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Fatores associados aos comportamentos de risco à saúde entre adolescentes brasileiros: uma revisão integrativa* * Extraído da tese: “Fatores associados aos comportamentos de risco para a saúde em adolescentes: um recorte do estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes – ERICA”, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.

Factores asociados con los comportamientos de riesgo sanitario entre adolescentes brasileños: una revisión integrativa

RESUMO

Objetivo:

Identificar o conhecimento sobre fatores associados aos comportamentos de risco para a saúde entre adolescentes brasileiros.

Método:

Revisão integrativa da literatura nas bases de dados Cochrane, IBECS, LILACS, MEDLINE e SciELO, em relação aos comportamentos de risco recomendados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

Resultados:

Analisaram-se 37 estudos, com predomínio do comportamento sexual de risco, uso do tabaco e comportamento violento. O avançar da idade favoreceu o sexo desprotegido, o uso do álcool e tabaco. A influência familiar e de amigos relacionou-se com tabagismo e alcoolismo. O sexo masculino envolveu-se mais em situações de violência e o sexo feminino associou-se à inatividade física. Pertencer a classes econômicas mais baixas relacionou-se com sexo desprotegido, inatividade física, comportamento alimentar não saudável e violência. Estudar em escola privada referiu-se ao comportamento alimentar não saudável.

Conclusão:

Comportamentos de risco relacionaram-se a fatores sociais, econômicos e familiares e tendem a se aglomerar.

DESCRITORES
Adolescente; Saúde do Adolescente; Comportamento do Adolescente; Assunção de Riscos; Enfermagem Pediátrica; Revisão

RESUMEN

Objetivo:

Identificar el conocimiento acerca de los factores asociados con los comportamientos de riesgo sanitario entre adolescentes brasileños.

Método:

Revisión integrativa de la literatura en las bases de datos Cochrane, IBECS, LILACS, MEDLINE y SciELO, con respecto a los comportamientos de riesgo recomendados por el Centro de Control y Prevención de Enfermedades.

Resultados:

Se analizaron 37 estudios, con predominio del comportamiento sexual de riesgo, tabaquismo y comportamiento violento. El avance de la edad favoreció el sexo desprotegido, el uso de alcohol y tabaco. La influencia familiar y de amigos se relacionó con tabaquismo y alcoholismo. El sexo masculino se involucró más en situaciones de violencia y el sexo femenino se asoció con la inactividad física. Pertenecer a clases económicas más bajas se relacionó con sexo desprotegido, inactividad física, comportamiento alimentario no sano y violencia. Estudiar en escuela privada se refirió al comportamiento alimentario no sano.

Conclusión:

Comportamientos de riesgo se relacionaron con factores sociales, económicos y familiares y tienden a aglomerarse.

DESCRIPTORES
Adolescente; Salud del Adolescente; Conducta del Adolescente; Asunción de Riesgos; Enfermería Pediátrica; Revisión

ABSTRACT

Objective:

Identifying knowledge about factors associated with health risk behaviors among Brazilian adolescents.

Method:

An integrative review of the literature conducted in the Cochrane, IBECS, LILACS, MEDLINE and SciELO databases in relation to risk behaviors recommended by the Centers for Disease Control and Prevention.

Results:

Thirty-seven (37) studies were analyzed, with a predominance of risky sexual behavior, tobacco use and violent behavior. Advancing age favored unprotected sex, alcohol and tobacco use. Family and friends influence was related to smoking and alcoholism. Males were more involved in situations of violence and the female gender was associated with physical inactivity. Belonging to a lower economic class was related to unprotected sex, physical inactivity, unhealthy dietary behaviors and violence. Studying in private school was related to unhealthy dietary behavior.

Conclusion:

Risk behaviors were related to social, economic and family factors and they tend to agglomerate.

DESCRIPTORS
Adolescent; Adolescent Health; Adolescent Behavior; Risk-Taking; Pediatric Nursing; Review

INTRODUÇÃO

O envolvimento do indivíduo em atividades que levam ao comprometimento de sua saúde física e/ou mental pode definir o que se denominam comportamentos de risco para a saúde (CRS). Tais comportamentos decorrem de escolhas e atitudes que tendem a impactar de forma negativa a saúde dos jovens, tornando prematuro o risco de morbimortalidade(11. Guedes DP, Lopes CC. Validation of the Brazilian version of the 2007 Youth Risk Behavior Survey. Rev Saúde Pública [Internet]. 2010 [cited 2017 Feb 18]; 44(5):840-50. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n5/en_1311.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n5/en_13...
). A proporção de adolescentes exposta a um ou mais CRS tem se mostrado elevada em diferentes países(22. Farias Júnior JC. Associação entre prevalência de inatividade física e indicadores de condição socioeconômica em adolescentes. Rev Bras Med Esp. 2008;14(2):109-14. DOI: 10.1590/S1517-86922008000200005
https://doi.org/10.1590/S1517-8692200800...
). Estudos indicam que 50% a 65% deles ultrapassam dois ou mais comportamentos, além da exposição simultânea a vários deles nessa fase da vida e, também, na idade adulta(33. Brito ALS, Hardman CM, Barros MVG. Prevalence and factors associated with the co-occurrence of health risk behaviors in adolescents. Rev Paul Pediatr [Internet]. 2015 [cited 2017 May 10];33(4):423-30. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rpp/v33n4/0103-0582-rpp-33-04-0423.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rpp/v33n4/0103-...
).

Nos Estados Unidos, anualmente, os jovens norte-americanos têm seu comportamento monitorado, a partir de um o instrumento proposto pelo Sistema de Vigilância do Comportamento de Risco da Juventude, criado em 1991. Foram elencadas seis categorias de CRS prioritários entre os jovens e jovens adultos, como lesões não intencionais e violência, consumo de tabaco, consumo de álcool e outras drogas, comportamento sexual que leva à gravidez não planejada e a doenças transmissíveis por via sexual, hábitos alimentares pouco saudáveis e inatividade física(44. Eaton DK, Kann L, Kinchen S, Shanklin S, Ross J, Hawkins J, et al. Youth risk behavior surveillance: United States, 2007. MMWR Surveill Summ [Internet]. 2008 [cited 2017 May 10];57(4):1-131. Available from: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss5704a1.htm
https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtm...
55. Kann L, McManus T, Harris WA, Shanklin SL, Flint KH, Hawkins J, et al. Youth risk behavior surveillance: Unites States, 2015. MMWR Surveil Summ. 2016;65(6):1-174. DOI: 10.15585/nmwr.ss6506al.
https://doi.org/10.15585/nmwr.ss6506al...
).

Tendo em vista a diversidade de situações consideradas perigosas à saúde de adolescentes e a necessidade de intervenção sobre elas, faz-se indispensável a realização de pesquisas que diagnostiquem e melhor compreendam esse panorama nos diferentes cenários nacionais. A presente revisão da literatura objetiva discutir, a partir dos comportamentos de risco definidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), os fatores a eles associados, entre adolescentes brasileiros. A revisão sobre a temática poderá ser útil na proposição de intervenções em saúde pública que promovam a adoção de comportamentos saudáveis entre o público jovem. Igualmente, poderão contribuir para a formação de profissionais que percebam o quanto é importante atuar de forma preventiva no processo saúde/doença.

MÉTODO

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre os CRS entre adolescentes brasileiros. Esse tipo de estudo permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis sobre determinado tema. Os resultados retratam a posição atual do que se investiga, que contribui para maior efetividade das ações em saúde, com menor custo, além de evidenciar lacunas direcionadoras do desenvolvimento de futuras pesquisas(66. Teixeira E, Medeiros HP, Nascimento MHM, Silva BAC, Rodrigues C. Revisão integrativa da literatura passo-a-passo & convergências com outros métodos de revisão. Rev Enferm UFPI, 2013;2 Supl:3-7.).

O desenho do estudo baseou-se em seis etapas distintas: elaboração do problema de pesquisa, seleção da amostra a partir dos descritores adequados à temática, coleta de informações, avaliação dos elementos relacionados ao tema, análise e interpretação dos resultados coletados e divulgação dos dados.

A busca das publicações foi realizada em janeiro de 2016, a partir dos artigos publicados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio do sitewww.bvsalud.org. A BVS integra a Biblioteca Cochrane, o Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS), o índice bibliográfico da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), o Medical Literature Analysis and Retrieval System (MEDLINE) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Os CRS avaliados correspondem aos recomendados pelo CDC: uso de tabaco, de álcool e outras drogas, comportamentos sexuais que concorrem para a gravidez involuntária e doenças transmissíveis por via sexual (incluindo a infecção pelo HIV), comportamentos alimentares não saudáveis e inatividade física(55. Kann L, McManus T, Harris WA, Shanklin SL, Flint KH, Hawkins J, et al. Youth risk behavior surveillance: Unites States, 2015. MMWR Surveil Summ. 2016;65(6):1-174. DOI: 10.15585/nmwr.ss6506al.
https://doi.org/10.15585/nmwr.ss6506al...
).

Foram definidos os descritores contidos no Medical Subject Headings (MeSH), coincidentes com os pertencentes aos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) pesquisados na BVS: “Feeding behavior”; “Adolescent behavior”; “Risk”; “Tobacco use”; “Behavior”; “Motor activity”; “Adolescent”; “Violence”; “Sexual behavior”; “Risk-taking” e “Alcoholism”.

Os descritores foram utilizados na busca de pesquisas que os contivessem no título, resumo e assunto. Para os cruzamentos, foi utilizado o operador boleano “AND” nas seguintes combinações: Feeding behavior AND Risk AND Adolescent AND Brazil; Adolescent behavior AND Risk AND Tobacco use AND Brazil; Adolescent behavior AND Risk AND Alcoholism; Risk-taking AND Motor activity AND Adolescent AND Brazil; Risk-taking AND Risk AND Violence AND Adolescent AND Brazil; Risk-taking AND Sexual behavior AND Adolescent AND Brazil; Risk-taking AND Adolescent AND Brazil.

Foram incluídas as publicações que tratam das associações dos CRS entre adolescentes brasileiros, sem restrição de idioma, nos últimos 10 anos (2005-2015). Para a seleção inicial, foram excluídas as pesquisas que não atenderam aos critérios de inclusão, as que não contemplavam o cenário brasileiro e aquelas que não disponibilizaram resumos. Foram excluídos ainda editoriais, reflexões teóricas, relatos de experiências e resenhas, dissertações, monografias, teses e resumos em anais de eventos.

Para a avaliação qualitativa dos métodos descritos nos estudos, foram utilizadas as ferramentas do Joanna Briggs Institute: JBI Critical Appraisal Checklist descriptive/Case Series e JBI critical Appraisal Checklist for Comparable Cohort/Case control(77. The Joanna Briggs Institute. Joanna Briggs Institute reviewers’ manual [Internet]. Adelaide: JBI; 2014 [cited 2015 May 15]. Available from: http://www.joannabriggs.org/assets/docs/sumari/ReviewersManual-2014.pdf
http://www.joannabriggs.org/assets/docs/...
). Uma síntese das publicações selecionadas por meio de quadro sinóptico buscou ordenar e avaliar o grau de concordância dos pesquisadores em relação ao tema investigado.

RESULTADOS

Foram encontrados 460 estudos, e, após leitura e análise de títulos e resumos, elegeram-se 64 artigos. A partir da leitura na íntegra de cada um destes, selecionaram-se 37 artigos que atenderam ao objetivo proposto, apresentados a seguir.

Publicações que estudaram diferentes CRS entre adolescentes totalizaram 32,5%. O comportamento de risco mais pesquisado no país, no recorte temporal proposto, foi o sexual (18,9%), seguido do uso do tabaco (13,5%) e do comportamento violento (10,8 %). Já o uso do álcool, o comportamento alimentar de risco e a inatividade física apresentaram prevalência de 8,1% cada um deles.

O Quadro 1 apresenta a caracterização das publicações da amostra final, organizadas em seis temáticas, a partir dos CRS eleitos para investigação. Para cada publicação foram descritos: autor principal, periódico, ano de publicação, objetivos, delineamento e variável de interesse, o que permitiu melhor visualização das informações relevantes, comparações e identificação dos padrões comportamentais.

Quadro 1
Caracterização das publicações quanto ao objetivo, ao delineamento e aos fatores relacionados aos comportamento de risco para a saúde. Brasil, 2016.

A maioria dos estudos foi publicada em 2014 (24,3%, n=9) e 2013 (19%, n=7). O restante foi publicado entre os anos de 2006 e 2011. O delineamento mais frequente foi o descritivo transversal (92%, n=34). Todos os estudos foram conduzidos no Brasil, em diferentes cidades e regiões. O idioma prevalente foi o inglês (54%, n=20), acompanhado do português (46%, n=17). A predominância dos artigos em Inglês resulta das atuais orientações e recomendações dos periódicos para uso da língua.

Quanto à qualidade metodológica, a partir das ferramentas propostas pelo Joanna Briggs Institute (JBI), os estudos selecionados foram aprovados quando responderam, para cada instrumento, a um mínimo da metade (50%) das questões que compunham o checklist indicado. Um deles, o JBI Critical Appraisal Checklist for Comparable Cohort/Case control, analisou a representatividade da amostra na população e a escolha de métodos estatísticos. O segundo instrumento empregado, JBI Critical Appraisal Checklist for Descriptive/Case Series, apreciou se havia clareza nos critérios de inclusão definidos e, quando comparações foram descritas, se houve exposição adequada dos grupos. Objetividade e confiabilidade foram os critérios considerados para a avaliação dos resultados, sobre os quais todos os artigos atenderam aos quesitos, mediante a descrição detalhada da metodologia de análise(77. The Joanna Briggs Institute. Joanna Briggs Institute reviewers’ manual [Internet]. Adelaide: JBI; 2014 [cited 2015 May 15]. Available from: http://www.joannabriggs.org/assets/docs/sumari/ReviewersManual-2014.pdf
http://www.joannabriggs.org/assets/docs/...
).

DISCUSSÃO

Documentos legais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e diretrizes do Ministério da Saúde foram incluídos, pela importância de se discuti-los a partir das evidências levantadas para os CRS entre adolescentes. Detectou-se que os estudos incluídos propuseram objetivos que procuravam descrever a frequência e os fatores associados a esses comportamentos, entre eles os sociais, econômicos, familiares e de sexo.

Para melhor organização dos dados, a discussão do presente estudo segue o agrupamento temático de acordo com a definição do CDC para os comportamentos.

Comportamentos sexuais que contribuem para a gravidez involuntária e doenças sexualmente transmissíveis e fatores associados entre adolescentes

A maioria dos jovens conhecem de forma coerente as práticas sexuais que os tornam vulneráveis às DSTs e ao HIV(2828. Costa ACPJ, Lins AG, Araújo MFM, Araújo TM, Gubert FA, Vieira NFC. Vulnerabilidade de adolescentes escolares às DST/HIV, em Imperatriz – Maranhão. Rev Gaúcha Enferm. 2013;34(3):179-86. DOI: 10.1590/S1983-14472013000300023.
https://doi.org/10.1590/S1983-1447201300...
2929. Moura LR, Lamounier JR, Guimarães PR, Duarte JM, Belling MTC, Pinto JA, et al. The gap between knowledge on HIV/AIDS and sexual behavior: a study of teenagers in Vespasiano, Minas Gerais State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):1008-18. DOI: 10.1590/S0102-311X2013000500018
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), mas, paralelamente, há estudos que chamam a atenção para o uso irregular do preservativo entre adolescentes brasileiros(2727. Oliveira-Campos M, Giatti L, Malta D, Barreto SM. Contextual factors associated with sexual behavior among brazilian adolescents. Ann Epidemiol. 2013;23(10):629-35. DOI: 10.1016/j.annepidem.2013.03.009.
https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2013...
,2929. Moura LR, Lamounier JR, Guimarães PR, Duarte JM, Belling MTC, Pinto JA, et al. The gap between knowledge on HIV/AIDS and sexual behavior: a study of teenagers in Vespasiano, Minas Gerais State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):1008-18. DOI: 10.1590/S0102-311X2013000500018
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
,3737. Farias Júnior JC, Nahas MV, Barros MVG, Loch MR, Oliveira ES, Bem MFL et al. Comportamentos de risco à saúde em adolescentes no Sul do Brasil: prevalência e fatores associados. Rev Panam Salud Publica. 2009;25(4):344-52. DOI: 10.1590/S1020-49892009000400009.
https://doi.org/10.1590/S1020-4989200900...
). Informações sobre HIV/AIDS não garantem o uso do preservativo, uma vez que, apesar do conhecimento sobre as repercussões de uma relação desprotegida, os jovens têm apresentado comportamentos de risco e não de proteção(2929. Moura LR, Lamounier JR, Guimarães PR, Duarte JM, Belling MTC, Pinto JA, et al. The gap between knowledge on HIV/AIDS and sexual behavior: a study of teenagers in Vespasiano, Minas Gerais State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):1008-18. DOI: 10.1590/S0102-311X2013000500018
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).

O uso de substâncias como álcool e drogas e a não realização das refeições junto com os pais aumentam a incidência de relações sexuais desprotegidas(2727. Oliveira-Campos M, Giatti L, Malta D, Barreto SM. Contextual factors associated with sexual behavior among brazilian adolescents. Ann Epidemiol. 2013;23(10):629-35. DOI: 10.1016/j.annepidem.2013.03.009.
https://doi.org/10.1016/j.annepidem.2013...
). A literatura revela que a escolaridade da mãe(3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
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) e viver com ambos os pais(3939. Peres CA, Rutherford G, Borges G, Galano E, Hudes ES, Hearst N. Family structure and adolescent sexual behavior in a poor area of São Paulo, Brazil. J Adolesc Health. 2008;42(2):177-83. DOI: 10.1016/j.jadohealth.2007.08.007
https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.200...
) apresentam-se como elementos de proteção para o sexo seguro. Em contrapartida, investigação conduzida em Minas Gerais demonstra que dar grande importância à religião associa-se negativamente à utilização de contraceptivos no último coito referido(3131. Viana FJM, Faúndes A, Mello MB, Sousa MH. Factors associated with safe sex among public school students in Minas Gerais, Brazil. Cad Saúde Pública. 2007;23(1):43-51. DOI: 10.1590/S0102-311X2007000100006
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).

Estudo conduzido na área urbana da cidade de São Paulo comprova que o uso consistente do preservativo é mais acentuado entre os jovens estudantes das escolas particulares quando comparados com os das escolas públicas(3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
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). Todavia, em São Paulo ocorreu menos frequência do método de barreira entre jovens de classes econômicas mais favorecidas, o que pode ser explicado pelo melhor acesso à contracepção hormonal(3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
). Em Minas Gerais, o avançar do aluno nas séries escolares reduz a adesão ao método preventivo: alunos do ensino médio usaram com menos frequência o preservativo, por exemplo, quando comparados com os alunos do ensino fundamental(3131. Viana FJM, Faúndes A, Mello MB, Sousa MH. Factors associated with safe sex among public school students in Minas Gerais, Brazil. Cad Saúde Pública. 2007;23(1):43-51. DOI: 10.1590/S0102-311X2007000100006
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). Em Imperatriz (MA), o ato de utilizar o preservativo no primeiro coito favoreceu o seu uso nos próximos 6 meses seguintes. E a maioria dos adolescentes mantém a prática do uso regular se fez uso na última relação sexual(2828. Costa ACPJ, Lins AG, Araújo MFM, Araújo TM, Gubert FA, Vieira NFC. Vulnerabilidade de adolescentes escolares às DST/HIV, em Imperatriz – Maranhão. Rev Gaúcha Enferm. 2013;34(3):179-86. DOI: 10.1590/S1983-14472013000300023.
https://doi.org/10.1590/S1983-1447201300...
).

Estudos realizados em Minas Gerais e São Paulo evidenciaram que o sexo masculino está mais propenso a praticar sexo seguro se comparado ao feminino(3131. Viana FJM, Faúndes A, Mello MB, Sousa MH. Factors associated with safe sex among public school students in Minas Gerais, Brazil. Cad Saúde Pública. 2007;23(1):43-51. DOI: 10.1590/S0102-311X2007000100006
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3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
). Entre elas há ainda mais probabilidade de sexo desprotegido(2626. Morrison P, Smith AE, Akers A. Substance use and sexual risk among at-risk adolescents in Juiz de Fora, Minas Gerais State, Brazil. Cad Saúde Pública [Internet]. 2014 [cited 2017 May 10];30(4):794-804. Available from: http://www.scielo.br/pdf/csp/v30n4/0102-311X-csp-30-4-0794.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csp/v30n4/0102-...
) e que pode levar à inferência do seu reduzido poder de negociação com seus parceiros(3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
), fazendo-se necessário, portanto, incentivar o uso do preservativo feminino e torná-lo acessível entre as moças. Trabalhar a redução das iniquidades de gênero poderá trazer efeitos semelhantes, considerando-se que adolescentes assumidos como homo/bissexuais relataram utilizar o preservativo de forma menos frequente (74,2%) do que aqueles que se referiram como heterossexuais(2525. Assis SG, Gomes R, Pires TO. Adolescência, comportamento sexual e fatores de risco à saúde. Rev Saúde Pública. 2014;49(1):43-51. DOI: 10.1590/S0034-8910.2014048004638
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20140...
). Infere-se que a identidade sexual do indivíduo pode ser elemento de vulnerabilidade para gravidez não planejada e DST.

Em Recife (PE), a coitarca antes dos 15 anos, a idade da primeira gestação antes dos 16 anos, possuir parceiro sexual, não se envolver no cuidado dos filhos e baixa renda familiar (menor que um salário mínimo) foram fatores que estiveram associados a episódios recorrentes de gravidez nessa fase da vida(3030. Silva AAA, Coutinho IC, Souza ASR. Fatores associados à recorrência da gravidez na adolescência em uma maternidade escola: estudo caso-controle. Cad Saúde Pública. 2013;29(3)496-506. DOI: 10.1590/S0102-311X2013000300008
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
). Informações sobre sexo seguro, por si só, são insuficientes para a sua não ocorrência e deveriam estar acompanhadas de fácil acesso a preservativos e outros métodos contraceptivos(3232. Martins LBM, Costa-Paiva LH, Osis MJD, Sousa MH, Pinto-Neto AM, Tadini V. Fatores associados ao uso de preservativo masculino e ao conhecimento sobre DST/AIDS em adolescentes de escolas públicas e privadas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2006;22(2):315-23. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000200009
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
). É fundamental disponibilizar preservativos nas escolas(3333. Cureau FV, Duarte P, Santos DL, Reichert FF. Clustering of risk factors for noncommunicable diseases in Brazilian adolescents: prevalence and correlates. J Phys Act Health. 2014;11(5):942-9. DOI: 10.1123/jpah.2012-0247
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), bem como o acesso aos métodos hormonais nos centros de saúde. Adolescentes podem não ter condição financeira para a sua aquisição em farmácias e sentirem-se receosos quanto ao possível reconhecimento por outros clientes(1919. Silva RJS, Soares NMM, Oliveira ACC. Factors associated with violent behavior among adolescents in Northeastern Brazil. Sc World J. 2014;2014:863918. DOI: 10.1155/2014/863918. DOI 10.1155/2014/863918
https://doi.org/10.1155/2014/863918...
). É relevante o alinhamento entre escola e serviço de saúde para o sucesso na promoção do sexo seguro entre eles(1919. Silva RJS, Soares NMM, Oliveira ACC. Factors associated with violent behavior among adolescents in Northeastern Brazil. Sc World J. 2014;2014:863918. DOI: 10.1155/2014/863918. DOI 10.1155/2014/863918
https://doi.org/10.1155/2014/863918...
).

Informações sobre os cuidados para se evitar uma gravidez e infecções transmitidas por via sexual devem ser disseminadas precocemente, devido à tenra idade de iniciação sexual dos jovens(2929. Moura LR, Lamounier JR, Guimarães PR, Duarte JM, Belling MTC, Pinto JA, et al. The gap between knowledge on HIV/AIDS and sexual behavior: a study of teenagers in Vespasiano, Minas Gerais State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):1008-18. DOI: 10.1590/S0102-311X2013000500018
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201300...
). Percebe-se que mais fatores de risco envolvidos aumentam as chances do sexo desprotegido. Conclui-se que vulnerabilidades nos contextos familiar, escolar e econômico associam-se ao comportamento sexual desprotegido, sendo fundamental a soma de esforços no sentido de atuar positivamente na saúde.

Tabagismo entre adolescentes e fatores associados

A segunda droga mais usada entre jovens no mundo e no Brasil é o tabaco, sendo a principal causa de morte evitável, superior à AIDS, acidentes em vias públicas, consumo de álcool, drogas ilícitas, autoextermínio e homicídios, em conjunto(4444. World Health Organization. IMAI one-day orientation on adolescents living with HIV [Internet]. Geneva: WHO; 2010. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44258/1/9789241598972_eng.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665...
). Quanto mais precoce o início, maior a possibilidade de se tornar um usuário adulto. A maioria (80%) dos que iniciam o uso do tabaco enquanto jovens continuará a fazê-lo na fase adulta; e um terço destes, em função de doenças relacionadas à substância, morrerá prematuramente(4545. Difranza JR, Savageau JA, Fletcher K, O'Loughlin J, Pbert L, Ockene JK, et al. Symptoms of tobacco dependence after brief intermittent use: the Development and Assessment of Nicotine Dependence in Youth-2 study. Arch Pediatr Adolesc Med. 2007;161(7):704-9.).

O tabagismo entre adolescentes é multifatorial e dependente do âmbito social, econômico e familiar. O hábito foi maior entre os adolescentes de idade mais avançada(1111. Menezes AHR, Dalmas JC, Scarinci IC, Maciel SM, Cardelli AAM. Fatores associados ao uso regular de cigarros por adolescentes estudantes de escolas públicas de Londrina, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(4):774-84. DOI: 10.1590/0102-311X00173412
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017341...
,3535. Abreu MNS, Souza CF, Caiaffa WT. Tabagismo entre adolescentes e adultos jovens de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: influência do entorno familiar e grupo social. Cad Saúde Pública. 2011;27(5):935-43. DOI: 10.1590/S0102-311X2011000500011
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201100...
). Levando-se em consideração que a experimentação e o uso do tabaco não acontecem no início da adolescência, urge que a prevenção e a conscientização acerca dos malefícios do fumo advenham ainda na infância.

Possuir amigos e mãe fumantes predispõe o adolescente ao fumo(1313. Oliveira HF, Martins LC, Reato LF, Akerman M. Fatores de risco para uso do tabaco em adolescentes de duas escolas do município de Santo André, São Paulo. Rev Paul Pediatr. 2010;28(2):200-7. DOI: 10.1590/S0103-05822010000200012
https://doi.org/10.1590/S0103-0582201000...
1414. Vieira PC, Aerts DRGC, Fredo SL, Bittencourt A, Monteiro L. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em município do Sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(11):2487-98. DOI: 10.1590/S0102-311X2008001100004
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200800...
,3535. Abreu MNS, Souza CF, Caiaffa WT. Tabagismo entre adolescentes e adultos jovens de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: influência do entorno familiar e grupo social. Cad Saúde Pública. 2011;27(5):935-43. DOI: 10.1590/S0102-311X2011000500011
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201100...
), dado que ressalta a importância do ambiente familiar e social nas escolhas e condutas tomadas por eles. O consumo de álcool estabelece relação estreita com o tabagismo, associação ainda mais acentuada entre os rapazes(1313. Oliveira HF, Martins LC, Reato LF, Akerman M. Fatores de risco para uso do tabaco em adolescentes de duas escolas do município de Santo André, São Paulo. Rev Paul Pediatr. 2010;28(2):200-7. DOI: 10.1590/S0103-05822010000200012
https://doi.org/10.1590/S0103-0582201000...
,1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
).

Enfatiza-se marcante influência do meio ambiente na experimentação e no uso do tabaco. Na busca por sua própria identidade, adota-se o comportamento dos adultos, sendo importante que os familiares representem referências positivas nessa fase da vida(1414. Vieira PC, Aerts DRGC, Fredo SL, Bittencourt A, Monteiro L. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em município do Sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(11):2487-98. DOI: 10.1590/S0102-311X2008001100004
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200800...
). Prevenir o tabagismo nos anos iniciais da adolescência, considerando-se a sensibilização conjunta dos amigos e da família, faz-se, portanto, imperativo(1111. Menezes AHR, Dalmas JC, Scarinci IC, Maciel SM, Cardelli AAM. Fatores associados ao uso regular de cigarros por adolescentes estudantes de escolas públicas de Londrina, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30(4):774-84. DOI: 10.1590/0102-311X00173412
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017341...
).

Alcoolismo entre adolescentes e fatores associados

O consumo de bebida alcoólica na adolescência associou-se a outras condutas de risco e agravos à saúde, como tabagismo, uso de drogas ilícitas, sexo desprotegido, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios(4343. Wesselovicz1 AAG, Souza TG, Kaneshima EK, Souza-Kaneshima1 AM. Fatores associados ao consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes de uma escola pública da cidade de Maringá, estado do Paraná. Acta Sci Health Sci. 2008;30(2):161-66. DOI: 10.4025/actaschhealthsci.v30i2.917.
https://doi.org/10.4025/actaschhealthsci...
). Pesquisa realizada em Paulínia (SP) apurou que, em 78% dos casos, a primeira experiência com o álcool ocorreu antes dos 15 anos de idade e que, quanto mais precoce o uso, maior número de doses foi consumido por evento e mais episódios de embriaguez se repetiram nos últimos 30 dias(4141. Vieira DL, Ribeiro M, Laranjeira R. Evidence of association between early alcohol use and risk of later problems. Rev Bras Psiquiatr. 2007;29(3):222-27. DOI: 10.1590/S1516-44462007000300006
https://doi.org/10.1590/S1516-4446200700...
). O elevado consumo de bebida alcoólica no último mês esteve associado ainda à idade de 15 anos ou mais, sexo feminino, cor branca, ser filho de mãe com maior tempo de estudo, frequentar escola particular, experimentar cigarro e outras substâncias, consumir regularmente tabaco e já ter mantido relação sexual(2020. Malta DC, Medeiros MMD, Porto DL, Barreto SM, Morais Neto OL. Exposure to alcohol among adolescents and associated factors. Rev Saúde Pública [Internet]. 2014 [cited 2017 May 10];33(4):55-62. Available from:). Apesar de estudiosos(2020. Malta DC, Medeiros MMD, Porto DL, Barreto SM, Morais Neto OL. Exposure to alcohol among adolescents and associated factors. Rev Saúde Pública [Internet]. 2014 [cited 2017 May 10];33(4):55-62. Available from:) detectarem maior consumo de álcool entre meninas, estudos realizados em Passos (MG) e em Feira de Santana (BA) acusaram consumo significativamente superior entre os meninos(4040. Campos JADB, Almeida JC, Garcia PPNS, Faria JB. Consumo de álcool entre estudantes do ensino médio do município de Passos-MG. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(12):4745-54. DOI: 10.1590/S1413-81232011001300023.
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201100...
,4242. Costa MCO, Alves MVQM, Santos CAST, Carvalho RC, Souza KE, Sousa HL. Experimentação e uso regular de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias psicoativas/SPA na adolescência. Ciênc Saúde Coletiva. 2007;12(5):1143-54. DOI: 10.1590/S1413-81232007000500011
https://doi.org/10.1590/S1413-8123200700...
).

Entre as razões para os adolescentes iniciarem o uso do álcool destacam-se a curiosidade, estar ao lado de pais e amigos, participar de comemorações festivas e conviver em casas de colegas(4242. Costa MCO, Alves MVQM, Santos CAST, Carvalho RC, Souza KE, Sousa HL. Experimentação e uso regular de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias psicoativas/SPA na adolescência. Ciênc Saúde Coletiva. 2007;12(5):1143-54. DOI: 10.1590/S1413-81232007000500011
https://doi.org/10.1590/S1413-8123200700...
). Estudo realizado em Maringá (PA) apontou que contornar problemas relacionados ao convívio social também pode ser uma das causas para a manutenção do uso de álcool entre jovens(4343. Wesselovicz1 AAG, Souza TG, Kaneshima EK, Souza-Kaneshima1 AM. Fatores associados ao consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes de uma escola pública da cidade de Maringá, estado do Paraná. Acta Sci Health Sci. 2008;30(2):161-66. DOI: 10.4025/actaschhealthsci.v30i2.917.
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). No mesmo estudo, muitos pais ou responsáveis sabem que o consumo é real entre adolescentes e, para 32,30% o hábito foi iniciado junto aos familiares, para os demais, por influência de amigos. Da mesma forma, a ausência de bom relacionamento com a mãe e ser trabalhador também esteve relacionado ao maior risco para tal comportamento(4040. Campos JADB, Almeida JC, Garcia PPNS, Faria JB. Consumo de álcool entre estudantes do ensino médio do município de Passos-MG. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(12):4745-54. DOI: 10.1590/S1413-81232011001300023.
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).

Observa-se que o desejo pelo novo no ambiente social do adolescente favorece o consumo de bebida alcoólica, sendo os pais e os amigos influências marcantes. O álcool pode funcionar como redutor dos desafios do adolescer.

Em investigações realizadas em Aracaju (SE)(1919. Silva RJS, Soares NMM, Oliveira ACC. Factors associated with violent behavior among adolescents in Northeastern Brazil. Sc World J. 2014;2014:863918. DOI: 10.1155/2014/863918. DOI 10.1155/2014/863918
https://doi.org/10.1155/2014/863918...
) e em Barra das Garças (MT)(4646. Heim J, Andrade AG. Efeitos do uso do álcool e das drogas ilícitas no comportamento de adolescentes de risco: uma revisão das publicações científicas entre 1997 e 2007. Rev Psiquiatria Clín. 2008;35(1):61-4. DOI: 10.1590/S0101-60832008000700013
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), o consumo de álcool por adolescentes associou-se ao comportamento violento. A impulsividade, quando não regulada, pode dar origem a condutas de risco psicossocial, sobretudo com manifestações de violência, sendo que substâncias como o álcool e outras funcionam como elementos facilitadores.

A literatura refere que, havendo precocidade na exposição ao álcool, aumentam-se as chances de consumo excessivo no decorrer da vida(4747. Sociedade Brasileira de Pediatria. Uso e abuso de álcool na adolescência. Adolesc Saúde. 2007;4(3):6-17.). De modo geral, a sociedade é permissiva para o seu consumo, inclusive em família. Isso pode antecipar riscos, agravar a saúde e confirmar a dependência entre adolescentes, o que clama por sensibilização para os efeitos e as repercussões do consumo de bebidas alcoólicas em curto, médio e longo prazo.

Inatividade física entre adolescentes e fatores associados

A literatura classifica como insuficientemente ativo, o jovem que realiza 300 minutos ou menos de exercícios físicos semanais, com moderação e vigor durante uma semana normal nas seguintes dimensões: lazer, ocupação laboral, atividade doméstica e deslocamentos(1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
1818. Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Gomes VC. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública. 2006;22(6):1277-87. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000600017
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
). A inatividade física prevaleceu de maneira elevada entre adolescentes brasileiros, fato preocupante, considerando-se que tal hábito é um dos precursores das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Os estudiosos(1616. Petribú MMV, Tassitano RM, Nascimento WMF, Santos EM, Cabral PC. Factors associated with overweight and obesity among public high school students of the city of Caruaru, Northeast Brazil. Rev Paul Pediatr. 2011;29(4):536-45. DOI: 10.1590/S0103-05822011000400011
https://doi.org/10.1590/S0103-0582201100...
) afirmam que apesar de o sedentarismo se manifestar na forma de doenças associadas na vida adulta, é comum sua ocorrência na infância e adolescência.

Em Maringá (PR), foi possível constar que adolescentes provenientes do ensino público e de níveis socioeconômicos mais baixos apresentavam-se menos ativos quando comparados com os demais. A probabilidade de jovens obesos se comportarem inativamente do ponto de vista físico é maior quando comparada com os classificados como eutróficos(1717. Moraes ACF, Fernandes CAM, Elias RGM, Nakashima ATA, Reichert FF, Falcão MC. Prevalence of physical inactivity and associated factors among high school students from state's public schools. Rev Assoc Med Bras. 2009;55(5):523-8. DOI: 10.1590/S0021-75572009000400006
https://doi.org/10.1590/S0021-7557200900...
). Em Pelotas (RS), o deslocamento ativo mais frequente da casa para escola associou-se ao baixo nível econômico. Em Cuiabá (MT), a maior taxa de sedentarismo foi registrada entre os jovens dos estratos econômicos mais elevados(1818. Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Gomes VC. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública. 2006;22(6):1277-87. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000600017
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
,3434. Dias PJP, Domingos IP, Ferreira MG, Muraro AP, Sichieri R, Gonçalves-Silva RM. Prevalence and factors associated with sedentary behavior in adolescents. Rev Saúde Pública. 2014;48(2):266-74. DOI: 10.1590/S0034-8910.2014048004635
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20140...
). Em função das divergências entre os estudos, a classe econômica, de forma isolada, não prediz os níveis de exercícios físicos.

A baixa adesão de adolescentes nas aulas de Educação Física predispõe à ocorrência de CRS de forma agregada, e a atividade física escolar é positiva no enfrentamento da obesidade e doenças crônico-degenerativas(1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
). Essas aulas, além de potencializar os índices de exercícios semanais, apresenta-se como fator de proteção a outros CRS, ao favorecer o consumo de frutas, legumes e verduras e menos exposição à televisão(1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
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).

Quando comparadas aos rapazes, as moças apresentaram menores índices de atividade física(1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
,1717. Moraes ACF, Fernandes CAM, Elias RGM, Nakashima ATA, Reichert FF, Falcão MC. Prevalence of physical inactivity and associated factors among high school students from state's public schools. Rev Assoc Med Bras. 2009;55(5):523-8. DOI: 10.1590/S0021-75572009000400006
https://doi.org/10.1590/S0021-7557200900...
1818. Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Gomes VC. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública. 2006;22(6):1277-87. DOI: 10.1590/S0102-311X2006000600017
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200600...
,3838. Castro IRR, Cardoso LO, Engstrom EM, Levy RB, Monteiro CA. Vigilância de fatores de risco para doenças não transmissíveis entre adolescentes: a experiência da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2008;24(10):2279-88. DOI: 10.1590/S0102-311X2008001000009
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200800...
). Entre elas, a inatividade associa-se ao baixo consumo dos alimentos citados. Entre os rapazes, esteve fortemente relacionada ao fumo(1515. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenorio MCM. Aggregation of the four main risk factors to non-communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78. DOI: 10.1590/1809-4503201400020014ENG
https://doi.org/10.1590/1809-45032014000...
). O meio onde se vive afeta de maneira diferente os dois sexos, o que revela a necessidade de serem consideradas as questões de gênero no incentivo à atividade física entre os jovens, a partir de preferências e habilidades individuais.

O desenvolvimento de estratégias que visem ao aumento das práticas físicas pode ser favorecido ainda pelos desenhos curriculares que visem e incentivem estilos de vida saudáveis.

Comportamentos alimentares não saudáveis entre adolescentes e fatores associados

A revisão ressalta duas formas principais de comportamento alimentar não saudável entre adolescentes: a primeira relacionada aos transtornos alimentares (TA) e a segunda ao comportamento alimentar que leva ao ganho de peso. Em relação à primeira, a literatura referencia que os transtornos alimentares influenciam a relação de cada ser humano com o alimento, ao desencadear, por exemplo, uma série de situações patológicas, como vômitos autoinduzidos, restrição alimentar patológica, compulsão alimentar e purgação(4848. Scherer FC, Martins CR, Pelegrini A, Matheus SC, Petroski EL. Imagem corporal em adolescentes: associação com a maturação sexual e sintomas de transtornos alimentares. J Bras Psiq. 2010;59(3):198-202. DOI: 10.1590/S0047-20852010000300005.
https://doi.org/10.1590/S0047-2085201000...
). Há comprovações do aumento dessas atitudes, com destaque para a ocorrência também entre meninos(4949. Pernick Y, Nichols JF, Rauh MJ, Kern M, Ji M, Lawson MJ, et al. Disordered eating among a multi-racial/ethinic sample of female high school athletes. J Adolesc Health. 2006;38(4):689-95.). Pesquisa realizada em Salvador (BA) destacou a cor e o gênero como variáveis importantes para os transtornos alimentares no sexo feminino, cor amarela ou indígenas(88. Bittencourt LJ, Nunes MO, Oliveira JJF, Caron J. Risco para transtornos alimentares em escolares de Salvador, Bahia, e a dimensão raça/cor. Rev Nutr. 2013;26(5):497-508. DOI: 10.1590/S1415-52732013000500001
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).

O medo de engordar é identificado na literatura como fator de risco para os transtornos alimentares e apresentou-se frequente entre adolescentes no Ceará(3636. Vale A, Kerr L, Bosi M. Comportamentos de risco para transtornos do comportamento alimentar entre adolescentes do sexo feminino de diferentes estratos sociais do Nordeste do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(1):122-33. DOI: 10.1590/S1413-81232011000100016
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201100...
). A insatisfação relacionada à autoimagem, por sua vez, foi o principal risco associado aos transtornos alimentares entre os jovens de Juiz de Fora (MG)(99. Fortes LS, Morgado FFR, Ferreira MEC. Fatores associados ao comportamento alimentar inadequado em adolescentes escolares. Rev Psiquiatr Clín. 2013;27(3):59-64. DOI: 10.1590/S0101-60832013000200002
https://doi.org/10.1590/S0101-6083201300...
). Tais achados reforçam que o forte apreço aos padrões de beleza impostos socialmente contribuem para o aumento dos índices dos transtornos nessa fase da vida. A cobrança social de pais e amigos também é identificada na literatura como possível estressor relacionado à perda de peso e busca do corpo ideal(3636. Vale A, Kerr L, Bosi M. Comportamentos de risco para transtornos do comportamento alimentar entre adolescentes do sexo feminino de diferentes estratos sociais do Nordeste do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(1):122-33. DOI: 10.1590/S1413-81232011000100016
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201100...
). Observa-se que as transformações pubertárias podem tornar os adolescentes ainda mais vulneráveis na percepção do próprio corpo. Na busca pela aceitação grupal e afirmação social, ele adota posturas do grupo ou que trarão melhor representatividade diante dos pares, o que pode torná-lo ainda mais vulnerável aos desvios de conduta alimentar.

As dietas alimentares inapropriadas, além de deletérias à saúde do indivíduo, associam-se à significativa ocorrência de inatividade física, tornando o problema ainda mais grave(3333. Cureau FV, Duarte P, Santos DL, Reichert FF. Clustering of risk factors for noncommunicable diseases in Brazilian adolescents: prevalence and correlates. J Phys Act Health. 2014;11(5):942-9. DOI: 10.1123/jpah.2012-0247
https://doi.org/10.1123/jpah.2012-0247...
). Estudo realizado em Presidente Prudente (SP) obteve diferenças entre as classes econômicas no que diz respeito ao comportamento alimentar. O baixo poder econômico favorece a ingestão alimentar inapropriada. Mas, na classe econômica mais elevada, a escolaridade materna e o estudar em escola privada estiveram associados ao sobrepeso. O sobrepeso dos pais relacionou-se ao do jovem, o que permite compreender o sobrepeso dos pais como elemento estratégico para a tomada de decisão precoce e as intervenções em saúde que considerem a abordagem familiar(1010. Fernandes RA, Casonatto J, Christofaro DGD, Ronque ERV, Oliveira AR, Freitas Júnior IF. Riscos para o excesso de peso entre adolescentes de diferentes classes socioeconômicas. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(4):334-8. DOI: 10.1590/S0104-42302008000400019
https://doi.org/10.1590/S0104-4230200800...
).

Estudar em escola privada está associado a comportamentos alimentares que predispõem ao sobrepeso e à obesidade. Urge repensar a forma de trabalho com o alimento para além das cantinas escolares, inserida nos currículos acadêmicos e ao longo de toda a formação do indivíduo. Outros autores também sinalizam a escola como elemento facilitador para o sobrepeso e a obesidade, em especial para aqueles de classe econômica elevada, com mais acesso a alimentos industrializados, muitas vezes consumidos no próprio ambiente escolar(5050. Nunes MMA, Figueiroa JN, Alves JGB. Overweight, physical activity and foods habits in adolescents from different economic levels, Campina Grande (PB). Rev Assoc Med Bras. 2007;53(2):130-4. DOI: 10.1590/S0104-42302007000200017.
https://doi.org/10.1590/S0104-4230200700...
).

Apesar dos benefícios da regulamentação do comércio de alimentos nas escolas, conclui-se que as boas práticas alimentares devem transcender o ambiente escolar e alcançar a realidade das famílias e demais espaços de socialização do adolescente. Potencializar nos cenários sociais, desde a infância, as boas práticas alimentares concorre para a formação e a solidificação dos comportamentos alimentares saudáveis.

Comportamento violento entre adolescentes e fatores associados

A violência juvenil é particularmente preocupante por ser uma das grandes responsáveis pelos motivos de adoecimento e morte nesse grupo. Tal violência é sobremaneira visível dentre todas, sendo os jovens mais predispostos aos episódios fatais e não fatais. Soma-se a isso o fato de que, além de vítima, pode ser também o agressor, o que contribui para a continuidade do ciclo da violência(2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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).

A implicação em situações de violência prevaleceu entre meninos(2121. Malta DC, Sardinha LMV, Mendes I, Barreto SM, Giatti L, Castro IRR, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15 Supl.2:3009-19. DOI: 10.1590/S1413-81232010000800002.
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201000...
2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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). Constatou-se carência de publicações que compreendessem as razões que levam os rapazes a se envolverem mais em situações violentas quando comparados com as moças. Para ambos os sexos, tal comportamento associou-se ao consumo de álcool, cigarros e drogas(1919. Silva RJS, Soares NMM, Oliveira ACC. Factors associated with violent behavior among adolescents in Northeastern Brazil. Sc World J. 2014;2014:863918. DOI: 10.1155/2014/863918. DOI 10.1155/2014/863918
https://doi.org/10.1155/2014/863918...
,2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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,2424. Moreira TC, Belmonte EL, Vieira FR, Noto AR, Ferigolo M, Barros HMT. Community violence and alcohol abuse among adolescents: a sex comparison. J Pediatr (Rio J.) [Internet]. 2008 [cited 2017 Feb 26];84(3):244-50. Available from: http://www.scielo.br/pdf/jped/v84n3/en_v84n3a10.pdf
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). Compreende-se que o consumo de drogas, lícitas ou ilícitas, está diretamente relacionado a situações violentas e deve ser prevenido.

Estudos advertem que relações insatisfatórias com os pais favorecem o comportamento violento de adolescentes(2121. Malta DC, Sardinha LMV, Mendes I, Barreto SM, Giatti L, Castro IRR, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15 Supl.2:3009-19. DOI: 10.1590/S1413-81232010000800002.
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201000...
2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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). O relacionamento familiar merece atenção e pode comprometer o desenvolvimento psicológico, emocional e comportamental(2121. Malta DC, Sardinha LMV, Mendes I, Barreto SM, Giatti L, Castro IRR, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15 Supl.2:3009-19. DOI: 10.1590/S1413-81232010000800002.
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). Eleva-se o risco nos grupos familiares em que os responsáveis desconhecem as amizades dos filhos(2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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). O ambiente familiar deve ser reconhecido como espaço de interlocução do jovem com seus pares e não como um espaço paralelo ao seu universo.

Os atrasos escolares e o nível socioeconômico devem embasar a prevenção ao comportamento violento por meio de ações educativas. A conjunção entre ser pobre, sem estudo e com baixa autoestima reduz as chances de construção pelos adolescentes de estruturas de autoproteção e os expõem à revitimização no ambiente extrafamiliar(2323. Teixeira SAM, Taquette SR. Violence and unsafe sexual practices in adolescents under 15 years of age. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2010 [cited 2017 Feb 17]; 56(4):440-6. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n4/en_17.pdf DOI 10.1590/S0104-42302010000400017
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). Essa relação é ainda mais evidente nos adolescentes de escolas públicas em comparação aos de escolas particulares(2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
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).

Os jovens expõem-se a diversas situações violentas nos espaços que deveriam protegê-los e promover seu desenvolvimento com saúde e segurança: a escola e o lar(2121. Malta DC, Sardinha LMV, Mendes I, Barreto SM, Giatti L, Castro IRR, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15 Supl.2:3009-19. DOI: 10.1590/S1413-81232010000800002.
https://doi.org/10.1590/S1413-8123201000...
2222. Castro ML, Cunha SS, Souza DPO. Violence behavior and factors associated among students of Central-West Brazil. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):10054-61. DOI: 10.1590/S0034-89102011005000072
https://doi.org/10.1590/S0034-8910201100...
). O território escolar, quando dominado pelo crime organizado, também torna inseguro o trajeto estudantil casa-escola(2121. Malta DC, Sardinha LMV, Mendes I, Barreto SM, Giatti L, Castro IRR, et al. Prevalência de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis em adolescentes: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), Brasil, 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2010;15 Supl.2:3009-19. DOI: 10.1590/S1413-81232010000800002.
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). Pode-se inferir que a escola e o lar são espaços marcados por violência e risco urbano, o que contradiz o entendimento de que funcionariam como ambientes de socialização, formação e, sobretudo, de proteção ao adolescente.

Por fim, constatada a elevada prevalência de CRS iniciados na adolescência, torna-se clara a diversidade de fatores relacionados a esses agravos. Do ponto de vista de implicação para a prática profissional, a abordagem dos CRS de forma associada justifica-se pela importância do olhar mais abrangente, tendo como premissa o fato de que um comportamento de risco, em geral, não acontece isoladamente, mas sim associado aos demais e ao contexto social, econômico, familiar e cultural no qual o adolescente está inserido. A reflexão das equipes multiprofissionais que acolhem os adolescentes deve iniciar-se na formação profissional e estender-se no sentido da interdisciplinaridade que dimensiona o cuidado a partir das necessidades apresentadas.

CONCLUSÃO

O estudo permitiu identificar os fatores de risco para a saúde de adolescentes brasileiros, assim como levantar a relação intrínseca entre eles. Os CRS entre adolescentes são diversos, frequentes e tendem a se aglomerar, o que potencializa as consequências para aqueles que se submetem a tais modos de ser. A investigação permitiu ainda a aproximação de dados regionais em um país de dimensões continentais, e o levantamento de hipóteses sobre determinantes do estado de saúde dos adolescentes no Brasil. A articulação intersetorial da saúde, da educação e das demais redes sociais poderá propiciar a sustentabilidade das ações a partir da realidade experimentada pelos jovens.

Outros CRS ainda se colocam carentes de entendimento, em conjunto com os definidos pelo CDC, como o risco de suicídio e a depressão, comportamentos que, diante de possíveis impactos, necessitam de consideração ao se analisar o cenário comportamental dos adolescentes e jovens. Nota-se também escassez de pesquisas que investiguem os efeitos dos CRS em curto, médio e longo prazo, o que seria de grande valor, tendo em vista as consequências futuras nas fases subsequentes do ciclo de vida. Investigações de caráter longitudinal poderiam contribuir para o aprofundamento da questão.

A adoção de CRS entre adolescentes é um evento complexo, multifatorial e influenciado pelo contexto social. Uma vez que o meio influencia os padrões de comportamento, as ações em saúde devem ainda contemplar as especificidades regionais e investir em estratégias de saúde e de formação de profissionais que tenham como ponto de partida a realidade do adolescente.

  • *
    Extraído da tese: “Fatores associados aos comportamentos de risco para a saúde em adolescentes: um recorte do estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes – ERICA”, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    22 Maio 2017
  • Aceito
    06 Nov 2017
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