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Gravidez e parto: O que muda no estilo de vida das mulheres que se tornam mães?

Resumos

O decurso da gravidez é determinado pela interação de diversos fatores, pelo que este estudo teve como objetivo conhecer as mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez e pelo parto em mulheres imigrantes e portuguesas. Estudo de natureza qualitativa, exploratório, que recorreu à entrevista semiestruturada, em oitenta e duas mulheres imigrantes e portuguesas. Foi utilizada a análise de conteúdo com a categorização do verbatim suportada pelo Nvivo 10. O estudo foi autorizado por uma Comissão de Ética. Os resultados apontaram como principais mudanças ocorridas nos estilos de vida, provocadas pela gravidez, as relacionadas com a alimentação, atividade diária, exposição a perigos, sono e repouso, relações sociais e familiares, saídas, cuidado consigo própria, trabalho, vestuário e calçado, viagens, vigilância de saúde, vivências da sexualidade, e consumos. A principal mudança, após o parto, manifestada por estas mulheres, foi que a sua vida passou a ser gerida em função do bebé.

Gravidez; Estilo de vida; Mudança; Parto


Pregnancy is a period influenced by the interaction of several factors, therefore this study aimed to identify changes in lifestyles due to pregnancy and childbirth in Portuguese and immigrant women in Portugal. This is a qualitative study, using the semi-structured interview, with eighty-two Portuguese and immigrant women. Content analysis was used, with verbatim classification supported by Nvivo 10. It was authorized by an Ethics Commission. Results revealed that the primary changes in lifestyles due to pregnancy were in eating habits (nutrition), daily activity, exposure to danger, sleep and rest patterns, social and family relationships, going out, self-care, work, clothing and footwear, travel, health monitoring and sexual activity and substances consumption. The main change after the birth, manifested by these women, was that their lives began to revolve around their baby.

pregnancy; lifestyle; change; childbirth


El desarrollo del embarazo está determinado por la interacción entre varios factores. En este estudio fueron evaluados los cambios en el estilo de vida causadas por el embarazo y el parto en mujeres inmigrantes y portuguesas. El estudio posee un carácter cualitativo y exploratorio recurrió a entrevistas semiestructuradas, en ochenta y dos mujeres inmigrantes e portuguesas. Se utilizó el análisis de contenido apoyado por el programa QSR Nvivo10El estudio fue aprobado por un Comité de Ética. Los resultados mostraron cómo grandes cambios en los estilos de vida causados por el embarazo, relacionados con la alimentación, la actividad diaria, la exposición a riesgos, el sueño, el descanso, las relaciones sociales y familiares, salidas, cuidar de sí misma, el trabajo, la ropa y el calzado, viajes, vigilancia de la salud, las experiencias de la sexualidad y el consumo. El principal cambio, después de la entrega, que se manifiesta por estas mujeres, era que su vida tiene que ser manejado de acuerdo a la bebé.

Embarazo; Estilo de Vida; Cambio; Parto


Introdução

Na verdade a gravidez é uma condição para a sobrevivência da vida humana, sendo indispensável à renovação geracional, e representa o período de formação de um novo ser. Este período da vida da mulher, que se inicia aquando da conceção, se estende por um período de cerca de 40 semanas, e termina com o parto(11. Council AHMA. Clinical Practice Guidelines: Antenatal Care - Module I. Canberra: Australian Government Department of Health and Ageing; 2012.), é um período em que ocorrem alterações profundas no que respeita ao estilo de vida, provocando mudanças não apenas na vida pessoal, mas também na vida do casal e de toda a família. É também uma fase de preparação física e psicológica, para o nascimento e para a parentalidade(22. Mendes IM. Ajustamento materno e paterno: experiências vivenciadas pelos pais no pós parto. Coimbra: Mar da Palavra; 2009.).

Os estudos revelam que as alterações fisiológicas que ocorrem durante a gravidez determinam o aumento das necessidades nutricionais da grávida, que apesar de serem semelhantes às das mulheres não grávidas, apresentam algumas particularidades no que respeita às necessidades de energia, proteínas, algumas vitaminas, como a tiamina, o ácido fólico, a vitamina C, e alguns minerais como o ferro, o zinco, o cobre e o magnésio(33. Blumfield ML, Hure AJ, Macdonald-Wicks L, Smith R, Collins CE. A systematic review and meta-analysis of micronutrient intakes during pregnancy in developed countries. Nutrition Reviews. 2013;71(2):118-32.).

Sabe-se também que apesar da prática de exercício físico ser uma atividade cada vez mais presente no quotidiano das pessoas, decorrente da crescente sensibilização para estilos de vida saudáveis, em todo o mundo, e apesar de a gravidez não ser doença, é contudo, um período que envolve muitas mudanças no organismo materno, pelo que a prática de exercício físico deve ser ponderada e ter em conta os hábitos da mulher antes da gravidez. Se por um lado, a prática de atividade física pode acarretar o risco de hipoglicémia, hipertermia, diminuição do fluxo sanguíneo para a placenta, e lesões músculo-esqueléticas, por outro, também apresenta benefícios para a saúde como, melhorar o controlo da gordura corporal, favorecer as interações psicossociais, e a eventual facilitação do trabalho de parto(44. Petrov Fieril K, Fagevik Olsén M, Glantz A, Larsson M. Experiences of Exercise During Pregnancy Among Women Who Perform Regular Resistance Training: A Qualitative Study. Physical Therapy. 2014;94(8):1135-43.). Então o exercício físico deve ser de baixa intensidade e duração média de quarenta minutos para não acarretar complicações para a mãe e para o feto(44. Petrov Fieril K, Fagevik Olsén M, Glantz A, Larsson M. Experiences of Exercise During Pregnancy Among Women Who Perform Regular Resistance Training: A Qualitative Study. Physical Therapy. 2014;94(8):1135-43.).

Outro dado obtido pelos estudos é de que o consumo de substâncias nocivas como tabaco e álcool e a exposição a ambientes poluídos é prejudicial para a população em geral e as grávidas, devido a fase que atravessam não são exceção.

Sendo a gravidez uma época de profundas alterações físicas e psicológicas na vida da mulher, pode e deve ser também uma oportunidade para a adoção de estilos de vida mais saudáveis(55. Lin YH, Tsai EM, Chan TF, Chou FH, Lin YL. Health promoting lifestyles and related factors in pregnant women. Chang Gung medical journal. 2009 Nov-Dec;32(6):650-61.).

A literatura aponta a sexualidade como umas das características mais naturais do ser humano(66. Pauleta JR, Pereira NM, Graça LM. Sexuality During Pregnancy. The Journal of Sexual Medicine. 2010;7(1pt1):136-42.) uma realidade biológica, fisiológica, um dos motores da existência humana.

Neste sentido, face à alteração dos diferentes estilos de vida apontados, o nascimento de uma criança marca a vida da mulher e da família como sendo um período pautado por muitas mudanças e com enorme impacto nas suas vidas, pessoal e familiar. A mulher grávida, para além de ter de se adaptar às mudanças físicas provocadas pelo parto, depara-se agora com um novo ser que depende de si.

Considerando o contexto apresentado, o objetivo deste trabalho foi conhecer as mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez e pelo parto em mulheres imigrantes e portuguesas.

Método

Estudo de investigação de natureza qualitativa, com aplicação da entrevista semiestruturada para a colheita de dados. Na análise de conteúdo, do verbatim das entrevistas, foi utilizado o programa Qualitative Analyses Software Certified Partner (NVivo versão 10). Foram respeitados os preceitos éticos junto das participantes do estudo, das instituições envolvidas e da Comissão Nacional de Proteção de Dados (Processo 85/2011, nº 191/2011). As entrevistas decorreram no período compreendido entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012, com recurso à gravação e posterior transcrição.

A amostra é constituída por 82 mulheres (tabela 1), das quais 22 são portuguesas e 60 são imigrantes. Nesta amostra estão representadas 22 nacionalidades, sendo que 28,05% da amostra é constituída por mulheres de nacionalidade portuguesa, 17,07% brasileira, 13,41% ucraniana, 9,76 % chinesa, 4,88% moldava, 3,66% francesa, 3,66% russa, 2,44% espanhola, 2,44% indiana e cada uma das restantes nacionalidades representa 1,22%. Os critérios de inclusão foram: ser portuguesa ou imigrante, ter sido mãe há menos de um ano, domínio na língua portuguesa e aceitar participar no estudo.

Tabela 1
Caraterização sociodemográfica da amostra

No gráfico 1 representamos a amostra em termos de número de gestações.

Figure 1
Número de Gestações

Resultados

Procurando dar resposta ao objetivo definido na introdução, o estudo desenvolveu-se de modo a fazer emergir as mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez e pelo parto em mulheres imigrantes e portuguesas.

Nesse sentido, os resultados emergentes da análise e codificação do verbatim das entrevistas facultadas pelas participantes, que a seguir se apresentam, traduzem o que as participantes entenderam serem mudanças nos seus estilos de vida provocadas pela gravidez e pelo parto. Podemos, então, constatar, pela Tabela 2, que a gravidez provocou várias mudanças, em diversos domínios, como depoimentos das informantes “As mudanças com a gravidez foram muitas, estava habituada a viver muito independente e a fazer tudo o que me apetecia e que me dava na real gana … agora a atividade normal do dia-a-dia é toda alterada, desde a ida de férias, a concertos e até passear. Não conseguia estar em pé durante muito tempo, tudo o que fazia tinha que ser feito mediante as limitações que tinha” (AN França).

Os principais domínios, evidenciados pela exposição de algumas falas das participantes que selecionámos, são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2
Mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez

Assim, no que se refere à alimentação, esta mudança evidencia-se, por um lado nos desejos da mulher grávida, e por outro, na preocupação com uma alimentação saudável para ambos.

“…me deu um vício de beber coca-cola durante a gravidez” (CP Brasil);

“na gravidez tinha o cuidado de comer tudo bem lavado, e de ter uma alimentação saudável” (AO Congo);

“na gravidez comia mais peixe” (AE Brasil);

“com a gravidez comia mais fruta” (CN Moldávia);

“na gravidez passei a comer mais legumes” (AC Ucrânia);

“nunca bebia leite e comecei a beber depois de engravidar, …passei a comer mais iogurtes (DA Ucrânia);

“cortei bastante na gordura e nos fritos” (AE Brasil);

“comecei a beber muita água na gravidez” (BT Roménia).

Também se verificaram mudanças na atividade diária a qual passou a ser mais moderada, como revelam os discursos das informantes.

“eu não podia fazer grandes esforços … fazia caminhadas mas não fazia muitas, fazia para aí 30 minutos por dia” (BG Portugal);

“deixei de fazer desportos de impacto, …deixei de fazer desporto” (CH Portugal).

A exposição a perigos foi acautelada, durante a gravidez, quer no que se refere aos consumos, de álcool e tabaco, como também de ambientes poluídos, os quais foram evitados.

“antes eu fumava, já não fumo, não fumei na gravidez” (CI Brasil);

“com a gravidez deixei de beber álcool, isso tive mesmo que deixar, porque podia fazer mal ao bebé” (DA Ucrânia);

“durante a gravidez mesmo que me apetecesse sair à noite, … não ia aos sítios onde costumava ir: podiam ter fumo …” (CE Portugal).

As grávidas também sentiram necessidade de regularizar o sono e o repouso; por força da nova condição

“dormia mais, muito mais durante a gravidez” (BY Polónia);

“Com a gravidez mudou em termos de repouso, basicamente quando estive grávida tinha muito sono, dormia muito.”(CQ China).

As relações sociais e familiares tornaram-se diferentes, com a gravidez, havendo uma maior proximidade conjugal.

“… eu e o meu marido tornámo-nos muito mais amigos. O nosso relacionamento ficou muito mais próximo do que quando não estava grávida” (CZ Brasil);

“Tornámo-nos mais próximos da família com a gravidez” (CU India).

Também houve mudança no que se refere às saídas, as quais deixaram de existir na vida de algumas grávidas sendo que outras as reduziram significativamente.

“com a gravidez tem de se abdicar dumas saídas”(CQ China);

“Quando fiquei grávida não saía” (BI Portugal).

Com a gravidez a mulher passou a ter mais cuidado consigo própria, procurando hábitos mais saudáveis para o seu bem e para o bem do bebé.

“a gravidez foi o que me levou a… uma vida mais saudável para mim e para ela” (AT Argentina);

“Tive mais cuidados comigo durante a gravidez” (BQ Moldávia).

A condição de grávida e os desconfortos gravídicos também condicionaram o seu desempenho no trabalho.

“… ele disse assim, se você já sente muitas dores nas costas e na barriga, fala com a encarregada e ela arranja uma pessoa para a secção, para fazer o seu trabalho” (CL Portugal);

“deixei de trabalhar… uma das vezes estava no trabalho, e comecei a deitar sangue, … já não me aguentava mais, apesar de a minha chefe dizer que ainda tinha a barriga pequena, e que podia trabalhar” (BJ Portugal);

“deixei de trabalhar por estar grávida” (AC Ucrânia).

Houve necessidade de ajustar o vestuário e o calçado à nova condição de grávida e ao novo corpo, como revelam as falas de algumas participantes

“Passei a usar roupa mais confortável e maior durante a gravidez”(AC Ucrânia);

“no fim da gravidez é que andava de chinelos, porque já não consegui calçar o resto”(BH Portugal).

A gravidez também condicionou as participantes no que se refere às viagens, as quais restringiram.

“com a gravidez não podia fazer longas viagens” (AV Portugal).

É notória, nos discursos das participantes, a mudança que se operou na frequência da vigilância da saúde, a qual antes era anual e depois passou a pelo menos ser mensal.

“eu antes de engravidar só ia ao médico uma vez por ano … mas depois da gravidez ia sempre, todos os meses” (DD Cabo Verde).

Durante a gravidez, as vivências da sexualidade assumiram contornos diferentes, quer pela abstenção sexual, adoção de novas estratégias devido ao tamanho da barriga, ou até pela alteração libidinal e exacerbação de desejos sexuais.

“o meu marido teve um bocadito de medo da barriga…e esqueceu-se disso” (CJ Portugal);

“Nas relações sexuais … procurava ter posições mais adequadas”(BC Portugal);

“…p’ro final é que começou a haver um apetite fora do comum, … que eu acordava a meio da noite e só me apetecia acordá-lo …” (CL Portugal).

Como podemos verificar na Tabela 3, foram várias as mudanças nos estilos de vida depois do parto referidas pelas mulheres entrevistadas.

Tabela 3
Mudanças no estilo de vida depois do parto

Entre essas mudanças salientamos o facto de deixar de haver um “eu” para haver um “nós”, como revelam algumas falas das participantes.

“Com o nascimento do bebé … Deixou de haver um “eu” para haver um nós” (CH Portugal).

Também emerge uma maior responsabilidade com o que se come e bebe, e com a qualidade do seu leite.

“Estou a tentar comer alguns alimentos que não comia antes, por causa do bebé; para que o leite materno tenha os nutrientes necessários ao bebé tento comer mais e penso quais alimentos devo comer” (CB Etiópia).

Após o parto, emergem mudanças na relação conjugal.

“com a gravidez e também agora, mudou a relação entre o casal. Agora é diferente!” (AT Argentina).

Também é revelado o sentimento de perder a liberdade para sair,

“Quando não tinha o bebé podia sair, podia passear, agora tenho de estar mais junto do bebé” (AK Rússia);

E a necessidade de ter de acordar muitas vezes durante a noite também é manifestada, como uma mudança no seu estilo de vida.

“Agora tenho que acordar de noite para cuidar do bebé” (CB Etiópia);

“… Tivemos que a alimentar a cada 2 horas durante a noite… mais do que 2 semanas a cada 2 horas…isso foi difícil!” (CD Holanda).

Também é expressado o facto de se ter mais atividades domésticas,

“Com a gravidez e o parto acumularam mais as tarefas domésticas, um bocadinho mais de trabalho, tenho que me dividir em mais uma parte, porque já são 3 em casa” (BZ Moldávia).

Mais uma vez se verifica a necessidade de ter que alterar a atividade profissional, sendo a família o principal centro de interesse,

“Antes do bebé nascer era uma pessoa virada e focada na atividade profissional, agora parou tudo completamente” (AN França);

“Com o nascimento da bebé deixei de trabalhar [para ficar com o bebé] porque acho mal uma criança de 4 a 6 meses ir para a creche” (AZ Ucrânia).

Na última subcategoria as participantes são confrontadas com a necessidade de terem que gerir a vida em função do bebé

“Depois de nascer, (o bebé) é completamente diferente” (CH Portugal),

“agora com o nascimento da bebé é tudo diferente, é tudo em função dela” (AV Portugal).

Discussão

Da análise dos dados emergiram mudanças nos estilos de vida provocados pela gravidez bem como provocados pelo parto

No que se refere às mudanças nos estilos de vida provocados pela gravidez, verificámos que, apesar de 11 (13,41%) mulheres referirem que não houve mudanças no seu estilo de vida durante a gravidez, 15 (18,29%) referiram que as mudanças foram muitas, 50 (60,98%) referiram alterações a nível da alimentação, 14 (17,07%) comentaram ter sentido diferenças a nível da atividade diária, 12 (14,63%) referiram evitar perigos durante a gravidez, 6 (7,32%) manifestaram diferenças a nível do sono e repouso, 5 (6,09%) referem alterações nas relações sociais e familiares, 3 (3,66%) salientaram que tiveram mais restrições das saídas, 7 (8,54%) referiram ter tido mais cuidados consigo próprias, 14 (17,07%) relataram mudanças em relação ao trabalho, 21 (25,61%) referenciaram mudanças em relação ao vestuário e calçado, 12 (14,63%) referiram mudanças na vigilância da saúde e 28 (31,15%) mencionam modificações nas vivências da sexualidade. Autores apontam a gravidez como um período de transição e mudança(77. Coutinho EC, Parreira MVBC. (2011). Outra forma de olhar de olhar a mãe imigrante numa situação de transição. Millenium 2011; (40):83-97.), o que corrobora os nossos resultados.

É então de salientar a importância de ter uma alimentação equilibrada, completa e variada, para desta forma responder às necessidades nutricionais. Apesar de 3 (3,66%) das entrevistadas terem referido comer menos bem, foram 24 (29,27%) as participantes que referiram ter mais cuidado com a alimentação. As respostas de 23 (28,05%) mulheres foram agrupadas de acordo com a Nova Roda dos Alimentos uma vez que foram de encontro às recomendações dadas pela Direção Geral de Saúde portuguesa. Verificámos que as grávidas aumentaram o consumo de carnes, peixe e pescados, 9 (10,97%) o aumento do consumo de fruta, 3 (3,66%) de produtos hortícolas, outras de lacticínios. Também 5 (6,09%) mulheres referiram diminuir o consumo de gorduras e óleos, e há quem faça referência ao aumento do consumo de água. As alterações fisiológicas que ocorrem durante a gravidez determinam o aumento das necessidades nutricionais da grávida, apesar de serem semelhantes às das mulheres não grávidas, apresentam algumas particularidades no que respeita às necessidades de energia, proteínas, algumas vitaminas, como a tiamina, o ácido fólico, a vitamina C e alguns minerais como o ferro, o zinco o cobre e o magnésio, como referem alguns estudos(33. Blumfield ML, Hure AJ, Macdonald-Wicks L, Smith R, Collins CE. A systematic review and meta-analysis of micronutrient intakes during pregnancy in developed countries. Nutrition Reviews. 2013;71(2):118-32.).

Pelos resultados que obtivemos, podemos constatar que, a maioria das mulheres, que referiram alterações na atividade diária, reduziu o exercício, mas poucas deixaram de o fazer, sendo que nenhuma referiu fazer exercício físico intenso na gravidez e as que o faziam deixaram de o fazer. Também os autores se pronunciam nesse sentido. Cada vez mais as mulheres praticam o exercício físico durante a gravidez, A gravidez não é uma doença, nem uma incapacidade, mas é um período que envolve muitas mudanças no organismo materno sendo que a prática de atividade física pode trazer risco como hipoglicémia, hipertermia, lesões músculo-esqueléticas maternas, diminuir o fluxo sanguíneo para a placenta, e também causar hipertermia e hipoglicémia no feto, mas também apresenta benefícios tais como, melhor controlo da gordura corporal, interações psicossociais e eventual facilitação do trabalho de parto, contribuindo de várias maneiras, através da melhoria da circulação sanguínea, da ampliação do equilíbrio muscular, da redução do inchaço, alívio nos desconfortos intestinais, diminuição de cãibras nas pernas, fortalecimento da musculatura abdominal, e facilidade na recuperação pós-parto(44. Petrov Fieril K, Fagevik Olsén M, Glantz A, Larsson M. Experiences of Exercise During Pregnancy Among Women Who Perform Regular Resistance Training: A Qualitative Study. Physical Therapy. 2014;94(8):1135-43.). Neste sentido, os autores aconselham a que o exercício físico deve ser de baixa intensidade e de duração média de quarenta minutos para não acarretar complicações para a mãe e para o feto(44. Petrov Fieril K, Fagevik Olsén M, Glantz A, Larsson M. Experiences of Exercise During Pregnancy Among Women Who Perform Regular Resistance Training: A Qualitative Study. Physical Therapy. 2014;94(8):1135-43.). As mulheres que engordam durante a primeira metade da gravidez têm mais probabilidade de dar à luz um bebé obeso(88. Koletzko B, Bauer CP, Bung P, Cremer M, Flothkotter M, Hellmers C, et al. German national consensus recommendations on nutrition and lifestyle in pregnancy by the 'Healthy Start - Young Family Network'. Annals of nutrition & metabolism. 2013;63(4):311-22.). Estudos mais recentes apontam outros benefícios, na medida em que vêm confirmar que a prática de cerca de vinte minutos de exercício físico moderado e regular, durante a gravidez melhora o desenvolvimento cerebral no recém-nascido(99. Geddes L. Exercise during pregnancy boosts baby brain development. New Scientist. 2013;220(2943):10),

O consumo de substâncias nocivas como tabaco e álcool e a exposição a ambientes poluídos é prejudicial para a população em geral e as grávidas, devido a fase que atravessam não são exceção. No nosso estudo, 11 (13,41%) participantes evitaram a exposição a perigos, entre os quais o deixar de fumar, deixar de consumir álcool e evitar ambientes poluídos. Para estas mulheres, as mudanças que tiveram no seu estilo de vida deveu-se ao facto de estarem grávidas e ao objetivo de quererem diminuir os riscos para o bebé. Esta adoção de estilos de vida mais saudáveis está também presente no discurso de 7 (8,54%) mulheres que referem que durante a gravidez tiveram mais cuidado consigo próprias. Os nossos resultados são corroborados por outros estudos, na medida o consumo de tabaco é considerado como a principal causa evitável de morbilidade e mortalidade em países desenvolvidos, assim como um dos maiores problemas de saúde pública mundial, e conduz a consequências na função reprodutiva e no desenvolvimento de uma gestação saudável(88. Koletzko B, Bauer CP, Bung P, Cremer M, Flothkotter M, Hellmers C, et al. German national consensus recommendations on nutrition and lifestyle in pregnancy by the 'Healthy Start - Young Family Network'. Annals of nutrition & metabolism. 2013;63(4):311-22.). Os autores também salientam que o consumo de bebida alcoólica durante o primeiro trimestre de gravidez está comprovadamente associado ao aumento de risco de malformações fetais(1010. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: A Reference Guide to Fetal and Neonatal Risk. 9th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2011.). Tal como os nossos resultados apontam, também os estudos realçam que sendo a gravidez uma época de profundas alterações físicas e psicológicas na vida da mulher, pode e deve ser também uma oportunidade para a adoção de estilos de vida mais saudáveis(55. Lin YH, Tsai EM, Chan TF, Chou FH, Lin YL. Health promoting lifestyles and related factors in pregnant women. Chang Gung medical journal. 2009 Nov-Dec;32(6):650-61.).

De acordo com os nossos resultados, 12 (14,63%) mulheres referem ter aumentado a vigilância de saúde durante a gravidez. Tal como referido num estudo(1111. Coutinho T, Monteiro MFG, Sayd JD, Teixeira MTB, Coutinho CM, Coutinho LM. Monitoramento do processo de assistência pré-natal entre as usuárias do Sistema Único de Saúde em município do Sudeste brasileiro. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;(32):563-9.), a gravidez envolve riscos para a mãe e para o recém- nascido, mas a vigilância e a prestação adequada de cuidados pré-natais, permite a sua evolução favorável. A diminuição da morbilidade materno-fetal passa, entre outros aspetos, por um correto planeamento e acompanhamento da gravidez.

No que respeita às viagens, estas não estão contraindicadas para grávidas de baixo risco, contudo, os nossos resultados revelam que 4 (4,88%) mulheres referiram evitar fazer viagens. Tal como a literatura aponta, as grávidas que planeiam efetuar viagens longas, devem programar períodos de atividade e repouso, se estiverem a conduzir devem parar de hora a hora e usar cinto de segurança(1212. Motozawa Y, Hitosugi M, Abe T, Tokudome S. Effects of seat belts worn by pregnant drivers during low-impact collisions. American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2010;203(1):62.e1-.e8.).

O sono e repouso enquanto necessidades humanas básicas são essenciais à vida, e durante a gravidez estas necessidades estão aumentadas. Também no nosso estudo, 6 (7,32%) participantes referiram mudanças a nível de hábitos de sono, nomeadamente que durante a gravidez dormiram mais. A grávida é aconselhada a planear períodos regulares de repouso, sobretudo à medida que a gravidez avança. Até porque durante a gravidez a mulher fica mais facilmente cansada acabando por restringir as suas saídas.

No referente à alteração das relações familiares, no nosso estudo, 5 (6,10%) participantes documentam estas mudanças, Tal vai de encontro ao referido por outros autores que salientam que a gravidez é um evento importante nas vivências de todos os elementos da família, refletindo-se na própria constituição da família e na formação de laços afetivos entre os seus membros, e apesar das intensas mudanças na estrutura e organização da família, esta continua a ser uma unidade que cuida dos seus membros(1313. Silva, L. J, Silva, L. R. Mudanças na Vida e no Corpo: Vivências Diante da Gravidez na Perspectiva Afetiva dos Pais. Revista de Enfermagem Esc Anna Nery, abril-junho 2009;13(2):393-401.). E nesse sentido, também o companheiro passa a ter outras funções, sendo que durante a gravidez ele assume o principal papel de atender e responder aos sentimentos de vulnerabilidade da mulher grávida(1414. Akincigil A, Munch S, Niemczyk KC. Predictors of Maternal Depression in the First Year Postpartum: Marital Status and Mediating Role of Relationship Quality. Social Work in Health Care. 2010;49(3):227-44.).

Em relação às mudanças no trabalho, alguns autores consideram que o trabalho realizado no emprego não provoca, normalmente, efeitos adversos nos resultados da gestação, e quando há suspensão da atividade laboral, esta deve-se ao excesso de fadiga, de uma forma geral(1515. Palmer K, Bonzini M, Ellekilde P. Pregnancy: Occupational Aspects Of Management: Concise Guidance. Royal College Of Physicians Clinical Medicine. 2013;13(1):75-9.). No nosso estudo 5 (6,10%) mulheres, referiram outras causas para diminuir, ou abandonar o trabalho como as complicações obstétricas e o aconselhamento médico, 2 (2,24%) diminuíram o trabalho por opção, 2 (2,24%) abandonaram o trabalho por estarem grávidas.

As mudanças físicas inerentes à gravidez levam a grávida a adequar o seu vestuário. É de notar que a maioria das mulheres que referiram ter sentido mudanças a nível de vestuário e calçado, referem que mudaram para roupas mais confortáveis e largas, e para calçado mais largo e mais rasteiro. Tal como corroborado por outros, a roupa confortável e solta é a mais adequada, para prevenir algumas complicações e proporcionar mais conforto, pelo que é aconselhável a grávida utilizar sapatos confortáveis, com boa estabilidade e que favoreçam uma boa postura corporal(1616. Bogaerts AFL, Devlieger R, Nuyts E, Witters I, Gyselaers W, Van den Bergh BRH. Effects of lifestyle intervention in obese pregnant women on gestational weight gain and mental health: a randomized controlled trial. Int J Obes. 2013 ;37(6):814-21.).

Quanto à sexualidade, esta é umas das características mais naturais do ser humano(66. Pauleta JR, Pereira NM, Graça LM. Sexuality During Pregnancy. The Journal of Sexual Medicine. 2010;7(1pt1):136-42.). No nosso estudo, uma mulher referiu ter aumentado a atividade sexual para o fim da gravidez, o que é compatível com o conhecido aumento de desejo sexual que se devido ao aumento da líbido no final da gravidez. A sexualidade é uma realidade biológica, fisiológica e um dos motores da nossa existência. É necessário abordar a prática de relações sexuais durante a gravidez, e se antigamente estas se proibiam, nos dias de hoje são aconselhadas, tendo em vista o bem-estar do casal. No período inicial da gravidez é frequente ocorrer labilidade emocional, juntamente com as alterações físicas como náuseas, vómitos, sonolência, cansaço que levam a que a grávida tenha menos apetência sexual, mas são bem-vindas as demostrações de afeto e carinho por parte do pai(1717. Magalhães, L., Soares, R., Oliveira, S., & Ribeiro, S. Sexualidade na gravidez. Revista Ecos da Enfermagem, 2007, Nº262.). No final da gravidez, se há casais que aumentam a sua atividade sexual, outros ficam mais reticentes, e há os que até se abstêm dado que o desconforto está aumentado por conta do cansaço, fadiga, e devido ao incómodo da barriga(1818. Barbosa, BN, Gondim, ANC, Pacheco, JS, Pitombeira, HCS, Gomes, LF, Vieira, LF, Damasceno, AKC. Sexualidade vivenciada na gestação: conhecendo essa realidade. Revista Eletrônica de Enfermagem, 2011;13(3): 464-73). Apesar da evolução no conhecimento nesta área ainda existem mitos, crenças, valores morais e culturais das vivências da sexualidade no contexto gravídico(1818. Barbosa, BN, Gondim, ANC, Pacheco, JS, Pitombeira, HCS, Gomes, LF, Vieira, LF, Damasceno, AKC. Sexualidade vivenciada na gestação: conhecendo essa realidade. Revista Eletrônica de Enfermagem, 2011;13(3): 464-73).

Quanto às mudanças no estilo de vida depois do parto, há que salientar que 14 (17,07%) mulheres do nosso estudo, disseram que depois do nascimento do bebé é tudo gerido em função dele. Este resultado é corroborado por outros, na medida em que o nascimento de um bebé é um período de muitas mudanças com grande impacto na vida pessoal e familiar das pessoas, em que a mulher para além de ter de se adaptar às mudanças físicas provocadas pelo parto, depara- se com um novo ser que depende de si. O nascimento de uma criança constitui uma alteração na estrutura inter-relacional existente numa família(1919. Shapiro AF, Gottman JM, Carrére S. The baby and the marriage: Identifying factors that buffer against decline in marital satisfaction after the first baby arrives. Journal of Family Psychology. 2000;14(1):59-70.).

Num país em que a taxa de natalidade é tão baixa, é de realçar o facto de três quintos da amostra não se encontrar na sua primeira experiência de maternidade o que em certa medida também sensibilizará de modo diferente cada mulher para a forma como encara e vive essas mudanças.

Conclusão

Este estudo pretendeu conhecer as mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez e pelo parto em mulheres imigrantes e portuguesas. A maioria das mulheres adotou estilos de vida mais saudáveis durante a gravidez por si e pelo bebé, aproveitaram este período para deixar de lado alguns consumos menos saudáveis, como é o exemplo do tabaco, do álcool e da exposição a ambientes poluídos.

Os resultados mostraram que as principais mudanças nos estilos de vida provocadas pela gravidez foram na alimentação, que passou a ser mais cuidadosa; na atividade diária, que passou a ser mais moderada; na exposição a perigos, que passou a ser evitada; no sono e repouso, que as grávidas procuraram ter; nas relações sociais e familiares, em que passou a haver maior proximidade; nas saídas, as quais foram diminuídas e até evitadas; no cuidado consigo própria, que aumentou; no trabalho, em que houve necessidade de abrandar ou por vezes interromper; no vestuário e calçado, no qual procuraram conforto e ajustar à condição de grávida; nas viagens, que foram diminuídas ou até evitadas; na vigilância da saúde, que foi significativamente aumentada; e nas vivências da sexualidade, em que procuraram novas estratégias para adequar em função das circunstâncias.

As principais mudanças sentidas por estas mulheres, após o parto, foram que a vida destas passou a ser gerida em função do bebé, nesse sentido, as saídas, a atividade doméstica, o trabalho, o sono e repouso, são condicionados pelos horários do bebé, uma vez que este vem sempre em primeiro lugar e é o centro das atenções.

Como limitações deste estudo apontamos o maior número de gestantes imigrantes em relação às portuguesas; o fato de não termos encontrado na literatura estudos suficientes que focassem esta temática na população imigrante e portuguesa inviabilizando uma maior discussão sobre a mesma.

Considerando os nossos resultados, que não encontrámos diferenças nos estilos de vida entre portuguesas e imigrantes, que vivenciam o processo de maternidade, tendo em conta a sua cultura, mas apenas tendo em conta a sua condição de se tornar mãe, sugerimos o desenvolvimento de outros estudos com gestantes imigrantes e portuguesas em torno da mesma problemática.

Esperamos que este estudo possa contribuir para compreender as grávidas portuguesas e imigrantes que vivenciam o processo de maternidade, no que concerne às mudanças que se verificam nos seus estilos de vida.

AGRADECIMENTOS

Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no projeto PEst-OE/CED/UI4016/2014, e Centro de Estudos em Educação Tecnologia e Saúde (CI&DETS).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    30 Abr 2014
  • Aceito
    16 Jul 2014
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