Acessibilidade / Reportar erro

Diferentes arranjos para estudo de bordadura lateral em parcelas experimentais de milho-verde

Side border arrangement in experimental plots of green corn

Resumos

Visando ao estudo do uso de bordadura lateral em experimentos de avaliação de genótipos de milho-verde, testaram-se quatro arranjos para pré-especificar a disposição das linhas na parcela experimental básica. No arranjo 1, o estudo foi feito de forma que os efeitos convergissem para o centro da parcela. No arranjo 2, têm-se informações do efeito de bordadura de cada lado da parcela. No arranjo 3, as informações são obtidas em cada linha da parcela, e no arranjo 4, têm-se informações das linhas de cada lado da parcela em relação à parte central. Os dados utilizados foram provenientes de um ensaio de avaliação de 20 genótipos de milho-verde, coletados separadamente em cada linha da parcela, permitindo-se, desta maneira, utilizar o esquema de parcelas subdivididas. Os resultados obtidos possibilitam recomendar os arranjos 1 ou 2 para o estudo de bordadura lateral. Com relação à cultura de milho-verde, verificou-se que há necessidade de duas fileiras de bordadura lateral de cada lado da parcela.

Zea mays; cultivares; genótipos; disposição de linhas; métodos; cultivo de grãos


In order to study the use of side borders in green corn genotypes evaluation experiments, four arrangements were tested to pre-specify the number of rows in the basic experimental plot. In the arrange 1 the side border study was organized in a way that the results should converge to the center of the plot; in the arrange 2, information was obtained about each side border of the plot; for arrange 3, the information obtained quantifies this effect for each row of the plot; and arrange 4 has provided information about the effect of side related to the central portion of the plot. For this study, data from a 20 corn genotypes evaluation trial for in natura consumption were utilized. Data were separately annotated for each row of the plot, thus permitting utilization of the split-plot scheme. In similar condition arrange 1 or 2 may be recommended for lateral border study, and for corn in natura consumption a two-row side border is required for each side of the plot.

Zea mays; cultivars; genotypes; band placement; evaluation; methods; grain crops


DIFERENTES ARRANJOS PARA ESTUDO DE BORDADURA LATERAL EM PARCELAS EXPERIMENTAIS DE MILHO-VERDE1 1 Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000. 2 Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email: sueli@mat.ufg.br 3 Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email: seraphin@mat.ufg.br 4 Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO. 5 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email: zimmermann@cnpaf.embrapa.br

SUELI MARTINS DE FREITAS ALVES2 1 Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000. 2 Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email: sueli@mat.ufg.br 3 Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email: seraphin@mat.ufg.br 4 Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO. 5 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email: zimmermann@cnpaf.embrapa.br , JOSÉ CARLOS SERAPHIN3 1 Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000. 2 Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email: sueli@mat.ufg.br 3 Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email: seraphin@mat.ufg.br 4 Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO. 5 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email: zimmermann@cnpaf.embrapa.br , ÁLVARO ELEUTÉRIO DA SILVA4 1 Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000. 2 Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email: sueli@mat.ufg.br 3 Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email: seraphin@mat.ufg.br 4 Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO. 5 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email: zimmermann@cnpaf.embrapa.br e FRANCISCO JOSÉ P. ZIMMERMANN5 1 Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000. 2 Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email: sueli@mat.ufg.br 3 Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email: seraphin@mat.ufg.br 4 Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO. 5 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email: zimmermann@cnpaf.embrapa.br

RESUMO - Visando ao estudo do uso de bordadura lateral em experimentos de avaliação de genótipos de milho-verde, testaram-se quatro arranjos para pré-especificar a disposição das linhas na parcela experimental básica. No arranjo 1, o estudo foi feito de forma que os efeitos convergissem para o centro da parcela. No arranjo 2, têm-se informações do efeito de bordadura de cada lado da parcela. No arranjo 3, as informações são obtidas em cada linha da parcela, e no arranjo 4, têm-se informações das linhas de cada lado da parcela em relação à parte central. Os dados utilizados foram provenientes de um ensaio de avaliação de 20 genótipos de milho-verde, coletados separadamente em cada linha da parcela, permitindo-se, desta maneira, utilizar o esquema de parcelas subdivididas. Os resultados obtidos possibilitam recomendar os arranjos 1 ou 2 para o estudo de bordadura lateral. Com relação à cultura de milho-verde, verificou-se que há necessidade de duas fileiras de bordadura lateral de cada lado da parcela.

Termos para indexação: Zea mays, cultivares, genótipos, disposição de linhas, métodos, cultivo de grãos.

SIDE BORDER ARRANGEMENT IN EXPERIMENTAL PLOTS OF GREEN CORN

ABSTRACT - In order to study the use of side borders in green corn genotypes evaluation experiments, four arrangements were tested to pre-specify the number of rows in the basic experimental plot. In the arrange 1 the side border study was organized in a way that the results should converge to the center of the plot; in the arrange 2, information was obtained about each side border of the plot; for arrange 3, the information obtained quantifies this effect for each row of the plot; and arrange 4 has provided information about the effect of side related to the central portion of the plot. For this study, data from a 20 corn genotypes evaluation trial for in natura consumption were utilized. Data were separately annotated for each row of the plot, thus permitting utilization of the split-plot scheme. In similar condition arrange 1 or 2 may be recommended for lateral border study, and for corn in natura consumption a two-row side border is required for each side of the plot.

Index terms: Zea mays, cultivars, genotypes, band placement, evaluation, methods, grain crops.

INTRODUÇÃO

O efeito de competição entre plantas de parcelas adjacentes pode fazer com que o desempenho de determinados genótipos seja alterado, afetando a comparação entre eles. Este efeito afeta a precisão experimental, e pode variar entre espécies, cultivares, experimentos, e até mesmo de acordo com os caracteres avaliados (Gomez & Gomez, 1984; Silva et al., 1991).

Para minimizar a influência mútua entre parcelas adjacentes, pode-se utilizar fileiras externas nas parcelas, ou seja, bordadura lateral, as quais não são aproveitadas para a obtenção dos dados experimentais. Estas fileiras aumentarão o tamanho da parcela, e podem acarretar um aumento da heterogeneidade entre parcelas, e, por conseguinte, um maior erro experimental (Valentini et al.,1988). Embora essas fileiras muitas vezes sejam necessárias, seu uso sistemático e indiscriminado e sem nenhum estudo prévio deve ser evitado.

Para verificar se realmente se justifica o uso de fileiras de bordadura, um método comumente empregado é o proposto por Gomez & Gomez (1984), que consiste em impor um delineamento em parcelas subdivididas sobre o delineamento original do experimento, onde as subparcelas têm uma disposição pré-especificada.

Nas pesquisas de competição de cultivares, realizadas em diversas culturas com o objetivo de avaliar a necessidade de fileiras de bordadura lateral, verifica-se que quando há efeito de competição, o número de fileiras a serem descartadas de cada lado da parcela varia conforme a cultura. Em culturas como milho para grão, em que o espaçamento entre linhas é grande, geralmente uma linha de bordadura de cada lado pode ser suficiente (Gomez & Gomez, 1984). Para culturas como arroz, em que o espaçamento entre linhas é menor, Gomez (1972) e Zimmermann (1980) recomendam o uso de duas fileiras de bordadura lateral, como forma de aumentar a precisão experimental. Porém, quando não é detectada influência significativa das bordaduras sobre os resultados obtidos nas fileiras centrais, estas tornam-se desnecessárias, como foi verificado na cultura de feijão por Arruda (1959), Vieira (1964) e Valentini et al. (1988). Embora o tema bordadura já tenha sido abordado em várias culturas, não se tem informação sobre milho-verde, cultura esta que apresenta uma importância econômica e social bastante significativa.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de bordadura lateral em experimentos de avaliação de genótipos de milho-verde.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dados utilizados neste trabalho foram provenientes de um ensaio de avaliação de 20 genótipos de milho-verde: AGROMEN 2012; XL 660; XL 655; XL 604; C 742; C 505; AG 519; AG 951; AG 4591; AG 7391; PIONEER 3232; DINA 170; AG 1051; EMGOPA 501; AG 603; BR 112; BR 106; BR 126; CMS 39; CMS 50 X 28. Este ensaio foi instalado no mês de maio de 1995, na estação experimental da Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão, localizada no município de Santo Antônio de Goiás, GO.

O delineamento utilizado foi o de blocos completos casualizados, com quatro repetições. As parcelas experimentais foram compostas de seis linhas de 5 m de comprimento, com espaços, entre si, de 0,90 m, com uma densidade de cinco plantas por metro linear.

Por ocasião da colheita, todas as fileiras foram avaliadas quanto à altura da planta em cm (do nível do solo à folha bandeira; média de 10 plantas competitivas) e peso de espiga com palha (kg/ha).

Para medir o efeito de bordadura lateral, utilizou-se o método proposto por Gomez & Gomez (1984). A parcela experimental básica é subdividida em pares das linhas externas, pares das linhas adjacentes às linhas externas e assim sucessivamente até as linhas centrais. Esta disposição das linhas corresponde ao primeiro arranjo proposto. Outros três arranjos foram propostos para pré-especificar a disposição das linhas na parcela experimental básica.

No arranjo 1, as parcelas foram subdivididas em três posições: P1 (linha 1 e linha 6), P2 (linha 2 e linha 5) e P3 (linha 3 e linha 4). No arranjo 2, as parcelas também foram subdivididas em três posições: P1 (linha 1 e linha 2), P2 (linha 5 e linha 6) e P3 (linha 3 e linha 4). No arranjo 3, as parcelas foram subdivididas em seis posições, uma para cada linha e, no arranjo 4, elas foram subdivididas em cinco posições: P1 (linha 1), P2 (linha 2), P3 (linha 3 e linha 4), P4 (linha 5) e P5 (linha 6). Após a obtenção de cada arranjo, com relação a cada caráter estudado, foram efetuadas análises de variância considerando o modelo matemático do delineamento em blocos completos casualizados, com parcelas subdivididas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A confiabilidade dos resultados obtidos em um experimento depende do controle do erro experimental; assim, a correta interpretação desses experimentos depende da precisão com que foram planejados, instalados e conduzidos. Como indicador da precisão experimental pode-se utilizar o coeficiente de variação. Na Tabela 1, pode-se observar que as estimativas do coeficiente de variação referente à variável altura das plantas (ALTPL) foram relativamente baixas em comparação com as encontradas na variável peso das espigas com palha (PEP), provavelmente pelo fato de a influência dos efeitos ambientais ser mais intensa sobre este último caráter. Segundo a classificação dos coeficientes de variação na cultura de milho proposta por Scapim et al. (1995), as estimativas obtidas na variável ALTPL encontram-se altas nas parcelas, e médias nas subparcelas, e na variável PEP variam de médio a alto nas parcelas e médio nas subparcelas. Verifica-se, também, que os quadrados médios residuais, e, conseqüentemente, os coeficientes de variação nos dois primeiros arranjos foram menores, conferindo, assim, aos arranjos 1 e 2, maior precisão em comparação com os arranjos 3 e 4.

Na Tabela 1, verifica-se, ainda, que, no que diz respeito à variável peso de espigas com palha, houve, em todos os arranjos, um efeito significativo de posição; também foi detectado, nos arranjos 1, 2 e 3, um efeito significativo na interação genótipo x posição. Observa-se, também, que os quadrados médios do efeito de posição são consideravelmente maiores do que os quadrados médios da interação, o que confere ao efeito de posição uma magnitude maior para a estatística F.

O estudo do desdobramento de posição dentro de cada genótipo é apresentado nas Tabelas 2, 3, 4 e 5, nas quais pode-se observar que o efeito de competição variou entre os genótipos. Na Tabela 2, arranjo 1, constata-se que na variável ALTPL, 17 dos 20 genótipos estudados não apresentaram diferenças significativas entre as posições, e apenas os genótipos AGROMEN 2012, DINA 170 e BR 112 apresentaram altura estatisticamente superior na posição mais central da parcela, ou seja, as posições mais externas poderiam ter sofrido influência das parcelas adjacentes. O efeito de bordadura, não tem sido muito freqüente em relação a esta variável, como se pode verificar em Zimmermann (1980) em arroz, Valentini et al. (1988) em feijão, e Silva et al. (1991) em milho irrigado.

No arranjo 1 (Tabela 3), arranjo 2 (Tabela 4) e arranjo 3 (Tabela 5), a variável peso de espigas com palha, apresentou diferenças significativas entre as posições em 6, 4 e 5 dos 20 genótipos estudados, respectivamente. Nesses materiais foi verificado, em relação ao arranjo 1 (Tabela 3), um decréscimo na produção da posição externa variando entre 12,18% e 25,17%, e na posição contígua à externa, entre 22,00% e 34,14%, em comparação com a posição central. Em relação ao arranjo 2 (Tabela 4), o decréscimo na produção da posição central variou de 9,75% a 23,30% na posição 1 e de 17,38% a 36,00% na posição 2. No arranjo 3 (Tabela 5), este decréscimo em relação a média de P3 e P4 variou de 18,35% a 28,44% na posição 1, de 13,00% a 28,25% na posição 2, de 22,90% a 40,00% na posição 5, e de 28,61% a 31,99% na posição 6. A interpretação desses resultados deve ser feita de forma diferenciada, uma vez que no arranjo 1 o efeito da bordadura é estudado de forma que os resultados convirjam para o centro da parcela; no arranjo 2, têm-se informações do efeito que ocorre de cada lado da parcela e no arranjo 3, as informações são obtidas individualmente em cada linha. Contudo, esses resultados mostram que as posições externas poderiam ter sofrido influência das parcelas adjacentes, caracterizando, assim, a possibilidade de esses materiais terem baixa capacidade de competição intergenotípica.

Pelas Tabelas 3 e 4, percebe-se também que a forma como foram arranjadas as linhas interferiu nos resultados obtidos nos genótipos C742 e BR 112, que, em relação ao arranjo 1 (Tabela 3), apresentaram diferenças estatísticas entre as posições, enquanto no arranjo 2 (Tabela 4) verifica-se que as diferenças entre as posições não foram significativas, sugerindo, assim, que não houve efeito de competição entre esses materiais, de cada lado da parcela. A partir dessas observações, levanta-se a hipótese de que quando se têm materiais com tipo de interferência diferenciada de cada lado da parcela, os arranjos 1 e 2 apresentam resultados semelhantes, mas quando os materiais apresentam o mesmo tipo de interferência de cada lado da parcela, os resultados obtidos por esses arranjos são diferentes.

Com relação ao arranjo 3 (Tabela 5), observa-se que 85% dos materiais estudados apresentaram informações semelhantes às dos arranjos 1 e 2. A ausência de interação genótipo x posição obtida através da utilização do arranjo 4 (Tabela 1), indica que o efeito de bordadura sobre os genótipos avaliados foram semelhantes, porém mesmo neste caso deve-se levar em consideração o efeito significativo da posição, pois a menor produção das linhas externas poderia acarretar subestimativas de rendimentos caso elas fossem consideradas na análise do experimento.

Considerando que nos arranjos 1, 2 e 3, 30%, 20% e 25% respectivamente, dos materiais estudados poderiam ter sofrido influência da parcela adjacente, uma vez que o rendimento desses materiais foi afetado e que esta influência poderia prejudicar a comparação entre os tratamentos, recomenda-se, a partir dessas informações, o uso de duas fileiras de bordadura de cada lado da parcela experimental. Contudo, recomendam-se mais pesquisas a fim de determinar se uma fileira de bordadura lateral como empregado hoje pelos pesquisadores em seus ensaios não está levando a uma subestimação do rendimento de alguns genótipos.

Com base nessas informações, analisaram-se os dados da variável PEP, considerando a área útil e a área total da parcela. Observa-se, pela Tabela 6, que a comparação entre os tratamentos foi alterada, ficando os genótipos DINA 170, BR 126 e XL 655 prejudicados quando se consideraram todas as linhas da parcela na análise do experimento, pois esses materiais apresentaram redução, no rendimento, em 19,77%, 15,44% e 9,25% respectivamente. Esses resultados mostram que o uso de fileiras de bordadura lateral muitas vezes deve ser recomendado como forma de aumentar a precisão experimental e evitar recomendações inadequadas de genótipos.

CONCLUSÕES

1. Todos os arranjos permitem verificar que há necessidade de bordadura lateral

2. O arranjo 1, no qual o efeito de bordadura é estudado de forma que os resultados convirjam para o centro da parcela, e o arranjo 2, no qual este efeito é estudado de cada lado da parcela, são os que apresentam maior precisão nos resultados.

3. Em estudos com a cultura de milho-verde é necessário o uso de duas fileiras de bordadura lateral de cada lado da parcela.

4. A competição afeta a comparação entre os tratamentos.

  • ARRUDA, H.V. Sobre a necessidade de fileiras de bordadura, em experięncias de campo. Bragantia, Campinas, v.18, n.1, p.101-106, 1959.
  • GOMEZ, K.A. Border effects in rice experimental plots. II. Varietal compettion. Experimental Agriculture, Cambridge, Gră-Bretanha, v.8, p.295-298, 1972.
  • GOMEZ, K.A.; GOMEZ, A.A . Statistical procedures for agricultural research New York : J. Willey & Sons, 1984. 680p.
  • SCAPIM, C.A.; CARVALHO, C.G.P. de; CRUZ, C.D. Uma proposta de classificaçăo dos coeficientes de variaçăo para a cultura do milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.30, n.5, p.683-686, maio 1995.
  • SILVA, P.S.L.; SOUZA, P.G.; MONTENEGRO, E.E. Efeito de bordaduras nas extremidades de parcelas de milho irrigado. Revista Ceres, Viçosa, v.38, n.216, p.101-107, 1991.
  • VALENTINI, L.; VIEIRA, C.; CONDÉ, A.R.; CARDOSO, A.A. Fileiras de bordadura em ensaios de competiçăo entre variedades de feijăo. Cięncia e Cultura, Săo Paulo, v.40, n.10, p.1004-1007, out. 1988.
  • VIEIRA, C. Melhoramento do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) no Estado de Minas Gerais. I. Ensaios comparativos e de variedades realizados no período de 1956 a 1961. Experientiae, v.4, p.1-68, 1964.
  • ZIMMERMANN, F.J.P. Efeito de bordadura em parcelas experimentais de arroz de sequeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.15, n.3, p.297-300, jul. 1980.
  • 1
    Aceito para publicação em 10 de janeiro de 2000.
    2
    Eng. Agrôn., M.Sc., Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade Federal de Goiás (UFG), Caixa Postal 131, CEP 74001970 Goiânia, GO. Email:
    3
    Eng. Agrôn., Ph.D., IME, UFG. Email:
    4
    Eng. Agrôn., Ph.D., Agência Rural, Diretoria de Pesquisa, Caixa Postal 331, CEP 74610060 Goiânia, GO.
    5
    Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), Caixa Postal 179, CEP 75375000 Santo Antônio de Goiás, GO. Email:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Mar 2001
    • Data do Fascículo
      Nov 2000

    Histórico

    • Aceito
      10 Jan 2000
    Embrapa Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento; Pesquisa Agropecuária Brasileira Caixa Postal 040315, 70770-901 Brasília DF Brazil, Tel. +55 61 3448-1813, Fax +55 61 3340-5483 - Brasília - DF - Brazil
    E-mail: pab@embrapa.br