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Novos Cerambycinae neotropicais e transferência de Tippmannia Monné para Hesperophanini (Coleoptera, Cerambycidae)

New Neotropical Cerambycinae and transference of Tippmannia Monné to Hesperophanini (Coleoptera, Cerambycidae)

Resumos

Os seguintes novos táxons neotropicais de Cerambycinae são descritos: em Hesperophanini, Corupella gen. nov., espécie-tipo C. asperata sp. nov. (Brasil); em Graciliini, Aruama gen. nov., espécie-tipo A. viridis sp. nov. (Bolívia) e A. incognita sp. nov. (Brasil); em Necydalopsini, Abaiba gen. nov., espécie-tipo A. dimorphica sp. nov. (Bolívia); em Heteropsini, Unatara gen. nov., espécie-tipo U. atinga sp. nov. (Colombia). Transfere-se Tippmannia Monné, 2006 de incertae sedis para Hesperophanini.

América do Sul; Graciliini; Heteropsini; Necydalopsini


The following new taxa of Cerambycinae are described: in Hesperophanini, Corupella gen. nov., type species C. asperata sp. nov. (from Brazil); in Graciliini, Aruama gen. nov., type species A. viridis sp. nov. (from Bolívia) and A. incognita sp. nov. (from Brazil); in Necydalopsini, Abaiba gen. nov., type species A. dimorphica sp. nov. (from Bolívia); in Heteropsini, Unatara gen. nov., type species. U. atinga sp. nov. (from Colombia). Tippmannia Monné, 2006 is transferred from incertae sedis to Hesperophanini.

Graciliini; Heteropsini; Necydalopsini; South America


SISTEMÁTICA, MORFOLOGIA E BIOGEOGRAFIA

Novos Cerambycinae neotropicais e transferência de Tippmannia Monné para Hesperophanini (Coleoptera, Cerambycidae)

New Neotropical Cerambycinae and transference of Tippmannia Monné to Hesperophanini (Coleoptera, Cerambycidae)

Ubirajara R. MartinsI, III; Dilma Solange NappII, III

IMuseu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42494, 04218-970 São Paulo-SP, Brasil

IIDepartamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba-PR, Brasil

IIIPesquisador do CNPq

RESUMO

Os seguintes novos táxons neotropicais de Cerambycinae são descritos: em Hesperophanini, Corupella gen. nov., espécie-tipo C. asperata sp. nov. (Brasil); em Graciliini, Aruama gen. nov., espécie-tipo A. viridis sp. nov. (Bolívia) e A. incognita sp. nov. (Brasil); em Necydalopsini, Abaiba gen. nov., espécie-tipo A. dimorphica sp. nov. (Bolívia); em Heteropsini, Unatara gen. nov., espécie-tipo U. atinga sp. nov. (Colombia). Transfere-se Tippmannia Monné, 2006 de incertae sedis para Hesperophanini.

Palavras-chave: América do Sul; Graciliini; Heteropsini; Necydalopsini.

ABSTRACT

The following new taxa of Cerambycinae are described: in Hesperophanini, Corupella gen. nov., type species C. asperata sp. nov. (from Brazil); in Graciliini, Aruama gen. nov., type species A. viridis sp. nov. (from Bolívia) and A. incognita sp. nov. (from Brazil); in Necydalopsini, Abaiba gen. nov., type species A. dimorphica sp. nov. (from Bolívia); in Heteropsini, Unatara gen. nov., type species. U. atinga sp. nov. (from Colombia). Tippmannia Monné, 2006 is transferred from incertae sedis to Hesperophanini.

Keywords: Graciliini; Heteropsini; Necydalopsini; South America.

Com base em material recebido para estudo, novos táxons são acrescidos às tribos Hesperophanini, Graciliini, Necydalopsini e Heteropsini.

Siglas mencionadas no texto correspondem a: Instituto de Investigaciones de Recursos Biológicos "Alexander von Humboldt", Villa de Leyva (IAHC), Museo de Historia Natural "Noel Kempff Mercado", Santa Cruz (MNKM), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (MNRJ) e Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo (MZSP).

Hesperophanini

Tippmannia Monné, 2006

Tippmannia Monné, 2006: 186 (cat.) (nome novo para Dolichopterus Tippmann, 1953 non Dolichopterus Hall, 1859, Eurypterida); Monné & Hovore, 2006: 155 (checklist).

Dolichopterus Tippmann, 1953: 336; Monné, 2005: 661 (cat.).

Espécie-tipo: Dolichopterus rhamnusioides Tippmann, 1953, por monotipia.

Dolichopterus, originalmente monotípico, foi descrito em incertae sedis por Tippmann (1953) com base em D. rhamnusioides Tippmann, 1953. Lane (1973) acrescentou ao gênero: D. bucki e D. olivascens, mas não fez comentários sobre a posição do gênero. Monné (2006: 186) deu novo nome, Tippmannia, para Dolichopterus, mas o gênero foi mantido em incertae sedis tanto no catálogo como na checklist (Monné & Hovore 2006: 155). Tippmannia é colocado agora em Hesperophanini Mulsant, 1839, tribo à qual adapta-se bem pelos caracteres mencionados por Martins & Galileo (1999) para os gêneros sul-americanos. Tippmannia separa-se destes gêneros pelo colorido metálico dos élitros. Difere de Corupella gen. nov., descrito a seguir: escapo subcilíndrico; flagelômeros deprimidos; antenômero III 1/3 mais longo que o IV; pronoto sem pubescência; presença de áreas de pontuação sexual no prosterno dos machos; élitros sem costas; metafêmures dos machos não alcançam os ápices dos élitros.

Chave para as espécies de Tippmannia

1. Escapo preto; pedicelo curto; antenômero III mais curto que o escapo. Costa Rica, Panamá, Equador, Brasil (Mato Grosso), Bolívia (Santa Cruz) ............................................................................ T. bucki (Lane, 1973)
Escapo avermelhado; pedicelo alongado; antenômero III mais longo que o escapo ............................................................................................. 2 2(1). Antenas dos machos ultrapassam as pontas dos élitros em um artículo. Brasil (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina), Paraguai ......................................................... T. rhamnusioides (Tippmann, 1953)
Antenas dos machos atingem o início da curvatura apical dos élitros. Brasil (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo), Argentina .T. olivascens (Lane, 1973)

Tippmannia bucki (Lane, 1973)

Dolichopterus bucki Lane, 1973: 112; Monné, 2005: 661 (cat.).

Tippmannia bucki; Monné & Hovore, 2006: 155 (checklist).

Espécie descrita do Brasil, Mato Grosso, Rosário Oeste, é registrada para a Bolívia.

Material examinado. Bolívia, Santa Cruz: Buena Vista (3,7 km SSE, Hotel Flora e Fauna,430 m), fêmea, 5-15.XI.2001, M. C. Thomas & B. K. Dozier col., "tropical transition forest, black light trap" (MZSP, doação de J. Wappes).

Corupella gen. nov.

Espécie-tipo. Corupella asperata sp. nov.

Fronte mais larga que longa, curta. Sutura coronal prolongada até entre os tubérculos anteníferos. Olhos grandes, adelgaçados atrás da inserção das antenas; lobos superiores mais distantes entre si que o quádruplo da largura de um lobo. Lobos oculares inferiores mais longos do que as genas que são muito reduzidas.

Antenas dos machos atingem os ápices elitrais no ápice do antenômero VIII. Escapo clavado, sem asperezas, mais curto que o antenômero III. Antenômero III sem carenas, apenas mais longo que o IV e subigual ao V; VI-X com comprimentos subiguais ao V, o XI tão longo quanto o III. Protórax mais largo do que longo com tubérculo lateral subarredondado no topo e gibosidade próxima à margem anterior. Pronoto com cinco tubérculos arredondados superiormente; pubescência presente sobre os tubérculos laterais e glabro sobre o tubérculo central. Prosterno sem áreas de pontuação sexual nos machos. Processo prosternal triangular. Processo mesosternal com lados paralelos; largura subigual à metade de uma mesocoxa.

Élitros com uma costa discreta; extremidades arredondadas.

Fêmures com clava pouco alargada. Extremidades dos metafêmures atingem o ápice elitral (macho) ou quase atingem os ápices nas fêmeas. Metatíbias não carenadas. Metatarsômero I tão longo quanto II+III. Lobos laterais dos meso- e metatarsômeros III alongados e estreitos.

Discussão. Na chave apresentada por Martins & Galileo (1999), Corupella gen. nov. é discriminado no item 7 onde são separados Phymatioderus Blanchard, 1843 e Hesperophymatus Zajciw, 1959. O novo gênero é especialmente semelhante a este último pelo protórax com tubérculo lateral; base do pronoto não bilobada; ápices dos élitros desarmados; escapo, antenômeros III e IV com comprimentos diferentes e tubérculo lateral do protórax situado no meio. Difere de Hesperophymatus pelo escapo piriforme; pelos antenômeros delgados; pelo antenômero III apenas mais longo que o IV; pelos élitros com costa dorsal e com pontuação áspera; pelos fêmures clavados e os metafêmures nos machos, atingem as pontas dos élitros. Em Hesperophymatus, o escapo é cilíndrico; os antenômeros são robustos e deprimidos; o antenômero III é nitidamente mais longo que o IV; os élitros não têm costas nem pontos ásperos; os fêmures são fusiformes e os metafêmures, nos machos, não alcançam os ápices dos élitros.

Etimologia. Corupella refere-se à Corupá, local onde foi coletada a espécie-tipo.

Corupella asperata sp. nov.

(Fig. 3)


Cabeça, protórax, escutelo, fêmures e face ventral do corpo, alaranjados. Escapo alaranjado com mancha basal preta. Pedicelo e flagelômeros castanho-escuros. Élitros amarelados. Tíbias e tarsos castanho-escuros. Escapo glabro; flagelômeros com micropubescência esbranquiçada e raras cerdas na face inferior dos III-IV. No macho, pontos dos élitros ásperos e densos na base e progressivamente esparsos para os ápices; nas fêmeas, pontos não ásperos, densos, bem aparentes nos dois terços basais. Fêmures sem pubescência, brilhantes. Esternos torácicos revestidos por pubescência amarelo-esbranquiçada, curta e sedosa. Urosternitos com abundante pilosidade amarelo-esbranquiçada; urosternito V truncado no ápice.

Dimensões em mm, macho/fêmea. Comprimento total, 12,0/12,1 comprimento do protórax, 2,2/2,2; maior largura do protórax, 2,8/2,9; comprimento do élitro, 9,0/9,0; largura umeral, 3,3/3,6.

Material-tipo. Holótipo macho, BRASIL, Santa Catarina: Corupá (60 m), 12.1965, A. Maller col. (MNRJ). Parátipo fêmea, Rio de Janeiro: Palmeiras, 20.XII.1938, S. Lopes col. (MZSP).

Graciliini

Aruama gen. nov.

Espécie-tipo: Aruama viridis sp. nov.

Fronte transversa, plana, não deprimida entre os tubérculos anteníferos. Estes não projetados e arredondados. Olhos com granulação moderadamente fina; lobos oculares inferiores desenvolvidos, algo proeminentes, ligados aos superiores por faixa de três a quatro omatídios; lobos superiores com quatro fileiras de omatídios, tão distantes entre si quanto o quádruplo da largura de um lobo. Área malar com cerca de um terço da maior largura do lobo ocular inferior. Mandíbulas delgadas, não angulosas, aguçadas no ápice. Artículo apical dos palpos maxilares e labiais, evidentemente securiforme.

Antenas inermes e sem carenas; nos machos ultrapassam o ápice elitral em três a quatro artículos. Escapo cilíndrico, algo engrossado, com depressão alongada e manifesta na base. Antenômeros III-IV cilíndrico-deprimidos, com sulco pouco conspícuo na metade ou terço basal; V-X mais delgados, visivelmente deprimidos e não expandidos nos ápices. Antenômero III pouco mais curto que o escapo e com quase o dobro do IV; V-VII subiguais, cerca de um quarto mais longos que o III e pouco mais longos que os VIII-IX; XI aproximadamente, um quinto mais longo que o III.

Protórax subcilíndrico, com tubérculo látero-mediano. Pronoto sem gibosidades. Prosterno sem pontuação sexual. Cavidades cotilóides anteriores levemente angulosas e estreitamente abertas atrás. Processo prosternal subtriangular, muito estreito entre as procoxas, ligeiramente expandido no ápice. Processo mesosternal um pouco projetado, quase tão largo quanto a metade de uma mesocoxa, de lados subparalelos, com projeções articulares látero-apicais e com entalhe apical mediano. Cavidades mesocoxais fechadas nos lados.

Élitros pouco convexos, sem costas, com lados paralelos até quase os ápices. Úmeros não projetados.

Fêmures pedunculados com clava abrupta; pedúnculos sulcados; clavas dos meso- e metafêmures tão longas ou pouco mais curtas que metade do comprimento dos fêmures; metafêmures não atingem o ápice elitral. Tíbias cilíndrico-deprimidas. Metatarsômero I tão longo quanto os dois seguintes somados.

Discussão. Graciliini Mulsant, 1839, está incluída entre as tribos de Cerambycinae com olhos grosseiramente facetados e inclui apenas quatro gêneros sul-americanos (Martins & Galileo 2005). Apesar da granulação ocular moderadamente fina, o novo gênero é provisoriamente incluído em Graciliini por sua semelhança com Parommidion Martins, 1974. De acordo com Martins & Galileo (2005: 225) a alocação de Parommidion deve ser revista e, conseqüentemente, também a de Aruama gen. nov.

O novo gênero distingue-se de Parommidion por apresentar olhos com granulação moderadamente fina e lobos oculares inferiores desenvolvidos; escapo com sulco basal manifesto e mais curto que o antenômero III, este com o dobro do comprimento do IV; antenas dos machos ultrapassam o ápice elitral em três a quatro artículos; prosterno dos machos sem pontuação sexual; fêmures com pedúnculos cilíndricos e clavas fortemente abruptas, os metafêmures alcançam o ápice elitral. Em Parommidion, os olhos têm granulação bem grossa e os lobos oculares inferiores são muito desenvolvidos, ocupando toda a região lateral da cabeça; o escapo não tem sulco ou depressão e é pouco mais curto que o antenômero III, este tão longo quanto o IV; as antenas dos machos não alcançam o ápice elitral; o prosterno dos machos tem pontuação sexual evidente; os fêmures apresentam pedúnculos robustos, sem sulco, e clavas não fortemente abruptas, e os metafêmures atingem o início da curvatura apical.

Etimologia. Tupi, aruama = formoso.

Aruama viridis sp. nov.

(Fig. 1)

Macho. Tegumento unicolor, vermelho-alaranjado, exceto élitros com colorido verde-metálico.

Cabeça com pontos finos, rasos e esparsos e pilosidade inaparente. Escapo brilhante, com pontos finos, rasos, muito esparsos e algumas cerdas alaranjadas, longas e eretas. Antenômeros III-V(VI) fina, superficial e densamente pontuados, com pubescência esbranquiçada, esparsa e algumas cerdas na face inferior e ápices; VI-XI finamente pubescentes.

Protórax mais longo que largo; tubérculo látero-mediano pouco projetado e subarredondado no ápice. Pronoto e lados do protórax brilhantes, sem pontos e praticamente glabros; pronoto com finas estrias transversais, rasas e escassas cerdas alaranjadas, longas e eretas. Prosterno brilhante, liso e glabro. Meso- e metasterno subglabros, brilhantes, o metasterno com alguns pontos moderadamente grossos, rasos, e raras cerdas alaranjadas no disco. Epimeros e episternos com pubescência esbranquiçada. Urosternitos brilhantes, com raros pontos nas regiões laterais e escassas cerdas no disco; urosternito V truncado no ápice.

Élitros opacos, sem pubescência, um pouco elevados nos lados do escutelo, com pontos grossos, profundos e densos na metade basal, até corrugados próximo à sutura, gradualmente mais finos, rasos e esparsos para os ápices; cerdas alaranjadas, eretas e muito esparsas. Extremidades transversalmente truncadas, os ângulos sutural e externo apenas projetados.

Pedúnculo dos fêmures com sulco largo e raso, pouco evidente nos metafêmures, pubescentes e com pontos finos; clavas quase sem pontos, com pubescência esbranquiçada pouco aparente e algumas cerdas eretas alaranjadas. Tíbias sem carena; opacas, sem pubescência, com cerdas pouco densas; metatíbias ligeiramente sulcadas na base.

Dimensões, em mm, macho. Comprimento total 9,8-10,7; comprimento do protórax 2,2-2,5; largura do protórax 1,8-2 1; comprimento do élitro 6,7-7,3; largura umeral 2,3-2,7.

Material-tipo. Holótipo macho da BOLÍVIA, Santa Cruz: Provincia Florida (5.5 km NE of Achira, 1800 m), 24.II.2004, sem dados do coletor (coletado em "Bicoquin area, Subtropical Forest, at MV/UV light, 18:45-19:00 hrs) (MNKM). Parátipo macho, mesmos dados do holótipo, exceto: "....flying to fresh cut plants" (MZSP, doação de R. Clarke).

Aruama incognita sp. nov.

(Fig. 2)

Fêmea. Muito semelhante a Aruama viridis sp. nov., difere: corpo unicolor, alaranjado; antenas castanho-escuras, o escapo mais avermelhado. Fêmures com pedúnculo negro-acastanhado e clavas castanho-avermelhadas. Tíbias e tarsos castanhos.

Protórax tão largo quanto longo; tubérculo látero-mediano bem projetado e aguçado, a largura, no meio do protórax, pouco menor que a largura umeral. Pronoto opaco, sem pontos e sem rugas transversais.

Élitros sem brilho metálico, com pontos finos, rasos e esparsos na metade basal, pouco mais adensados próximo da sutura; metade apical com pontos muito rasos e esparsos, quase inaparentes.

Pedúnculo dos fêmures delgado, com sulco estreito e profundo. Tíbias carenadas.

Urosternito V amplamente arredondado no ápice.

Dimensões, em mm, fêmea. Comprimento total, 8,6; comprimento do protórax, 2,0; largura do protórax, 2,0; comprimento do élitro 5,8; largura umeral 2,3.

Material-tipo. Holótipo fêmea do BRASIL, sem outros dados (MZSP).

Discussão. As antenas estão quebradas no único exemplar estudado, a esquerda no antenômero VIII e a direita, no VII. O escapo e os antenômeros III-VIII são semelhantes na proporção, forma e revestimento aos de Aruama viridis sp. nov.

Etimologia. Latim, incognitus = desconhecida, alusivo aos dados de procedência incompletos.

Necydalopsini

Abaiba gen. nov.

Espécie-tipo: Abaiba dimorphica. sp. nov.

Fronte quadrangular, profundamente sulcada e angulosa entre os tubérculos anteníferos, um pouco deprimida nas regiões laterais e limitada, a cada lado, por fina carena. Tubérculos anteníferos algo projetados, aproximados entre si e arredondados no topo. Região posterior, dorsal da cabeça, plana e alongada. Olhos finamente facetados; lobos oculares inferiores bem desenvolvidos, proeminentes, ocupam quase toda a região lateral da cabeça; faixa de ligação entre os lobos pouco mais estreita que um lobo superior; lobos superiores estreitos, tão afastados entre si quanto o triplo da largura de um lobo. Área malar curta, no maior comprimento com cerca de um terço da largura de um lobo ocular inferior. Mandíbulas delgadas, não angulosas e aguçadas no ápice. Artículo apical dos palpos maxilares e labiais os mais longos, cilíndricos, atenuados na base e no ápice, aspecto oval.

Antenas inermes, robustas, sem sulcos ou carenas, com evidente dimorfismo sexual. Nos machos, ultrapassam o ápice elitral em, pelo menos, três artículos; nas fêmeas, apenas ultrapassam o meio dos élitros. Escapo cilíndrico, engrossado, sem sulco ou depressão na base.

Protórax pouco mais longo que largo no macho, mais estreito anteriormente do que na base, constrito próximo à base e no terço anterior; lados providos de tubérculo mediano arredondado e projeções junto às constrições. Pronoto com duas gibosidades látero-anteriores, duas látero-posteriores e tubérculo alongado, mediano, na metade basal; deprimido no terço anterior e na base. Prosterno em aclive para o processo prosternal; este curvo, muito estreito entre as procoxas, subparalelo nos lados, até o ápice que alcança a região posterior das procoxas. Cavidades procoxais angulosas nos lados e abertas atrás. Processo mesosternal com um terço da largura da coxa média, paralelo nos lados e com estreito entalhe mediano apical. Cavidades mesocoxais fechadas nos lados. Mesepisternos largos; metepisternos bem alargados anteriormente e curvos na borda interna.

Escutelo pequeno, quadrangular. Élitros inteiros, com textura pouco rija; ultrapassam o ápice do abdômen; cada élitro com duas costas dorsais; epipleuras deiscentes apenas no terço basal; extremidades arredondadas e inermes.

Pernas curtas e bem delgadas. Procoxas cônicas, salientes e subcontíguas; mesocoxas globosas e salientes. Fêmures pedunculados e clavados; pedúnculos cilíndricos sem sulco ou carena; metafêmures alcançam o ápice do urosternito III. Tíbias cilíndrico-deprimidas, sem carenas. Metatarsômero I cerca de um terço mais longo que os dois seguintes somados.

Discussão. Necydalopsini Lacordaire, 1869, na região Neotropical, inclui apenas seis gêneros e 25 espécies, e é predominantemente sul-americana; apenas cinco espécies têm distribuição na América Central (Monné 2005; Monné & Giesbert 2006). Abaiba gen. nov. é incluído em Necydalopsini por apresentar: fronte quase vertical e quadrangular; procoxas cônicas, as cavidades procoxais não angulosas nos lados e as mesocoxais fechadas aos lados; metasterno inflado; metepisternos largos com a margem interna curva; metacoxas subcontíguas; abdômen cilíndrico (machos) e fêmures pedunculados, caracteres utilizados por Lacordaire (1869) para definir a tribo. O novo gênero, no aspecto geral, assemelha-se a Eucharassus Bates, 1885 que inclui seis espécies ocorrentes na Costa Rica, Panamá, Venezuela e Colômbia (Monné 2005).

Abaiba difere de Eucharassus pelos lobos oculares inferiores bem desenvolvidos ocupando quase toda a região lateral da cabeça; pelas genas curtas; pelas antenas dos machos robustas, sem sulcos ou carenas, e com o antenômero III mais curto que os seguintes; pelos élitros com costas; pelo processo mesosternal estreito, mas não laminiforme entre as mesocoxas; pelo protórax atenuado da base para o ápice, com tubérculo látero-mediano. Em Eucharassus os lobos oculares inferiores são mais curtos que as genas; as antenas são delgadas, com sulcos e carenas e o antenômero III é mais longo que o IV e o V; os élitros não apresentam costas; o processo mesosternal é laminiforme e o protórax é cilíndrico, sem tubérculo látero-mediano.

Etimologia. Tupi, abaíba = difícil, alusivo à alocação em tribo.

Abaiba dimorphica sp. nov.

(Figs. 4, 5)

Macho (Fig. 4). Tegumento castanho-escuro com o metasterno, urosternitos, clavas dos fêmures, tíbias e tarsos mais claros. Élitros bicolores: castanho-escuros até pouco além do meio e amarelo-alaranjados no restante.

Fronte opaca, subglabra, com pontos finos, esparsos, pouco aparentes e longas cerdas castanhas, eretas. Região posterior da cabeça finamente corrugada com cerdas esparsas. Genas, região circum-ocular e submento com longas cerdas amarelo-esbranquiçadas. Antenas robustas mais evidentemente os artículos I-V. Antenômeros III-XI opacos, muito fina e densamente pontuados a microcorrugados, revestidos com pilosidade castanha, densa. Escapo cerca de um quarto mais curto que o antenômero III, muito fina e densamente pontuado com pilosidade castanha curta, densa, entremeada por cerdas mais longas e eretas. Antenômero III subigual ao IV e mais curto que os V-IX que são subiguais em comprimento; o XI, pelo menos, vez e meia mais longo que o III.

Pronoto um pouco brilhante no disco, com microescultura rasa; gibosidades quase lisas e brilhantes; pilosidade castanha curta e deitada; terço anterior e região basal microcorrugados e mais opacos. Lados do protórax, como no disco do pronoto, com cerdas castanhas longas entremeadas com pilosidade curta. Prosterno brilhante, irregularmente pontuado-rugoso; pontos moderadamente grossos; pilosidade esparsa. Processo prosternal com pontos finos, rasos e densos. Meso- e metasterno brilhantes, quase sem pontos no disco; pilosidade curta, deitada e longas cerdas eretas mais aparentes nas regiões laterais e no disco do metasterno. Abdômen cilíndrico, nitidamente mais estreito que o metasterno. Urosternitos alongados, brilhantes, com pontos maiores que os do metasterno, rasos e esparsos; cerdas longas esparsas; urosternito V quase tão longo quanto o precedente, arredondado no ápice.

Escutelo opaco, revestido com pubescência castanha. Élitros muito densamente pontuado-rugosos; pontos moderadamente grossos, profundos, contíguos; pontos com microescultura; metade apical, com tegumento alaranjado e pontos mais rasos; pilosidade inaparente. Cada élitro com duas costas dorsais: a mais interna, pouco manifesta, inicia-se próximo do escutelo e estende-se até o meio dos élitros; a externa, bem aparente, inicia-se entre o úmero e o escutelo e estende-se até o quarto apical. Extremidades elitrais arredondadas em conjunto.

Fêmures brilhantes, com pontos muito esparsos; pedúnculos com cerdas amareladas mais densas e longas na face inferior, particularmente na dos pro- e mesofêmures; clavas com cerdas esparsas. Tíbias com pontuação e cerdas esparsas.

Fêmea (Fig. 5). Élitros amarelos, unicolores. Face ventral do corpo e apêndices castanho-claros. Antenas apenas ultrapassam o meio dos élitros. Antenômeros III-VI delgados na base e engrossados para o ápice, especialmente os III-IV; revestidos com pilosidade curta, muito densa em toda a superfície; principalmente nos antenômeros III-IV com aspecto de tufos de pêlos e cerdas mais longas na face inferior. Antenômeros III-V curtos, com comprimentos iguais, apenas mais longos que o escapo e o VI; VII-XI nitidamente encurtados, decrescentes e algo intumescidos; VIII com metade do comprimento do III; IX-XI mais curtos que metade do comprimento do III. Pronoto mais brilhante, a pontuação muito rasa e a pilosidade pouco aparente. Élitros com pontos grossos, profundos e muito densos em toda a superfície, não contíguos na metade basal e mais rasos na apical. Cada élitro com três costas; duas dorsais bem manifestas desde a base: a interna até quinto apical, a externa até quase o ápice; uma terceira costa, pouco manifesta e irregular sobre a epipleura, inicia-se logo após o úmero e une-se à dorsal externa próximo ao ápice. Metasterno menos inflado, a margem interna do metepisterno retilínea. Metacoxas algo afastadas, a projeção intercoxal do urosternito I, triangular. Urosternito I transverso, os seguintes mais alongados e estreitos; ápice do V transversalmente truncado. Clavas dos fêmures mais delgadas, com pontos maiores e mais densos, principalmente os posteriores. Metafêmures atingem ápice do urosternito III.

Dimensões, em mm, respectivamente macho/fêmea. Comprimento total 9,0-10,5/10,5; comprimento do protórax 1,1-1,4/1,4; largura do protórax 1,2-1,6/1,6; comprimento do élitro 6,2-7,9/8,3; largura umeral 1,9-2,6/2,5.

Material-tipo. Holótipo macho, COLÔMBIA, Boyacá (SFF, Santuário Fauna & Flora Guanenta); Iguaque, La Planada (5º 25'N, 73º27'W, 2850 m), 27.I-7.II.2001, P. Reina col., armadilha Malaise (IAHC). Parátipo macho, ditto, Iguaque, Cerro Pan de Azúcar (5º 25'N, 73º27'W, 3300 m) 12.IX-13.X.2001, P. Reina col., armadilha Malaise, (MZSP); parátipo fêmea, ditto, Iguaque, Cabaña Carrizal (5º 25'N, 73º27'W, 2850 m), 2-18.V.2001, P. Reina col., armadilha Malaise (MZSP).

Heteropsini

Unatara gen. nov.

Espécie-tipo. Unatara atinga sp. nov.

Cabeça pouco projetada à frente dos olhos. Fronte curta, transversa, subvertical, deprimida entre os tubérculos anteníferos. Estes não projetados e arredondados.

Olhos com granulação moderadamente fina; lobos oculares superiores ausentes; lobos inferiores bem desenvolvidos, proeminentes, ocupam quase toda a região lateral da cabeça. Genas curtas, arredondadas no ápice, com cerca de um terço da largura do lobo ocular inferior. Palpos maxilares cerca de um terço mais longos que os labiais; artículos apicais de ambos os mais longos, estreitados na base, depois alargados, com os lados subparalelos até os ápices, que são transversalmente truncados; quase duas vezes mais largos que os precedentes que são cônicos e subiguais. Mandíbulas delgadas, muito discretamente angulosas no terço apical e aguçadas no ápice. Região dorso-posterior da cabeça deprimida atrás dos tubérculos anteníferos, depois regularmente convexa.

Antenas (fêmea) ultrapassam o meio dos élitros por quase dois artículos; filiformes, inermes e sem carenas. Escapo cilíndrico, sem sulcos ou depressões, pouco mais longo que o antenômero III. Antenômeros III-X cilíndricos, ligeiramente expandidos para os ápices; III tão longo quanto o V; os demais apenas mais curtos que o III e com comprimentos subiguais; XI apenas mais curto que o III.

Protórax mais largo que longo, sem tubérculos laterais; bem constrito na base e menos constrito na margem anterior; maior largura no meio, quase igual à da margem anterior; lados subparalelos na metade anterior. Pronoto aplanado, algo irregular, sem gibosidades. Cavidades procoxais quase fechadas nos lados, abertas atrás. Processo prosternal triangular, muito estreito entre as procoxas, afilado para o ápice. Cavidades mesocoxais fechadas nos lados. Processo mesosternal com lados convergentes para o ápice, sem projeções articulares; na maior largura com cerca da metade de uma mesocoxa; ápice com entalhe mediano. Metepisternos estreitos com a margem interna sinuosamente estreitada para trás, finamente carenados em todo o comprimento. Processo intercoxal do urosternito I largo, arredondado no ápice.

Escutelo pequeno, transverso, arredondado no ápice. Élitros sem costas com extremidades arredondadas.

Pernas curtas. Pro- e mesocoxas globosas pouco mais elevadas que os processos intercoxais. Fêmures clavados com as abas apicais arredondadas; metafêmures não atingem a margem apical do urosternito III. Tíbias cilíndrico-deprimidas, sem carenas. Esporões tibiais curtos, o interno pouco mais longo. Tarsos curtos. Metatarsômero I subigual a II + III.

Discussão. Unatara gen. nov. é provisoriamente situado em Heteropsini. É característico pelos olhos sem lobos superiores, pela forma do protórax, pelo escapo mais longo que o antenômero III e pelas pernas muito curtas, o que permite seu pronto reconhecimento.

Etimologia. Tupi, una = besouro; atara = forasteiro, alusivo à alocação em tribo.

Unatara atinga sp. nov.

(Fig. 6)

Fêmea. Tegumento do corpo e dos apêndices negro, unicolor.

Cabeça opaca com pilosidade amarelo-esbranquiçada, longa, sedosa e esparsa, mais concentrada nas mandíbulas, nos tubérculos anteníferos e na região correspondente aos lobos oculares superiores. Fronte quase sem pontos. Tubérculos anteníferos com pontos grossos e irregulares. Dorso da região posterior, pontuado-rugosa. Mandíbulas grosseiramente pontuadas. Submento grosseiramente pontuado-rugoso com pêlos branco-amarelados, longos e sedosos.

Escapo fortemente opaco, com pontos moderadamente grossos (25x), algo ásperos, mais concentrados na base; pilosidade branco-amarelada, longa, sedosa e esparsa. Pedicelo e antenômeros III-VII opacos, com pontos moderadamente grossos, densos; pontuação mais fina nos V-VII, com pilosidade branco-amarelada esparsa e pêlos branco-amarelados, longos e sedosos na face inferior e nos ápices; VIII-XI finamente corrugados com pubescência branco-amarelada.

Pronoto brilhante, sem pontos, com estrias muito finas, rasas e densas em toda a superfície; deprimido em arco amplo na região anterior e na base; com duas elevações laterais pós-medianas, arredondadas, amplas e pouco manifestas e um pouco deprimido à frente das mesmas; essas elevações revestidas por pilosidade amarelada, sedosa e deitada, oblitera o tegumento; restante da superfície com pêlos escassos e eretos. Lados do protórax finamente corrugados, subglabros. Prosterno brilhante, subglabro, fina, densa e irregularmente estriado; processo prosternal microcorrugado. Mesosterno opaco com raros pontos grossos e rasos. Metasterno brilhante, fracamente microesculturado; com pontos finos, algo ásperos, muito esparsos no disco e pilosidade branco-amarelada, longa e sedosa mais aparente nas regiões laterais. Urosternitos brilhantes, quase sem pontos, com raros pêlos longos, branco-amarelados; urosternito V transverso, pouco atenuado para o ápice que é largamente truncado-arredondado.

Élitros opacos, sem pubescência, com pontos grossos, profundos e densos em toda a superfície; até corrugados na metade basal e mais finos e rasos no terço apical; com cerdas branco-amareladas, eretas, muito esparsas.

Fêmures com alguns pontos maiores no pedúnculo, as clavas com pontos finos muito esparsos; pilosidade branco-amarelada, esparsa. Tíbias com pontos grossos, rasos e cerdas esparsas.

Dimensões, em mm, fêmea. Comprimento total 7,0-7,5; comprimento do protórax 1,2-1,3; largura do protórax 1,3-1,5; comprimento do élitro 5,4-5,7; largura umeral 1,8-2,0.

Material-tipo. Holótipo fêmea, COLÔMBIA, Boyacá (SFF, Santuario Fauna & Flora Guanenta), Iguaque (Cabaña Mamaramos, 5º 25'N, 73º27'W, 2850 m), 30.VII-17.VIII.2000, P. Reina col., armadilha Malaise (IAHC). Parátipo fêmea, mesmos dados do holótipo, exceto: Iguaque (Quebrada Carrizal), 24.II-9.III.2001, P. Reina col. (MZSP).

Etimologia. Tupi: atinga = cabelo branco, alusivo à coloração da pilosidade.

Agradecimentos. A Albino M. Sakakibara, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná pela execução das fotografias; a Fernando Fernandez pelo envio de material para estudo; a Robin Clarke pela doação de espécimes para o MZSP.

Recebido em 28/11/2006; aceito em 27/04/2007

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2007
  • Data do Fascículo
    2007

Histórico

  • Aceito
    27 Abr 2007
  • Recebido
    28 Nov 2006
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