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EDITORIAL

Roberto Amaral

Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia

Ao apresentar mais um número da revista Ciência da Informação, editada há 32 anos e pertencente ao reduzido elenco de publicações científicas brasileiras com efetiva presença internacional, quero dirigir-me aos seus leitores para formular alguns comentários sobre o fazer científico, o contexto socioeconômico e a urgência de mudanças.

Pobres, dependentes da força de seus músculos e do desempenho de seus processos mentais para assegurar a própria sobrevivência, são praticamente todos os povos do mundo e, em cada nação, mesmo naquelas mais poderosas e arrogantes, quase todas as pessoas. O que nos diferencia, empurra e mantém no Terceiro Mundo é a equação exasperante de exclusão social e de pobreza extrema – uma tragédia persistente e progressiva, tanto no plano dos bens materiais quanto no dos bens simbólicos.

Não é demais pretender que esse problema principal seja enfrentado em cada um dos campos em que refletimos sobre o homem e a natureza, em todas as dimensões desses objetos. Mas isso significa mudar de rumos, traçar nosso próprio Norte de pesquisa, considerar o real e estabelecer objetivos adequados ao nosso trabalho. Algo que reverte nossa tradicional dependência científica e cultural, sem excluir o diálogo e a participação na grande aventura humana.

Sei que mudar não é fácil. No caso do IBICT, editor desta revista e principal instrumento público na área das ciências da informação e comunicação, a mudança pode ser mais difícil ainda: instituição quase cinqüentenária, enfrentou transformações tecnológicas em ritmo vertiginoso e períodos de instabilidade administrativa que certamente consolidaram relações e sentimentos que reforçam o desejo da permanência, da estabilidade.

No entanto, o IBICT está mudando. Cabe-me e ao professor Nilson Lage, um executivo e acadêmico que convoquei para essa empreitada, dar o passo inicial para transfomar nossa instituição em órgão ágil, com produtos eficientes, e comprometido com os programas sociais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A agilidade é, aí, precondição para a estabilidade institucional em um meio que continuará a mudar permanentemente.

Tudo terá de ser feito com a melhor relação custo-benefício possível, com o maior entrosamento possível com os demais centros de pesquisa e as universidades, tendo por público-alvo não apenas cientistas e pesquisadores, mas igualmente aqueles que se podem beneficiar da informação científica e tecnológica – empresários, líderes comunitários, formadores de opinião, professores, estudantes, pais, mães, filhos, cidadãos.

Peço aos cientistas da informação que considerem o quanto sua adesão é importante para atingirmos um novo patamar nessa etapa da vida brasileira. E que ajudem, opinem, lutem a boa luta e saltem conosco por sobre o abismo da desesperança.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Set 2003
  • Data do Fascículo
    Ago 2003
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