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Características essenciais de uma profissão: análise histórica com foco no processo de enfermagem

Resumo

Objetivo:

Analisar o conhecimento/expertise, a autonomia e o status profissional nos modos de exercer a enfermagem na implementação do Processo de Enfermagem em um Hospital Universitário no Sul do Brasil. Método: Pesquisa sócio-histórica, de abordagem qualitativa, utilizando a história oral temática como método e técnica. A coleta de dados se deu mediante entrevista semiestruturada com enfermeiros assistenciais e docentes. Na análise utilizou-se da técnica de Análise do Conteúdo.

Resultados:

Participaram 14 enfermeiros assistenciais e docentes. O conhecimento/expertise foram apontados como as principais contribuições da implementação do Processo de Enfermagem. O status profissional emergiu como reconhecimento da competência técnica e científica do enfermeiro pela equipe de saúde e usuários. A autonomia expressou-se como poder decidir sobre sua conduta e atrelada ao conhecimento, compromisso e identidade profissional.

Conclusão:

O Processo de Enfermagem é um modo de exercer a profissão pautado no conhecimento e na expertise, com autonomia, e possibilita o alcance do status, reforçando o reconhecimento profissional.

Descritores:
Enfermagem; Processo de Enfermagem; Prática Profissional; Competência Profissional

Abstract

Objective:

To analyze knowledge/expertise, autonomy and professional status in the ways of practicing nursing in implementation of the Nursing Process in a University Hospital in Southern Brazil.

Method:

A qualitative socio-historical study using thematic oral history as a method and technique. Data were collected through semi-structured interviews with care nurses and professors. The Content Analysis technique was used in the analysis.

Results:

Fourteen (14) care nurses and professors participated. Knowledge/expertise were pointed out as the main contributions in implementing the Nursing Process. Professional status emerged as recognition of technical and scientific competence of nurses by health staff and users. Autonomy was expressed as being able to decide on their conduct and linked to knowledge, commitment and professional identity. Conclusion: The Nursing Process is a way of exercising the profession based on knowledge and expertise with autonomy, and enables achieving status, reinforcing professional recognition.

Descriptors:
Nursing; Nursing Process; Professional Practice; Professional Competence

Resumen

Objetivo:

Analizar el conocimiento/expertise, la autonomía y el status profesional en los modos de ejercer la enfermería en la implantación del Proceso de Enfermería en un Hospital Universitario del Sur de Brasil. Método: Investigación socio-histórica, de abordaje cualitativo, utilizando la historia oral temática como método y técnica. Se hizo la recolección de datos mediante entrevista semiestructurada con enfermeros asistenciales y docentes. En el análisis, se empleó la técnica de Análisis de Contenido.

Resultados:

Participaron 14 enfermeros asistenciales y docentes. El conocimiento/expertise fueron señalados como los principales aportes de la implantación del Proceso de Enfermería. El status profesional emergió como reconocimiento de la competencia técnica y científica del enfermero por el equipo sanitario y usuarios. La autonomía se expresó como poder decidir acerca de la conducta y vinculada al conocimiento, compromiso e identidad profesional.

Conclusión:

El Proceso de Enfermería es un modo de ejercer la profesión basado en el conocimiento y la expertise, con autonomía, y posibilita el alcance del status, reforzando el reconocimiento profesional.

Descriptores:
Enfermería; Proceso de Enfermería; Práctica Profesional; Competencia Profesional

INTRODUÇÃO

A enfermagem, durante a construção de sua história e identidade, se apropriou dos conhecimentos relacionados ao cuidado, para se afirmar enquanto profissão científica. Ao institucionalizar a enfermagem como profissão, Florence Nightingale identificou a necessidade de pautar esta prática em princípios científicos, indo além do treinamento organizado e prático. Embora o conceito de Processo de Enfermagem não existisse ainda, na segunda metade do século XIX, estudos afirmam que Florence já enfatizava a necessidade de os enfermeiros observarem e fazerem julgamentos sobre os cuidados prestados(11. Fraga TF, Matos E, Costa R, Salum NC, Maliska ICA. The nursing process in an obstetric center: perspective of nurses. Texto Contexto Enferm. 2018;27(3):e4600016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-070720180004600016
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, determinando um saber e um fazer próprios da profissão. De certa maneira estes determinantes podem ser considerados as bases do que se configuraria no futuro como processo de enfermagem. Entretanto, foi somente nos anos de 1950 que a enfermagem começou a utilizar o Processo de Enfermagem, termo que expressa a utilização do método científico na assistência de enfermagem(22. Smith ME, Parker M. Nursing theories and nursing practice. Philadelphia: Davis; 2015.).

O Processo de Enfermagem se expressa como um dos instrumentos que representa a evolução da enfermagem como profissão situada no campo da saúde, visto que ultrapassa o cumprimento de tarefas e desenvolve um corpo de conhecimento próprio e centraliza seu fazer nas relações humanas e nas circunstâncias em que estas se manifestam no contexto de saúde/doença(33. Bellaguarda MLR, Padilha MI, Peres MAA, Paim L. The nursing profession: its status: is the question. ?Rev Enferm UERJ. 2016;24(2):e8591. DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2016.8591
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.

A construção de um corpo de conhecimentos tem sido determinante na conquista da autonomia profissional da enfermagem. Neste sentido, o Processo de Enfermagem “é um caminho de autonomia para a profissão por representar uma metodologia de assistência reconhecida pelos enfermeiros e permitir maior aproximação destes aos usuários, tanto no momento da sua elaboração quanto na prestação do cuidado, sua maior competência”(44. Catafesta G, Klein DP, Canever BP, Lazzari DD, Silva EF. Consulta de enfermagem ginecológica na estratégia saúde da família. Arq Ciênc Saúde. 2015;22(1):85-90. DOI: https://doi.org/10.17696/2318-3691.22.1.2015.32
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.

A sociologia das profissões evidencia dois tipos de profissão: profissão de consulta e profissão acadêmica(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.). A primeira é aquela que vende seus serviços a uma clientela, tem o compromisso de atender a suas necessidades e mantém relacionamento direto e contínuo com a população leiga. Na profissão acadêmica, o profissional deve satisfação sobre suas atividades para a comunidade acadêmica, cria e elabora o conhecimento oficial e o aplica à vida cotidiana. Sob esta perspectiva, a enfermagem foi caracterizada por estudiosos(33. Bellaguarda MLR, Padilha MI, Peres MAA, Paim L. The nursing profession: its status: is the question. ?Rev Enferm UERJ. 2016;24(2):e8591. DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2016.8591
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como profissão de consulta, visto que mantém relacionamento direto e contínuo com a população leiga, vende seus serviços a esta população e a satisfação de suas necessidades traz consequências sobre a organização da profissão.

Este estudo entende o Processo de Enfermagem como estratégia catalisadora para a consolidação da profissionalização da categoria, sob a perspectiva do conhecimento/expertise, status profissional e autonomia, à luz da sociologia das profissões de Eliot Freidson.

Este estudioso, ao determinar o que uma ocupação deve possuir para ser considerada uma profissão, elenca as seguintes características: possuir um corpo de conhecimento, incluindo a expertise; um serviço voltado para a coletividade; autonomia sobre seus próprios padrões de formação e treinamento; credencialismo; e status profissional(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.).

Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento/expertise, a autonomia e o status profissional nos modos de exercer a enfermagem a partir da implementação do Processo de Enfermagem no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC), no período de 1979 a 2004. O recorte histórico inicial refere-se à criação da Portaria n.º 358/79, que designou a Comissão de Implantação do Hospital Universitário de Santa Catarina (CIHUSC), e o recorte-limite, ao ano de início da implantação da informatização do Processo de Enfermagem, incentivada pela publicação da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n.º 272/2002.

MÉTODO

Tipo de estudo

Pesquisa sócio-histórica, com abordagem qualitativa, fundamentada na Nova História(66. Padilha MI, Bellaguarda MLR, Nelson S, Maia ARG, Costa R. The use of sources in historical research. Texto Contexto Enferm. 2017; 26(4):e2760017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017002760017
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e na sociologia das profissões de Eliot Freidson(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.), utilizando a história oral como método e técnica de coleta de dados.

Referencial teórico

A obra de Eliot Freidson nos apresenta os principais elementos teóricos necessários para a análise das profissões, cujas características destacadas neste estudo são: conhecimento/expertise, autonomia e status profissional.

Conhecimento/expertise refere-se a um corpo de fatos que aparenta ser verdadeiro, ordenado por algumas ideias ou teorias abstratas: podemos encontrá-las incluídas em tratados e em livros-texto, os quais fornecem a essência formal da qual os experts aprendem em escolas profissionais e que eles, presumidamente, conhecem depois disso(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.). Um expert põe em prática o conhecimento. O corpo de conhecimento consiste naquilo que a profissão sabe detalhadamente no âmbito do fazer, da prática e argumenta em defesa dessa expertise.

A autonomia é considerada como a prova da condição de profissão. Os membros de uma profissão não são controlados por ninguém de fora dela. Isto acontece devido ao nível de perícia e conhecimento excepcionais relacionados ao trabalho, à confiança no trabalho que é realizado e à autorregulação, ou seja, a própria profissão julga se um comportamento é ético. A autonomia é testada e justificada, portanto, pela autorregulação(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.).

O status profissional é conseguido mediante a proteção de uma elite da sociedade, devido ao valor desta profissão. Isto é assegurado por influência social e econômica desta elite. O trabalho exercido por profissionais é um tipo complexo e indica alto prestígio. Parte do profissional e da ideologia que o envolve são concretizações históricas do status de uma profissão e das origens sociais dos que a exercem. A profissão enfatiza sua independência, seu individualismo social e econômico, sua dignidade de classe e seu status. “O controle final sobre o próprio trabalho é decisivo para o status de uma profissão. Este controle não precisa ser total, o essencial é que ele exista sobre a determinação e a avaliação do conhecimento técnico utilizado no trabalho”(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.). Por sua vez, o controle econômico e social é secundário, embora seja importante(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.).

Cenário

Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), localizado na cidade de Florianópolis, no estado de Santa Catarina.

População

Participaram do estudo 14 enfermeiros, dos quais oito eram assistenciais do HU e seis, docentes do Departamento de Enfermagem da UFSC, que compuseram o grupo de construção, implantação e/ou implementação do Processo de Enfermagem do HU-UFSC, no período histórico de 1979 e 2004.

O critério de seleção foi ser enfermeiro assistencial ou enfermeiro docente do Departamento de Enfermagem e ter trabalhado no HU-UFSC entre 1979 e 2004.

Coleta de dados

Utilizou-se da História Oral Temática, com a aplicação de roteiro de entrevista semiestruturado associada à Pesquisa Documental(66. Padilha MI, Bellaguarda MLR, Nelson S, Maia ARG, Costa R. The use of sources in historical research. Texto Contexto Enferm. 2017; 26(4):e2760017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017002760017
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)
. Com a finalidade de verificar a adequabilidade do Instrumento de Coleta de Dados, foi realizada uma entrevista pré-teste. As entrevistas, ocorridas entre novembro de 2014 e março de 2015, foram gravadas em meio digital, transcritas e passadas pelo processo de copidesque para remissão de excessos relacionados à linguagem coloquial e repetições(77. Alberti V. Histórias dentro da história. In: Pinsky CB. Fontes históricas. São Paulo: Contexto; 2010. p. 155-202.). As fontes documentais utilizadas foram o Documento Básico da Enfermagem, onde constam os objetivos, a filosofia e toda a Metodologia da Assistência de Enfermagem, e o Referencial da Assistência de Enfermagem do Ambulatório do HU/UFSC.

Análise e tratamento dos dados

Para a análise das informações foi utilizada a Análise do Conteúdo(88. Minayo MCS, Assis SG, Souza ER. Avaliação por triangulação de métodos. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2006.), seguindo as seguintes etapas: 1ª pré-análise, caracterizada pela leitura exaustiva de todas as entrevistas e documentos; 2ª codificação, na qual foram realizados os agrupamentos de elementos sob título genérico que depois foi transformado em subcategoria e categoria; 3ª categorização, ocorreu com as inferências lógicas do conteúdo das falas e dos documentos; 4ª interpretação, se discutiu os resultados numa perspectiva mais ampla; e finalmente a 5ª etapa, quando foi elaborada a síntese entre a questão da pesquisa, os resultados, as inferências realizadas e a perspectiva teórica adotada.

Aspectos éticos

As entrevistas foram encaminhadas para validação pelos entrevistados, os quais assinaram o Termo de Cessão de Direitos autorais para a pesquisadora principal. Pessoas que foram citadas pelas participantes do estudo durante as entrevistas foram identificadas com a letra (&&&), preservando seu anonimato. Este estudo evidenciou as personagens que participaram da construção do Processo de Enfermagem do HU-UFSC, sendo que todos os participantes, fontes orais deste estudo, autorizaram sua identificação, o mesmo ocorrendo com a autorização para a identificação da Instituição. O estudo enquanto projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, sob o Parecer n.º 864.317/2014, em conformidade às exigências da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde.

RESULTADOS

Os resultados apontam o conhecimento e a expertise como sendo as principais contribuições do Processo de Enfermagem do HU/UFSC, visto que na sua implementação o conhecimento é essencial, pois é necessário estudar de maneira incansável para avaliar, diagnosticar, planejar e executar uma assistência de enfermagem que satisfaça as necessidades de saúde dos usuários. Este fato apareceu nas narrativas de maneira muito contundente.

Para fazer um bom processo de enfermagem, tem que ter conhecimento científico. Se tem uma coisa que o paciente apresenta que você não sabe ainda, tem que ir atrás, procurar, ler. Isso a gente fazia, a gente não fazia uma prescrição sem estar folheando o Documento Básico da Enfermagem (TSR).

Na medida em que o Processo de Enfermagem foi sendo implementado, os enfermeiros puderam conquistar a expertise, como está expresso nas narrativas a seguir:

A metodologia trouxe muito reconhecimento do saber do enfermeiro. Eu conhecia alguns procedimentos novos que os médicos não conheciam, por exemplo, no planejamento familiar, eu tinha uma esponja que se colocava no colo do útero, ideia trazida da Inglaterra. Era muito comum os estudantes de medicina assistirem a minha consulta, porque a abordagem que eu fazia eles não conheciam e queriam saber como era (EFL).

Um dos aspectos destacado nas narrativas foi a contribuição do Processo de Enfermagem do HU/UFSC para a formação de um corpo de conhecimento próprio da profissão e reafirmação de seu papel no cuidado de saúde. Ao implementar o Processo de Enfermagem naquele período histórico, em cada uma das etapas do modelo de processo implementado (histórico, prescrição e evolução), o qual estava fundamentado em uma Teoria de Enfermagem, este corpus foi sendo formado.

Todo o material produzido pelos enfermeiros docentes e enfermeiros assistenciais para viabilizar a implementação do Processo de Enfermagem foram compilados em um único documento, denominado Documentos Básicos da Enfermagem, utilizado até os dias atuais, inclusive pelos estudantes de enfermagem, contribuindo para este corpo de conhecimento.

Os nossos livros, os documentos que estavam lá tão bem escritos pelas professoras e estão lá até hoje para quem quiser ver, até hoje são atuais. Os alunos ficam admirados quando pesquisam aqueles documentos (TSR).

O conhecimento, cuja aquisição fora estimulada pela implementação do Processo de Enfermagem, manifestou-se também como uma maneira de o enfermeiro refletir sobre o cuidado prestado, planejá-lo de maneira que não fosse uma mera repetição de tarefas.

Um trabalho científico é feito a partir da observação da realidade, tem que ter um plano de ação. Se você tem que fazer, por exemplo, uma pesquisa, por que não para fazer a assistência de enfermagem? Tem que conhecer esse paciente, saber a sua história de vida, história de doença, história familiar, crenças, vendo o paciente como um todo. Com base no histórico de enfermagem, fazer o plano de ação. Essa observação e análise tem que ser registrada. O registro é feito através da evolução de enfermagem. A evolução vai te dar uma análise depois, para ver o que você vai fazer (MCG).

O conhecimento proporcionado pela implementação do Processo de Enfermagem, estimulou a busca e o desenvolvimento de tecnologias inexistentes no hospital no período histórico estudado, como mostra a narrativa a seguir:

No ambulatório, antes de me aposentar, eu estava usando um protocolo que não é uma teoria de enfermagem, mas propõe os sete cuidados para o paciente diabético. Este protocolo resgatava o autocuidado e que estava dentro das propostas da Associação Internacional do Diabetes. Eu achei que estava apropriado, porque representava algo novo, embora não fosse uma teoria de enfermagem. Para o cuidado acontecer de maneira eficaz a equipe tem que estar comprometida com este cuidado (RBS).

O conhecimento fomentado pela implementação do Processo de Enfermagem, para além de ser consumido no próprio processo de trabalho, gerou uma produção científica, representada aqui pela publicação de livros juntamente com os enfermeiros docentes, bem como criação de grupos de pesquisa cujo reconhecimento ultrapassou os limites do hospital de estudo.

A &&& escreveu um livro de pediatria com a contribuição de vários enfermeiros da pediatria do HU. A gente estava estudando sempre. Porque nós somos reconhecidos pelo conhecimento e o Processo de Enfermagem faz a gente estudar mais (RBS).

O status profissional manifestou-se nas narrativas dos participantes do estudo como o reconhecimento do saber e do fazer com competência profissional do enfermeiro, considerando sua importância na parcela que lhe cabe no cuidado de saúde, a partir da implementação do Processo de Enfermagem. Neste sentido, podemos identificar o reconhecimento do fazer competente dos enfermeiros do hospital do estudo, por profissionais de saúde externos ao hospital, exemplificado na fala abaixo:

Veio uma enfermeira da Espanha conhecer nosso trabalho. Ela ficou comigo alguns dias, depois falou: “eu estou pensando como é que eu vou implantar isso na Espanha porque lá não há demanda, as pessoas não querem consulta de enfermagem. Eu vejo que você tem agenda e eu fico lá e ninguém quer. Ela estava pensando que estratégias utilizar para implantar a consulta lá (SVSS).

Em outras narrativas o status profissional aparece enquanto reconhecimento pelos próprios enfermeiros, configurando-se em muitos aspectos como uma autoestima profissional elevada. Por exemplo:

Eu tinha o prazer de ser chamada de enfermeira. Fazia questão de ser chamada de “a enfermeira Rita”. Então a gente tinha isso, ser reconhecida pela profissão. Tinha que ter esse compromisso com a profissão e o Processo de Enfermagem resgata isso (RBS).

O reconhecimento da competência técnica e científica dos enfermeiros como contribuição ao Processo de Enfermagem dos demais profissionais da equipe de saúde que atuavam no hospital no período histórico estudado também é destacado.

Os médicos não passavam a visita sem antes olhar a evolução da enfermeira, que é o que acontece até hoje. Muitas vezes um médico ou nutricionista perguntava: “ainda não foi feita a evolução de enfermagem?” Eles começaram a sentir a importância, pois muitas vezes tinha muito mais dados na evolução de enfermagem do que na deles, pois eles não ficavam 24 horas com o paciente (TSR).

Destacamos também o reconhecimento do saber e fazer do enfermeiro, pelos usuários, configurando-se em status profissional. O reconhecimento aconteceu pela qualidade da assistência de enfermagem prestada, qualidade esta estreitamente atrelada à implementação do Processo de Enfermagem.

Recebíamos o reconhecimento do cliente, da família e de outros profissionais. Pelas falas dos clientes, a enfermagem era muito reconhecida! A organização de tudo o que se relacionava à enfermagem, incluído o Processo de Enfermagem, destacava-a (LH).

No que tange à autonomia conferida, em parte, pelo Processo de Enfermagem implementado no hospital estudado, as fontes orais deste estudo a caracterizam como uma subcategoria bastante consistente. No contexto estudado, a autonomia conquistada remete à tomada de decisão sobre a conduta específica no cuidado à saúde diante dos demais profissionais existentes no hospital, naquele período histórico.

Uma grande conquista foi o fato de nós podermos fazer o exame preventivo do câncer do colo uterino. Conversamos com o patologista que lia as lâminas, não lembro o nome dele, falamos dessa angústia que tínhamos em relação ao fato de não poder assinar as requisições. Depois eu comecei a fazer as requisições de cultura, bacterioscopia, gonococo (EFL).

Em algumas narrativas, autonomia e conhecimento estão estreitamente associados, desenhando um complexo de responsabilidades e caracterizando o Enfermeiro. Isto é evidenciado na tomada de decisões, que torna o fazer e saber mais visíveis perante a população atendida e destaca o Enfermeiro como profissional atuante e pertencente à equipe de saúde, com condutas e conhecimentos bem definidos. Desta maneira, o profissionalismo é denotado e fortalecido, ampliando o status profissional, como observamos abaixo:

Porque eu não sei ser enfermeira sem o processo de enfermagem, sem a autonomia que o processo me dá, que esse conhecimento todo me dá. O processo de enfermagem me dá segurança para prestar assistência ao paciente, discutir com os demais profissionais a assistência prestada, me dá segurança para eu me posicionar enquanto enfermeira (TSR).

A definição do papel do enfermeiro era um aspecto da profissão bastante discutido na época histórica a que esse estudo se reporta, e a implementação do Processo de Enfermagem trouxe subsídios práticos a esta discussão, na medida em que possibilitava a caracterização das ações de enfermagem como específicas deste profissional. A autonomia conferida pelo Processo de Enfermagem também se expressou nas narrativas como compromisso profissional.

A enfermagem aqui tinha mais autonomia, considerava que o centro da assistência era o cliente, e não a ordem médica. Até depois, quando eu fiz a minha tese, eu consegui desconstruir o organograma e fazer um desenho de como todas as áreas do hospital estão em relação ao cliente (MAS).

A implementação do Processo de Enfermagem neste estudo propôs um planejamento da assistência de enfermagem baseado nas necessidades dos usuários, que buscava soluções para seus problemas concretos. Para que isso acontecesse, foi essencial para, além do uso da ciência e da construção de um corpo de conhecimento, o compromisso profissional e ético daqueles enfermeiros, genuinamente preocupados com os problemas dos indivíduos.

DISCUSSÃO

A discussão a partir das narrativas dos participantes do estudo aponta para uma importante influência da implementação do Processo de Enfermagem no desenvolvimento da profissão, a partir da necessidade da formação de um corpo de conhecimento próprio, determinando a expertise. Este corpus inclui tanto o conhecimento prático como aquele adquirido por meio de estudos e pesquisas científicas. Tais conhecimentos, fortemente determinados e estimulados pela implementação do Processo de Enfermagem, formaram os fundamentos sólidos dos profissionais de enfermagem, fato que assegurou a qualidade e a segurança nos serviços prestados à população.

O conhecimento/expertise emergentes neste estudo relacionam-se com o período histórico estudado. Faz-se importante destacar o trabalho inovador e desbravador dos enfermeiros, uma vez que, no referido período histórico, a implementação do Processo de Enfermagem em instituições de saúde era bastante incipiente no país. A mais conhecida e divulgada publicação, por se tratar de livro, da pioneira nessa área de estudo da enfermagem brasileira, a professora Wanda de Aguiar Horta, havia acontecido em 1979, 1 ano antes da inauguração do Hospital Universitário. Os enfermeiros não conheciam teorias de enfermagem e tampouco o Processo de Enfermagem, por isto, houve a necessidade de treinamento intensivo com os enfermeiros recém-contratados sobre a teoria de enfermagem escolhida como argumento para o processo de enfermagem, o que requereu esforço, trabalho e ousadia por parte dos enfermeiros.

O Processo de enfermagem é o método de trabalho utilizado na área de enfermagem que permite, mediante a pesquisa, a análise lógica e o raciocínio analítico, o desenvolvimento e a implementação de cuidados, os quais envolvem a utilização de técnicas e relacionamento interpessoal, este último mediado pela comunicação(99. Huitzi-Egilegor JX, Elorza-Puyadena MI, Urkia-Etxabe JM, Asurabarrena-Iraola C. Implementation of nursing process in a health area: models and assessment structures used. Rev Latino Am Enfermagem. 2014;22(5):772-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.3612.2479
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)
. Assim, neste estudo verificou-se que no HU/UFSC cumpriu-se com o objetivo de o Processo de Enfermagem implementar uma assistência segura, com o mínimo de complicações, de forma a facilitar a adaptação e a recuperação do usuário.

No contexto da enfermagem brasileira, embora fosse consenso a importância da adoção do Processo de Enfermagem no seu processo de trabalho, as publicações das décadas de 1970 e 1980 referem-se a relatos de experiência de docentes em hospitais de ensino(1010. Trindade LRT, Ferreira AM, Silveira A, Rocha EN. Processo de enfermagem: desafios e estratégias para sua implementação sob a ótica de enfermeiros. Saúde (Sta Maria) Internet . 2016 citado 2018 ago. 20 ;42(1):75-82. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/viewFile/19805/pdf
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)
e evidenciam que as experiências de aplicação do Processo de Enfermagem estavam vinculadas a experiências acadêmicas, apontando para a necessidade de incentivo à implementação nas Instituições de saúde. Paralelamente a isso, acontecia no País o movimento pela validação deste instrumento de trabalho pela categoria, que culminou com a publicação da Lei n.º 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamentando a prescrição e consulta de enfermagem como atribuições exclusivas do enfermeiro. Esta lei significou importante avanço no reconhecimento do papel do enfermeiro e na definição das atribuições do auxiliar e do técnico de enfermagem(1111. Kletemberg DF. O fascínio da ciência na área da saúde (1960-1990). In: Padilha MI, Borenstein MS, Santos I. Enfermagem: história de uma profissão. São Caetano do Sul: Difusão; 2015. p. 295-334.), constituindo-se em um arcabouço jurídico que legitimava as bases políticas e profissionais da enfermagem no hospital. O grupo profissional da enfermagem participante deste estudo obteve o respaldo legal e a obrigação ética de utilizar a Sistematização da Assistência e, a partir desta, o Processo de Enfermagem, para guiar sua prática com cientificidade, conferindo mais segurança aos usuários.

A implementação do Processo de Enfermagem a partir do conhecimento gerado possibilitou uma assistência de enfermagem individualizada, configurando-se no ideal de cuidado defendido pela Diretoria de Enfermagem do HU/UFSC, desde sua implantação. Considerando a responsabilidade ética embutida na aplicação do Processo de Enfermagem, a atitude mais importante de um profissional é o sentimento de responsabilidade em relação à integridade da técnica especializada, que é alcançada por um treinamento prolongado(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.). A mais importante atividade vinculada a esta responsabilidade manifesta-se pelo seguimento de padrões de conduta, que está relacionado com a integridade da prática e suas consequências para o usuário.

A necessidade da expertise de uma profissão evidenciada pela sociedade faz desse fazer uma profissão autônoma(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.). No entanto, há uma relativização da prática autônoma do profissional enfermeiro por este agir como figura de ligação na equipe multidisciplinar, dialogando constantemente com todos os demais profissionais, por ser o único profissional presente continuamente junto aos pacientes. E, ainda, como os demais profissionais de saúde, precisa ser resolutivo, já que o seu objeto de trabalho é o ser humano, a comunidade. Os enfermeiros são profissionais autônomos, e, no âmbito dessa autonomia, há a relativização desta prática. Por ser membro de uma equipe, o Enfermeiro não trabalha isoladamente, nem toma decisões fora do contexto assistencial em que os pacientes se encontram.

Os resultados mostram que houve o reconhecimento da importância da assistência prestada pela enfermagem perante os usuários, a equipe de saúde e a própria enfermagem, o que é entendido como status profissional, o qual condiciona a pertinência e o empoderamento de um fazer específico de uma profissão, certificado por legislação e ética e aceito pela sociedade como de utilidade indispensável ao seu bem-estar(44. Catafesta G, Klein DP, Canever BP, Lazzari DD, Silva EF. Consulta de enfermagem ginecológica na estratégia saúde da família. Arq Ciênc Saúde. 2015;22(1):85-90. DOI: https://doi.org/10.17696/2318-3691.22.1.2015.32
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)
. Sobre este reconhecimento, o status formal de uma profissão reflete sua licença para controlar o trabalho, garantido pela sociedade(55. Freidson E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: UNESP; 2009.).

Nesta perspectiva, os enfermeiros do HU/UFSC ao utilizarem o Processo de Enfermagem imprimindo na assistência o seu raciocínio clínico para prescrever, realizar e avaliar o cuidado fizeram emergir o valor da Enfermagem, sua responsabilidade, importância e credibilidade que devem fluir do interior da profissão, a partir dos atributos dos membros profissionais e pares.

O corpo de conhecimento que foi historicamente constituído mediante a implementação do Processo de Enfermagem no cenário estudado possibilitou a conquista do espaço social da enfermagem no contexto da equipe multiprofissional. Uma pesquisa realizada com enfermeiros identificou que o Processo de Enfermagem é concebido como um instrumento ideal para o gerenciamento da assistência e para o reconhecimento social da profissão, uma vez que facilita o dimensionamento de recursos humanos e promove a educação permanente(1212. Casafus KCU, Dell'Acqua MCQ, Bocchi SCM. Entre o êxito e a frustração com a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Esc Anna Nery. 2013;17(2):113-321. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-81452013000200016
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Sobre a autonomia, característica que neste estudo aparece como sendo conquistada mediante a implementação do Processo de Enfermagem, esta se dá perante os demais profissionais da saúde, visto que os enfermeiros cumprem as metas do cuidado estabelecidas, utilizando conhecimentos e habilidades da profissão, avaliando as necessidades dos usuários, comunicando preocupações e prioridades e coordenando os recursos da equipe multidisciplinar(1313. Kletemberg DF, Padilha MI. Gerontological nursing: the production of knowledge in the profession (1970-1996). Rev Gaúcha Enferm (Online). 2013; 34(1):86-93. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472013000100011
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.

A Enfermagem foi definindo seus conceitos sobre o cuidado de saúde na sua prática no HU, consolidando o Processo de Enfermagem e sua relação com a autonomia profissional, que lhe conferiu segurança no planejamento, execução e avaliação das condutas de enfermagem, resultando na individualização da assistência, visibilidade e autonomia para o enfermeiro(1414. Benedet S, Padilha MI, Gelbke FL, Bellaguarda MLR. The model professionalism in the implementation of the Nursing Process (1979-2004). Rev Bras Enferm. 2018;71(4):1907-14. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0226
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)
.

O Processo de Enfermagem confere autonomia profissional para o enfermeiro, sendo essencial que toda a equipe de enfermagem utilize esta metodologia de trabalho(1515. Medeiros AL, Santos SR, Cabral RWL. Sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva dos enfermeiros: uma abordagem metodológica na teoria fundamentada. Rev Gaúcha Enferm (Online). 2012;33(3):174-81. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472012000300023
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)
. Tal autonomia é alcançada na medida em que fornece o suporte teórico e a segurança na tomada de decisões frente ao usuário, trazendo como consequência maior visibilidade à profissão(1616. Menezes SRT, Priel MR, Pereira LL. Nurses' autonomy and vulnerability in the Nursing Assistance Systematization practice. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(4):953-58. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342011000400023
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.

O conhecimento específico da enfermagem, proporcionado pelo Processo de Enfermagem, possibilitou a autonomia necessária para que o enfermeiro desenvolvesse seu trabalho de modo eficiente, conferindo-lhe valorização profissional e resultados positivos na assistência prestada, culminando no status profissional. A iniciativa para assumir condutas e atitudes, atributos da autonomia profissional, “está intimamente relacionada ao conhecimento que o profissional possui, pois este confirma nos enfermeiros a certeza de estarem agindo da maneira mais correta e adequada”(1717. Silva EGC, Oliveira VC, Neves GBC, Guimarães TMR. Nurses' knowledge about Nursing Care Systematization: from theory to practice. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(6):1380-86. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342011000600015
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)
. Assim, o Processo de Enfermagem contribuiu para a consolidação da autonomia profissional do enfermeiro no HU/UFSC, pois explicitou o seu fazer, o que implicou a visibilidade da profissão e, portanto, contribuiu para a definição de seu papel no cuidado de saúde na instituição.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento do Processo de Enfermagem configura-se como tecnologia de assistência que contribui para que a enfermagem evolua como profissão, prioritariamente voltada para a compreensão da integralidade do ser humano, apoiada na reflexão sobre a sua prática. O Processo de Enfermagem significou a construção da identidade profissional, diferenciando-a das demais profissões da área da saúde, pois demarcou um espaço como profissão de consulta. É indiscutível que a prática do Processo de Enfermagem possibilitou a construção e a utilização de um corpo de conhecimentos próprio da enfermagem, ou seja, a expertise, aspecto que contribui para um fazer profissional autônomo, condição essencial para a construção da identidade profissional. Esta autonomia se expressou, neste estudo, principalmente, como o poder de decidir sobre sua conduta na assistência ao usuário e esteve atrelada ao conhecimento, compromisso e identidade profissional.

A implementação do Processo de Enfermagem evidenciada neste estudo constituiu-se em um modo de exercer a profissão baseada no conhecimento e expertise, com autonomia, a qual a categoria vem desenvolvendo nas últimas décadas. Tais condições possibilitaram o alcance do status, reforçando a identidade profissional do Enfermeiro perante a sociedade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    08 Nov 2018
  • Aceito
    01 Ago 2019
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