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Ansiedade, estresse e depressão de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca* * Extracted from the dissertation “Ansiedade, estresse e depressão de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca”, Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, 2015.

Resumo

OBJETIVO

Identificar o nível de ansiedade, estresse e sintomas de depressão de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca; identificar a relação entre esses sentimentos com as variáveis sociodemográficas e clínicas.

MÉTODO

Estudo transversal composto por 100 familiares. A depressão, a ansiedade e o estresse foram avaliados pelos Inventários de Depressão e Ansiedade de Beck e pela Escala de Estresse Percebido ‒ 10. A relação dos sentimentos com as variáveis foi realizada pelo teste t, Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis.

RESULTADOS

A média de depressão foi de 8,24, ansiedade, 7,95 e estresse, 17,43. O coeficiente de correlação entre depressão e ansiedade e depressão e estresse foi de 0,53 e de 0,66 entre ansiedade e estresse. Sexo feminino (p=0,002; p=0,031), tabagismo (p=0,05; p=0,011) e sedentarismo (p=0,023; p=0,001) se relacionaram com a ansiedade e estresse respectivamente. Renda familiar menor que cinco salários mínimos (p=0,012) se relacionou com a depressão, e autoavaliação de saúde regular/ruim se relacionou com os três sentimentos.

CONCLUSÃO

Os familiares não apresentaram níveis elevados desses sentimentos. As escalas foram diretamente correlacionadas entre si e algumas variáveis se relacionaram com estresse, ansiedade e depressão.

Descritores
Insuficiência Cardíaca; Família; Ansiedade; Estresse Psicológico; Depressão; Enfermagem Cardiovascular

Abstract

OBJECTIVE

Identifying the level of anxiety, stress and depression symptoms in family members of patients with heart failure; identifying the relationship between these feelings with sociodemographic and clinical variables.

METHOD

A cross-sectional study carried out with 100 family members. Depression, anxiety, and stress were evaluated by the Beck Depression and Anxiety Inventories and the Perceived Stress Scale - 10. The relationship between feelings and variables was performed through the t-test, Mann-Whitney or Kruskal-Wallis.

RESULTS

Mean depression was 8.24, anxiety was 77.95, and stress was 17.43. The correlation coefficient between depression and anxiety and depression and stress was 0.53, and it was 0.66 between anxiety and stress. Females (p=0.002, p=0.031), smoking (p=0.05, p=0.011) and sedentary lifestyle (p=0.023, p=0.001) were related to anxiety and stress, respectively. Family income lower than five minimum wages (p=0.012) was related to depression, and regular/poor self-perceived health status related to the three feelings.

CONCLUSION

Family members did not present high levels of these feelings. The scales were directly correlated with each one another and some variables were related to stress, anxiety and depression.

Descriptors
Heart Failure; Family; Anxiety; Stress, Phychological; Depression; Cardiovascular Nursing

Resumen

OBJETIVO

Identificar el nivel de ansiedad, estrés y síntomas de depresión de familiares de pacientes con insuficiencia cardiaca; identificar la relación entre dichos sentimientos con las variables sociodemográficas y clínicas.

MÉTODO

Estudio transversal compuesto de 100 familiares. La depresión, la ansiedad y el estrés fueron evaluados por los Inventarios de Depresión y Ansiedad de Beck y la Escala de Estrés Percibido ‒ 10. La relación de los sentimientos con las variables fue realizada por la prueba t, Mann-Whitney o Kruskal-Wallis.

RESULTADOS

El promedio de depresión fue de 8,24, ansiedad, 7,95 y estrés, 17,43. El coeficiente de correlación entre depresión y ansiedad y depresión y estrés fue de 0,53 y de 0,66 entre ansiedad y estrés. Sexo femenino (p=0,002; p=0,031), tabaquismo (p=0,05; p=0,011) y sedentarismo (p=0,023; p=0,001) se relacionaron con ansiedad y estrés respectivamente. Renta familiar menor que cinco salarios mínimos (p=0,012) se relacionó con depresión, y autoevaluación de salud regular/mal se relacionó con los tres sentimientos.

CONCLUSIÓN

Los familiares no presentaron niveles elevados de esos sentimientos. Las escalas estuvieron directamente correlacionadas entre sí y algunas variables se relacionaron con estrés, ansiedad y depresión.

Descriptores
Insuficiencia Cardíaca; Familia; Ansiedad; Estrés Psicológico; Depresión; Enfermería Cardiovascular

Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é a via final para várias doenças cardíacas e representa um importante problema de saúde pública. De acordo com dados do DataSUS as doenças do aparelho circulatório foram a terceira principal causa de internação hospitalar em 201511 Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Morbidade hospitalar do SUS [Internet]. Brasília; 2015 [citado 2016 mar. 1]. Disponível em: Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/niuf.def
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A IC é uma doença crônica e é responsável pelo maior número de internações dentro do grupo das doenças do aparelho circulatório11 Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Morbidade hospitalar do SUS [Internet]. Brasília; 2015 [citado 2016 mar. 1]. Disponível em: Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/niuf.def
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftoht...
. O indivíduo acometido por uma doença crônica, como a IC, vivencia modificações na sua rotina de vida que são decorrentes da própria doença22 Bahrami M, Etemadifar S, Shahriari M, Farsani AK. Caregiver burden among Iranian heart failure Family caregivers: A descriptive, exploratory, qualitative study. Iran J Nurs Midwifery Res. 2014;19(1):56-63., como alterações referentes ao uso de medicamentos (início, troca ou aumento do número de medicamentos), consultas frequentes e internações recorrentes.

Essas modificações no estilo de vida dos pacientes influenciam diretamente os hábitos de vida dos familiares, que representam o suporte necessário ao paciente para melhor enfrentamento da doença. Sabe-se que os cuidadores contribuem direta e indiretamente para o monitoramento, a manutenção e a gestão do autocuidado do paciente33 Buck HG, Harkness K, Wion R, Carroll SL, Cosman T, Kaasalainen S, et al. Caregivers’ contributions to heart failure self-care: a systematic review. Eur J Cardiovasc Nurs. 2014;14(1):79-89.. Sendo assim, conhecer os fatores psicossociais (depressão, ansiedade e estresse) que podem estar presentes nos familiares e compreender o contexto em que o paciente e a família estão inseridos torna-se importante.

Sabe-se que os familiares podem vivenciar experiências negativas decorrentes do cuidado, que abrangem aspectos físicos e psicológicos. Estudo mostrou que os familiares cuidadores apresentam, em decorrência do cuidado, distúrbios osteomusculares e do sono, fadiga, aumento dos níveis de estresse, ansiedade e isolamento social22 Bahrami M, Etemadifar S, Shahriari M, Farsani AK. Caregiver burden among Iranian heart failure Family caregivers: A descriptive, exploratory, qualitative study. Iran J Nurs Midwifery Res. 2014;19(1):56-63.. Pior qualidade de vida44 Hu X, Hu X, Su Y, Qu M. Quality of life among primary family caregivers of patients qith heart failure in Southwest China. Rehabil Nurs. 2016 Jun 28. [Epub ahead of print], depressão55 Grigorovich A, Lee A, Ross H, Woodend AK, Forde S, Cameron JI. A longitudinal view of factors that influence the emotional wellbeing of family caregivers toindividuals with heart failure. Aging Ment Health. 2016 Apr 14:1-7. [Epub ahead of print] e aumento da sobrecarga66 Zincir SB, Sunbul M, Zincir S, Sunbul EA, Oguz M, Cengiz FF, et al. Burden and depressive symptoms associated with adult-child caregiving for individuals with heart failure. Scientific World J. 2014;2014:641817. são outros aspectos negativos encontrados nos familiares.

As experiências negativas associadas ao tempo despendido com o cuidado podem levar o cuidador a negligenciar sua própria saúde. Metanálise composta por 168 estudos mostrou que diferentes impactos são vivenciados por cônjuges, filhos e enteados cuidadores. Cônjuges relatam maior carga financeira e física, mais sintomas de depressão e bem-estar psicológico mais baixo quando comparados a filhos e enteados77 Pinquart M, Sörensen S. Spouses, adult children, and children-in-law as caregivers of older adults: a meta-analytic comparison. Psychol Aging. 2011;26(1):1-14.. Revisão de literatura concluiu que entre os principais fatores geradores de sobrecarga dos familiares cuidadores de adultos e idosos encontravam-se o desgaste físico e psicológico, a falta de apoio de outros familiares, o grau de dependência do paciente e a imposição ao papel de cuidador88 Baptista BO, Beuter M, Girardon-Perlini NMO, Brondani CM, Budó MLD, Santos NO. A sobrecarga do familiar cuidador no âmbito domiciliar: uma revisão integrativa da literatura. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2012 [citado 2016 abr. 12];33(1):147-56. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v33n1/a20v33n1.pdf
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O interesse em ter a família como foco de pesquisa vem crescendo principalmente em âmbito internacional. No Brasil esse interesse envolve, em sua maioria, familiares de pacientes com distúrbios mentais. Até onde se sabe, não existem estudos nacionais que avaliaram especificamente a depressão, a ansiedade ou o estresse em familiares de pacientes com insuficiência cardíaca em atendimento ambulatorial, que em sua maioria encontra-se em classe funcional (CF) I e II, diferindo de pacientes internados que se encontram em CF III e IV. Ressalta-se que para poder realizar uma intervenção em determinada população é necessário primeiramente conhecê-la, uma vez que os aspectos envolvidos no ato de cuidar variam de acordo com o contexto social e cultural destes indivíduos.

Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo geral analisar o nível de ansiedade, estresse e os sintomas de depressão de familiares acompanhantes de pacientes com IC atendidos ambulatorialmente, e como objetivos específicos identificar a relação desses sentimentos entre si e a relação das variáveis sociodemográficas e clínicas com o nível desses sentimentos.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e correlacional, realizado no Ambulatório de Miocardiopatias do Hospital São Paulo (HSP).

A amostra foi composta por familiares de pacientes com IC atendidos no Ambulatório de Miocardiopatia. O cálculo amostral foi baseado no desvio-padrão da ansiedade, depressão e estresse de uma amostra piloto de cinco pacientes deste mesmo ambulatório, utilizando o teste de soma de postos de Wilcoxon. Adotando um nível de significância de 5%, poder de 95% e desvio-padrão de 4,73 (desvio-padrão da depressão, visto que foi o maior desvio-padrão encontrado quando comparado ao de estresse e ansiedade), a amostra a ser coletada foi de no mínimo 87 familiares. Considerando-se a possibilidade de perdas, o tamanho da amostra foi aumentado em 10%, o que equivale a pelo menos 96 sujeitos.

Os seguintes critérios de inclusão foram considerados: familiares acompanhantes de pacientes com IC classe funcional I e II, com idade superior a 18 anos, alfabetizados e com pelo menos quatro anos de escolaridade. Os critérios de não inclusão foram: familiares com doenças crônicas, como IC, doença pulmonar obstrutiva crônica ou doenças em estágio terminal, familiares com diagnóstico médico prévio de doenças psíquicas e em uso de ansiolíticos e/ou benzodiazepínicos.

A coleta de dados abrangeu o período de abril de 2014 a fevereiro de 2015. Durante esse período, todos os familiares acompanhantes de pacientes com IC que se apresentaram no dia da consulta médica no Ambulatório e que contemplaram os critérios de inclusão foram avaliados. A coleta de dados foi realizada na sala de espera do ambulatório, no dia do retorno médico, porém antes da consulta para não influenciar a avaliação de ansiedade, estresse e depressão. Para a coleta de dados demográficos e clínicos gerais foi utilizado um instrumento validado para pacientes com Insuficiência Coronariana99 Brunori EHFR, Cavalcante AMRZ, Lopes CT, Lopes JL, Barros ALBL. Tabagismo, consumo de álcool e atividade física: associações na síndrome coronariana aguda. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):165-72. e adequado pelas pesquisadoras para o presente estudo. O instrumento de avaliação de depressão, ansiedade e estresse foram, respectivamente, o Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e a Escala de Estresse Percebido (ESP-10). Todos os instrumentos foram autoadministrados, exceto o instrumento referente às informações sociodemográficas, que foi realizado por meio de entrevista. Após a administração dos questionários, foi conferida se todas as questões dos instrumentos haviam sido preenchidas e, caso faltasse alguma resposta, o familiar era orientado a responder a questão.

As variáveis contempladas no instrumento dos dados sociodemográficos e clínicos foram sexo, idade, grau de parentesco com o paciente, raça, escolaridade, estado civil, renda familiar, ocupação profissional, tabagismo, etilismo, atividade física, atividade de lazer, índice de massa corpórea (IMC), antecedentes pessoais (comorbidades) e autoavaliação do estado de saúde. A escolha das variáveis foi determinada pela sua associação com o estresse, ansiedade e/ou depressão em estudos prévios66 Zincir SB, Sunbul M, Zincir S, Sunbul EA, Oguz M, Cengiz FF, et al. Burden and depressive symptoms associated with adult-child caregiving for individuals with heart failure. Scientific World J. 2014;2014:641817.,1010 Pressler SJ, Gradus-Pizlo I, Chubinski SD, Smith G, Wheeler S, Sloan R, et al. Family caregivers of patients with heart failure. A longitudinal study. J Cardiovasc Nurs. 2013;28(5):417-28.

11 Lou P, Zhu Y, Chen P, Zhang P, Yu J, Zhang N, et al. Prevalence and correlations with depression, anxiety, and other features in outpatients with chronic obstructive pulmonary disease in China: a cross-sectional case control study. BMC Pulm Med. 2012;12:53.

12 Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Públ. 2013;33(4):302-10.

13 Hoshino A, Amano S, Suzuki K, Suwa M. Relationship between depression and stress factors in housework and paid work among Japanese women. Hong Kong J Occup Ther. 2016;27:35-41.

14 Taylor G, McNeil A, Girling A, Farley A, Lindson-Hawley N, Aveyard P. Change in mental health after smoking cessation: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2014;348:g1151.
-1515 McMahon EM, Corcoran P, O´Regan G, Keeley H, Cannon M, Carli V, et al. Physical activity in European adolescents and associations with anxiety, depression and well-being. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2017;26(1):111-22..

A autoavaliação do estado de saúde foi determinada pela pergunta: Como é sua saúde em geral? A Organização Mundial da Saúde utiliza como resposta as categorias: 1: muito boa; 2: boa; 3: regular; 4: ruim e 5: muito ruim1616 Bruin A, Picavest HSJ, Nossikov A, editors. Health interview surveys: toward international harmonization of methods and instruments. Geneva: WHO; 1996..

O Inventário de Depressão de Beck (BDI) é um instrumento autoadministrado, composto por 21 itens, cada um contendo quatro alternativas que expressam níveis de gravidade dos sintomas depressivos, podendo variar de 0 a 63. O escore para cada categoria varia de zero a três, onde zero representa a ausência de sintomas depressivos e três a presença de sintomas intensos, em que o indivíduo assinala apenas uma das alternativas. Os sintomas são avaliados em relação à última semana. A escala em português apresenta consistência interna de 0,81 na amostra de estudantes e de 0,88 na amostra de pacientes deprimidos1717 Gorenstein C, Andrade L. Validation of a Portuguese version of the Beck depression inventory and the state-trait anxiety inventory in Brazilian subjects. Braz J Med Biol Res. 1996;29(2):453-7.. Foi utilizada a seguinte categorização para avaliar os sintomas de depressão: Escores de 0 a 14 - sem sintomas de depressão; Escores de 15 a 19 - sintomas de disforia; Escores 20 ou mais - sintomas de depressão1818 Beck AT, Steer RA. Beck Depression Inventory: manual. San Antonio: Harcourt Brace; 1996..

O Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) é um instrumento de avaliação de sintomas característicos de ansiedade e foi desenvolvido para atender às necessidades de um instrumento que discrimine de forma confiável a ansiedade da depressão1919 Beck AT, Brown G, Epstein N, Steer RA. An inventory for measuring clinical anxiety: psychometric properties. J Consult Clin Psychol. 1988;56(6):893-7.. A escala é composta por 21 itens que refletem manifestações somáticas, cognitivas e afetivas características de ansiedade e refere-se aos sintomas que incomodaram o indivíduo na última semana, podendo variar de 0 a 63. Para cada questão, o indivíduo deve escolher um entre quatro níveis de ansiedade em uma escala Likert que varia de 0 a 3. O nível de ansiedade é classificado em ansiedade normal quando o escore total varia entre 0 e 9 pontos, ansiedade leve a moderada quando se obtém escore total entre 10 e 18 pontos, ansiedade moderada a severa quando varia de 19 a 29 pontos e ansiedade severa de 30 a 63 pontos2020 Creamer M, Foran J, Bell R. The Beck anxiety inventory in a non-clinical sample. Behav Res Ther.1995;33(4):477-85.. A avaliação das propriedades psicométricas foi realizada em amostras de pacientes psiquiátricos, médico-clínicas e não clínicas. O alfa de Cronbach variou de 0,71 a 0,92 na amostra não clínica e de 0,75 a 0,92 na amostra médico-clínica2121 Cunha JA. Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001..

O nível de estresse, por sua vez, foi avaliado por meio da Escala de Estresse Percebido - 10 (EPS-10). A Escala de Estresse Percebido composta por 10 questões foi validada no Brasil em 20102222 Reis RS, Hino AAF, Añez CRR. Perceived Stress Scale: reliability and validity study in Brazil. J Health Psychol. 2010;15(1):107-14.. O ESP-10 é composto por 10 questões que correlacionam acontecimentos e situações ocorridos nos últimos 30 dias com escore de 0 (nunca) a 4 (muito frequente), em que o indivíduo assinala apenas uma das alternativas. O escore total varia de 0 a 40, sendo que quanto maior a pontuação, maior a percepção do estresse2323 Luft CDB, Sanches SO, Mazo GZ, Andrade A. Versão brasileira da Escala de Estresse Percebido: tradução e validação para idosos. Rev Saude Publica. 2007;41(4):606-15.. Na sua versão em português, a EPS-10 foi testada em amostras de adultos e idosos, demonstrando dados satisfatórios de fidedignidade e validade. A escala obteve coeficiente de consistência interna de 0,862222 Reis RS, Hino AAF, Añez CRR. Perceived Stress Scale: reliability and validity study in Brazil. J Health Psychol. 2010;15(1):107-14. e 0,832323 Luft CDB, Sanches SO, Mazo GZ, Andrade A. Versão brasileira da Escala de Estresse Percebido: tradução e validação para idosos. Rev Saude Publica. 2007;41(4):606-15., respectivamente.

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, sob o número 521.916/2014. Este projeto foi conduzido de acordo com as recomendações das Boas Práticas Clínicas e da Resolução nº 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Antes da inclusão, os sujeitos foram devidamente informados quanto aos objetivos do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram garantidos o sigilo e a possibilidade de retirada de consentimento a qualquer momento, se desejado.

Para descrever a caracterização da amostra foram utilizadas frequências absolutas e relativas para as variáveis qualitativas e média, desvio-padrão (DP), erro padrão (EP), mediana, intervalo interquartil (IQ), máximo e mínimo para as variáveis quantitativas. A fim de analisar a correlação entre as três escalas (Depressão, Estresse e Ansiedade) foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. Para a classificação da força da correlação foram considerados os seguintes valores de r: 0,00-0,19 (muito fraco), 0,20-0,39 (fraco), 0,40-0,59 (moderado), 0,60-0,79 (forte) e 0,80-1,0 (muito forte)2424 Evans JD. Straight forward statistics for the behavioral sciences. Pacific Grove, CA: Brooks/Cole; 1996..

A relação das escalas com as variáveis qualitativas com apenas duas categorias foi testada por meio do teste t bicaudal ou Mann-Whitney. A relação entre as escalas e as variáveis qualitativas com três ou mais categorias foi verificada pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e, nos casos em que houve relação significativa, foram realizadas comparações múltiplas das categorias duas a duas pelo teste não paramétrico de Tukey. A relação das variáveis quantitativas com as escalas foi testada por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 0,05 e para a realização das análises estatísticas utilizou-se do software livre R 3.1.2.

Resultados

A amostra do estudo consistiu em 100 familiares de paciente com insuficiência cardíaca, com média de idade de 45,43±13,53 anos. A maior parte dos familiares era do sexo feminino (81%), branca (63%) e casada (61%). Quanto ao grau de parentesco com o paciente, 40% eram esposo(a), 36% filho(a) e 24% abrangiam outros graus de parentescos, como irmão(a) e nora/genro. Apresentavam média de 9,99±3,91 anos de escolaridade, com mínimo de 4 e máximo de 19 anos, sendo que 62% apresentavam-se economicamente ativos no momento da coleta e 50% sobreviviam com menos de três salários mínimos como renda familiar.

Com relação às informações clínicas, 66% dos entrevistados não apresentavam comorbidades, 88% não fumavam e 82% negaram fazer uso de bebidas alcoólicas mesmo que socialmente. Quanto ao IMC, 2% encontravam-se em baixo peso, 34% encontravam-se na variação normal, 39% na faixa de sobrepeso e 25% na de obesidade. Apenas 32% referiram prática de atividade física e 47% a prática de atividades de lazer. Quando questionados a respeito de como classificariam sua saúde em geral, 67% a classificaram como muito boa/boa, e 33% como regular/ruim.

O escore de depressão apresentou média de 8,24±7,14, com mínimo de 0 e máximo de 32 pontos (85% não apresentaram sintomas depressivos, 8% apresentaram sintomas de disforia e 7% sintomas de depressão). Já o escore de ansiedade apresentou média de 7,95±7,61, com mínimo de 0 e máximo de 36 pontos (68% apresentaram nível de ansiedade normal, 23% ansiedade leve a moderada, 8% ansiedade moderada a severa e 1% ansiedade severa). E a escala de estresse apresentou média de 17,43±7,15, com mínimo de 2 e máximo de 35 pontos (65% apresentaram níveis mais baixos de estresse e 35% níveis mais altos). Observou-se correlação moderada entre depressão e ansiedade e entre depressão e estresse, e forte correlação entre ansiedade e estresse (Tabela 1).

Tabela 1
Avaliação de depressão, ansiedade, estresse e correlação entre as escalas - São Paulo, SP, Brasil, 2014/2015.

A depressão apresentou relação significativa com a autoavaliação da saúde e a renda familiar, enquanto que ansiedade e estresse apresentaram relação significativa com sexo, tabagismo, atividade física e autoavaliação da saúde Tabelas (2 e 3).

Tabela 2
Relação entre depressão, ansiedade e estresse e as variáveis sociodemográficas e clínicas - São Paulo, SP, Brasil, 2014/2015.

Tabela 3
Comparações múltiplas (Tukey não paramétrico) para as variáveis com mais de três categorias que tiveram relação significante entre as escalas - São Paulo, SP, Brasil, 2014/ 2015.

Observou-se que indivíduos do sexo feminino, sedentários e fumantes apresentaram mais ansiedade e estresse, enquanto indivíduos com renda familiar menor que cinco salários mínimos apresentaram maior nível de depressão. Quanto à autoavaliação da saúde, os que a classificaram como ruim são mais depressivos do que aqueles que a relataram como muito boa e menos estressados dos que a classificaram como boa ou regular. Aqueles que a referiram como regular são mais ansiosos e estressados do que os que a classificaram como muito boa.

Discussão

Os familiares avaliados no presente estudo apresentaram, em sua maioria, ausência de sintomas depressivos e ansiedade normal. Este mesmo resultado não foi encontrado em outro estudo em que se observou que 56,9% dos familiares apresentavam sintomas depressivos e 46,6% apresentavam ansiedade2525 Chung ML, Moser DK, Lennie TA, Rayens MK. The effects of depressive symptoms and anxiety on quality of life in patients with heart failure and their spouses: Testing dyadic dynamics using Actor-Partner Interdependence Model. J Psychosom Res. 2009;67(1):29-35., níveis altos quando comparados ao estudo atual. Entretanto, esses sintomas foram avaliados apenas em cônjuges, considerados pelos pacientes como sendo seus cuidadores principais. A maior proximidade afetiva e o excesso de responsabilidade por se tratar de cuidadores principais podem justificar os níveis de depressão e ansiedade. A média dos níveis de estresse encontrada no presente estudo foi de 17,43, resultado próximo ao encontrado em cuidadores de idosos dependentes (18,5±9,9) que referiram associação dos níveis de estresse com a autopercepção da saúde pobre e muito pobre, dificuldade no sono, níveis elevados de sobrecarga relacionados ao cuidado, entre outros2626 Luchesi BM, Souza EN, Gratão AC, Gomes GA, Inouye K, Alexandre TS, et al. The evaluation of perceived stress and associated factors in elderly caregivers. Arch Gerontol Geriatr. 2016;67:7-13..

O baixo escore de depressão, ansiedade e estresse encontrados na maioria dos familiares avaliados no presente estudo pode ser justificado pelo fato dos pacientes não estarem internados e por apresentarem IC de CF I e II, não sendo dependentes do familiar para a realização das suas atividades. Estudo mostrou que familiares de pacientes com IC CF III/IV reportaram níveis mais altos de ansiedade, mais tempo gasto nas atividades do cuidado, mais dificuldade com essas atividades e pior qualidade de vida quando comparados aos cuidadores de pacientes que apresentavam baixos sintomas decorrentes da doença (CF I/II)1010 Pressler SJ, Gradus-Pizlo I, Chubinski SD, Smith G, Wheeler S, Sloan R, et al. Family caregivers of patients with heart failure. A longitudinal study. J Cardiovasc Nurs. 2013;28(5):417-28..

Outro resultado encontrado foi a correlação entre a ansiedade, o estresse e a depressão. Essa relação tem sido estudada por diferentes áreas, podendo ser explicada pela alteração que ocorre no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) decorrente do estresse, o que implicaria a patofisiologia da depressão2727 Mello AF, Juruena MF, Pariante CM, Tyrka AR, Price LH, Carpenter LL, et al. Depressão e estresse: existe um endofenótipo? Rev Bras Psiquiatr. 2007;29(1):S13-8. e ansiedade2828 Graeff FG. Ansiedade, pânico e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Rev Bras Psiquiatr. 2007;29(1):S3-6.. Além do eixo HHA, essa relação também pode ser determinada por outros fatores, como pela ocorrência de eventos estressantes no início da vida e por fatores genéticos2727 Mello AF, Juruena MF, Pariante CM, Tyrka AR, Price LH, Carpenter LL, et al. Depressão e estresse: existe um endofenótipo? Rev Bras Psiquiatr. 2007;29(1):S13-8..

No presente estudo, observou-se que a depressão se relacionou com menor renda familiar. Embora não tenham sido encontrados estudos que avaliem essa relação em familiares de pacientes com IC, a associação da ansiedade e dos sintomas de depressão com a baixa renda familiar foi encontrada em indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica1111 Lou P, Zhu Y, Chen P, Zhang P, Yu J, Zhang N, et al. Prevalence and correlations with depression, anxiety, and other features in outpatients with chronic obstructive pulmonary disease in China: a cross-sectional case control study. BMC Pulm Med. 2012;12:53.. A depressão foi relacionada com a autoavaliação da saúde, relação também encontrada com a ansiedade e o estresse. Familiares que reportaram sua saúde como regular ou ruim apresentaram mais sintomas de depressão e maiores níveis de ansiedade e estresse. Revisão sistemática com 11 artigos nacionais identificou variação da prevalência negativa da autoavaliação da saúde entre 12,6% e 51,9% e constatou que, entre as variáveis dependentes associadas com a autoavaliação da saúde negativa, encontravam-se, entre outros, a renda familiar, as dificuldades ou incapacidade para atividades de vida diária e a presença de sintomas depressivos e ansiosos1212 Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Públ. 2013;33(4):302-10..

No estudo observou-se que indivíduos do sexo feminino apresentam maiores níveis de ansiedade e estresse. A presença de estresse e transtornos psiquiátricos em mulheres tem sido reportada na literatura, podendo estar relacionada com hormônios femininos, fase do ciclo reprodutivo2929 Ter Horst JP, de Kloet ER, Schachinger H, Oitzl MS. Relevance of stress and female sex hormones for emotion and cognition. Cell Mol Neurobiol. 2012;32(5):725-35. e atividades domésticas1313 Hoshino A, Amano S, Suzuki K, Suwa M. Relationship between depression and stress factors in housework and paid work among Japanese women. Hong Kong J Occup Ther. 2016;27:35-41.. Outro fator que deve ser considerado na análise é o acúmulo de tarefas realizadas pela mulher, o que pode aumentar os níveis de estresse.

Ansiedade e estresse, assim como determinado na literatura, apresentaram relação com o tabagismo. Um estudo mostrou que a cessação do tabagismo está associada à redução de depressão, ansiedade e estresse quando comparado a indivíduos fumantes1414 Taylor G, McNeil A, Girling A, Farley A, Lindson-Hawley N, Aveyard P. Change in mental health after smoking cessation: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2014;348:g1151.. A relação de causalidade entre ansiedade, estresse e tabagismo ainda não se encontra bem definida, porém se sabe que substâncias existentes no cigarro, como a nicotina, podem promover alterações no organismo que envolvem desde o sistema de neurotransmissores até a disfunção mitocondrial. Essas alterações predisporiam ao desenvolvimento e aumento da ansiedade3030 Moylan S, Jacka FN, Pasco JA, Berk M. How cigarette smoking may increase the risk of anxiety symptoms and anxiety disorders: a critical review of biological pathways. Brain Behav. 2013;3(3):302-26.. Quanto à atividade física, estudo com jovens europeus identificou que a frequência da realização dos exercícios está associada aos níveis de depressão, ansiedade e bem-estar, sendo que quanto maior a frequência da atividade física, menor os sintomas depressivos, os níveis de ansiedade e maior o bem-estar1515 McMahon EM, Corcoran P, O´Regan G, Keeley H, Cannon M, Carli V, et al. Physical activity in European adolescents and associations with anxiety, depression and well-being. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2017;26(1):111-22..

Ressalta-se que a amostra dos familiares não apresentou altos níveis de estresse, ansiedade e depressão, sendo assim, os resultados da relação com as variáveis avaliadas não podem ser expandidos para familiares com graus muito elevados desses sentimentos, o que torna necessária a realização de novos estudos sobre o tema.

Considerando-se que os familiares contribuem para o autocuidado dos pacientes33 Buck HG, Harkness K, Wion R, Carroll SL, Cosman T, Kaasalainen S, et al. Caregivers’ contributions to heart failure self-care: a systematic review. Eur J Cardiovasc Nurs. 2014;14(1):79-89. e que a ansiedade, a depressão e o estresse destes familiares influenciam no cuidado destes indivíduos, sugere-se que o enfermeiro inclua a avaliação desses sentimentos no planejamento de suas intervenções. Embora não tenham sido evidenciados altos níveis de ansiedade, estresse e depressão acredita-se que esta avaliação poderá contribuir para a detecção dos familiares que necessitem de intervenções para redução desses sentimentos, com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida e identificar os pacientes que necessitem de outro suporte além do familiar.

O estudo apresentou limitações que se referem a aspectos do ambiente da coleta e do próprio sujeito de pesquisa. A coleta de dados foi realizada na sala de espera do ambulatório enquanto o paciente e seu familiar aguardavam para serem atendidos pelo médico. A utilização de um local de uso comum entre todos os pacientes pode ter influenciado na concentração do sujeito, visto que na sala de espera encontravam-se outros pacientes. Além disso, a realização do estudo em um único centro pode comprometer a generalização dos resultados. No que se refere aos sujeitos, não se determinou se eles eram apenas acompanhantes ou também cuidadores desses pacientes, podendo os resultados terem sido influenciados pelo fato dos familiares serem somente acompanhantes e não necessariamente cuidadores. Ainda com relação ao familiar, não foi avaliado seu estado cognitivo e nível de compreensão, o que pode ter influenciado no preenchimento dos questionários.

Conclusão

O estudo permitiu concluir que os familiares de pacientes com IC atendidos ambulatorialmente não apresentam níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão. As escalas foram diretamente correlacionadas entre si e as de estresse e ansiedade foram as mais correlacionadas. Autoavaliação da saúde, atividade física, tabagismo e sexo foram os fatores que se relacionaram com o estresse e ansiedade, e renda familiar e autoavaliação de saúde foram os fatores relacionados com os sintomas de depressão. Embora o presente estudo possibilite identificar o perfil dos familiares de pacientes com IC CF I e II e facilite possíveis intervenções nessa população, quando pertinentes novos estudos mostram-se necessários a fim de avaliar prospectivamente os níveis de ansiedade, estresse e depressão e identificar se ao longo do tempo os níveis desses sentimentos são alterados nessa população. A realização de novos estudos que avaliem esses sentimentos em familiares de pacientes com insuficiência cardíaca com classes funcionais III e IV também se mostra necessária.

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    Extraído da dissertação “Ansiedade, estresse e depressão de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca”, Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, 2015.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    28 Abr 2016
  • Aceito
    30 Out 2016
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