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EDITORIAL

Cara leitora, caro leitor,

Cadernos de Pesquisa 2011 com um novo design gráfico que, esperamos, juntamente com a qualidade das matérias, possa tornar a sua leitura mais agradável.

Também temos a satisfação de anunciar que a Fundação Carlos Chagas, em parceria com a biblioteca eletrônica SciELO Brasil, inaugura a coleção Educ@, de periódicos da área de educação. Como programa especial da Fapesp/Bireme que conta com o apoio do CNPq, a Scielo cresceu de modo a abranger atualmente 221 periódicos científicos brasileiros das diferentes áreas do conhecimento e também se expandiu para diversos países, tendo alcançado grande repercussão nacional e internacional. Seu crescimento, aliado à acelerada multiplicação das publicações acadêmicas no país, tornou imperioso o redimensionamento do trabalho realizado com os periódicos científicos em áreas específicas.

Educ@, a coleção temática que ora se inaugura, vem, pois, responder à necessidade de melhor atender as demandas das publicações de pesquisa no campo da educação - com centenas de títulos no país - e pode contribuir para ordenar a produção da área e fortalecê-la do ponto de vista do conteúdo, da forma, dos processos de apreciação por pares e da periodicidade, com base na utilização da metodologia SciELO. A admissão dos periódicos na coleção Educ@ será feita de acordo com critérios estabelecidos por um comitê científico altamente qualificado na área. Posteriormente outros tipos de textos também poderão ser incluídos. A aposta é que a mais ampla disseminação dos resultados de pesquisa por meio do acesso aberto e gratuito aos textos, facultado pela circulação on-line, poderá ter maior impacto nas políticas e práticas educativas, e contribuirá efetivamente para a melhoria da qualidade da educação.

Atendendo aos anseios gerais por melhor qualidade educativa, este número da revista traz um dossiê sobre Avaliação da qualidade da educação infantil, que enriquece a larga tradição de pesquisa da Fundação Carlos Chagas sobre a educação da criança pequena. Em sua apresentação Sandra Unbehaum oferece um panorama sintético do escopo, da abrangência e das perspectivas apontadas pelos artigos que integram o Tema em Destaque. Encabeça a seção, uma sólida investigação conduzida pelo Departamento de Pesquisas Educacionais em parceria com o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Em torno dela se reúnem estudos de teor semelhante realizados no exterior, bem como reflexões de pesquisadores experientes sobre as alternativas e os impactos das políticas educacionais voltadas a essa população, considerando a escolaridade posterior e o aprendizado ao longo da vida.

Mas a questão da qualidade da educação infantil não se esgota nos limites do dossiê. Na sessão Outros Temas, o estudo assinado por Heloisa Helena Genovese de Oliveira Garcia e seu orientador, Lino de Macedo, discute a relação entre escolas e famílias por meio da análise de reuniões de pais promovidas por instituições pré-escolares na cidade de São Paulo. Ao fazê-lo, os autores elucidam com outros dados da realidade brasileira aspectos abordados nas pesquisas do dossiê. Dânia Monteiro Vieira Costa e Cláudia Maria Mendes Gontijo, por sua vez, evidenciam mediante pesquisa em instituição que atende crianças de 2 a 6 anos de idade, a importância da brincadeira infantil para o desenvolvimento da linguagem oral.

Eliane Gonçalves analisa as representações relativas a mulheres sós na mídia brasileira, marcadas pelas polarizações de gênero, idade, posição social e origem geográfica.

Em meio às discussões atuais sobre a baixa atratividade da profissão docente e a crise da escola, o oportuno estudo de caráter histórico, realizado por Bruno Bontempi Jr. sobre a incorporação da Escola de Professores à Seção de Educação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo nos primórdios de sua criação, sugere que o desprestígio dos cursos de Pedagogia e Didática guarda certa relação com os conflitos e acomodações ocorridos no período.

Angela Maria Martins e Vandré Gomes da Silva sintetizam os principais achados de Estado da Arte sobre a gestão, autonomia e funcionamento de órgãos colegiados em escolas de educação básica entre 2000 e 2008.

Diante do apelo às políticas competitivas, tornado uma constante no campo da educação, o instigante artigo de Marcio da Costa e Mariane Campelo Koslinski focaliza a disputa por escolas públicas de boa qualidade na cidade do Rio de Janeiro, caracterizando os dispositivos postos em ação, seja pelas famílias em busca das melhores escolas, seja das escolas em busca dos melhores alunos, como recursos que operam nos moldes de um quase-mercado dissimulado.

Na seção Temas em Debate, Vanilda Paiva questiona a predominância dos esquemas fechados de interpretação nas áreas humanas ligadas à ação social e à educação nos cursos acadêmicos no Brasil, em contraposição à evolução dos estudos referentes à relação entre educação e trabalho no plano internacional.

Bom proveito das leituras.

As Editoras

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Set 2011
  • Data do Fascículo
    Abr 2011
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