Acessibilidade / Reportar erro

Fragilidade física e velocidade da marcha em idosos da comunidade: uma revisão sistemática

Fragilidad física y velocidad de la marcha en personas mayores de la comunidad: una revisión sistemática

RESUMO

Objetivo:

Identificar os desfechos dos estudos sobre velocidade da marcha e seu emprego como marcador de fragilidade física em idosos da comunidade.

Método:

Revisão sistemática da literatura realizada nas bases de dados LILACS, SciELO, MEDLINE/ PubMed, ScienceDirect, Scopus e ProQuest. Os estudos foram avaliados pelo STROBE e adotaram-se as recomendações do PRISMA.

Resultados:

Obtiveram-se 6.303 estudos, e 49 deles atenderam aos critérios de inclusão. Do total de estudos, 91,8% descreveram a forma de mensuração da velocidade da marcha. Desses, 28,6% utilizaram a distância de 4,6 metros, e 34,7% adotaram valores abaixo de 20% como pontos de corte para velocidade da marcha reduzida, procedimentos que seguem o fenótipo de fragilidade. Quanto aos desfechos, em 30,6% dos estudos houve associação entre a velocidade da marcha e as variáveis incapacidades, fragilidade, sedentarismo, quedas, fraqueza muscular, doenças, gordura corporal, comprometimento cognitivo, mortalidade, estresse, menor satisfação com a vida, menor qualidade de vida, duração dos cochilos e baixo desempenho em parâmetros quantitativos da marcha em idosos da comunidade.

Conclusão:

Os resultados reforçam a associação da velocidade da marcha, fragilidade física e variáveis indicadoras de saúde em idosos da comunidade.

DESCRITORES
Marcha; Envelhecimento; Idoso; Idoso Fragilizado; Revisão

RESUMEN

Objetivo:

Identificar los resultados de los estudios acerca de la velocidad de la marcha y su empleo como marcador de fragilidad física en personas mayores de la comunidad.

Método:

Revisión sistemática de la literatura realizada en las bases de datos LILACS, SciELO, MEDLINE/PubMed, ScienceDirect, Scopus y ProQuest. Los estudios fueron evaluados por el STROBE y se adoptaron las recomendaciones del PRISMA.

Resultados:

Se lograron 6.303 estudios, y 49 de ellos atendieron a los criterios de inclusión. Del total de estudios, el 91,8% describieron la forma de medición de la velocidad de la marcha. De esos, el 28,6% utilizaron la distancia de 4,6 metros, y el 34,7% adoptaron valores por debajo del 20% como puntos de corte para velocidad de la marcha reducida, procedimientos que siguen el fenotipo de fragilidad. En cuanto a los resultados, en el 30,6% de los estudios hubo asociación entre la velocidad de la marcha y la variables incapacidades, fragilidad, sedentarismo, caídas, debilidad muscular, enfermedades, grasa corporal, compromiso cognitivo, mortalidad, estrés, menor satisfacción con la vida, menor calidad de vida, duración de las siestas y bajo desempeño en parámetros cuantitativos de la marcha en personas mayores de la comunidad.

Conclusión:

Los resultados refuerzan la asociación entre la velocidad de la marcha, la debilidad física y las variables indicadoras de salud en personas mayores de la comunidad.

DESCRIPTORES
Marcha; Envejecimiento; Anciano; Anciano Frágil; Revisión

ABSTRACT

Objective:

To identify the outcomes of studies on gait speed and its use as a marker of physical frailty in community elderly.

Method:

Systematic review of the literature performed in the following databases: LILACS, SciELO, MEDLINE/PubMed, ScienceDirect, Scopus and ProQuest. The studies were evaluated by STROBE statement, and the PRISMA recommendations were adopted.

Results:

There were 6,303 studies, and 49 of them met the inclusion criteria. Of the total number of studies, 91.8% described the way of measuring gait speed. Of these, 28.6% used the distance of 4.6 meters, and 34.7% adopted values below 20% as cutoff points for reduced gait speed, procedures in accordance with the frailty phenotype. Regarding the outcomes, in 30.6% of studies, there was an association between gait speed and variables of disability, frailty, sedentary lifestyle, falls, muscular weakness, diseases, body fat, cognitive impairment, mortality, stress, lower life satisfaction, lower quality of life, napping duration, and poor performance in quantitative parameters of gait in community elderly.

Conclusion:

The results reinforce the association between gait speed, physical frailty and health indicator variables in community elderly.

DESCRIPTORS
Gait; Aging; Aged; Frail Elderly; Review

INTRODUÇÃO

Alterações fisiológicas do envelhecimento, por vezes, agravadas pela presença de doenças crônicas, resultam em condições geriátricas que surgem em idades avançadas, e são passíveis de prevenção e tratamento. A fragilidade é um exemplo de resultado adverso geriátrico grave, pois aumenta substancialmente após a idade de 75-80 anos, identifica um subgrupo com baixa resistência e alto risco de dependência, quedas e mortalidade(11. Fried LP. Investing in health to create a third demographic dividend. Gerontologist. 2016;56: Suppl 2:S167-77.). Esta condição tem sido reconhecida como uma síndrome geriátrica, por apresentar sintomas complexos, possuir alta prevalência em idosos, ser resultante de várias doenças e múltiplos fatores de risco(22. Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Williamson JD, Anderson G. Untangling the concepts of disability, frailty and comorbidity: implications for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2004;59(3):255-63.-33. Chen X, Mao G, Leng SX. Frailty syndrome: an overview. Clin Interv Aging. 2014;9:433-44.), representando, portanto, uma prioridade para a saúde pública(44. Cesari M, Prince M, Thiyagarajan JA, De Carvalho IA, Bernabei R, Chan P, et al. Frailty: An Emerging Public Health Priority. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(3):188-92.).

Conceitualmente, a fragilidade física é definida como “uma síndrome médica com múltiplas causas caracterizada pela diminuição da força, resistência e redução das funções fisiológicas que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo para o desenvolvimento e aumento da dependência e/ou morte”(55. Morley JE, Vellas B, Van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(6): 392-7.), e associada a desfechos como queda, dependência, hospitalização, institucionalização, morte(33. Chen X, Mao G, Leng SX. Frailty syndrome: an overview. Clin Interv Aging. 2014;9:433-44.,55. Morley JE, Vellas B, Van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(6): 392-7.-66. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;563(3):M146-56.), risco de recuperação comprometida após doença, cirurgia e pior resposta ao tratamento(11. Fried LP. Investing in health to create a third demographic dividend. Gerontologist. 2016;56: Suppl 2:S167-77.).

A prevalência de fragilidade física é descrita em estudos internacionais realizados com idosos de comunidades de diferentes países, como Coreia do Sul/Ásia (9,3% frágeis e 42% pré-frágeis)(77. Han ES, Lee Y, Kim J. Association of cognitive impairment with frailty in community-dwelling older adults. Int Psychogeriatr. 2014;26(1):155-63.), Japão (6,3% frágeis e 49,5% pré-frágeis)(88. Shimada H, Makizako H, Doi T, Tsutsumimoto K, Suzuki T. Incidence of disability in frail older persons with or without slow walking speed. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(8):690-6.), com idosos franceses (7% frágeis)(99. Avila-Funes JA, Helmer C, Amieva H, Barberger-Gateau P, Le Goff M, Ritchie K, et al. Frailty among community-dwelling elderly people in France: The three-city study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2008;63(10):1089-96.), residentes na província de Toledo/Espanha (8,4% frágeis e 41,8% pré-frágeis)(1010. Garcia-Garcia FJ, Gutierrez Avila G, Alfaro-Acha A, Amor Andres MS, De Los Angeles De La Torre Lanza M, Escribano Aparicio MV, et al. The prevalence of frailty syndrome in an older population from Spain. The Toledo Study for Healthy Aging. J Nutr Health Aging. 2011;15(10): 852-6.) e com idosos de Taiwan/China (8,3% frágeis e 45,9% pré-frágeis)(33. Chen X, Mao G, Leng SX. Frailty syndrome: an overview. Clin Interv Aging. 2014;9:433-44.). Na América Latina e no Caribe os pesquisadores analisaram, por meio de revisão sistemática e metanálise, 29 estudos e 43.083 idosos; os resultados mostraram percentuais de 19,6%, com variação entre 7,7% e 42,6%(1111. Da Mata FAF, Pereira PPS, Andrade KRC, Figueiredo ACMG, Silva MT, Pereira MG, et al. Prevalence of frailty in Latin America and the Caribbean: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2016;11(8):e0160019.).

Os aspectos funcionais afetados pela condição de fragilidade são aqueles dependentes de energia e velocidade de desempenho, acometendo tarefas que demandam mobilidade(66. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;563(3):M146-56.). A partir dessa perspectiva, um dos marcadores do fenótipo de fragilidade é a velocidade da marcha (VM). A redução da VM é o principal indicador de fragilidade física em idosos(1212. Hoogendijk EO, Abellan van Kan G, Guyonnet S, Vellas B, Cesari M. Components of the frailty phenotype in relation to the frailty index: results from the Toulouse Frailty Platform. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(10):855-9.-1313. Sutorius FL, Hoogendijk EO, Prins BA, Van Hout HP. Comparison of 10 single and stepped methods to identify frail older persons in primary care: diagnostic and prognostic accuracy. BMC Fam Pract. 2016;17:102.). Adicionalmente, a VM, além de ser um dos pilares do fenótipo de fragilidade, está fortemente relacionada à sarcopenia(1414. Inzitari M, Calle A, Esteve A, Casas A, Torrents N, Martíne N. ¿Mides la velocidad de la marcha en tu práctica diaria? Una revisión. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2017;52(1):35-43.).

A VM pode ser influenciada pelo estado de saúde do indivíduo, controle neuromuscular, condição cardiorrespi-ratória, nível de atividade física, funções sensorial e perceptual, bem como pelas características do ambiente em que caminha(1515. Fritz S, Lusardi M. White paper: walking speed: the sixth vital sign. J Geriatr Phys Ther. 2009; 32(2):2-5.). Ao longo do tempo, esses processos combinados levam à escassez de energia disponível, inclusive para o equilíbrio homeostático do organismo. Assim, os idosos podem desenvolver comportamentos adaptativos, como a redução da VM(1616. Vermeulen J, Spreeuwenberg MD, Daniels R, Neyens JC, Van Rossum E, De Witte LP. Does a falling level of activity predict disability development in community-dwelling elderly people? Clin Rehabil. 2013;27(6):546-54.). A marcha consiste em uma sequência de repetições de movimentos dos membros inferiores para mover o corpo à frente, enquanto, simultaneamente, a postura é mantida estável. Para que esses movimentos aconteçam de forma harmônica, é necessário que haja um perfeito equilíbrio entre forças externas que agem no corpo e a resposta das forças internas provenientes dos músculos, tendões, ossos, ligamentos e cápsulas articulares(1717. Kirkwood RN, Araújo PA, DIAS CS. Gait biomechanics in elderly fallers and non fallers: a literature review. Rev Bras Ci Mov. 2006;14(4):103-10.).

A medida da VM é um indicador do estado de saúde e bem-estar dos idosos(1818. Studenski S, Perera S, Patel K, Rosano C, Faulkner K, Inzitari M, et al. Gait speed and survival in older adults. JAMA. 2011;305(1):50-8.), pois é facilmente mensurável, clínicamente interpretável e um fator de risco potencialmente modificável(1515. Fritz S, Lusardi M. White paper: walking speed: the sixth vital sign. J Geriatr Phys Ther. 2009; 32(2):2-5.). A VM tem sido reconhecida como um sinal vital, medida válida, confiável e sensível para avaliar e monitorizar o estado funcional e as condições de saúde dos idosos(1919. Abellan van Kan G, Rolland Y, Andrieu S, Bauer J, Beauchet O, Bonnefoy M, et al. Gait speed at usual pace as a predictor of adverse outcomes in community-dwelling older people an International Academy on Nutrition and Aging (IANA) Task Force. J Nutr Health Aging. 2009;13(10):881-9.

20. Middleton A. Fritz SL, Lusardi M. Walking speed: the functional vital sign. J Aging Phys Act. 2015;23(2):314-22.
-2121. Perera S, Patel KV, Rosano C, Rubin SM, Satterfield S, Harris T, et al. Gait speed predicts incident disability: a pooled analysis. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2016;71(1):63-71.). Adicionalmente, a VM é um parâmetro de comprometimento das funções físicas e cognitivas, e pode ser considerada um forte indicador clínico da presença de fragilidade(2222. Woo J. Walking speed: a summary indicator of frailty? J Am Med Dir Assoc. 2015: 16(8):635-7.). Em uma amostra de 1.327 indivíduos de 65 anos ou mais, residentes no norte de Madri/Espanha, pesquisa transversal investigou a prevalência de fragilidade e velocidade de marcha e analisou a relação entre os dois indicadores. Os resultados apontaram que 32,1% dos idosos com 75 anos ou mais apresentaram VM reduzida (<0,8 m/s) e risco elevado de fragilidade(2323. Castell MV, Sánchez M, Julián R, Queipo R, Martín S, Otero A. Frailty prevalence and slow walking speed in persons age 65 and older: Implications for primary care. BMC Fam Pract. 2013;14:86.).

Ressalta-se o reconhecimento da VM como um importante indicador das condições de saúde, bem como de fragilidade física em idosos, que, assim como outras alterações físicas, sofre um declínio com o avançar da idade(2424. Jerome GJ, Ko SU, Kauffman D, Studenski SA, Ferrucci L, Simonsick EM. Gait characteristics associated with walking speed decline in older adults: results from the Baltimore Longitudinal Study of Aging. Arch Gerontol Geriatr. 2015;60(2):239-43.). Um estudo analisou dados de sete estudos realizados nos Estados Unidos da América e Itália, com o objetivo de estimar a incidência de incapacidade e o risco de mortalidade em 27.220 idosos (≥65 anos) residentes na comunidade, monitorados por 3 anos. Os resultados mostraram que a VM foi preditora de incapacidades e mortalidade nos ido-sos(2121. Perera S, Patel KV, Rosano C, Rubin SM, Satterfield S, Harris T, et al. Gait speed predicts incident disability: a pooled analysis. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2016;71(1):63-71.). Um estudo desenvolvido com o objetivo de investigar a pré-fragilidade e os fatores associados a essa condição considerou as medidas de VM em 195 idosos (≥60anos), usuários de uma Unidade Básica de Saúde de Curitiba/PR/ Brasil. A condição de pré-fragilidade para VM foi de 27,3% e associou-se à faixa etária entre 60 e 69 anos, baixa escolaridade, não se sentir solitário, utilizar anti-hipertensivo, apresentar doença cardiovascular e sobrepeso(2525. Lenardt MH, Carneiro NHK, Betiolli SE, Ribeiro DKMN, Wachholz PA. Prevalence of pre-frailty for the component of gait speed in older adults. Rev Latino Am Enfermagem. 2013; 21(3):734-41.).

Esta revisão sistemática da literatura justifica-se pela contribuição acadêmico-científica de um conjunto de conhecimentos sobre uma temática emergente na área da geriatria e gerontologia, e mais especificamente sobre a VM, que se tem mostrado como medida importante na avaliação gerontológica.

Diante do exposto, o objetivo da revisão sistemática foi identificar os desfechos dos estudos sobre velocidade da marcha e seu emprego como marcador de fragilidade física em idosos da comunidade.

MÉTODO

Para a seleção dos estudos e redação da revisão sistemática, foram utilizados como parâmetros os itens propostos pelo Checklist Preferred Reporting Itemsfor Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA)(2626. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; The PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.). O guia Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE) (2727. Von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ Br Med J. 2007;335(7624):806-8.) foi utilizado para avaliar a disponibilidade das informações e procedimentos metodológicos adotados nos artigos selecionados. Os 22 itens do checklist se referem a estudos de coorte, caso-controle e estudos seccionais(2828. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública. 2010;44(3): 559-65.). Para cada um dos itens do STROBE, atribuiu-se uma pontuação (integral – 1,0 ponto, parcial – 0,5 pontos ou inexistente – 0 ponto) de acordo com a disponibilidade da informação e/ou adoção do procedimento inquirido no referido item, com valor máximo de 22 pontos. Maiores pontuações representam maior disponibilidade de informações e procedimentos metodológicos adotados pelos estudos. A aplicação do checklist foi realizada individualmente para cada estudo.

A pergunta de pesquisa(2929. Galvão TF, Pereira MG. Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol Serv Saúde. 2014;23(1):183-4.) foi: quais são os desfechos apresentados nos estudos sobre velocidade da marcha e os empregos como marcador de fragilidade física em idosos da comunidade?

A busca dos estudos foi realizada em setembro e outubro de 2016. As seguintes bases de dados foram consultadas: LILACS, SciELO, MEDLINE, PubMed, ScienceDirect, Scopus, ProQuest (Health And Medical Collection), utilizando-se dos descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “envelhecimento”, “aging”, “idoso”, “aged”, “elderly”, “idoso fragilizado”, “frail elderly”, “marcha”, “gait”. Para a busca, foram utilizadas diferentes combinações de descritores com o auxílio dos operadores boleanos “OR” e “AND” e palavras adicionais, como “fragilidade”, “frailty”; “velocidade da marcha”, “gait speed”. A combinação utilizada para cada base da dados está descrita no Quadro 1.

Quadro 1
Estratégias de busca utilizadas para cada base de dados da revisão sistemática.

Foram considerados estudos elegíveis para esta revisão sistemática aqueles que atenderam aos critérios de inclu-são, os quais foram: a) estar publicado como artigo original em revistas e jornais científicos; b) ter sido publicado entre janeiro de 2010 e outubro de 2016; c) estar disponível na íntegra, nos idiomas português, inglês ou espanhol; d) estar indexado nas bases da dados selecionadas; e) referir avalia- ção da fragilidade por meio do fenótipo de fragilidade(66. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;563(3):M146-56.); f) envolver idosos da comunidade com idade ≥60 anos. Os critérios de exclusão adotados foram: a) estar repetido nas bases de dados; b) constar como editoriais, resenhas, relatos de experiência, resumos publicados em eventos, monogra-fias, dissertações ou teses, estudos de revisão e metanálise; c) ter sido realizado em instituições hospitalares ou com residentes de instituições de longa permanência; d) envol-ver idosos com alguma doença específica (hipertensão arterial, diabetes, artrite/artrose, doenças cardiovasculares, Alzheimer, Parkinson).

A seleção dos estudos e a obtenção das informações foram realizadas por dois revisores de forma independente, com o auxílio de um instrumento padronizado. Num pri-meiro momento, foram coletadas as seguintes informações dos estudos selecionados: local (país) em que a pesquisa foi realizada, ano e periódico de publicação, desenho da pes-quisa, número e característica da amostra envolvida. Num segundo momento, foram extraídos dos estudos o objetivo, a prevalência da categorização da fragilidade física (frágeis, pré-frágeis e não frágeis), a forma de mensuração da VM, a prevalência da VM reduzida enquanto marcador da fragili-dade física e os desfechos da VM.

Os procedimentos de seleção dos estudos elegíveis envol-veram a leitura dos títulos, seguida pela leitura dos resumos e dos estudos na íntegra. Foram excluídos aqueles estudos que não atenderam aos critérios de inclusão ou não abordaram a questão de pesquisa. Ao aplicar as estratégias de busca, foram encontrados um total de 6.303 estudos nas sete bases de dados consultadas, e, após a triagem, foram elegíveis 49 para a revisão sistemática. A Figura 1 ilustra essas etapas, conforme recomendações metodológicas PRISMA(2626. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; The PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.).

Figura 1
Fluxograma PRISMA com informações das fases do processo de seleção dos estudos para revisão sistemática.

RESULTADOS

As características dos estudos selecionados apontaram que nos anos de 2015 (n=14; 28,6%), 2014 (n=12; 24,5%) e 2013 (n=12; 24,5%) houve maior número de artigos publicados. Predominaram as pesquisas realizadas em países considerados desenvolvidos (n=25; 51%). Entre os países em desenvolvimento, o Brasil apresentou um número expressivo de pesquisas sobre a temática (n=15; 30,6%). As revistas internacionais veicularam a maioria das publicações (n=38; 77,5%), em 34 periódicos diferentes. Quanto ao tamanho das amostras, apresentaram variações no quantitativo - de 51 idosos em um estudo transversal a 13.924 participantes em um estudo de coorte. Houve predomínio dos estudos do tipo transversal ou seccional (n=37; 75,5%), e os participantes possuíam idade média variando entre 68,7±6,9 e 86,0±4,9 anos (Tabela 1).

Tabela 1
Descrição do desenho, amostra, objetivo(s), prevalência de fragilidade física, mensuração da VM, prevalência de VM reduzida, desfechos da VM e pontuação STROBE nos estudos selecionados para a revisão sistemática.

Na Tabela 1 apresentam-se os desenhos dos estudos, as características da amostra, os objetivos dos estudos, as prevalência de idosos frágeis, pré-frágeis e não frágeis, a forma de mensuração da velocidade da marcha, a distribuição da velocidade da marcha reduzida, os desfechos da velocidade da marcha nos idosos da comunidade e a pontuação STROBE.

O protocolo de mensuração da VM foi descrito em 45 (91,8%) estudos, demostrando diferentes formas de mensuração desta variável. A distância da VM foi descrita em 34 (69,5%) os estudos e variou de 2,4 a 20 metros. Em 14 (28,6%) estudos foi adotada uma distância de 4,6 metros. Quanto aos pontos de corte para VM reduzida, sete (14,3%) estudos não descreveram os valores e as variáveis de ajustes, e dos que relataram essas informações, nove (18,4%) mencionaram somente as variáveis de ajustes (sexo, altura, índice de massa corporal - IMC). Do total de estudos, 30 (61,3%) descreveram os pontos de corte para VM reduzida, sendo que 13 (26,5%) deles consideraram os valores abaixo de 20% (quintil). Nos estudos que descreveram o percentual de VM reduzida (n=28; 57,2%), observou-se uma variação entre 2,7% e 83,9%. A prevalência de VM reduzida, enquanto marcador da fragilidade física, não foi descrita em grande parte das pesquisas (n=21; 42,8%). Nas pesquisas que descreveram a prevalência de VM reduzida (n=5; 10,2%) por grupos frágeis e pré-frágeis, encontrou-se variação de 4,7% – 89% e 9,9% – 86,5% respectivamente.

Quinze (30,6%) investigações destacaram como desfechos da VM a sua associação com as variáveis incapacidades, fragilidade, sedentarismo, quedas, fraqueza muscular, doenças, gordura corporal, comprometimento cognitivo, mortalidade, estresse, menor satisfação com a vida, menor qualidade de vida, duração dos cochilos e baixo desempenho em parâmetros quantitativos da marcha em idosos da comunidade. Em 14 (28,6%) estudos, os resultados se referiram à VM por sexo. A classificação dos estudos, segundo guia STROBE, resultou numa pontuação que variou de 15 a 19,5 pontos, sendo prevalente 18 pontos (n=10; 22,7%).

DISCUSSÃO

Os resultados dos estudos mostraram associação entre a VM e as variáveis incapacidades(3131. Kim M, Yabushita N, Kim M, Nemoto M, Seino S, Tanaka K. Mobility performance tests for discriminating high risk of frailty in communitydwelling older women. Arch Gerontol Geriatr. 2010;51(2):192-8.), fragilidade(3131. Kim M, Yabushita N, Kim M, Nemoto M, Seino S, Tanaka K. Mobility performance tests for discriminating high risk of frailty in communitydwelling older women. Arch Gerontol Geriatr. 2010;51(2):192-8.-3232. Pinedo LV, Saavedra PJO, Jimeno HC. Velocidad de la marcha como indicador de fragilidad en adultos mayores de la comunidad en Lima, Peru. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2010;45(1):22-5.,5454. Curcio CL, Henao GM, Gomez F. Frailty among rural elderly adults. BMC Geriatr. 2014;14:2.-5555. Schoon Y, Bongers K, Van Kempen J, Melis R, Olde RM. Gait speed as a test for monitoring frailty in community-dwelling older people has the highest diagnostic value compared to step length and chair rise time. Eur J Phys Rehabil Med. 2014;50(6):693-701.,5959. Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.,6565. Martínez-Ramírez A, Martinikorena I, Gómez M, Lecumberri P, Millor N, Rodríguez-Mañas L. et al. Frailty assessment based on trunk kinematic parameters during walking. J Neur Enginee Rehabil. 2015;12:48.-6666. Parentoni AN, Mendonça VA, Dos Santos KD, Sá LF, Ferreira FO, Gomes PDA, et al. Gait speed as a predictor of respiratory muscle function, strength, and frailty syndrome in community-dwelling elderly people. J Frailty Aging. 2015;4(2):64-8.), comprometimento cognitivo, dependência, mortalidade(2323. Castell MV, Sánchez M, Julián R, Queipo R, Martín S, Otero A. Frailty prevalence and slow walking speed in persons age 65 and older: Implications for primary care. BMC Fam Pract. 2013;14:86.,6464. At J, Bryce R, Prina M, Acosta D, Ferri CP, Guerra M, et al. Frailty and the prediction of dependence and mortality in low- and middle-income countries: a 10/66 population-based cohort study. BMC Med. 2015;10:138.), sedentarismo(3434. Costa TB, Neri AL. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1537-50.,4141. Ruggero CR, Bilton TR, Teixeira LF, Ramos JLA, Alouche SR, Dias RC, et al. Gait speed correlates in a multiracial population of communitydwelling older adults living in Brazil: a cross-sectional population-based study. BMC Public Health. 2013;13:182.), fraqueza muscular(5757. Alexandre TS, Corona LP, Nunes DP, Santos JLF, Yeda AO, Duarte YAO, et al. Similarities among factors associated with components of frailty in elderly: SABE Study. J Aging Health. 2014;26(3):441-57.), pior saúde e qualidade de vida(3535. Chang YW, Chen WL, Lin FG, Fang WH, Yen MY, Hsieh CC, et al. Frailty and Its impact on health-related quality of life: a cross-sectional study on elder community-dwelling preventive health service users. PLoS One. 2012;7(5):e38079.,4747. Moreno-Aguilar M, García-Lara JM, Aguilar-Navarro S, Navarrete-Reyes AP, Amieva H, Ávila-Funes JA. The Phenotype of frailty and health-related quality of life. J Frailty Aging. 2013;2(1):2-7.,5858. Bez JPO, Neri AL. Gait speed, grip strength and self-rated health among the elderly: data from the FIBRA Campinas network, São Paulo, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(8): 3343-53.), estresse(5151. Johar H, Emeny RT, Bidlingmaier M, Reincke M, Thorand B, Peters A, et al. Blunted diurnal cortisol pattern is associated with frailty: a cross-sectional study of 745 participants aged 65 to 90 years. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(33):E464-8.,7272. Liu CK, Lyass A, Larson MG, Massaro JM, Wang N, D'Agostino RB Sr, et al. Biomarkers of oxidative stress are associated with frailty: the Framingham Offspring Study. Age (Dordr). 2016;38(1):1.), duração do cochilo(5050. Santos AA, Ceolim MF, Pavarini, SCL, Neri AL, Rampazo, MK. Association between sleep disorders and frailty status among elderly. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):120-5.), obesidade(4646. Sheehan KJ, O'Connell MD, Cunningham C, Crosby L, Kenny RA. The relationship between increased body mass index and frailty on falls in community dwelling older adults. BMC Geriatr. 2013;13:132.), massa e percentual de gordura corporal(6060. Falsarella GR, Gasparotto LPR, Barcelos CC, Coimbra IB, Moretto MC, Pascoa MA, et al. Body composition as a frailty marker for the elderly community. Clinical Interventions in Aging. 2015;10:1661-1667.) e baixo desempenho em parâmetros quantitativos da marcha(3333. Montero-Odasso M, Muir SW, Hall M, Doherty TJ, Kloseck M. Olivier Beauchet, et al. Gait variability is associated with frailty in community-dwelling older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2011;66(5):56-76.). Houve associação significativa entre VM reduzida e menor satisfação com a vida(4040. Pinto JM, Neri AL. Factors associated with low life life satisfaction in community-dwelling elderly: FIBRA Study. Cad. Saúde Pública. 2013;29(12):2447-58.), bem como o episódio de queda no follow-up foi associado significativamente à redução da VM(4646. Sheehan KJ, O'Connell MD, Cunningham C, Crosby L, Kenny RA. The relationship between increased body mass index and frailty on falls in community dwelling older adults. BMC Geriatr. 2013;13:132.). O baixo gasto de energia, a exaustão e a velocidade de marcha reduzida são fortes preditores da incidência de doenças cardiovasculares(6868. Sergi G, Veronese N, Fontana L, De Rui M, Bolzetta F, Zambon S, et al. Pre-Frailty and risk of cardiovascular disease in elderly men and women: the Pro.V.A. Study. J Am Coll Cardiol. 2015;65(10):976-83.). Idosos com idades de 75 e mais, baixo nível de atividade física, acidente vascular cerebral, diabetes, incontinência urinária e alta preocupação em cair possuem maior chance de apresentar VM reduzida(4141. Ruggero CR, Bilton TR, Teixeira LF, Ramos JLA, Alouche SR, Dias RC, et al. Gait speed correlates in a multiracial population of communitydwelling older adults living in Brazil: a cross-sectional population-based study. BMC Public Health. 2013;13:182.).

A redução da velocidade de marcha mostrou associação com a mortalidade(1818. Studenski S, Perera S, Patel K, Rosano C, Faulkner K, Inzitari M, et al. Gait speed and survival in older adults. JAMA. 2011;305(1):50-8.,7676. Liu B, Hu X, Zhang Q, Fan Y, Li J, Zou R, et al. Usual walking speed and all-cause mortality risk in older people: A systematic review and meta-analysis. Gait Posture. 2016;44:172-7.), o comprometimento cognitivo, a incapacidade funcional(1414. Inzitari M, Calle A, Esteve A, Casas A, Torrents N, Martíne N. ¿Mides la velocidad de la marcha en tu práctica diaria? Una revisión. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2017;52(1):35-43.,7676. Liu B, Hu X, Zhang Q, Fan Y, Li J, Zou R, et al. Usual walking speed and all-cause mortality risk in older people: A systematic review and meta-analysis. Gait Posture. 2016;44:172-7.), a idade avançada, o sedenta-rismo e as doenças(7777. Pérez-Zepeda MU, González-Chavero JG, Salinas-Martinez R, Gutiérrez-Robledo LM. Risk factors for slow gait speed: a nested case-control secondary analysis of the Mexican Health and Aging Study. J Frailty Aging. 2015;4(3):139-43.-7878. Busch TA, Duarte YA, Nunes DP, Lebrão ML, Naslavsky MS, Rodrigues AS, Amaro Junior E. Factors associated with lower gait speed among the elderly living in a developing country: a cross-sectional population-based study. BMC Geriatr. 2015;15:1-9.).

Embora, como se observou nos diferentes estudos, não haja um consenso estabelecido para a mensuração da VM, houve predomínio da distância de 4,6 metros(2323. Castell MV, Sánchez M, Julián R, Queipo R, Martín S, Otero A. Frailty prevalence and slow walking speed in persons age 65 and older: Implications for primary care. BMC Fam Pract. 2013;14:86.,3434. Costa TB, Neri AL. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1537-50.,3838. Amaral FLJS, Guerra RO, Nascimento AFF, Maciel, ACC. Social support and the frailty syndrome among elderly residents in the community. Ciênc Saúde Coletiva. 2013; 18(6):1835-46.,3939. Pegorari MS, Ruas G, Patrizzi LJ. Relationship between frailty and respiratory function in the community-dwelling elderly. Braz J Phys Ther. 2013;17(1):9-16.-4040. Pinto JM, Neri AL. Factors associated with low life life satisfaction in community-dwelling elderly: FIBRA Study. Cad. Saúde Pública. 2013;29(12):2447-58.,4242. Vieira RA, Guerra RO, Giacomin KC, Vasconcelos KSS; Souza ACA, Pereira LSM, et al. Prevalência de fragilidade e fatores associados em idosos comunitários de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: dados do estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(8):1631-43.,4444. Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(4):778-92.-4545. Perez M, Lourenço RA. FIBRA-RJ: fragilidade e risco de hospitalização em idosos da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(7):1381-91.,5050. Santos AA, Ceolim MF, Pavarini, SCL, Neri AL, Rampazo, MK. Association between sleep disorders and frailty status among elderly. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):120-5.,5858. Bez JPO, Neri AL. Gait speed, grip strength and self-rated health among the elderly: data from the FIBRA Campinas network, São Paulo, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(8): 3343-53.

59. Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.
-6060. Falsarella GR, Gasparotto LPR, Barcelos CC, Coimbra IB, Moretto MC, Pascoa MA, et al. Body composition as a frailty marker for the elderly community. Clinical Interventions in Aging. 2015;10:1661-1667.,7373. Jones GR, Neubauer NA, O'Connor B, Jakobi JM. EMG Functional tasks recordings determines frailty phenotypes in males and females. Exp Gerontol. 2016;77:12-8-7474. Santos-Orlandi AA, Ceolim MF, Pavarini SCI, Oliveira-Rossignolo SC, Pergola-Marconato AM, Neri AL. Factors associated with duration of naps among commmunity-dwelling elderly: data from the multicenter study FIBRA. Texto Contexto Enferm. 2016;25(1):e1200014.) e pontos de corte para reduzida VM definidos pelo valor do quintil mais baixo(77. Han ES, Lee Y, Kim J. Association of cognitive impairment with frailty in community-dwelling older adults. Int Psychogeriatr. 2014;26(1):155-63.,3434. Costa TB, Neri AL. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1537-50.,4040. Pinto JM, Neri AL. Factors associated with low life life satisfaction in community-dwelling elderly: FIBRA Study. Cad. Saúde Pública. 2013;29(12):2447-58.,4242. Vieira RA, Guerra RO, Giacomin KC, Vasconcelos KSS; Souza ACA, Pereira LSM, et al. Prevalência de fragilidade e fatores associados em idosos comunitários de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: dados do estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(8):1631-43.,4444. Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(4):778-92.,4949. Capistrant BD, Glymour MM, Berkman LF. Assessing mobility difficulties for cross-national comparisons: results from the WHO Study on AGEing and Adult Health. J Am Geriatr Soc. 2014;62(2):329-35.,5454. Curcio CL, Henao GM, Gomez F. Frailty among rural elderly adults. BMC Geriatr. 2014;14:2.,5757. Alexandre TS, Corona LP, Nunes DP, Santos JLF, Yeda AO, Duarte YAO, et al. Similarities among factors associated with components of frailty in elderly: SABE Study. J Aging Health. 2014;26(3):441-57.,5959. Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.,6565. Martínez-Ramírez A, Martinikorena I, Gómez M, Lecumberri P, Millor N, Rodríguez-Mañas L. et al. Frailty assessment based on trunk kinematic parameters during walking. J Neur Enginee Rehabil. 2015;12:48.,6969. Chen S, Honda T, Chen T, Narazaki K, Haeuchi Y, Supartini A, et al. Screening for frailty phenotype with objectively-measured physical activity in a west Japanese suburban community: evidence from the Sasaguri Genkimon Study. BMC Geriatr. 2015;15:36.,7272. Liu CK, Lyass A, Larson MG, Massaro JM, Wang N, D'Agostino RB Sr, et al. Biomarkers of oxidative stress are associated with frailty: the Framingham Offspring Study. Age (Dordr). 2016;38(1):1.,7575. García-Peña C, Ávila-Funes JA, Dent E, Gutiérrez-Robledo L, Pérez-Zepeda M. Frailty prevalence and associated factors in the Mexican health and aging study: a comparison of the frailty index and the phenotype. Exp Gerontol. 2016;79:55-60.). Esses estudos seguem o procedimento/protocolo do estudo(66. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;563(3):M146-56.). Pela importância da VM na prática clínica, é necessário um consenso, uma padronização da mensuração deste marcador de fragilidade física. O uso da VM na prática clínica é recomendado como ferramenta-chave na avaliação geriátrica, dada sua simplicidade, rapidez, parâmetro objetivo e sensibilidade às alterações provocadas pelo processo de envelhecimento(1717. Kirkwood RN, Araújo PA, DIAS CS. Gait biomechanics in elderly fallers and non fallers: a literature review. Rev Bras Ci Mov. 2006;14(4):103-10.). Ressalta-se que os estudos incluídos nesta revisão sistemática avaliaram a velocidade da marcha de formas diferenciadas e apresentaram intervenções e desenhos diversificados.

A distância para o cálculo da VM utilizada nos diferentes estudos, mostrou grande variação. Recente revisão sistemática revelou que a distância da velocidade de marcha variou de quatro a seis metros em 83% dos estudos analisados, sendo quatro metros a distância mais utilizada(7979. Pamoukdjian F, Paillaud E, Zelek L, Laurent M, Lévy V, Landre T, et al. Measurement of gait speed in older adults to identify complications associated with frailty: a systematic review. J Geriatr Oncol. 2015;6(6):484-96.). Outro estudo(1414. Inzitari M, Calle A, Esteve A, Casas A, Torrents N, Martíne N. ¿Mides la velocidad de la marcha en tu práctica diaria? Una revisión. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2017;52(1):35-43.) afirmou que a maioria dos pesquisadores utiliza distâncias entre quatro e seis metros, e que o comprimento do percurso deve permitir que o teste seja aplicado no cenário clínico como exame de rotina.

A VM reduzida, como marcador de fragilidade física, foi maior em mulheres quando comparada aos hom ens(3232. Pinedo LV, Saavedra PJO, Jimeno HC. Velocidad de la marcha como indicador de fragilidad en adultos mayores de la comunidad en Lima, Peru. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2010;45(1):22-5.,3434. Costa TB, Neri AL. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1537-50.,4040. Pinto JM, Neri AL. Factors associated with low life life satisfaction in community-dwelling elderly: FIBRA Study. Cad. Saúde Pública. 2013;29(12):2447-58.,5757. Alexandre TS, Corona LP, Nunes DP, Santos JLF, Yeda AO, Duarte YAO, et al. Similarities among factors associated with components of frailty in elderly: SABE Study. J Aging Health. 2014;26(3):441-57.-5858. Bez JPO, Neri AL. Gait speed, grip strength and self-rated health among the elderly: data from the FIBRA Campinas network, São Paulo, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(8): 3343-53.,6060. Falsarella GR, Gasparotto LPR, Barcelos CC, Coimbra IB, Moretto MC, Pascoa MA, et al. Body composition as a frailty marker for the elderly community. Clinical Interventions in Aging. 2015;10:1661-1667.,6262. Çakmur, H. Frailty among elderly adults in a rural area of Turkey. Med Sci Monit. 2015;21:1232-42.-6363. Aguilar-Navarro SG, Amieva H, Gutiérrez-Robledo LM, Avila-Funes JA. Frailty among Mexican community-dwelling elderly: a story told 11 years later. Salud Publica Mex. 2015; 57:S62-9.,6969. Chen S, Honda T, Chen T, Narazaki K, Haeuchi Y, Supartini A, et al. Screening for frailty phenotype with objectively-measured physical activity in a west Japanese suburban community: evidence from the Sasaguri Genkimon Study. BMC Geriatr. 2015;15:36.,7676. Liu B, Hu X, Zhang Q, Fan Y, Li J, Zou R, et al. Usual walking speed and all-cause mortality risk in older people: A systematic review and meta-analysis. Gait Posture. 2016;44:172-7.). Confirma esse dado o resultado de nove estudos, que totalizaram uma amostra de 26.625 idosos (≥ 65 anos) residentes na comunidade. Os pesquisadores encontraram um percentual de VM reduzida (≤ 0,8 m/s) significativamente maior em mulheres (31%), enquanto nos homens foi de 10%(8080. Studenski SA, Peters KW, Alley DE, Cawthon PM, McLean RR, Harris TB, et al. The FNIH Sarcopenla Project: rationale, study description, conference recommendations, and final estimates. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014;69(5):547-58.). Em contrapartida, estudo com objetivo de investigar diferenças entre os sexos nos padrões de marcha em idosos participantes do Baltimore Longitudinal Study of Aging encontrou que, após ajuste para idade, altura e massa corporal, não houve diferença entre os sexos para a VM (p=0,185)(8181. Ko S, Tolea MI, Hausdorff JM, Ferrucci L. Sex-specific differences in gait patterns of healthy older adults: results from the Baltimore longitudinal study of aging. J Biomech. 2011;44(10):1974-9.).

A prevalência de VM reduzida apresentou grande variação nos estudos, com valores de 2,7%(3131. Kim M, Yabushita N, Kim M, Nemoto M, Seino S, Tanaka K. Mobility performance tests for discriminating high risk of frailty in communitydwelling older women. Arch Gerontol Geriatr. 2010;51(2):192-8.) a 83,9%(3636. Subra J, Gillette-Guyonnet S, Cesari M, Oustric S, Vellas B; Platform Team. The Integration of frailty into clinical practice: preliminary results from the gérontôpole. J Nutr Health Aging. 2012;16(8):714-20.), mas em grande parte deles os percentuais para VM reduzida, como marcador da fragilidade física, não foram descritos. Em alguns estudos(88. Shimada H, Makizako H, Doi T, Tsutsumimoto K, Suzuki T. Incidence of disability in frail older persons with or without slow walking speed. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(8):690-6.,4242. Vieira RA, Guerra RO, Giacomin KC, Vasconcelos KSS; Souza ACA, Pereira LSM, et al. Prevalência de fragilidade e fatores associados em idosos comunitários de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: dados do estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(8):1631-43.,5959. Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.,7272. Liu CK, Lyass A, Larson MG, Massaro JM, Wang N, D'Agostino RB Sr, et al. Biomarkers of oxidative stress are associated with frailty: the Framingham Offspring Study. Age (Dordr). 2016;38(1):1.-7373. Jones GR, Neubauer NA, O'Connor B, Jakobi JM. EMG Functional tasks recordings determines frailty phenotypes in males and females. Exp Gerontol. 2016;77:12-8), foi relatada a prevalência de VM reduzida nos grupos frágeis e pré-frágeis. Isso demonstra que a VM assim como os outros marcadores da fragilidade física (fadiga/exaustão, perda de peso, atividade física, força muscular) foram pouco explorados nos estudos analisados.

Pesquisas nacionais descrevem valores em percentuais de VM reduzida em idosos próximos aos encontrados na presente revisão. O estudo “Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA)”, com uma amostra de 5.532 idosos da comunidade (>65 anos), apontou 20,9% de idosos com lentidão da marcha. Os marcadores que apresentaram maiores chances para o desenvolvimento da fragilidade foram a lentidão na marcha e a fraqueza mus-cular(8282. Silva SLA, Neri AL, Ferrioli E, Lourenço RA, Dias RC. Fenótipo de fragilidade: influência de cada item na determinação da fragilidade em idosos comunitários - Rede FIBRA. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21 (11):3483-92.). Estudo desenvolvido com idosos (≥60 anos) objetivou associar a fragilidade física à qualidade de vida de idosos usuários da atenção básica de saúde de Curitiba/PR/Brasil, e, dos 203 idosos 25,6% apresentaram redução da VM(8383. Lenardt MH, Carneiro NHK, Binotto MA, Willig MH, Lourenço TM, Albino J. Frailty and quality of life in elderly primary health care users. Rev Bras Enferm. 2016;69(3):448-53.).

Estudos(3131. Kim M, Yabushita N, Kim M, Nemoto M, Seino S, Tanaka K. Mobility performance tests for discriminating high risk of frailty in communitydwelling older women. Arch Gerontol Geriatr. 2010;51(2):192-8.,3333. Montero-Odasso M, Muir SW, Hall M, Doherty TJ, Kloseck M. Olivier Beauchet, et al. Gait variability is associated with frailty in community-dwelling older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2011;66(5):56-76.,3535. Chang YW, Chen WL, Lin FG, Fang WH, Yen MY, Hsieh CC, et al. Frailty and Its impact on health-related quality of life: a cross-sectional study on elder community-dwelling preventive health service users. PLoS One. 2012;7(5):e38079.,5555. Schoon Y, Bongers K, Van Kempen J, Melis R, Olde RM. Gait speed as a test for monitoring frailty in community-dwelling older people has the highest diagnostic value compared to step length and chair rise time. Eur J Phys Rehabil Med. 2014;50(6):693-701.,5959. Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.,6565. Martínez-Ramírez A, Martinikorena I, Gómez M, Lecumberri P, Millor N, Rodríguez-Mañas L. et al. Frailty assessment based on trunk kinematic parameters during walking. J Neur Enginee Rehabil. 2015;12:48.-6666. Parentoni AN, Mendonça VA, Dos Santos KD, Sá LF, Ferreira FO, Gomes PDA, et al. Gait speed as a predictor of respiratory muscle function, strength, and frailty syndrome in community-dwelling elderly people. J Frailty Aging. 2015;4(2):64-8.) evidenciaram que a fragilidade está associada à VM reduzida, achados se assemelham a outra investigação. Dados do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA) mostrou que 90% dos idosos classificados como frágeis apresentaram VM reduzida(8484. Gale CR, Cooper C, Sayer AA. Prevalence of frailty and disability: findings from the English longitudinal study of ageing. Age Ageing. 2015;44(1):162-5.).

As limitações deste estudo de revisão sistemática são referentes aos deficit de informações encontrados em alguns estudos, trazendo prejuízo para as análises. Quanto ao método, é possível que o fato de definir o período de busca, os idiomas e as bases de dados consultadas tenham delimitado a busca e, consequentemente, pesquisas relevantes sobre a temática não tenham sido selecionadas.

CONCLUSÃO

As investigações que avaliaram a fragilidade física em idosos da comunidade apontaram que a VM apresentou como desfecho a associação com incapacidades, fragilidade, sedentarismo, quedas, fraqueza muscular, doenças, gordura corporal, comprometimento cognitivo, mortalidade, estresse, menor satisfação com a vida, menor qualidade de vida, duração dos cochilos e baixo desempenho em parâmetros quantitativos da marcha em idosos da comunidade.

O protocolo de mensuração da VM variou entre os estudos. A distância e os pontos de cortes para VM reduzida, definidos pelo fenótipo de fragilidade, foram adotados em alguns estudos. Esforços são necessários a fim de padronizar a forma de mensuração dessa variável, principalmente pela importância na prática clínica.

Os achados desta revisão sistemática reforçam a associação entre VM e fragilidade física e as variáveis indicadoras de saúde, em idosos da comunidade. Os estudos evidenciam a importância da mensuração da VM nas avaliações geron-tológicas. Estudos randomizados são recomendados para validar e definir um consenso quanto à forma de mensurar a VM, como instrumento de avaliação gerontológica.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Fried LP. Investing in health to create a third demographic dividend. Gerontologist. 2016;56: Suppl 2:S167-77.
  • 2
    Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Williamson JD, Anderson G. Untangling the concepts of disability, frailty and comorbidity: implications for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2004;59(3):255-63.
  • 3
    Chen X, Mao G, Leng SX. Frailty syndrome: an overview. Clin Interv Aging. 2014;9:433-44.
  • 4
    Cesari M, Prince M, Thiyagarajan JA, De Carvalho IA, Bernabei R, Chan P, et al. Frailty: An Emerging Public Health Priority. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(3):188-92.
  • 5
    Morley JE, Vellas B, Van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(6): 392-7.
  • 6
    Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: Evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;563(3):M146-56.
  • 7
    Han ES, Lee Y, Kim J. Association of cognitive impairment with frailty in community-dwelling older adults. Int Psychogeriatr. 2014;26(1):155-63.
  • 8
    Shimada H, Makizako H, Doi T, Tsutsumimoto K, Suzuki T. Incidence of disability in frail older persons with or without slow walking speed. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(8):690-6.
  • 9
    Avila-Funes JA, Helmer C, Amieva H, Barberger-Gateau P, Le Goff M, Ritchie K, et al. Frailty among community-dwelling elderly people in France: The three-city study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2008;63(10):1089-96.
  • 10
    Garcia-Garcia FJ, Gutierrez Avila G, Alfaro-Acha A, Amor Andres MS, De Los Angeles De La Torre Lanza M, Escribano Aparicio MV, et al. The prevalence of frailty syndrome in an older population from Spain. The Toledo Study for Healthy Aging. J Nutr Health Aging. 2011;15(10): 852-6.
  • 11
    Da Mata FAF, Pereira PPS, Andrade KRC, Figueiredo ACMG, Silva MT, Pereira MG, et al. Prevalence of frailty in Latin America and the Caribbean: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2016;11(8):e0160019.
  • 12
    Hoogendijk EO, Abellan van Kan G, Guyonnet S, Vellas B, Cesari M. Components of the frailty phenotype in relation to the frailty index: results from the Toulouse Frailty Platform. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(10):855-9.
  • 13
    Sutorius FL, Hoogendijk EO, Prins BA, Van Hout HP. Comparison of 10 single and stepped methods to identify frail older persons in primary care: diagnostic and prognostic accuracy. BMC Fam Pract. 2016;17:102.
  • 14
    Inzitari M, Calle A, Esteve A, Casas A, Torrents N, Martíne N. ¿Mides la velocidad de la marcha en tu práctica diaria? Una revisión. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2017;52(1):35-43.
  • 15
    Fritz S, Lusardi M. White paper: walking speed: the sixth vital sign. J Geriatr Phys Ther. 2009; 32(2):2-5.
  • 16
    Vermeulen J, Spreeuwenberg MD, Daniels R, Neyens JC, Van Rossum E, De Witte LP. Does a falling level of activity predict disability development in community-dwelling elderly people? Clin Rehabil. 2013;27(6):546-54.
  • 17
    Kirkwood RN, Araújo PA, DIAS CS. Gait biomechanics in elderly fallers and non fallers: a literature review. Rev Bras Ci Mov. 2006;14(4):103-10.
  • 18
    Studenski S, Perera S, Patel K, Rosano C, Faulkner K, Inzitari M, et al. Gait speed and survival in older adults. JAMA. 2011;305(1):50-8.
  • 19
    Abellan van Kan G, Rolland Y, Andrieu S, Bauer J, Beauchet O, Bonnefoy M, et al. Gait speed at usual pace as a predictor of adverse outcomes in community-dwelling older people an International Academy on Nutrition and Aging (IANA) Task Force. J Nutr Health Aging. 2009;13(10):881-9.
  • 20
    Middleton A. Fritz SL, Lusardi M. Walking speed: the functional vital sign. J Aging Phys Act. 2015;23(2):314-22.
  • 21
    Perera S, Patel KV, Rosano C, Rubin SM, Satterfield S, Harris T, et al. Gait speed predicts incident disability: a pooled analysis. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2016;71(1):63-71.
  • 22
    Woo J. Walking speed: a summary indicator of frailty? J Am Med Dir Assoc. 2015: 16(8):635-7.
  • 23
    Castell MV, Sánchez M, Julián R, Queipo R, Martín S, Otero A. Frailty prevalence and slow walking speed in persons age 65 and older: Implications for primary care. BMC Fam Pract. 2013;14:86.
  • 24
    Jerome GJ, Ko SU, Kauffman D, Studenski SA, Ferrucci L, Simonsick EM. Gait characteristics associated with walking speed decline in older adults: results from the Baltimore Longitudinal Study of Aging. Arch Gerontol Geriatr. 2015;60(2):239-43.
  • 25
    Lenardt MH, Carneiro NHK, Betiolli SE, Ribeiro DKMN, Wachholz PA. Prevalence of pre-frailty for the component of gait speed in older adults. Rev Latino Am Enfermagem. 2013; 21(3):734-41.
  • 26
    Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; The PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.
  • 27
    Von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ Br Med J. 2007;335(7624):806-8.
  • 28
    Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública. 2010;44(3): 559-65.
  • 29
    Galvão TF, Pereira MG. Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol Serv Saúde. 2014;23(1):183-4.
  • 30
    Srinivas-Shankar U, Roberts SA, Connolly MJ, O’ Connell MDL, Adams JE, Oldham JA, et al. Effects of testosterone on muscle strength, physical function, body composition, and quality of life in intermediate-frail and frail elderly men: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. J Clin Endocrinol Metab. 2010;95(2):639-50.
  • 31
    Kim M, Yabushita N, Kim M, Nemoto M, Seino S, Tanaka K. Mobility performance tests for discriminating high risk of frailty in communitydwelling older women. Arch Gerontol Geriatr. 2010;51(2):192-8.
  • 32
    Pinedo LV, Saavedra PJO, Jimeno HC. Velocidad de la marcha como indicador de fragilidad en adultos mayores de la comunidad en Lima, Peru. Rev Esp Geriatr Gerontol. 2010;45(1):22-5.
  • 33
    Montero-Odasso M, Muir SW, Hall M, Doherty TJ, Kloseck M. Olivier Beauchet, et al. Gait variability is associated with frailty in community-dwelling older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2011;66(5):56-76.
  • 34
    Costa TB, Neri AL. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2011;27(8):1537-50.
  • 35
    Chang YW, Chen WL, Lin FG, Fang WH, Yen MY, Hsieh CC, et al. Frailty and Its impact on health-related quality of life: a cross-sectional study on elder community-dwelling preventive health service users. PLoS One. 2012;7(5):e38079.
  • 36
    Subra J, Gillette-Guyonnet S, Cesari M, Oustric S, Vellas B; Platform Team. The Integration of frailty into clinical practice: preliminary results from the gérontôpole. J Nutr Health Aging. 2012;16(8):714-20.
  • 37
    Cameron ID, Fairhall N, Langron C, Keri Lockwood K, Monaghan N, Aggar C, et al. A multifactorial interdisciplinary intervention reduces frailty in older people: randomized trial. BMC Med. 2013;11:65.
  • 38
    Amaral FLJS, Guerra RO, Nascimento AFF, Maciel, ACC. Social support and the frailty syndrome among elderly residents in the community. Ciênc Saúde Coletiva. 2013; 18(6):1835-46.
  • 39
    Pegorari MS, Ruas G, Patrizzi LJ. Relationship between frailty and respiratory function in the community-dwelling elderly. Braz J Phys Ther. 2013;17(1):9-16.
  • 40
    Pinto JM, Neri AL. Factors associated with low life life satisfaction in community-dwelling elderly: FIBRA Study. Cad. Saúde Pública. 2013;29(12):2447-58.
  • 41
    Ruggero CR, Bilton TR, Teixeira LF, Ramos JLA, Alouche SR, Dias RC, et al. Gait speed correlates in a multiracial population of communitydwelling older adults living in Brazil: a cross-sectional population-based study. BMC Public Health. 2013;13:182.
  • 42
    Vieira RA, Guerra RO, Giacomin KC, Vasconcelos KSS; Souza ACA, Pereira LSM, et al. Prevalência de fragilidade e fatores associados em idosos comunitários de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: dados do estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(8):1631-43.
  • 43
    Bollwein J, Volkert D, Diekmann R, Kaiser MJ, Uter W, Vidal K, et al. Nutritional Status assording to the mini nutritional assessment (MNA®) and Frailty in community dwelling older persons: a close relationship. J Nutr Health Aging. 2013;17(4):351-56.
  • 44
    Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: estudo FIBRA. Cad Saúde Pública. 2013;29(4):778-92.
  • 45
    Perez M, Lourenço RA. FIBRA-RJ: fragilidade e risco de hospitalização em idosos da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(7):1381-91.
  • 46
    Sheehan KJ, O'Connell MD, Cunningham C, Crosby L, Kenny RA. The relationship between increased body mass index and frailty on falls in community dwelling older adults. BMC Geriatr. 2013;13:132.
  • 47
    Moreno-Aguilar M, García-Lara JM, Aguilar-Navarro S, Navarrete-Reyes AP, Amieva H, Ávila-Funes JA. The Phenotype of frailty and health-related quality of life. J Frailty Aging. 2013;2(1):2-7.
  • 48
    Romero-Ortuno R, Soraghan CA. Frailty Instrument for primary care for those aged 75 years or more: findings from the survey of health, ageing and retirement in Europe, a longitudinal population-based cohort study (SHARE-FI75+). BMJ Open. 2014;4(12):e006645.
  • 49
    Capistrant BD, Glymour MM, Berkman LF. Assessing mobility difficulties for cross-national comparisons: results from the WHO Study on AGEing and Adult Health. J Am Geriatr Soc. 2014;62(2):329-35.
  • 50
    Santos AA, Ceolim MF, Pavarini, SCL, Neri AL, Rampazo, MK. Association between sleep disorders and frailty status among elderly. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):120-5.
  • 51
    Johar H, Emeny RT, Bidlingmaier M, Reincke M, Thorand B, Peters A, et al. Blunted diurnal cortisol pattern is associated with frailty: a cross-sectional study of 745 participants aged 65 to 90 years. J Clin Endocrinol Metab. 2014;99(33):E464-8.
  • 52
    Landi F, Onder G, Russo A, Liperoti R, Tosato M, Martone A, et al. Calf circumference, frailty and physical performance among older adults living in the community. Clin Nutr. 2014;3(3):539-44.
  • 53
    Tavassoli N, Guyonnet S, Abellan Van Kan G, Sourdet S, Krams T, Soto ME, et al. Description of 1,108 older patients referred by their physician to the “Geriatric Frailty Clinic (G.F.C) for Assessment of Frailty and Prevention of Disability” at the gerontopole. J Nutr Health Aging. 2014;18(5):457-64.
  • 54
    Curcio CL, Henao GM, Gomez F. Frailty among rural elderly adults. BMC Geriatr. 2014;14:2.
  • 55
    Schoon Y, Bongers K, Van Kempen J, Melis R, Olde RM. Gait speed as a test for monitoring frailty in community-dwelling older people has the highest diagnostic value compared to step length and chair rise time. Eur J Phys Rehabil Med. 2014;50(6):693-701.
  • 56
    Darvin K, Randolph A, Ovalles S, Halade D, Breeding L, Richardson A, et al. Plasma protein biomarkers of the geriatric syndrome of frailty. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014;69(2)182-6.
  • 57
    Alexandre TS, Corona LP, Nunes DP, Santos JLF, Yeda AO, Duarte YAO, et al. Similarities among factors associated with components of frailty in elderly: SABE Study. J Aging Health. 2014;26(3):441-57.
  • 58
    Bez JPO, Neri AL. Gait speed, grip strength and self-rated health among the elderly: data from the FIBRA Campinas network, São Paulo, Brazil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(8): 3343-53.
  • 59
    Silveira T, Pegorari MS, Shamyr SC, Ruas G, Novais-Shimano SG, Patrizzi LJ. Association of falls, fear of falling, handgrip strength and gait speed with frailty levels in the community elderly. Medicina. 2015;48(6):549-556.
  • 60
    Falsarella GR, Gasparotto LPR, Barcelos CC, Coimbra IB, Moretto MC, Pascoa MA, et al. Body composition as a frailty marker for the elderly community. Clinical Interventions in Aging. 2015;10:1661-1667.
  • 61
    Nishiguchi S, Yamada M, Fukutani N, Adachi D, Tashiro Y, Hotta T, et al. Differential Association of Frailty With Cognitive Decline and Sarcopenia in Community-Dwelling Older Adults. J Am Med Dir Assoc. 2015;16(2):120-4.
  • 62
    Çakmur, H. Frailty among elderly adults in a rural area of Turkey. Med Sci Monit. 2015;21:1232-42.
  • 63
    Aguilar-Navarro SG, Amieva H, Gutiérrez-Robledo LM, Avila-Funes JA. Frailty among Mexican community-dwelling elderly: a story told 11 years later. Salud Publica Mex. 2015; 57:S62-9.
  • 64
    At J, Bryce R, Prina M, Acosta D, Ferri CP, Guerra M, et al. Frailty and the prediction of dependence and mortality in low- and middle-income countries: a 10/66 population-based cohort study. BMC Med. 2015;10:138.
  • 65
    Martínez-Ramírez A, Martinikorena I, Gómez M, Lecumberri P, Millor N, Rodríguez-Mañas L. et al. Frailty assessment based on trunk kinematic parameters during walking. J Neur Enginee Rehabil. 2015;12:48.
  • 66
    Parentoni AN, Mendonça VA, Dos Santos KD, Sá LF, Ferreira FO, Gomes PDA, et al. Gait speed as a predictor of respiratory muscle function, strength, and frailty syndrome in community-dwelling elderly people. J Frailty Aging. 2015;4(2):64-8.
  • 67
    Camicioli R, Mizrahi S, Spagnoli J, Büla C, Demonet JF, Vingerhoets F, et al. Handwriting and pre-frailty in the Lausanne cohort 65+ (Lc65+) study. Arch Gerontol Geriatr. 2015;61(1):8-13.
  • 68
    Sergi G, Veronese N, Fontana L, De Rui M, Bolzetta F, Zambon S, et al. Pre-Frailty and risk of cardiovascular disease in elderly men and women: the Pro.V.A. Study. J Am Coll Cardiol. 2015;65(10):976-83.
  • 69
    Chen S, Honda T, Chen T, Narazaki K, Haeuchi Y, Supartini A, et al. Screening for frailty phenotype with objectively-measured physical activity in a west Japanese suburban community: evidence from the Sasaguri Genkimon Study. BMC Geriatr. 2015;15:36.
  • 70
    Hõrder H, Skoog I, Johansson L, Falk H, Frãndin K. Secular trends in frailty: a comparative study of 75-year olds born in 1911-12 and 1930. Age Ageing. 2015;44(5):817-22.
  • 71
    Schwenk M, Mohler J, Wendel C, D'Huyvetter K, Fain M, Taylor-Piliae R, et al. Wearable sensor-based in-home assessment of gait, balance, and physical activity for discrimination of frailty status: baseline results of the Arizona frailty cohort study. Gerontology. 2015;61(3):258-67.
  • 72
    Liu CK, Lyass A, Larson MG, Massaro JM, Wang N, D'Agostino RB Sr, et al. Biomarkers of oxidative stress are associated with frailty: the Framingham Offspring Study. Age (Dordr). 2016;38(1):1.
  • 73
    Jones GR, Neubauer NA, O'Connor B, Jakobi JM. EMG Functional tasks recordings determines frailty phenotypes in males and females. Exp Gerontol. 2016;77:12-8
  • 74
    Santos-Orlandi AA, Ceolim MF, Pavarini SCI, Oliveira-Rossignolo SC, Pergola-Marconato AM, Neri AL. Factors associated with duration of naps among commmunity-dwelling elderly: data from the multicenter study FIBRA. Texto Contexto Enferm. 2016;25(1):e1200014.
  • 75
    García-Peña C, Ávila-Funes JA, Dent E, Gutiérrez-Robledo L, Pérez-Zepeda M. Frailty prevalence and associated factors in the Mexican health and aging study: a comparison of the frailty index and the phenotype. Exp Gerontol. 2016;79:55-60.
  • 76
    Liu B, Hu X, Zhang Q, Fan Y, Li J, Zou R, et al. Usual walking speed and all-cause mortality risk in older people: A systematic review and meta-analysis. Gait Posture. 2016;44:172-7.
  • 77
    Pérez-Zepeda MU, González-Chavero JG, Salinas-Martinez R, Gutiérrez-Robledo LM. Risk factors for slow gait speed: a nested case-control secondary analysis of the Mexican Health and Aging Study. J Frailty Aging. 2015;4(3):139-43.
  • 78
    Busch TA, Duarte YA, Nunes DP, Lebrão ML, Naslavsky MS, Rodrigues AS, Amaro Junior E. Factors associated with lower gait speed among the elderly living in a developing country: a cross-sectional population-based study. BMC Geriatr. 2015;15:1-9.
  • 79
    Pamoukdjian F, Paillaud E, Zelek L, Laurent M, Lévy V, Landre T, et al. Measurement of gait speed in older adults to identify complications associated with frailty: a systematic review. J Geriatr Oncol. 2015;6(6):484-96.
  • 80
    Studenski SA, Peters KW, Alley DE, Cawthon PM, McLean RR, Harris TB, et al. The FNIH Sarcopenla Project: rationale, study description, conference recommendations, and final estimates. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014;69(5):547-58.
  • 81
    Ko S, Tolea MI, Hausdorff JM, Ferrucci L. Sex-specific differences in gait patterns of healthy older adults: results from the Baltimore longitudinal study of aging. J Biomech. 2011;44(10):1974-9.
  • 82
    Silva SLA, Neri AL, Ferrioli E, Lourenço RA, Dias RC. Fenótipo de fragilidade: influência de cada item na determinação da fragilidade em idosos comunitários - Rede FIBRA. Ciênc Saúde Coletiva. 2016;21 (11):3483-92.
  • 83
    Lenardt MH, Carneiro NHK, Binotto MA, Willig MH, Lourenço TM, Albino J. Frailty and quality of life in elderly primary health care users. Rev Bras Enferm. 2016;69(3):448-53.
  • 84
    Gale CR, Cooper C, Sayer AA. Prevalence of frailty and disability: findings from the English longitudinal study of ageing. Age Ageing. 2015;44(1):162-5.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Dez 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    20 Jul 2017
  • Aceito
    04 Jun 2018
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 , 05403-000 São Paulo - SP/ Brasil, Tel./Fax: (55 11) 3061-7553, - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: reeusp@usp.br