, residia com familiares, em geral com uma a três pessoas, a renda per capita era de meio a um salário mínimo, não praticava atividade física e não participava de atividade social. As características que se associaram individualmente com a presença de sintomas depressivos foram: sexo feminino, viver sem companheiro, compartilhar o domicílio com quatro ou mais pessoas e não praticar atividade física. As demais variáveis não tiveram associação significativa com a depressão (Tabela 1).

Tabela 1
Distribuição e associação da presença e ausência de sintomas depressivos segundo variáveis demográficas e socioeconômicas dos idosos assistidos pela Estratégia Saúde da Família - Dourados, MS, 2013

A análise da dinâmica familiar dos 374 idosos investigados identificou 89 (23,8%) famílias com disfunção familiar (Tabela 1).

Tabela 2
Distribuição da funcionalidade familiar dos idosos assistidos pela Estratégia Saúde da Família – Dourados, MS, 2013

Os escores que avaliam a funcionalidade familiar foram associados aos idosos com e sem depressão, tendo sido constado que a presença de disfuncionalidade familiar foi significativamente maior nos casos de idosos com depressão (p<0,001).

Tabela 3
Distribuição e associação dos idosos com e sem sintomas depressivos segundo a classificação do Apgar de família – Dourados, MS, 2013

Na Tabela 4 apresentam-se os resultados da análise conjunta dos sintomas depressivos em relação a todas as variáveis com as quais apresentaram associação significativa.

Tabela 4
Resultados do modelo de regressão logística para a presença de sintomas depressivos em relação às variáveis estudadas – Dourados, MS, 2013

Após a aplicação do modelo de regressão logística multivariada, permaneceram no modelo com associação significativa apenas as variáveis: sexo, número de pessoas que residiam na moradia e funcionalidade familiar.

Verificou-se que idosos do sexo feminino apresentaram 1,87 vezes mais chance de apresentar sintomas depressivos que os do sexo masculino (IC 95% = [1,15 – 3,04]). Entre os que compartilhavam o domicílio com quatro ou mais pessoas essas chances foram 2,26 maiores (IC 95% = [1,34 – 3,82]), em comparação com aqueles que residiam com uma a três pessoas. Nos casos de disfuncionalidade familiar, as chances dos idosos apresentarem sintomas depressivos foram 5,36 vezes maiores (IC 95% = [3,03 – 9,50]), em relação àqueles que apresentavam boa funcionalidade familiar.

Discussão

A depressão é considerada uma doença da pós-modernidade, associada às características da vida atual. Entretanto, em geral é subdiagnosticada em idosos, nos quais sintomas da depressão são confundidos como características normais do envelhecimento.

Estudo prospectivo realizado em dois grandes ambulatórios de cuidados primários que atendiam indivíduos carentes de origem americana, hispânica e africana identificou 75,3% de pessoas deprimidas, das quais apenas 31,0% havia recebido o diagnóstico de depressão. O estudo mostrou ainda que somente o autorrelato de ideações ou pensamentos suicidas, insônia ou hipersonia foram associados estatisticamente como significativos para o diagnóstico depressão. A sensibilidade para o diagnóstico só aumentou quando existia comprometimento funcional associado aos sintomas depressivos(1717.Ani C, Bazargan M, Hindman D, Bell D, Farooq MA, Akhanjee L, et al. Depression symptomatology and diagnosis: discordance between patients and physicians in primary care settings. BMC Fam Pract [Internet]. 2008 [cited 2014 Feb 06];9:1. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2254627/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
).

Em contraste, estudo com indivíduos com 50 anos e mais da África evidenciou a associação da depressão com condições crônicas, como angina, asma, artrite, alterações no padrão do sono, incapacidade funcional e qualidade de vida ruim(1818.Peltzer K, Phaswana-Mafuya N. Depression and associated factors in older adults in South Africa. Glob Health Action [Internet]. 2013 [cited 2014 Feb 06];6:1-9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3549465
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
).

Investigação realizada com 587 idosos japoneses a partir dos 65 anos constatou que os sintomas de depressão estão fortemente associados com o aumento da incidência de declínio nas Atividades Básicas da Vida Diária (AVD), o que significa que podem interferir em atividades como preparar refeições, comer e tomar banho. Além disso, podem afetar a forma como o idoso gere seu próprio dinheiro e reduzir sua participação em atividades sociais(1919.Kazama M, Kondo N, Suzuki K, Minai J, Imai H, Yamagata Z. Early impact of depression symptoms on the decline in activities of daily living among older Japanese: Y-HALE cohort study. Environ Health Prev Med. 2011;16(3):196-201).

Estudo realizado com uma comunidade chinesa mostrou que a falta de seguro básico de saúde aumentou significativamente o risco de depressão, isso porque as despesas com a saúde são altas e, adicionadas a outros gastos das famílias, como educação e subsistência, tornam-nas mais vulneráveis ao adoecimento(2020.Tian D, Qu Z, Wang X, Guo J, Xu F, Zhang X, et al .The role of basic health insurance on depression: an epidemiological cohort study of a randomized community sample in Northwest China. BMC Psychiatry [Internet]. 2012 [cited 2014 Feb 06];12:151. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3532421/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
).

No Brasil, apesar de dispor de um serviço gratuito e de acesso universal, a falta de informação faz com que muitos usuários não busquem assistência. Na depressão, a falta de assistência pode interferir negativamente em outros aspectos da vida e aumentar o número de comorbidades, tornando o quadro de saúde ainda mais grave.

Profissionais das equipes de Saúde da Família têm a importante função de identificar, diagnosticar e acompanhar os casos de depressão em sua área de abrangência. Uma das prioridades da Atenção Básica é o acompanhamento das doenças mentais, por meio de assistência integral que considere tanto os aspectos individuais até o contexto familiar para responder às necessidades de saúde de pessoas com quadros depressivos, em especial os idosos.

No presente estudo, os resultados mostraram que ter em casa um idoso com sintomas depressivos requer a participação da família no processo de cuidado. Idosos com tais sintomas podem negligenciar o autocuidado, o que pode comprometer seu estado de saúde e resultar em aumento de morbidade e dependência. Isso requer que as famílias reorganizem-se para enfrentar a doença(1313.Carneiro RS, Falcone E, Clark C, Prette ZD, Prette AD. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com habilidades sociais. Psicol Reflex Crit. 2007;20(2):229-37).

Na análise da funcionalidade familiar foram identificadas famílias altamente funcionais na ótica dos idosos, que se revelaram satisfeitos com o relacionamento entre seus familiares, o que leva a crer que são famílias preparadas para responder a conflitos, gerenciar problemas e manter a autonomia de seus membros. Entretanto, 23,8% das famílias apresentaram disfunção moderada e elevada.

Em investigação realizada no município de Fortaleza com 80 idosos, 83% relatou boa funcionalidade familiar, mas foram encontrados 7,5% de disfunção moderada e 8%, grave. Entre os idosos que residiam sozinhos, o percentual de disfunção familiar aumentou para 20%(2121.Paiva ATG, Bessa MEP, Moraes GLA, Silva MJ, Oliveira RDP, Soares AMG. Avaliação da funcionalidade de famílias com idosos. Cogitare Enferm. 2011;16(1):22-8).

Resultados semelhantes foram verificados em idosos com sintomas depressivos que frequentavam um ambulatório em Cali, Colômbia, em que a porcentagem de famílias com disfunção leve foi de 29,4% e de disfunção severa, de 7,3%(2222.Ocampo JM, Romero N, Saa H, Herrera J, Reyes Ortiz CA. Prevalencia de las prácticas religiosas, disfunción familiar, soporte social y síntomas depresivos en adultos mayores. Colomb Med. 2006;37(2):26-30).

Pesquisa realizada em Portugal com 210 idosos verificou que o apoio familiar interfere diretamente na qualidade de vida do idoso, ou seja, quanto maior a funcionalidade familiar, melhor a qualidade de vida(1111.Andrade AINPA, Martins RML. Funcionalidade familiar e qualidade de vida dos idosos. Millenium. 2011;40:(1)185-99).

Esta investigação encontrou associação significativa entre a funcionalidade familiar e a presença de sintomas depressivos. A revisão de literatura sobre o tema revelou maior prevalência de disfuncionalidade em famílias de idosos dependentes e que o comprometimento da dinâmica familiar exerce influência negativa na qualidade de vida dos idosos(2323.Torres GV, Reis Luciana A, Reis Luana A, Fernandes MH. Qualidade de vida e fatores associados em idosos dependentes em uma cidade do interior do Nordeste. J Bras Psiquiatr. 2009;58(1):39-44-2424.Torres GV, Reis LA, Reis LA, Fernandes MH, Alves GS, Sampaio LS, et al. Funcionalidade familiar de idosos dependentes residentes em domicílio. Aval Psicol. 2009;8(3):415-23).

Em estudo realizado no interior do Nordeste com idosos dependentes, 73,5% relatou comprometimento da dinâmica familiar, sendo frequente a condição de funcionalidade moderada, presente em 46,1% das famílias(2323.Torres GV, Reis Luciana A, Reis Luana A, Fernandes MH. Qualidade de vida e fatores associados em idosos dependentes em uma cidade do interior do Nordeste. J Bras Psiquiatr. 2009;58(1):39-44). Estudo realizado com idosos chineses deprimidos e não deprimidos também encontrou associação entre a funcionalidade familiar e os sintomas depressivos(2525.Wang J, Zhao X. Family functioning and social support for older patients with depression in an urban area of Shanghai, China. Arch Gerontol Geriatr. 2012;55(3):574-9.).

A disfuncionalidade das famílias pode ser explicada à luz das constantes transformações da sociedade brasileira, que tem ocasionado mudanças na estrutura das famílias, tanto em relação ao convívio com diferentes gerações, em decorrência do aumento da expectativa de vida, quanto em relação aos diferentes papéis entre seus membros(2626.Alcântara AO. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea; 2009). Tais mudanças têm forte impacto nas famílias, tanto do ponto de vista emocional quanto financeiro, e influenciam a forma como cuidam dos idosos(707 7.Pavarini SCI, Barha EJ, Mendiondo MSZ, Filizola CLA, Petrilli Filho JF, Santos AA. Família e vulnerabilidade social: um estudo com octogenários. Rev Latino Am Enferm. 2009;17(3):374-9). As famílias estão ficando menores e as mulheres já não permanecem em casa, pois se encontram inseridas no mercado de trabalho, o que reduz a possibilidade de realizarem atividades de cuidado, oferecendo aos idosos o apoio e a atenção que necessitam(2727.Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais. Lancet (Série Saúde no Brasil 4) [Internet]. 2011 [citado 2014 fev. 06];11(1):1949-61. Disponível em: http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor4.pdf
http://download.thelancet.com/flatconten...
).

A família é a principal fonte de suporte e apoio à qual seus membros recorrem quando necessitam. Espera-se que a família atue como um fator de proteção para seus membros mais frágeis, como crianças e idosos, e que atue de modo a suprir suas necessidades(909 9.Leite MT, Battisti IDE, Berlezi EM, Scheuer AI. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de suporte familiar e social. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):250-7). No Brasil, entretanto, existe uma inversão de expectativas: as famílias mais pobres contam com a aposentadoria do idoso, que muitas vezes representa a maior parte dos recursos familiares(2828.Barros Júnior JC, organizador. Empreendedorismo, trabalho e qualidade de vida na terceira idade. São Paulo: Edicon; 2009).

A disfuncionalidade das famílias resulta da dificuldade em solucionar problemas da vida cotidiana, o que gera tensões e desarmonia. A pobreza, por exemplo, contribui para a desestruturação da família: estudo realizado com idosos residentes em diferentes contextos de vulnerabilidade social mostrou que os idosos que viviam em ambientes de pobreza apresentaram maior porcentagem de disfunção familiar. A luta pela sobrevivência influencia a dinâmica da família que, ademais, é exposta a injustiças sociais e à violação de direitos. Uma possível consequência dessas condições é o distanciamento entre seus membros, cuja capacidade de amar e respeitar acaba sendo comprometida(2929.Santos AA, Pavarini SCI. Funcionalidade familiar de idosos com alterações cognitivas em diferentes contextos de vulnerabilidade social. Rev Eletr Enferm [Internet]. 2011 [citado 2014 fev. 07];13(2):361-67. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v13/n2/v13n2a24.htm
http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v13/n2...
).

Existem famílias pouco preparadas para atender às necessidades de uma pessoa idosa e que, por problemas de relacionamento, não lhe dão afeto e proteção. Há aquelas em que as diferentes obrigações levam-nas a negligenciar o cuidado ao idoso. Outras se mostram preocupadas com o idoso e interessadas em lhe dar atenção e proteção, mas o fazem de forma extrema, invadindo sua privacidade e comprometendo sua autonomia, acreditando que o estão protegendo(1212.Pinto C. A família e a terceira idade: orientações psicogerontológicas. São Paulo: Paulinas; 1997). O convívio em um família disfuncional pode provocar sofrimento psicológico e levar o idoso a se isolar, vindo a desenvolver ou mesmo aumentando os sintomas depressivos(909 9.Leite MT, Battisti IDE, Berlezi EM, Scheuer AI. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de suporte familiar e social. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):250-7).

A associação entre os sintomas depressivos e a disfuncionalidade familiar encontrada no presente estudo leva a inferir que tais sintomas podem ter origem ou se agravar na própria família. E, qualquer que venha a ser o motivo dos sintomas depressivos, sua presença provoca alterações na dinâmica da família(505 5.González LA, Romero YM, López MR, Ramírez M, Stefanelli MC. The experience of family caregivers of older people with depression. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2010 [cited 2014 Feb 07];44(1):32-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en_a05v44n1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en...
).

Conclusão

A maioria dos idosos investigados era do sexo feminino, com idade média de 71,8 anos, casados, católicos, com baixa escolaridade e aposentados. Apenas 25,1% referiu praticar atividade física. A proporção encontrada de sintomas depressivos foi de 41,5%. Quanto à funcionalidade familiar, 77,5% dos idosos com sintomas depressivos integravam famílias com algum grau de disfuncionalidade. Houve associação significativa entre a disfuncionalidade familiar e a presença de sintomas depressivos.

Nesta população de idosos, as mulheres tiveram 1,87 vezes mais chances de apresentar sintomas depressivos que os homens; os que residiam no mesmo domicílio com quatro pessoas ou mais, 2,26 mais chances do que os que compartilhavam a residência com menos de quatro pessoas, e os idosos que conviviam em famílias disfuncionais, 5,36 vezes mais chances de apresentar sintomas depressivos que aqueles cujas famílias foram consideradas funcionais, o que ressalta o papel da funcionalidade familiar na geração ou manutenção de sintomas depressivos em idosos.

Estes achados podem contribuir para direcionamento de ações para os profissionais da ESF, para que considerem a dinâmica familiar no planejamento de suas ações, a fim de evitar ou minorar o agravamento dos sintomas depressivos em idosos. A família funcional pode representar um apoio efetivo para idosos com sintomas depressivos, pois apresenta um ambiente de conforto que assegura o bem-estar de seus membros. Já a família disfuncional dificilmente consegue prover a atenção necessária ao idoso, o que pode agravar os sintomas depressivos, resultando em um cuidado inadequado e difícil.

É necessário um conhecimento pormenorizado do ambiente e da dinâmica familiar de idosos que apresentam sintomas depressivos. Do ponto de vista do cuidado, essas famílias são as que mais carecem de assistência efetiva. Ressalta-se a importância da utilização do Apgar de Família pelos profissionais da ESF com o intuito de avaliar as relações familiares na assistência ao idoso.

Limitações do estudo

Este estudo apresenta algumas limitações a serem superadas em investigações posteriores. Uma delas diz respeito ao corte transversal e à amostra relativamente pequena, com potencial viés de seleção a favor de idosos ativos, que podem não ser representativos da população idosa brasileira. Outra se refere ao pareamento de idosos com e sem sintomas depressivos, em que as dificuldades na identificação dos idosos com tais sintomas foram um obstáculo ao pareamento detalhado de algumas variáveis, tais como sexo e estado civil.

Serão necessárias pesquisas futuras sobre as variáveis que não se mostraram significativas e outras que não foram objeto desta investigação. Sugere-se ainda que os novos estudos sobre o tema incluam idosos de variadas situações socioeconômicas, levando em conta a heterogeneidade das condições sociais no Brasil.

  • *
    Extraído da dissertação "Vulnerabilidade social e funcionalidade familiar de idosos com sintomas depressivos", Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2013.

References

  • 01
    1.Avila R, Moscoso MAA, Ribeiz S, Arrais J, Pinto Junior JA, Jaluul O, Bottino CMC. Influence of education, depressive symptoms and cognitive function in the elderly. Int Psychogeriatr. 2009;21(3):560-7
  • 02
    2.Fernandes MGM, Nascimento NFS, Costa KNFM. Prevalência e determinantes de sintomas depressivos em idosos atendidos na Atenção Primária de Saúde. Rev RENE. 2010;11(1):19-27
  • 03
    3.Souza AS, Sena ELS, Meira EC, Silva DM, Alves MR. Perfil sociodemográfico e de saúde de idosos com sintomas depressivos. Rev Enferm UERJ. 2013;21(3):355-60
  • 04
    4.Henriques SG, Fráguas R, Losifescu DV, Menezes PR, Lucia MCS, Gattaz WF, et al. Recognition of depressive symptoms by physicians. Clinics. 2009;64(7):629-35
  • 05
    5.González LA, Romero YM, López MR, Ramírez M, Stefanelli MC. The experience of family caregivers of older people with depression. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2010 [cited 2014 Feb 07];44(1):32-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en_a05v44n1.pdf
    » http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n1/en_a05v44n1.pdf
  • 06
    6.Duarte YAO. Família: rede de suporte ou fator estressor: a ótica de idosos e cuidadores familiares [tese doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2001
  • 07
    7.Pavarini SCI, Barha EJ, Mendiondo MSZ, Filizola CLA, Petrilli Filho JF, Santos AA. Família e vulnerabilidade social: um estudo com octogenários. Rev Latino Am Enferm. 2009;17(3):374-9
  • 08
    8.Souza RF. Envelhecimento e família: uma nova perspectiva para o cuidado de enfermagem. Rev Bras Enferm. 2007;60(3):263-7
  • 09
    9.Leite MT, Battisti IDE, Berlezi EM, Scheuer AI. Idosos residentes no meio urbano e sua rede de suporte familiar e social. Texto Contexto Enferm. 2008;17(2):250-7
  • 10
    Santos AA, Pavarini SCI. Perfil dos cuidadores de idosos com alterações cognitivas em diferentes contextos de vulnerabilidade social. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(1):115-22
  • 11
    Andrade AINPA, Martins RML. Funcionalidade familiar e qualidade de vida dos idosos. Millenium. 2011;40:(1)185-99
  • 12
    Pinto C. A família e a terceira idade: orientações psicogerontológicas. São Paulo: Paulinas; 1997
  • 13
    Carneiro RS, Falcone E, Clark C, Prette ZD, Prette AD. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com habilidades sociais. Psicol Reflex Crit. 2007;20(2):229-37
  • 14
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico 2010: resultados da amostra [Internet]. Rio de Janeiro; 2011 [citado 2014 fev. 09]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_resultados_amostra.shtm
    » http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_resultados_amostra.shtm
  • 15
    Alvarenga MRM, Oliveira MAC, Faccenda O. Sintomas depressivos em idosos: análise dos itens da Escala de Depressão Geriátrica. Acta Paul Enferm. 2012;25(4):497-503
  • 16
    Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília; 2006. p. 148-67. (Cadernos de Atenção Básica, n. 19)
  • 17
    Ani C, Bazargan M, Hindman D, Bell D, Farooq MA, Akhanjee L, et al. Depression symptomatology and diagnosis: discordance between patients and physicians in primary care settings. BMC Fam Pract [Internet]. 2008 [cited 2014 Feb 06];9:1. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2254627/
    » http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2254627/
  • 18
    Peltzer K, Phaswana-Mafuya N. Depression and associated factors in older adults in South Africa. Glob Health Action [Internet]. 2013 [cited 2014 Feb 06];6:1-9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3549465
    » http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3549465
  • 19
    Kazama M, Kondo N, Suzuki K, Minai J, Imai H, Yamagata Z. Early impact of depression symptoms on the decline in activities of daily living among older Japanese: Y-HALE cohort study. Environ Health Prev Med. 2011;16(3):196-201
  • 20
    Tian D, Qu Z, Wang X, Guo J, Xu F, Zhang X, et al .The role of basic health insurance on depression: an epidemiological cohort study of a randomized community sample in Northwest China. BMC Psychiatry [Internet]. 2012 [cited 2014 Feb 06];12:151. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3532421/
    » http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3532421/
  • 21
    Paiva ATG, Bessa MEP, Moraes GLA, Silva MJ, Oliveira RDP, Soares AMG. Avaliação da funcionalidade de famílias com idosos. Cogitare Enferm. 2011;16(1):22-8
  • 22
    Ocampo JM, Romero N, Saa H, Herrera J, Reyes Ortiz CA. Prevalencia de las prácticas religiosas, disfunción familiar, soporte social y síntomas depresivos en adultos mayores. Colomb Med. 2006;37(2):26-30
  • 23
    Torres GV, Reis Luciana A, Reis Luana A, Fernandes MH. Qualidade de vida e fatores associados em idosos dependentes em uma cidade do interior do Nordeste. J Bras Psiquiatr. 2009;58(1):39-44
  • 24
    Torres GV, Reis LA, Reis LA, Fernandes MH, Alves GS, Sampaio LS, et al. Funcionalidade familiar de idosos dependentes residentes em domicílio. Aval Psicol. 2009;8(3):415-23
  • 25
    Wang J, Zhao X. Family functioning and social support for older patients with depression in an urban area of Shanghai, China. Arch Gerontol Geriatr. 2012;55(3):574-9.
  • 26
    Alcântara AO. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea; 2009
  • 27
    Schmidt MI, Duncan BB, Silva GA, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais. Lancet (Série Saúde no Brasil 4) [Internet]. 2011 [citado 2014 fev. 06];11(1):1949-61. Disponível em: http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor4.pdf
    » http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor4.pdf
  • 28
    Barros Júnior JC, organizador. Empreendedorismo, trabalho e qualidade de vida na terceira idade. São Paulo: Edicon; 2009
  • 29
    Santos AA, Pavarini SCI. Funcionalidade familiar de idosos com alterações cognitivas em diferentes contextos de vulnerabilidade social. Rev Eletr Enferm [Internet]. 2011 [citado 2014 fev. 07];13(2):361-67. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v13/n2/v13n2a24.htm
    » http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v13/n2/v13n2a24.htm
  • 30
    Batalha LMC, Duarte CIA, Rosário RAF, Costa MFSP, Pereira VJR, Morgado TMM. Adaptação cultural e propriedades psicométricas da versão portuguesa da escala Pain Assessment in Advanced Dementia. Rev Enferm Ref (Coimbra). 2012;3(8):7-16

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2014

Histórico

  • Recebido
    14 Abr 2014
  • Aceito
    26 Abr 2014
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 , 05403-000 São Paulo - SP/ Brasil, Tel./Fax: (55 11) 3061-7553, - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: reeusp@usp.br