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Composição e preferência por microhábitat de imaturos de Odonata (Insecta) em um trecho de baixada do Rio Ubatiba, Maricá-RJ, Brasil

Resumos

No período de maio de 1999 a maio de 2000 foram efetuadas coletas de imaturos de Odonata (Insecta), em sete diferentes substratos, ao longo de 50 metros de um trecho do Rio Ubatiba, Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. Um total de 1.279 larvas de Odonata foi coligido e identificado em 27 espécies de cinco famílias. Acanthagrion lancea (Selys, 1876), Hetaerina auripennis (Burmeister, 1839), Micrathyria hesperis Ris, 1911 e Telebasis filiola (Perty, 1834) foram as espécies mais numerosas. O substrato com o maior número de indivíduos foi "vegetação em áreas de remanso". Grande parte das espécies estudadas demonstrou preferência por algum dos substratos. Dythemis multipunctata Kirby,1894, Erythrodiplax sp., M. hesperis, T. filiola, A. lancea, Erythemis sp., Coryphaeschna adnexa (Hagen, 1861) e H. auripennis demonstraram preferência por substratos orgânicos, enquanto que Brechmorhoga sp., B. praeCOX (Hagen, 1869) e Progomphus complicatus (Selys, 1854), por inorgânicos.

Imaturos; Odonata; preferência por substrato; rios de baixada; sudeste do Brasil


Composition and microhabitat preferences of Odonata (Insecta) immatures in a lowland section of the Rio Ubatiba, Maricá-RJ, Brazil. Monthly sampling was held from May, 1999 to May, 2000 in the Rio Ubatiba, a lowland river situated at Maricá district, Rio de Janeiro State, Brazil. Seven different substrates were collected along fifty meters. A total of 1,279 larvae of Odonata were collected and identified in 27 species, belonging to five families. The most numerous species were Acanthagrion lancea (Selys, 1876), Hetaerina auripennis (Burmeister, 1839), Micrathyria hesperis Ris, 1911 and Telebasis filiola (Perty, 1834). The greatest number of individuals were found in "riparian plants in depositional areas". In general, the species recorded showed habitat preferences: Dythemis multipunctata Kirby, 1894, Erythrodiplax sp., M. hesperis, T. filiola, A. lancea, Erythemis sp., Coryphaeschna adnexa (Hagen, 1861) and H. auripennis seem to prefer organic substrates and Brechmorhoga sp., B. praeCOX (Hagen, 1969) and Progomphus complicatus Selys, 1854, inorganic substrates.

Immature stages; lowland streams; Odonata; Southeastern Brazil; substrate preferences


BIOLOGIA, ECOLOGIA E DIVERSIDADE

Composição e preferência por microhábitat de imaturos de Odonata (Insecta) em um trecho de baixada do Rio Ubatiba, Maricá-RJ, Brasil 1 1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor

Juliana C. F. de AssisI, II; Alcimar L. CarvalhoIII; Jorge Luiz NessimianI

ILaboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Caixa Postal 68044, 21944-970 Rio de Janeiro-RJ, Brasil

IIPrograma de Pós-Graduação em Ecologia da UFRJ (PPGE-UFRJ). Endereço eletrônico: juassis@aol.com

IIIDepartamento de Entomologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. São Cristóvão, 20940-040 Rio de Janeiro-RJ, Brasil

RESUMO

No período de maio de 1999 a maio de 2000 foram efetuadas coletas de imaturos de Odonata (Insecta), em sete diferentes substratos, ao longo de 50 metros de um trecho do Rio Ubatiba, Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. Um total de 1.279 larvas de Odonata foi coligido e identificado em 27 espécies de cinco famílias. Acanthagrion lancea (Selys, 1876), Hetaerina auripennis (Burmeister, 1839), Micrathyria hesperis Ris, 1911 e Telebasis filiola (Perty, 1834) foram as espécies mais numerosas. O substrato com o maior número de indivíduos foi "vegetação em áreas de remanso". Grande parte das espécies estudadas demonstrou preferência por algum dos substratos. Dythemis multipunctata Kirby,1894, Erythrodiplax sp., M. hesperis, T. filiola, A. lancea, Erythemis sp., Coryphaeschna adnexa (Hagen, 1861) e H. auripennis demonstraram preferência por substratos orgânicos, enquanto que Brechmorhoga sp., B. praeCOX (Hagen, 1869) e Progomphus complicatus (Selys, 1854), por inorgânicos.

Palavras-chave: Imaturos; Odonata; preferência por substrato; rios de baixada; sudeste do Brasil.

ABSTRACT

Composition and microhabitat preferences of Odonata (Insecta) immatures in a lowland section of the Rio Ubatiba, Maricá-RJ, Brazil. Monthly sampling was held from May, 1999 to May, 2000 in the Rio Ubatiba, a lowland river situated at Maricá district, Rio de Janeiro State, Brazil. Seven different substrates were collected along fifty meters. A total of 1,279 larvae of Odonata were collected and identified in 27 species, belonging to five families. The most numerous species were Acanthagrion lancea (Selys, 1876), Hetaerina auripennis (Burmeister, 1839), Micrathyria hesperis Ris, 1911 and Telebasis filiola (Perty, 1834). The greatest number of individuals were found in "riparian plants in depositional areas". In general, the species recorded showed habitat preferences: Dythemis multipunctata Kirby, 1894, Erythrodiplax sp., M. hesperis, T. filiola, A. lancea, Erythemis sp., Coryphaeschna adnexa (Hagen, 1861) and H. auripennis seem to prefer organic substrates and Brechmorhoga sp., B. praeCOX (Hagen, 1969) and Progomphus complicatus Selys, 1854, inorganic substrates.

Keywords: Immature stages; lowland streams; Odonata; Southeastern Brazil; substrate preferences.

Os riachos litorâneos do Estado do Rio de Janeiro, apesar de localizados em regiões de fácil acesso, em maioria, são pouco estudados (GOMES 1994). Aqueles que correm em planícies litorâneas, devido à maior proximidade de áreas urbanas e agropastoris, têm sido os ambientes lóticos mais degradados e, conseqüentemente, susceptíveis à perda de diversidade. O conhecimento da fauna de Odonata do Estado do Rio de Janeiro ainda é muito deficiente, principalmente no que se refere aos imaturos. CARVALHO & NESSIMIAN (1998) reuniram informações referentes a larvas de 133 espécies de Odonata pertencentes a 62 gêneros de onze famílias, o que corresponde a cerca de metade das espécies até então registradas nesse estado. Quanto às informações biológicas, a maior parte dos trabalhos citados nesse artigo disponibilizam descrições pouco precisas dos ambientes de criação e hábitos dos imaturos.

Os imaturos dos Odonata, assim como de outros insetos aquáticos, exibem primariamente um modo de vida bentônico, o que faz do substrato um dos principais determinantes na sua distribuição e abundância. O tipo de substrato presente em um rio pode variar muito, de forma temporal e/ou espacial, especialmente no que se refere à sua estrutura física, composição orgânica, estabilidade e heterogeneidade. Poucas espécies se encontram restritas a um substrato especifico (WARD 1992) mas, provavelmente, a maioria apresenta preferência por um ou outro tipo de substrato.

A distribuição e os padrões de abundância de espécies que constituem uma comunidade de insetos aquáticos são determinados, junto com o substrato, por um grande número de variáveis ambientais que atuam conjuntamente. As alterações temporais e espaciais das variáveis da água, tais como: pH, correnteza, oxigênio dissolvido, temperatura e vazão estão entre as mais importantes (WARD 1992). A distribuição dos imaturos de Odonata nos ambientes aquáticos está primeiramente relacionada ao adulto. Os locais de oviposição são escolhidos possivelmente de modo visual. Após a oviposição, os imaturos se distribuem no corpo d'água de acordo com suas características morfológicas e comportamentais, procurando satisfazer a três requisitos principais: respiração, alimentação e refúgio, levando-se em conta a partilha de recursos, quantidade de presas e, principalmente, a de predadores (CORBET 1980).

Este trabalho tem como principais objetivos caracterizar a fauna de imaturos de Odonata e verificar a preferência por microhábitat das espécies em relação a alguns substratos discriminados em um trecho do Rio Ubatiba, localizado em uma planície litorânea, no município de Maricá, Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo. Localizado na Serra do Mar, o Rio Ubatiba é um rio litorâneo de pequeno porte que atravessa o município de Maricá. Nasce na Serra do Espraiado, a aproximadamente 540 metros de altitude, e percorre um trajeto de 18 quilômetros antes de desembocar no sistema lagunar de Maricá. Sua bacia de drenagem encontra-se entre 22o 51' e 22o 55'S e 42o 42' e 42o48'W (Fig.1), estando a maior parte situada em áreas de planície costeira.


Ao longo de seu percurso, o rio apresenta pouca profundidade, pH ligeiramente ácido e águas quase sempre turvas, devido a grande quantidade de sedimento em suspensão (MAZZONI 1998). Suas características fisiográficas são muito distintas, atravessando áreas desmatadas, com exploração agropecuária, e áreas urbanas. Em alguns pontos encontram-se barramentos para retirada de areia para a construção civil e captação de água para abastecimento urbano. Independentemente de seu pequeno porte, há mais de dez anos, o Rio Ubatiba vem sendo usado como a principal fonte de abastecimento de água da cidade de Maricá pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE).

Desde 1987 vários estudos vêm sendo realizados no Rio Ubatiba, sendo a maioria deles referente à comunidade de peixes (e.g. SOARES-PORTO 1994; MENEZES & CARAMASCHI 1994, 2000; ARANHA & CARAMASCHI 1997, 1999; MAZZONI & PETITO 1999; MAZZONI & LÓBON-CERVIÁ 2000). A ictiofauna é diversa, tendo sido registradas 22 espécies nesse rio, o que corresponde a 7,4% do total de espécies listado para os rios da Região Sudeste do Brasil (MAZZONI 1998).

A seção estudada neste trabalho (22o 52' - 53' S e 42o 46' - 47'W; altitude de 30 m), encontra-se em um trecho de 4ª ordem do Rio Ubatiba, próximo à ponte da estrada para o município de Itaboraí, à jusante de uma represa da CEDAE, onde observam-se regiões potamais (SCHÄFER 1984). A largura média neste trecho é de 2 m, e seu leito, em sua maior parte, é composto por areia. Em alguns trechos há predomínio de cascalhos e rochas. Apresenta vegetação marginal composta principalmente por plantas rasteiras e herbáceas como gramíneas de pasto (Panicum millegrana Poir., Paspalum millegrana Schrad.), comelináceas e ciperáceas. Em alguns trechos ocorrem leguminosas arbustivas e poucas árvores, gerando um baixo grau de sombreamento (GOMES 1994).

Procedimentos gerais. As amostragens foram realizadas mensalmente, entre maio de 1999 e maio de 2000. Foram retiradas amostras de água dos interstícios de cada um dos substratos, com o auxílio de um sifão, com a finalidade de caracterizar os substratos quanto a: temperatura, pH, condutividade elétrica, teores de oxigênio dissolvido (OD), de amônia e de nitrito. Sete substratos foram discriminados em um trecho de 50 m do rio: 1) areia substrato inorgânico de granulação fina, formado por elementos de no máximo 2 mm, encontrado em áreas de remanso; 2) cascalho substrato inorgânico de granulação mais grossa, formado predominantemente por elementos variando em torno de 20 - 60 mm, encontrado em áreas de correnteza; 3) pedra substrato inorgânico, integrante fixo do leito do rio, encontrado em áreas de correnteza; 4) folhiço de fundo (folhiço retido em áreas de depósito) material orgânico predominantemente de origem alóctone depositado no fundo de poças, muitas vezes formando bolsões; 5) vegetação de remanso (vegetação marginal em áreas de remanso) - raízes e outras partes de plantas terrestres e aquáticas (macrófitas flutuantes) junto às margens do rio, onde a correnteza é mais baixa; 6) folhiço de correnteza (folhiço retido em áreas de correnteza) - material orgânico, composto principalmente por folhas e pedaços de madeira de origem alóctone, retido em obstáculos em áreas de correnteza; 7) vegetação de barranco (vegetação marginal em áreas de correnteza) - raízes e outras partes de plantas localizadas em áreas de erosão às margens do rio.

Estabeleceu-se coletar um número mínimo de 100 larvas de Odonata ou quatro subamostras de cada substrato, por se considerar esse número ou o esforço amostral suficiente para caracterizar a comunidade. O método amostral foi escolhido em função da condição de pouca abundância pontual dos Odonata, que são predadores e territorialistas. Assim, pretendeu-se assegurar um número mínimo de indivíduos que garantisse a utilização a posteriori de metodologias estatísticas. A cada excursão foram identificados os substratos presentes e coletado de cada um o número necessário de subamostras, que foram agrupadas para compor uma amostra representativa de cada substrato.

Um coletor tipo Surber, de área 484 cm2 e malha de 125 mm, foi utilizado para a obtenção das subamostras. O material foi triado em campo, em bandejas brancas. Os exemplares foram visualmente separados, fixados e preservados em álcool etílico a 80%. No laboratório, com auxílio de microscópios estereoscópicos, foram separados em morfótipos e, posteriormente, em espécies. Para a identificação das espécies foram utilizadas chaves taxonômicas (e.g. BELLE 1992; CARVALHO 1989; CARVALHO et al. 2002; DE MARMELS 1990; RODRÍGUEZ-CAPITULO 1992; WESTFALL JR. & TENNESSEN 1996) e trabalhos descritivos (e.g. CARVALHO 1993; LEONARD 1977; DE MARMELS 1982; SANTOS 1968, 1969, 1970a, b, 1973; WESTFALL JR. 1988). Todo o material coletado encontra-se depositado na Coleção Entomológica do Laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Alguns imaturos no último estádio foram trazidos e mantidos vivos até a obtenção de adultos, permitindo assim uma identificação mais precisa das espécies. Os procedimentos tomados para isso estão descritos em CARVALHO (1992). Paralelamente à amostragem dos imaturos, foram coletados adultos com redes entomológicas na mesma área estudada. A identificação desses adultos permitiu, em alguns casos, a identificação das larvas por associação.

A preferência de uma determinada espécie por um ou mais substratos foi considerada quando registrou-se uma freqüência de ocorrência dessa espécie superior a 50% do total das amostras coletadas para os substratos em questão. Com o mesmo intuito, considerou-se também a porcentagem do total de indivíduos da espécie que ocorreram no substrato.

O teste "Indicator Species Analysis" (DUFRENE & LEGENDRE 1997) foi usado para dar suporte estatístico aos padrões observados. O método assume que existem dois ou mais grupos de unidades amostrais e que a abundância das espécies foi registrada em cada uma delas. A partir do cálculo da abundância relativa e da freqüência de ocorrência de cada espécie em cada um dos grupos obtém-se um valor indicativo baseado na seguinte fórmula: Ixj = FOXj * AR *xj 100, onde: x = espécie analisada; j = unidade amostral analisada; I = valor indicativo da espécie x no grupo j; FO = freqüência de ocorrência da espécie x no grupo j; AR = abundância relativa da espécie x no grupo j.

Os valores obtidos na análise são testados estatisticamente, de forma a diferenciá-los do acaso, pelo teste de Monte Carlo com 1000 repetições (MCCUNE & MEFFORD 1997). Com isso, uma espécie só foi considerada indicadora de um substrato quando apresentou o maior índice do teste "Indicator Species Analysis" para o referido substrato e a significância do teste de Monte Carlo superior a 95%.

RESULTADOS

Os valores médios relativos às variáveis abióticas em cada substrato se encontram na Tabela I. Os valores de temperatura, pH e concentração de amônia foram semelhantes em todos os substratos. A areia foi o substrato que apresentou a água com a condutividade elétrica média mais alta, principalmente nos meses mais chuvosos. A água relativa ao substrato pedra, por sua maior correnteza e conseqüente aeração, apresentou a maior concentração de OD (14 ml/l). A concentração de nitrito foi muito baixa para a água de todos os substratos, nunca superior a 0,5 M.

Um total de 1.279 de larvas de Odonata foi coligido ao longo dos treze meses de coletas. Foram identificados 27 morfótipos distribuídos em vinte gêneros pertencentes a cinco famílias (Tabela II). Dez morfótipos puderam ser identificados apenas em nível de gênero e um apenas no nível de família (Coenagrionidae).

Adultos das seguintes espécies foram coletados na área de estudo: Staurophlebia reticulata (Burmeister, 1839) (Aeshnidae), Progomphus complicatus Selys, 1854, P. intricatus Hagen in Selys, 1857, Phyllocycla sp. (Gomphidae), Brechmorhoga praeCOX (Hagen, 1969), Brechmorhoga sp., Diastatops sp., Dythemis multipunctata Kirby, 1894, Elasmothemis cannacrioides (Calvert, 1906), Erythrodiplax hyalina Foerster, 1907, E. ochracea (Burmeister, 1839), E. fusca (Rambur, 1842), Erythemis vesiculosa (Fabricius, 1775), E. attala (Selys, 1857), Erythemis sp., Macrothemis imitans Karsch, 1890, M. declivata Calvert, 1909, Macrothemis sp., Micrathyria hesperis Ris, 1911, M. hypodidima Calvert, 1906, M. ocellata dentiens Calvert, 1909, Perithemis mooma Kirby, 1889 (Libellulidae), Hetaerina auripennis Burmeister, 1839 (Calopterygidae), Acanthagrion lancea (Selys, 1876), Argia sordida Selys, 1865, Telebasis filiola (Perty, 1834) (Coenagrionidae) e Mecistogaster sp. (Pseudostigmatidae). É importante ressaltar que algumas dessas espécies provavelmente não utilizam o rio como sítio de procriação, tal como as espécies de Mecistogaster que, conforme dados de literatura são fitotelmas (CORBET 1983a).

Embora só se tenha discriminado um morfótipo para cada um dos gêneros Micrathyria Kirby, 1879, Erythemis Hagen, 1861 e Erythrodiplax Brauer, 1868, o fato de se ter registrado adultos de mais de uma espécie no local abre a possibilidade de ter ocorrido alguma mistura de material imaturo de espécies próximas. Caso isso tenha ocorrido, provavelmente foi de pouca relevância para os resultados, pois em cada gênero apenas uma espécie se mostrou muito abundante como adulto.

Os dados referentes à freqüência de ocorrência e a porcentagem das espécies de Odonata encontradas nos diferentes substratos estão nas Tabelas III e IV, respectivamente. A Tabela V mostra o resultado do teste "Species Indicator" onde foram consideradas espécies indicadoras apenas as que apresentaram p < 0,05 no teste de Monte Carlo.

Cinco espécies de Odonata ocorreram em mais de 50% das amostras coligidas do substrato vegetação de remanso e tiveram mais de 50% do total de seus indivíduos associados a este substratro: Dythemis multipunctata, Erythrodiplax sp., Micrathyria hesperis, Telebasis filiola e Acanthagrion lancea. Ainda, espécies como Erythemis sp., Perithemis mooma e Coryphaeschna adnexa, apesar de ocorrerem numa menor freqüência, foram abundantes, sendo que mais de 50% dos indivíduos foram coletados nesse substrato. Com exceção de P. mooma, que apresenta um número de indivíduos menor que 1% do total, todas as outras sete espécies acima citadas demonstraram ser espécies indicadoras de vegetação de remanso. D. multipunctata também apresentou-se freqüente nas amostras de folhiço de fundo, porém, com apenas 20% do total de indivíduos.

Mesmo com o baixo número de indivíduos apresentados (< 1%), Phyllocycla sp. e Elasmothemis cannacrioides mostraram ser espécies indicadoras dos substrato folhiço de fundo e vegetação de barranco, respectivamente.

Para o substrato pedra, Brechmorhoga sp. foi a espécie mais abundante, ocorrendo em aproximadamente 38% das amostras. Apesar desse não ser o substrato onde aparece com maior abundância, Brechmorhoga sp. mostrou ser sua espécie indicadora.

Progomphus complicatus e Brechmorhoga praeCOX foram freqüentes nas amostras de cascalho, apesar de o primeiro não apresentar mais da metade de seus indivíduos presentes nesse substrato. B. praeCOX demonstrou ser uma espécie indicadora de cascalho. Mais da metade dos indivíduos de P. complicatus está presente no substrato areia, para o qual a espécie foi encontrada em mais da metade das amostras, sendo apontada como espécie indicadora.

Na vegetação de barranco, P. complicatus, Argia sordida e Hetaerina auripennis ocorreram em mais de 80% das amostras, apesar de nenhuma delas apresentar mais de 30% do total de indivíduos presentes no substrato. Apenas H. auripennis demonstrou ser indicadora do substrato em questão.

Apesar de serem espécies com relativa abundância, A. sordida e Macrothemis sp.1 não foram apontadas como espécies indicadoras de nenhum dos substratos coletados no Rio Ubatiba. Assim como H. auripennis, essas são espécies que se encontram presentes em todos os substratos, com exceção da pedra. Suas abundâncias estão relativamente bem divididas entre eles, de forma que nenhum dos substratos apresenta mais da metade da ocorrência de seus indivíduos.

DISCUSSÃO

Segundo CORBET (1983b) duas linhas de especialização podem ser reconhecidas nos imaturos de Odonata. A primeira, de espécies que vivem em sedimentos finos ou áreas de acúmulo de detritos próximas ao fundo, podendo enterrar-se ou cobrir-se com o substrato. Nesse grupo estariam as espécies que apresentam um hábito do tipo fossador ou reptante. A segunda seria a de espécies que exibem um hábito de agarrador e/ou escalador e, usualmente, são encontradas em objetos grandes e estáveis, como pedras ou entre a vegetação, onde os indivíduos se mantêm. Esses dois tipos de especialização podem ser percebidos entre as espécies encontradas no Rio Ubatiba, o que pode ter grande influência na escolha do substrato. A seguir serão discutidas as preferências por substrato pelas espécies com um número de indivíduos coletados maior que 1% do total, ou que tenham sido indicadoras de algum dos substratos amostrados.

Vegetação de remanso foi o substrato que abrigou um maior número de espécies, sendo procurado por Acanthagrion lancea, Erythemis sp., Micrathyria hesperis, Telebasis filiola e Coryphaeschna adnexa. Essas espécies pertencem a gêneros relacionados a ambientes lênticos como brejos e poças, associados a macrófitas e detritos (e. g. CALVERT 1956; SANTOS 1968, 1970b; CARVALHO1991; ASSIS & COSTA 1994; NESSIMIAN 1995a, b; DE MARCO & LATINI 1998). O fato de essas espécies terem sido encontradas no Rio Ubatiba demonstra que o substrato vegetação de remanso pode ter, em alguns meses, características semelhantes à de ambientes lênticos, permitindo o estabelecimento dessas espécies.

Erythrodiplax é um gênero normalmente associado a ambientes lênticos (NESSIMIAN 1995a, b; SANTOS 1967; GARCÍA-DÍAS 1938), sendo descrito como um gênero típico de águas paradas das baixadas. No Rio Ubatiba, Erythrodiplax sp. ocorreu preferencialmente em vegetação de remanso, sendo encontrada esporadicamente nos substratos folhiço de fundo e vegetação de barranco.

Dythemis multipunctata é uma espécie encontrada em ambientes lóticos (DE MARMELS 1982; WESTFALL JR. 1988) que apresenta hábito reptante e procura microhábitats localizados em áreas de remanso (CARVALHO & NESSIMIAN 1998). No Rio Ubatiba, foi usualmente encontrada em substratos orgânicos situados em áreas de remanso. Há uma preferência de ocorrência no substrato folhiço de fundo. Porém, quando esse se mostrou alterado ou ausente na área de estudo, sua ocorrência se tornou maior no substrato vegetação de remanso.

Progomphus complicatus pertence a um gênero composto por espécies fossadoras, habitando substratos inorgânicos (CARVALHO & NESSIMIAN 1998). Esse comportamento foi evidenciado no Rio Ubatiba, já que a maioria dos indivíduos foi coletada no substrato areia e a freqüência de ocorrência foi elevada nos substratos areia e cascalho. Apesar da relação com substratos inorgânicos, P. complicatus apresentou também grande freqüência de ocorrência nas amostras do substrato vegetação de barranco. Essa ocorrência pode ter sido acidental, pois, ao forçar o coletor contra o barranco para posicioná-lo, pode ter havido contaminação das amostras com areia. Estes resultados, porém, indicam que é necesssário se intensificar os estudos visando conhecer melhor o comportamento dessa espécie.

Hetaerina auripennis parece ser uma espécie típica de substratos orgânicos, o que foi demostrado pela altíssima freqüência de ocorrência para os substratos folhiço de correnteza e vegetação de barranco, tendo sido apontada pelo teste estatístico como espécie indicadora para o último. No substrato vegetação de remanso, apesar de ter sido registrado o maior número de indivíduos, os resultados indicaram baixa freqüência de ocorrência. Esses dados corroboram SANTOS (1970a) e CARVALHO & NESSIMIAN (1998) que registraram a associação dessa espécie com raízes e macrófitas em ambientes lóticos.

As espécies de Brechmorhoga apresentam hábitos que variam de reptantes a fossadores, e normalmente vivem associadas a áreas de substratos rochosos, sombreados e com correnteza (SANTOS 1969; RAMIREZ & NOVELO-GUTIÉRREZ 1998). B. praecox ocorreu preferencialmente em cascalho e parece possuir baixa mobilidade, pois muitos exemplares se encontravam recobertos por perifíton, assim como o substrato. Brechmorhoga sp. ocorreu com maior abundância no cascalho, porém os resultados de freqüência de ocorrência mostraram que, possivelmente, essa espécie esteja associada à correnteza, independentemente da natureza do substrato. Essa espécie foi a única que ocorreu em pedras, substrato praticamente desprovido de refúgios, com alta correnteza. O corpo mais achatado dorso-ventralmente do que nas outras espécies do gênero, juntamente com os espinhos dorsais do abdome desenvolvidos em quilha, possivelmente facilitam sua aderência e a conseqüente permanência nesse tipo de substrato.

Segundo CARVALHO & NESSIMIAN (1998), as espécies de Phyllocycla apresentam hábito fossador, estando normalmente associadas à areia e outros sedimentos finos em rios, possuindo um prolongamento do último segmento abdominal que lhes permite ficar bem enterradas no substrato. No Rio Ubatiba, só foi registrada uma espécie no folhiço de fundo. Como esse substrato estava localizado em áreas de depósito, a ocorrência de Phyllocycla sp. pode estar associada à existência também de sedimento mais fino junto ao folhiço coletado.

RAMIREZ & NOVELO-GUTTIÉRREZ (1998) afirmam que as espécies de Macrothemis podem habitar tanto ambientes lênticos como lóticos, sendo mais comuns no último. Vivem usualmente semi-enterradas no sedimento, que pode ser arenoso ou formado por detritos, exibindo um hábito reptante-fossador (CARVALHO & NESSIMIAN 1998). Mesmo tendo sido o folhiço de correnteza o substrato com maior abundância de Macrothemis sp.1, através da análise desse estudo não foi possível definir a preferência da espécie por qualquer substrato. Esse dado sugere ser esta uma espécie generalista, capaz de ocupar diversos tipos de substratos, o que pode ser uma vantagem para espécies de ambientes instáveis como rios e córregos.

Argia sordida esteve presente em todos os substratos orgânicos e em cascalho. O substrato que apresentou maior freqüência de ocorrência desta espécie foi vegetação de barranco, apesar da maior abundância da espécie ter sido registrada para vegetação de remanso. A maior ocorrência na vegetação de remanso coincidiu com os meses em que não havia vegetação de barranco. Como as espécies do gênero Argia podem apresentar tanto hábitos agarradores como reptantes, é possível que os imaturos não encontrem muitas dificuldades para viverem em substratos distintos como cascalho, folhiço de fundo e vegetação marginal. Porém, a maior freqüência de ocorrência foi observada em vegetação em áreas de correnteza.

Não se tem qualquer informação sobre a biologia dos imaturos das espécies de Gynothemis ocorrentes no Estado do Rio de Janeiro. No Rio Ubatiba pouco se pode dizer sobre a associação de Gynothemis venipunctata com substratos presentes, já que esta não apresentou grande freqüência de ocorrência em nenhum deles. Porém, foi possível notar uma tendência da espécie por substratos localizados em área de correnteza, com exceção da pedra. Talvez, como Macrothemis sp.1, ela seja generalista nos substratos localizados em áreas de correnteza.

Pode-se concluir, então, que a maioria das espécies abordadas neste trabalho possuem preferência por microhábitats determinados, corroborando informações prévias. Espécies como D. multipunctata, Erythrodiplax sp., Micrathyria hesperis, T. filiola, A. lancea, Erythemis sp., C. adnexa e H. auripennis têm preferência por substratos orgânicos, enquanto Brechmorhoga sp., B. praeCOX e Progomphus complicatus por substratos inorgânicos. Macrothemis sp.1, G. venipunctata e A. sordida podem ser apontadas como espécies generalistas uma vez que não demonstraram preferência por nenhum dos substratos estudados.

Recebido em 09.VI.2003; aceito em 30.III.2004

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  • 1
    Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Ago 2004
    • Data do Fascículo
      Jun 2004

    Histórico

    • Aceito
      30 Mar 2004
    • Recebido
      09 Jun 2003
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