Acessibilidade / Reportar erro

Controle de infecções e medidas de segurança do paciente abordados em projetos pedagógicos da enfermagem* * Extraído da dissertação “O ensino de graduação em enfermagem: tendências metodológicas e a segurança do paciente com enfoque nas medidas de prevenção e controle de infecções”, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2016. ,** ** Autores convidados CIAQ 2016.

RESUMO

Objetivo:

Caracterizar o ensino acerca da segurança do paciente e das medidas de precauções-padrão para prevenção e controle de infecções, nos cursos de graduação em enfermagem.

Método:

Estudo descritivo de análise documental realizado em Cursos de Graduação, com conceito igual ou superior a três no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes e no Conceito Preliminar de Curso, localizados no estado de Goiás, Brasil.

Resultados:

Participaram seis instituições de ensino, a maioria de caráter privado, com estrutura curricular por disciplina. Foram analisados seis projetos pedagógicos e 273 planos de disciplinas. Os temas mais abordados para o desenvolvimento de segurança do paciente foram os fatores humanos relacionados à comunicação, ao relacionamento interpessoal e aos princípios e técnicas. Trinta e nove disciplinas comtemplaram o ensino das medidas de prevenção e controle das infecções, e os temas mais abordados foram equipamento de proteção individual e higiene das mãos.

Conclusão:

O ensino acerca da segurança do paciente apresentou contundentes lacunas nos seis cursos avaliados. Há fragilidade no ensino das medidas de prevenção e controle de infecções. Os dados indicam a necessidade de rever os Projetos Pedagógicos de Curso, no sentido de incorporar demandas de ensino necessárias à formação de profissionais, para que estes desenvolvam um cuidado seguro e de qualidade.

DESCRITORES:
Controle de Infecções; Educação em Enfermagem; Educação Superior; Preocupações Universais; Segurança do Paciente

ABSTRACT

Objective:

To characterize teaching about patient safety and standard precautionary measures for infection prevention and control in undergraduate nursing courses.

Method:

A descriptive documentary analysis study carried out in undergraduate courses, with a concept equal to or greater than three in the National Student Performance Exam and in the Preliminary Course Concept, located in the state of Goiás, Brazil.

Results:

Six education institutions participated, with the majority being private with curricular structure by discipline. Six pedagogical projects and 273 subject plans were analyzed. The most discussed topics for patient safety development were human factors related to communication, interpersonal relationships, and principles and techniques. Thirty-nine (39) disciplines contemplated teaching infection prevention and control measures, and the most approached topics were personal protective equipment and hand hygiene.

Conclusion:

Teaching about patient safety presented strong gaps in the six evaluated courses. There is fragility in teaching infection prevention and control measures. The data indicate the need to review the Course Pedagogical Projects in order to incorporate necessary educational demands for training professionals so that they develop safe and quality care.

DESCRIPTORS:
Infection Control; Education, Nursing; Education, Higher; Universal Precautions; Patient Safety

RESUMEN

Objetivo:

Caracterizar la enseñanza acerca de la seguridad del paciente y las medidas de precauciones estándar para prevención y control de infecciones, en las carreras de grado en enfermería.

Método:

Estudio descriptivo de análisis documental realizado en Carreras de Grado, con concepto igual o superior a tres en el Examen Nacional de Desempeño de Estudiantes y en el Concepto Preliminar de Carrera, ubicadas en el Estado de Goiás, Brasil.

Resultados:

Participaron seis centros de enseñanza, la mayoría de carácter privado, con estructura curricular por asignatura. Fueron analizados seis proyectos pedagógicos y 273 planes de estudios de asignaturas. Los temas más abordados para el desarrollo de seguridad del paciente fueron los factores humanos relacionados con la comunicación, la relación interpersonal y los principios y técnicas. Treinta y nueve asignaturas contemplaron la enseñanza de las medidas de prevención y control de las infecciones, y los temas más abordados fueron equipo de protección individual e higiene de las manos.

Conclusión:

La enseñanza acerca de la seguridad del paciente presentó contundentes huecos en las seis carreras evaluadas. Existe fragilidad en la enseñanza de las medidas de prevención y control de infecciones. Los datos señalan la necesidad de revisar los Proyectos Pedagógicos de Carrera, a fin de incorporar demandas de enseñanza necesarias a la formación de profesionales, para que estos desarrollen un cuidado seguro y de calidad.

DESCRIPTORES:
Control de Infecciones; Educación en Enfermería; Educación Superior; Precauciones Universales; Seguridad del Paciente

INTRODUÇÃO

A segurança do paciente envolve, entre outros aspectos, a prevenção e o controle das infecções11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
. As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam um problema mundial, por isso a construção de um conhecimento bem sedimentado acerca das medidas para a prevenção e o controle dessas infecções durante a graduação torna-se prioridade no processo de ensino-aprendizagem, sobretudo por estarem intimamente relacionadas à segurança do paciente22 Rosenthal VD, Maki DG, Mehta Y, Leblebicioglu H, Memish ZA, Al-Mousa HH, et al. International Nosocomial Infection Control Consortium (INICC) report, data summary of 43 countries for 2007-2012. Device-associated module. Am J Infect Control. 2014;42(9):942-56. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ajic.2014.05.029
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
)-(33 World Health Organization. Good hand hygiene by health workers protects patients from drug resistant infections [Internet]. Geneva: WHO ; 2014 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/hand-hygiene/en/
http://www.who.int/mediacentre/news/rele...
.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que de cada 100 pacientes internados em ambientes de saúde, sete de países desenvolvidos e 10 de países em desenvolvimento adquirem infecções relacionadas à assistência à saúde33 World Health Organization. Good hand hygiene by health workers protects patients from drug resistant infections [Internet]. Geneva: WHO ; 2014 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/hand-hygiene/en/
http://www.who.int/mediacentre/news/rele...
.

Essas infecções aumentam o tempo de internações, levam à incapacidade em longo prazo, resistência microbiana aos antibióticos, custos elevados para pacientes e instituições de saúde, e aumento da mortalidade. Esses riscos demonstram que a promoção de práticas seguras deve ser prioridade em ambientes de saúde11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
.

A promoção de um ambiente seguro nos espaços de cuidado inclui ações de proteção anti-infecciosas, entre elas, as Precauções-Padrão (PP), que são medidas básicas de proteção utilizadas nos cuidados em saúde e, portanto, conhecimento obrigatório a ser construído em todos os cursos da área da saúde.

As PP promovem a proteção profissional e de usuários dos serviços de saúde, incluem a Higiene das Mãos (HM), o uso e manuseio de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a segurança com injetáveis, o descarte de perfurocortantes, a limpeza e desinfecção de equipamentos ou superfícies potencialmente contaminados no ambiente do paciente e o processamento de produtos para a saúde44 Centers for Disease Control and Prevention. Guide to infection prevention for outpatient settings: minimum expectations for safe care [Internet]. Atlanta: CDC; 2016 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.cdc.gov/HAI/settings/outpatient/outpatient-care-guidelines.html
http://www.cdc.gov/HAI/settings/outpatie...
.

Estudos revelam que há baixa adesão a essas medidas, e o desconhecimento dos profissionais de saúde é um dos fatores que interfere na adesão às precauções-padrão55 Kinlay JR, Flaherty KA, Scanlon P, Mehrotra P, Potter-Bynoe G, Sandora T. Barriers to the use of face protection for standard precautions by health care workers. Am J Infect Control [Internet]. 2014 [cited 2017 Oct 24];42(6):S97-S8. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2014.03.219
https://doi.org/https://doi.org/10.1016/...
)-(66 Piai-Morais TH, Souza OF, Figueiredo RM. Factors influencing adherence to standard precautions among nursing professionals in psychiatric hospitals. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2015 [cited 2017 Oct 24];49(3):473-80. Available from: Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000300473&lng=en&nrm=iso&tlng=en&ORIGINALLANG=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
. Esse fato pode estar relacionado com a formação profissional, uma vez que há lacunas nos conteúdos curriculares e na prática docente que dificultam a construção de um conhecimento sólido para a prevenção e o controle de infecções77 Ward DJ. The barriers and motivators to learning infection control in clinical placements: interviews with midwifery students. Nurse Educ Today. 2013;33(5):486-91. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2012.05.024
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
.

Preocupada com essa questão, a Organização Mundial de Saúde publicou o Guia Curricular Patient Safety Curriculum Guide, que sugere a introdução do ensino da segurança do paciente de forma sistematizada nos currículos dos cursos de graduação em saúde11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
.

Considerando as elevadas taxas de IRAS, a baixa adesão às PP e a emergente necessidade de adotar medidas para a segurança do paciente no cuidado em saúde, surgiu a seguinte questão de pesquisa: Quais os temas abordados, no ensino da segurança do paciente e das medidas de prevenção e controle de infecções, em cursos de graduação em enfermagem?

Uma análise crítico-reflexiva acerca dos Projetos Pedagógicos e conteúdos das disciplinas ministradas para a formação profissional poderá contribuir para indicar caminhos de aprimoramento às instituições participantes.

Assim, este trabalho objetivou caracterizar o ensino acerca da segurança do paciente e das medidas de precauções-padrão para a prevenção e o controle de infecções, nos cursos de graduação em enfermagem.

MÉTODO

Estudo descritivo exploratório, do tipo análise documental, realizado em Cursos de Graduação em Enfermagem de Instituições de Ensino Superior (IES) com funcionamento autorizado no estado de Goiás, Brasil.

Foram incluídos cursos que apresentaram conceito igual ou superior a três no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e no Conceito Preliminar de Curso (CPC)88 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Indicadores de Qualidade da Educação Superior [Internet]. 2011 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/conceito-enade
http://portal.inep.gov.br/web/guest/conc...
.

Os documentos analisados foram os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e os Planos de Disciplinas. A coleta ocorreu no período de maio a junho de 2015, por três pesquisadoras, com o auxílio de duas bolsistas de iniciação científica, no próprio espaço das instituições de ensino, após a aquiescência do coordenador e disponibilização dos documentos. Durante a coleta, teve-se a oportunidade de esclarecer dúvidas com o coordenador quanto aos aspectos não claramente explícitos no Projeto Pedagógico.

Os dados foram registrados em duas planilhas elaboradas com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em Enfermagem e no Guia Curricular de Segurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
),(99 Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem [Internet]. Brasília; 2001 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pd...
. As variáveis coletadas foram: fatores humanos, profissionais e organizacionais relacionados à segurança do paciente; e princípios, teorias e atividades para garantir a segurança do paciente e a qualidade do cuidado em saúde. O registro dos dados em cada unidade teve duração de 6 a 10 horas.

Os resultados foram processados em planilha do Microsoft Excel, analisados por meio de estatística descritiva, frequência e porcentagem e discutidos à luz do referencial teórico sobre a segurança do paciente e o ensino das medidas de prevenção e controle de infecções.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, sob o protocolo número 1780/2011 e observados os princípios e postulados éticos, conforme a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n. 466/2012 e seus complementos1010 Brasil. Ministério da Saúde; Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Brasília; 2012 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/...
. Os seis cursos foram identificados pelas letras A, B, C, D, E, F para preservação de suas identidades.

RESULTADOS

Foram encontrados 35 Cursos de Graduação em Enfermagem em funcionamento no estado de Goiás, em janeiro de 2015, dos quais 33 eram presenciais, e dois, ensino a distância88 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Indicadores de Qualidade da Educação Superior [Internet]. 2011 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/conceito-enade
http://portal.inep.gov.br/web/guest/conc...
. Sete cursos atenderam aos critérios de inclusão, entretanto, uma IES recusou-se a participar do estudo. Assim, participaram do estudo seis Cursos de Graduação em Enfermagem. Foram analisados os seis Projetos Pedagógicos e os 273 planos de disciplina disponibilizados por eles.

No Quadro 1 estão descritas as características desses Cursos, apresentadas nos Projetos Pedagógicos.

Quadro 1
Características dos seis Cursos de Graduação em Enfermagem do estado de Goiás, Brasil, 2015.

Os seis Cursos de Graduação em Enfermagem possuem carga horária mínima de 4.000 horas. O modelo de currículo adotado é o disciplinar, com exceção do curso D, que apresentou currículo estruturado por unidades temáticas, com suas respectivas ementas e objetivos gerais. Essas unidades são divididas em eixos temáticos que apresentam seus objetivos específicos.

Os PPC das seis instituições definem as competências a serem desenvolvidas pelos estudantes de acordo com o proposto nas DCN99 Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem [Internet]. Brasília; 2001 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pd...
, porém não agregam especificidades, como o desenvolvimento de competências para o cuidado seguro. Essa competência aparece de forma explícita em apenas uma disciplina de um dos cursos.

Os temas referentes à segurança do paciente abordados nos seis Cursos de Graduação em Enfermagem encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1
Temas abordados no ensino da segurança do paciente nas disciplinas dos seis Cursos de Graduação em Enfermagem do estado de Goiás, Brasil, 2015.

Dos 273 planos de disciplina analisados, 39 contemplavam o ensino das medidas de prevenção e controle de infecções. Os cursos tinham pelo menos uma disciplina que abordava a temática, e em três cursos o tema não foi abordado nas disciplinas que compõem a atenção primária em saúde. Em um curso, a temática estava presente apenas nas disciplinas do ciclo clínico específico da enfermagem.

O número de docentes que ministra disciplinas que contemplam o ensino das medidas de prevenção e controle de infecções variou de um docente no curso A, a dois docentes nos cursos B, C, D, E e F. O ensino dessas medidas é ministrado de forma pontual e em disciplinas específicas.

Observou-se que o docente que contemplava esse conteúdo na disciplina específica de biossegurança, do curso A, ministrava mais oito disciplinas no mesmo curso, e em nenhuma destas foi identificado o conteúdo da temática.

A Tabela 2 apresenta a abordagem das precauções-padrão ensinadas nos seis cursos.

Tabela 2
Abordagem das precauções-padrão no ensino das medidas de prevenção e controle de infecções nas disciplinas dos seis Cursos de Graduação em Enfermagem do estado de Goiás, Brasil, 2015.

Em relação às referências bibliográficas nas 39 disciplinas que abordam as medidas de precauções-padrão, 74,4% utilizam livros, 43,6% referências de órgãos normalizadores, como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 15,4% recomendações da Organização Mundial da Saúde e 7,7%, dos Centers for Disease Control and Prevention.

DISCUSSÃO

Os seis Cursos de Graduação em Enfermagem obedecem à carga horária mínima estabelecida pela Resolução n.º 4, de 6 de abril de 20091111 Brasil. Ministério da Educação. Resolução n.4, de 06 de abril de 2009. Dispõe sobre carga horária e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia Ocupacional, bacharelados, na modalidade presencial [Internet]. Brasília; 2009 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rce...
. A maioria apresenta estrutura disciplinar e sem integração de conteúdos, a dificuldade dessa integração foi observada até mesmo entre disciplinas ministradas pelo mesmo docente.

Os resultados indicaram que a temática segurança do paciente não foi contemplada como uma competência a ser desenvolvida em todos os Projetos Pedagógicos. Consta na ementa de apenas uma disciplina, de um dos cursos, e, enquanto conteúdo, é abordada em poucas disciplinas.

Os dados mostraram que a temática ainda não foi incorporada à formação dos discentes de enfermagem. Considera-se que as medidas de prevenção e controle de infecções e a segurança do paciente são temas transversais que devem perpassar por toda a formação dos profissionais de saúde e, em especial, os da enfermagem. Essa transversalidade precisa ser feita pelos docentes de forma a imprimir a responsabilidade pela segurança no cuidar, em todas as etapas do cuidar, e não esperar que, de forma fortuita, os discentes associem esse importante conhecimento, construído de forma pontual e isolada, a outros conhecimentos.

O currículo, como caminho a ser percorrido, tem o papel de integralizar os conteúdos das disciplinas que o compõem, oportunizando ao estudante vivências e experiências durante a academia, na busca de construtos e condutas necessárias à formação de profissionais éticos e responsáveis pelo cuidado seguro1212 Moraes BA, Costa NMSC. Understanding the curriculum the light of training guiding health in Brazil. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2016 [cited 2017 Oct 24];50(n.spe):9-16. Available from: Available from: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016001100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt...
.

O desenvolvimento desses atributos exige a superação da resistência às mudanças, da pouca reflexão sobre a docência, da fragmentação do ensino e da dicotomia entre o pensar e o fazer1313 Silva MG, Fernandes JD, Teixeira GAS, Silva RMO. Contemporany formal nursing education process: challenges and perspectives. Texto Contexto Enferm. 2010;19(1):176-84..

A superação da fragmentação curricular requer um ensino que possibilite uma relação dialógica entre docentes, profissionais do serviço, estudantes e usuário dos serviços, para permitir uma formação ampla, generalista e crítica. Essa mudança curricular é necessária para o desenvolvimento de competências e habilidades para o cuidado autêntico durante o processo de ensino-aprendizagem1414 Bettancourt L, Muñoz LA, Merighi MAB, Santos MF. Nursing teachers in clinical training areas: a phenomenological focus. Rev Latino Am Enfermagem [Internet]. 2011 [cited 2017 Oct 24];19(5):1197-204. Available from: Available from: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000500018&lng=en&nrm=iso&tlng=en
//www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar...
.

Os conteúdos contemplados para a prevenção e o controle de infecções demonstram estar de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
, mas nem todos os cursos possuem disciplinas específicas que sistematizem esse conteúdo, e as poucas disciplinas que trabalham a temática como um conteúdo transversal não detalham o seu aprofundamento.

A segurança do paciente, no que se relaciona aos aspectos gerais, como comunicação, relacionamento interpessoal, cultura organizacional, trabalho em equipe, bem como aos aspectos específicos, inerentes à prevenção de erros, ainda é realizada de forma incipiente. O desenvolvimento das competências necessárias para que o enfermeiro exerça suas atividades de cuidar de forma segura exige a sedimentação desse conteúdo de uma forma sinérgica entre teoria e prática, perpassando por todo o curso. Estudo mostrou que a educação para a segurança do paciente é prejudicada por deficiências na cultura dos ambientes de prática clínica durante a academia1515 Ginsburg LR, Tregunno D, Norton PG. Self-reported patient safety competence among new graduates in medicine, nursing and pharmacy. BMJ Qual Saf [Internet]. 2013 [cited 2017 Oct 24];22(2):147-54. Available from: Available from: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3585493/
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC358...
.

A literatura registra que alguns itens da segurança do paciente preconizados pelo Plano Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) são trabalhados nos cursos da área da saúde, como a prevenção e o controle de infecções e a prescrição e administração de medicamentos, porém sem a contundência da sua importância na segurança do paciente e sem ter se tornado uma cultura na prática clínica e de ensino1616 Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: uma reflexão teórica aplicada à prática [Internet]. Brasília: ANVISA; 2013. [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro1-Assistencia_Segura.pdf
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopa...
.

A compreensão dos riscos de erros nos procedimentos cirúrgicos e na administração de medicamentos, medidas para prevenir danos, compreensão da participação do paciente no cuidado são temas pouco explorados nas disciplinas dos seis cursos. Esta fragilidade identificada nos planos de disciplinas revela a existência de empecilhos na qualificação dos estudantes em relação à prática ambiental da segurança do paciente e sinaliza a necessidade de revisão dos currículos com foco nesses aspectos1717 Lukewich J, Edge DS, Tranmer J, Raymond J, Miron J, Ginsburg L, et al. Undergraduate baccalaureate nursing students’ self-reported confidence in learning about patient safety in the classroom and clinical settings: an annual cross-sectional study (2010-2013). Int J Nurs Stud. 2015;52(5):930-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.01.010
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
.

Relacionamento interpessoal é um atributo importante para a comunicação em ambientes de saúde. Falhas na comunicação podem causar situações embaraçosas, principalmente, se associadas à identificação do paciente e a erros e danos que comprometam a segurança em saúde. Estratégias para melhorar a comunicação entre a equipe pode preparar os discentes para cuidados mais seguros, abrangentes e complexos nos ambientes de trabalho1818 Liaw SY, Zhou WT, Lau TC, Siau C, Chan SW. An interprofessional communication training using simulation to enhance safe care for a deteriorating patient. Nurse Educ Today. 2014;34(2):259-64. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.02.019
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
.

Destaca-se a importância de os estudantes vivenciarem, nos campos de prática clínica, os desconfortos e tensões associados à segurança do paciente. Essas situações na prática de estágios podem ter impacto negativo em relação ao cuidado seguro1919 Steven A, Magnusson C, Smith P, Pearson PH. Patient safety in nursing education: contexts, tensions and feeling safe to learn. Nurse Educ Today. 2014;34(2):277-84. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.04.025
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
, contudo, os desequilíbrios gerados por elas, quando mediados pelos docentes, contribui para o desenvolvimento de conscientização e autonomia para o exercício de práticas seguras em saúde.

No desenvolvimento de atividades práticas e de estágio, o estudante se agrega à equipe de trabalho da unidade e desenvolve suas competências e habilidades por meio do fazer e do observar e, naturalmente, observa os profissionais da prática enquanto referências importantes e até modelos de como fazer e ser. Esse fato reforça a necessidade da articulação entre ensino e serviço, com vistas ao desenvolvimento, pelo discente, de habilidades e atitudes permeadas de uma postura crítica e ética do cuidado.

A maioria das disciplinas não explicitou, em seu conteúdo, a administração segura de medicamentos e as medidas para cirurgias seguras, tampouco a gestão dos riscos inerentes a esses cuidados.

Temáticas importantes para prevenção e controle de infecção, como higiene das mãos, uso de equipamentos de proteção individual, limpeza e desinfecção de superfícies, processamento de produtos para a saúde e descarte de perfurocortantes foram abordadas em apenas 39 das 273 disciplinas dos seis cursos. Contudo, variou de uma a seis disciplinas em cada curso.

Apesar da higienização das mãos ser considerada a principal medida de prevenção e controle de infecções11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
e sua implícita aplicação em todos os níveis de assistência, esse tópico foi abordado em apenas 15 (38,5%) das 39 disciplinas distribuídas entre os seis cursos participantes. Esse resultado indica que uma medida de prevenção de infecção, que deve ser inerente a qualquer cuidado, apresenta-se pouco explorada no processo de ensino e aprendizagem dos cursos de enfermagem, fortalecendo a explicação da baixa adesão profissional a essa medida, que põe em risco a segurança e a vida dos pacientes.

O desconhecimento dos princípios, da técnica e dos momentos de higiene de mãos é uma barreira que, associada a inúmeras outras, como a falta de insumos, as condições estruturais e as crenças pessoais tornam esse procedimento, considerado simples, complexo2020 Škodová M, Gimeno-Benítez A, Martínez-Redondo E, Morán-Cortés JF, Jiménez-Romano R, Gimeno-Ortiz A. (2015). Hand hygiene technique quality evaluation in nursing and medicine students of two academic courses. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2015 [cited 2017 Oct 24];23(4):708-17. Available from: Available from: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692015000400708&lng=en&nrm=iso&tlng=en
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt...
.

Estratégias experienciais são fundamentais e eficazes para a promoção de bons hábitos nos anos iniciais da graduação, no entanto, não garantem mudança de comportamento em longo prazo2121 Salmon S, Wang XB, Seetoh T, Lee SY, Fisher DA. A novel approach to improve hand hygiene compliance of student nurses. Antimicrob Resist Infect Control [Internet]. 2013 [cited 2017 Oct 24];2:16. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3679881/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
. Os estudantes devem vivenciar e executar a higiene das mãos utilizando a técnica correta e em todos os momentos indicados durante as atividades de cuidado desenvolvidas em todo o curso. A sedimentação desse conhecimento deve ser tal que a higiene das mãos se torne parte inerente da técnica de qualquer cuidado.

A consequência dessa lacuna na formação é o despreparo do egresso para assumir a responsabilidade pela clínica em ambientes laborais, pois encontra as barreiras advindas de falhas na formação, que, somadas à pouca experiência, poderão interferir na oferta de um cuidado seguro e de qualidade.

A responsabilidade deve ser instigada nos estudantes ainda em seus anos iniciais de formação, pois a adesão às práticas seguras se reflete no cuidado, tornando o ambiente de saúde mais seguro1818 Liaw SY, Zhou WT, Lau TC, Siau C, Chan SW. An interprofessional communication training using simulation to enhance safe care for a deteriorating patient. Nurse Educ Today. 2014;34(2):259-64. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.02.019
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
)-(1919 Steven A, Magnusson C, Smith P, Pearson PH. Patient safety in nursing education: contexts, tensions and feeling safe to learn. Nurse Educ Today. 2014;34(2):277-84. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.04.025
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
.

Egressos de cursos de graduação, quando se deparam com a realidade prática e percebem as fragilidades da sua formação, precisam buscar programas de capacitação que os ajudem a desenvolver as habilidades e atitudes necessárias para os desafios da transição da escola para a prática profissional2222 Zamanzadeh V, Jasemi M, Valizadeh L, Keogh B, Taleghani F. Lack of preparation: Iranian nurses’ experiences during transition from college to clinical practice. J Prof Nurs. 2015;31(4):365-73. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.2015.01.005
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
, bem como aprender a buscar novas evidências científicas que embasem a sua prática.

Os dados mostram que a maioria das referências bibliográficas utilizadas nas 39 disciplinas que abordam a temática é composta de livros, que, embora de excelência, estão desatualizados, dada a morosidade de reposição de exemplares nas bibliotecas públicas. O fato de não ter artigos atualizados, que mostram os avanços no conhecimento, é sugestivo de que os discentes não têm sido despertados para a busca de novos conhecimentos para embasar a prática clínica.

Estudo evidenciou que, na percepção de estudantes de enfermagem, eles não desenvolveram todas as competências necessárias para o ingresso no mundo do trabalho e relataram lacunas relacionadas à liderança, à gestão e ao trabalho em equipe2323 Blažun H, Kokol P, Vošner J. Survey on specific nursing competences: students’ perceptions. Nurse Educ Pract.2015;15(5):359-65. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nepr.2015.02.002
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
.

Os egressos devem desenvolver, na graduação, as competências necessárias para o exercício profissional autônomo e autêntico. Essas competências estabelecidas pelas DCN99 Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem [Internet]. Brasília; 2001 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pd...
) devem estar expressas nos PPC e nortear todo o currículo. As disciplinas devem conter diferentes conteúdos específicos, como a segurança do paciente11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
),(1919 Steven A, Magnusson C, Smith P, Pearson PH. Patient safety in nursing education: contexts, tensions and feeling safe to learn. Nurse Educ Today. 2014;34(2):277-84. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.04.025
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.101...
, os quais devem estar estruturados de forma transversal, para dar consistência ao processo de ensino-aprendizagem e garantir a formação de profissionais competentes para a prática do cuidado seguro em saúde.

A transversalidade requerida para o alcance da aprendizagem, tanto na prática do controle de infecções quanto na prestação do cuidado seguro, não foi captada na profundidade e amplitude esperadas nos projetos pedagógicos e nos planos das disciplinas.

Nessa perspectiva, a inclusão da temática nos currículos dos Cursos de Graduação em Enfermagem poderá dar suporte para que os futuros profissionais incorporem em suas atitudes práticas seguras em ambientes de saúde, criando uma cultura de segurança. A cultura organizacional reflete-se nas boas práticas profissionais, é uma aliada na melhoria do clima de segurança, tanto do paciente quanto do profissional11 World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
http://www.who.int/patientsafety/educati...
.

A limitação do estudo foi não incluir os cursos com avaliação menor que três no ENADE e CPC, nem os cursos oferecidos à distância. Contudo, os resultados apresentados pelos cursos que têm melhor avaliação chancelam a necessidade urgente de revisão do ensino da segurança do paciente e das medidas de precauções-padrão e controle de infecção.

CONCLUSÃO

O ensino do controle de infecção e medidas de segurança nos Cursos de Graduação em Enfermagem apresentou contundentes lacunas nos seis cursos avaliados. Apesar de contemplar o que é preconizado pelo Guia Curricular de Segurança do Paciente, a temática é abordada em poucas disciplinas em todos os cursos avaliados, e poucos docentes incorporaram-na em suas disciplinas.

Há fragilidade no ensino das medidas de prevenção e controle de infecções. Esse ensino ainda é compartimentalizado e não permeia de forma transversal todo o curso, o que pode comprometer o desenvolvimento de competências para o exercício seguro do cuidado.

Os dados indicam a necessidade de rever os PPC para incorporar demandas de ensino necessárias à formação de profissionais, no sentido do desenvolvimento de um cuidado seguro e de qualidade.

REFERENCES

  • 1
    World Health Organization. Patient safety curriculum guide: multi-professional edition [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
    » http://www.who.int/patientsafety/education/mp_curriculum_guide/en/
  • 2
    Rosenthal VD, Maki DG, Mehta Y, Leblebicioglu H, Memish ZA, Al-Mousa HH, et al. International Nosocomial Infection Control Consortium (INICC) report, data summary of 43 countries for 2007-2012. Device-associated module. Am J Infect Control. 2014;42(9):942-56. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ajic.2014.05.029
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.ajic.2014.05.029
  • 3
    World Health Organization. Good hand hygiene by health workers protects patients from drug resistant infections [Internet]. Geneva: WHO ; 2014 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/hand-hygiene/en/
    » http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/hand-hygiene/en/
  • 4
    Centers for Disease Control and Prevention. Guide to infection prevention for outpatient settings: minimum expectations for safe care [Internet]. Atlanta: CDC; 2016 [cited 2017 Oct 24]. Available from: Available from: http://www.cdc.gov/HAI/settings/outpatient/outpatient-care-guidelines.html
    » http://www.cdc.gov/HAI/settings/outpatient/outpatient-care-guidelines.html
  • 5
    Kinlay JR, Flaherty KA, Scanlon P, Mehrotra P, Potter-Bynoe G, Sandora T. Barriers to the use of face protection for standard precautions by health care workers. Am J Infect Control [Internet]. 2014 [cited 2017 Oct 24];42(6):S97-S8. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2014.03.219
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.ajic.2014.03.219
  • 6
    Piai-Morais TH, Souza OF, Figueiredo RM. Factors influencing adherence to standard precautions among nursing professionals in psychiatric hospitals. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2015 [cited 2017 Oct 24];49(3):473-80. Available from: Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000300473&lng=en&nrm=iso&tlng=en&ORIGINALLANG=en
    » http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000300473&lng=en&nrm=iso&tlng=en&ORIGINALLANG=en
  • 7
    Ward DJ. The barriers and motivators to learning infection control in clinical placements: interviews with midwifery students. Nurse Educ Today. 2013;33(5):486-91. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2012.05.024
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2012.05.024
  • 8
    Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Indicadores de Qualidade da Educação Superior [Internet]. 2011 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/conceito-enade
    » http://portal.inep.gov.br/web/guest/conceito-enade
  • 9
    Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem [Internet]. Brasília; 2001 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf
    » http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/Enf.pdf
  • 10
    Brasil. Ministério da Saúde; Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Brasília; 2012 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
    » http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
  • 11
    Brasil. Ministério da Educação. Resolução n.4, de 06 de abril de 2009. Dispõe sobre carga horária e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação em Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Terapia Ocupacional, bacharelados, na modalidade presencial [Internet]. Brasília; 2009 [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf
    » http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rces004_09.pdf
  • 12
    Moraes BA, Costa NMSC. Understanding the curriculum the light of training guiding health in Brazil. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2016 [cited 2017 Oct 24];50(n.spe):9-16. Available from: Available from: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016001100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
    » www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016001100009&lng=en&nrm=iso&tlng=en
  • 13
    Silva MG, Fernandes JD, Teixeira GAS, Silva RMO. Contemporany formal nursing education process: challenges and perspectives. Texto Contexto Enferm. 2010;19(1):176-84.
  • 14
    Bettancourt L, Muñoz LA, Merighi MAB, Santos MF. Nursing teachers in clinical training areas: a phenomenological focus. Rev Latino Am Enfermagem [Internet]. 2011 [cited 2017 Oct 24];19(5):1197-204. Available from: Available from: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000500018&lng=en&nrm=iso&tlng=en
    » //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692011000500018&lng=en&nrm=iso&tlng=en
  • 15
    Ginsburg LR, Tregunno D, Norton PG. Self-reported patient safety competence among new graduates in medicine, nursing and pharmacy. BMJ Qual Saf [Internet]. 2013 [cited 2017 Oct 24];22(2):147-54. Available from: Available from: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3585493/
    » www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3585493/
  • 16
    Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: uma reflexão teórica aplicada à prática [Internet]. Brasília: ANVISA; 2013. [citado 2016 dez. 02]. Disponível em: Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro1-Assistencia_Segura.pdf
    » http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro1-Assistencia_Segura.pdf
  • 17
    Lukewich J, Edge DS, Tranmer J, Raymond J, Miron J, Ginsburg L, et al. Undergraduate baccalaureate nursing students’ self-reported confidence in learning about patient safety in the classroom and clinical settings: an annual cross-sectional study (2010-2013). Int J Nurs Stud. 2015;52(5):930-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.01.010
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.01.010
  • 18
    Liaw SY, Zhou WT, Lau TC, Siau C, Chan SW. An interprofessional communication training using simulation to enhance safe care for a deteriorating patient. Nurse Educ Today. 2014;34(2):259-64. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.02.019
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.02.019
  • 19
    Steven A, Magnusson C, Smith P, Pearson PH. Patient safety in nursing education: contexts, tensions and feeling safe to learn. Nurse Educ Today. 2014;34(2):277-84. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.04.025
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.nedt.2013.04.025
  • 20
    Škodová M, Gimeno-Benítez A, Martínez-Redondo E, Morán-Cortés JF, Jiménez-Romano R, Gimeno-Ortiz A. (2015). Hand hygiene technique quality evaluation in nursing and medicine students of two academic courses. Rev Latino Am Enferm [Internet]. 2015 [cited 2017 Oct 24];23(4):708-17. Available from: Available from: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692015000400708&lng=en&nrm=iso&tlng=en
    » www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692015000400708&lng=en&nrm=iso&tlng=en
  • 21
    Salmon S, Wang XB, Seetoh T, Lee SY, Fisher DA. A novel approach to improve hand hygiene compliance of student nurses. Antimicrob Resist Infect Control [Internet]. 2013 [cited 2017 Oct 24];2:16. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3679881/
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3679881/
  • 22
    Zamanzadeh V, Jasemi M, Valizadeh L, Keogh B, Taleghani F. Lack of preparation: Iranian nurses’ experiences during transition from college to clinical practice. J Prof Nurs. 2015;31(4):365-73. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.2015.01.005
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.profnurs.2015.01.005
  • 23
    Blažun H, Kokol P, Vošner J. Survey on specific nursing competences: students’ perceptions. Nurse Educ Pract.2015;15(5):359-65. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.nepr.2015.02.002
    » https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1016/j.nepr.2015.02.002
  • *
    Extraído da dissertação “O ensino de graduação em enfermagem: tendências metodológicas e a segurança do paciente com enfoque nas medidas de prevenção e controle de infecções”, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2016.
  • **
    Autores convidados CIAQ 2016.
  • Apoio financeiro Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Jan 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    26 Out 2017
  • Aceito
    04 Set 2018
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 , 05403-000 São Paulo - SP/ Brasil, Tel./Fax: (55 11) 3061-7553, - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: reeusp@usp.br