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Avaliação de genótipos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre

Evaluation of cassava genotypes in different harvesting times in the State of Acre, Brazil

Resumos

No Estado do Acre, a mandioca tem grande importância econômica e social, constituindo-se num dos principais produtos básicos da alimentação da população, principalmente na forma de farinha, mas com grande potencial também para o consumo in natura. O objetivo deste trabalho foi avaliar genótipos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre. Foram avaliados dez genótipos de mandioca em quatro épocas de colheita utilizando o delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, em esquema de parcelas subdivididas, sendo as épocas as parcelas e os genótipos as subparcelas, nas safras 1999/2000 e 2000/2001. Os genótipos MD-33 e Pão apresentaram alto rendimento de raízes e resistência à podridão radicular; o primeiro é indicado para a industrialização e o segundo para o consumo in natura. A colheita aos 14 meses após o plantio proporcionou o maior rendimento de raízes, mas apresentou maior incidência de podridão radicular. O teor de amido e a incidência de podridão radicular variaram em razão dos genótipos e épocas de colheita avaliados.

Manihot esculenta; podridão da raiz; raiz; produto fresco; produto a base de amido; rendimento


The cassava has a great economical and social importance as a basic food for the population of the State of Acre, Brazil. It is used to produce flour and it has a great potential for fresh consumption too. The aim of this work was to evaluate genotypes of cassava at different harvesting times in the State of Acre, Brazil. Ten cassava genotypes were evaluated at four harvesting times in a randomized block experimental design, arranged in a split-plot scheme with four replications, with the harvesting time in the plots and the genotypes in the subplots, during the 1999/2000 and 2000/2001 seasons. The MD-33 and Pão genotypes presented high root yield and resistance to the root rot. The MD-33 genotype is indicated for industrialization and the Pão genotype for fresh consumption. Harvesting 14 months after planting resulted in the highest root yield, but presented the highest incidence of root rot. The starch content and root rot incidence varied in the different genotypes and harvesting times evaluated.

Manihot esculenta; root rots; roots; fresh products; starch products; yields


NOTAS CIENTÍFICAS

Avaliação de genótipos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre

Evaluation of cassava genotypes in different harvesting times in the State of Acre, Brazil

Hélia Alves de MendonçaI; Geraldo de Melo MouraII; Elden Teixeira CunhaI

IEmbrapa-Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, Caixa Postal 321, CEP 69908-970 Rio Branco, Acre. E-mail: helia@cpafac.embrapa.br

IIRua Estácio de Sá, 92 B, José Augusto, CEP 69908-050 Rio Branco, AC

RESUMO

No Estado do Acre, a mandioca tem grande importância econômica e social, constituindo-se num dos principais produtos básicos da alimentação da população, principalmente na forma de farinha, mas com grande potencial também para o consumo in natura. O objetivo deste trabalho foi avaliar genótipos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre. Foram avaliados dez genótipos de mandioca em quatro épocas de colheita utilizando o delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, em esquema de parcelas subdivididas, sendo as épocas as parcelas e os genótipos as subparcelas, nas safras 1999/2000 e 2000/2001. Os genótipos MD-33 e Pão apresentaram alto rendimento de raízes e resistência à podridão radicular; o primeiro é indicado para a industrialização e o segundo para o consumo in natura. A colheita aos 14 meses após o plantio proporcionou o maior rendimento de raízes, mas apresentou maior incidência de podridão radicular. O teor de amido e a incidência de podridão radicular variaram em razão dos genótipos e épocas de colheita avaliados.

Termos para indexação:Manihot esculenta, podridão da raiz, raiz, produto fresco, produto a base de amido, rendimento.

ABSTRACT

The cassava has a great economical and social importance as a basic food for the population of the State of Acre, Brazil. It is used to produce flour and it has a great potential for fresh consumption too. The aim of this work was to evaluate genotypes of cassava at different harvesting times in the State of Acre, Brazil. Ten cassava genotypes were evaluated at four harvesting times in a randomized block experimental design, arranged in a split-plot scheme with four replications, with the harvesting time in the plots and the genotypes in the subplots, during the 1999/2000 and 2000/2001 seasons. The MD-33 and Pão genotypes presented high root yield and resistance to the root rot. The MD-33 genotype is indicated for industrialization and the Pão genotype for fresh consumption. Harvesting 14 months after planting resulted in the highest root yield, but presented the highest incidence of root rot. The starch content and root rot incidence varied in the different genotypes and harvesting times evaluated.

Index terms:Manihot esculenta, root rots, roots, fresh products, starch products, yields.

A mandioca (Manihot esculenta L.) é um alimento básico de milhões de habitantes dos trópicos de todo o mundo. No Brasil, é cultivada em quase todas as regiões, sendo utilizada principalmente sob a forma de farinha e outros produtos industrializados. Apesar de não existirem dados estatísticos, o consumo de mandioca de mesa no Brasil é muito grande. A maior parte dessa mandioca é produzida em culturas de "fundo de quintal", cuja produção não passa por processo organizado de comercialização (Carvalho et al., 1995).

No Estado do Acre, a cultura da mandioca apresenta expressiva importância econômica e social, constituindo-se num dos produtos básicos da alimentação da população, principalmente na forma de farinha. Porém, existe um grande potencial para o consumo in natura. A produtividade no Estado é em torno de 18 t/ha (IBGE, 2002). Apesar de estar acima da média nacional (13,5 t/ha), está muito aquém do potencial produtivo da espécie, que é em torno de 60 t/ha (Cock, 1990).

A mandioca para consumo in natura, também conhecida como mandioca mansa, aipim ou macaxeira, caracteriza-se por apresentar baixo teor de ácido cianídrico (HCN), abaixo de 50 mg/kg de polpa de raízes frescas. Níveis superiores a 100 mg/kg são verificados em genótipos denominados "bravos", existindo ainda um terceiro grupo classificado como intermediário, em que os teores de HCN estão entre 50 e 100 mg/kg (Bolhuis, 1954).

As raízes dos genótipos de mandioca com elevados teores de HCN são destinadas à fabricação de farinha, enquanto as com baixos conteúdos deste ácido são consumidas cozidas, fritas, na forma de bolos e outras modalidades. As mandiocas mansas não são utilizadas na fabricação de farinhas, pois, segundo Carvalho et al. (1995), originam um produto com sabor adocicado, de pouca aceitação no mercado.

No Estado do Acre existem algumas cultivares de mandioca recomendadas para a produção de farinha (Moura, 1998) mas não para consumo in natura.

A determinação da época de colheita é um fator essencial no rendimento das cultivares. O desconhecimento do ciclo pode acarretar prejuízos aos produtores, pois se a mandioca for colhida cedo ocorre perda de produtividade por ainda não ter atingido o máximo de acúmulo de matéria seca, e se colhida tarde, o índice de podridão radicular, causada pelo fungo Phytophthora drechsleri Tuker, aumenta, além de manter a área ocupada por tempo superior ao necessário (Moura, 1998). Carvalho et al. (1993) constataram que aos 20 meses após o plantio, as seis cultivares avaliadas apresentaram alta produtividade de raízes, maiores teores de amido e menor teor de umidade. No entanto, Moura (1998), avaliando cultivares e épocas de colheita de mandioca no Acre, verificou que a melhor época de colheita é condicionada ao genótipo.

A podridão radicular ataca plantas jovens e adultas, causando murcha repentina, severo desfolhamento e podridão das raízes (Lorenzi & Dias, 1993). No Estado do Acre este é um dos problemas fitotécnicos mais graves, em razão do alto índice pluvial da região, e pelo fato de os produtores não terem o hábito de colher o mandiocal de uma só vez. Assim, a parte que permanece no campo, além de extrapolar o ciclo da cultivar, contribui para aumentar a porcentagem de raízes podres (Moura & Silva, 1997). Os prejuízos causados por essa doença podem chegar a 100%, dependendo da época de colheita e da suscetibilidade da cultivar (Lorenzi & Dias, 1993).

O objetivo deste trabalho foi avaliar genótipos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre.

O trabalho foi realizado no campo experimental da Embrapa-Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, localizado no Município de Rio Branco (9o58'29" S de latitude e 67o58'29" W de longitude), de outubro de 1999 a dezembro de 2001. O solo da área pertence à classe Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico (Acre, 2000). O ecossistema da região é de floresta tropical úmida, com temperatura média anual de 24,3°C, umidade relativa do ar de 84%, pluviosidade média anual de 1.860 mm, com período chuvoso de outubro a abril (média mensal de 225 mm) e déficit hídrico nos meses de junho a setembro (média mensal de 57 mm) (Boletim Agrometeorológico, 1995).

Foram avaliados dez genótipos de mandioca em quatro épocas de colheita utilizando o delineamento de blocos casualizados com quatro repetições, com parcelas subdivididas; as épocas (8, 10, 12 e 14 meses após o plantio, respectivamente nos meses de junho, agosto, outubro e dezembro) constituíram as parcelas, e os genótipos (Pão, Branquinha, Paxiubão, Manteiguinha, Manteiguinha Pólo Agroflorestal, Agromazon II, Agromazon III, MD-33, MX-26 e MX-2) as subparcelas, nas safras 1999/2000 e 2000/2001. As subparcelas consistiram de cinco linhas com cinco plantas/linha, num total de 25 plantas, dispostas no espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,6 m entre plantas, com área útil de 5,40 m2, referente às nove plantas das três linhas centrais, sendo as duas linhas laterais consideradas como bordadura.

Os plantios foram realizados em outubro de 1999 e 2000 utilizando-se manivas de 20 cm de comprimento. O preparo da área constou de uma gradagem pesada e duas gradagens niveladoras sem adubação nem correção do solo, práticas estas não utilizadas pelos produtores da região. Na safra 2000/2001, o genótipo Paxiubão foi substituído por Baianinha Roxa.

Avaliaram-se os seguintes caracteres: altura da planta, rendimento de matéria verde da parte aérea, rendimento de raiz, porcentagem de raízes com podridão radicular, teor de amido (%), porcentagem de matéria seca e teor de ácido cianídrico na polpa fresca de raízes.

Por ocasião da colheita, determinaram-se os teores de matéria seca utilizando-se o método da balança hidrostática (Grossman & Freitas, 1950), e teor de ácido cianídrico pelo método de Williams & Edwards (1980). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Na safra 1999/2000, houve diferença significativa pelo teste F (P<0,01) entre os genótipos e épocas em relação a todas as características avaliadas, exceto teor de ácido cianídrico na polpa fresca de raízes.

Os genótipos Pão e MD-33 foram os mais produtivos, com rendimento médio de 49,58 t/ha e 44,04 t/ha de raiz, respectivamente (Tabela 1). O genótipo menos produtivo foi Manteiguinha, com 19,85 t/ha de raiz. Além do alto rendimento, os genótipos Pão e MD-33 estiveram entre os que apresentaram maior rendimento de matéria verde da parte aérea, 40,05 t/ha e 36,57 t/ha, respectivamente. Não diferiram dos genótipos Branquinha, Paxiubão, Manteiguinha e Agromazon III. No entanto, o genótipo Pão foi o que apresentou menor altura de planta (2,55 m), o que pode ser atribuído à característica do material, e o genótipo MD-33, a maior altura de planta (3,65 m), diferindo, estatisticamente, dos demais genótipos.

Os genótipos MD-33, Paxiubão e Agromazon II apresentaram altos teores de HCN na polpa de raiz fresca, 93,75, 89,69 e 79,38 mg/kg, respectivamente, e são impróprios para consumo in natura. Os demais genótipos apresentaram teores de HCN abaixo de 50 mg/kg na polpa de raiz fresca (Tabela 1).

O teor de amido em mandioca varia de 21% a 33%, sendo particularmente importante naquelas a serem industrializadas. Nesse caso, o ideal é que a cultivar apresente pelo menos 30% de amido (Conceição, 1979). Na safra 1999/2000 esse teor variou de 27,99% a 31,04% e a porcentagem de matéria seca, de 32,64% a 35,69% (Tabela 1). Os genótipos MX-2, Branquinha, Pão, MX-26, Agromazon III e Paxiubão apresentaram teores mais elevados de amido (acima de 30%) e maior porcentagem de matéria seca (Tabela 1).

A quarta época de colheita (14 meses após o plantio) foi a que apresentou, em média, maior rendimento de raiz (42,87 t/ha), de matéria verde da parte aérea (43,10 t/ha) e altura de planta (3,21 m), o que pode ser atribuído ao maior ciclo dos genótipos, porém também apresentou maior incidência de podridão radicular (4,06%) e teores de amido e porcentagem de matéria seca intermediários (Tabela 1). O teor de amido e a porcentagem de matéria seca foram maiores nas duas primeiras épocas de colheita (8 e 10 meses após o plantio). Esses resultados são discordantes dos de Fukuda & Borges (1990) e Moura (1998), os quais obtiveram acréscimos nessas variáveis quando a colheita foi realizada mais tarde.

A interação genótipos x épocas de colheita, em relação à porcentagem de podridão radicular, foi significativa pelo teste F (P<0,01), indicando que existem genótipos mais suscetíveis à podridão das raízes em razão da época de colheita. Portanto, esses genótipos devem ser colhidos mais cedo (antes do início das chuvas), para evitar o aparecimento da doença, uma vez que os maiores danos causados pelo patógeno ocorrem sob alta umidade. Nas duas primeiras épocas de colheita não houve diferença significativa entre os genótipos quanto à porcentagem de raízes com podridão, no entanto, na terceira época (12 meses após o plantio), os genótipos Manteiguinha e Manteiguinha Pólo Agroflorestal foram os que apresentaram maior porcentagem de raízes doentes (Tabela 1). Na quarta época, além desses dois genótipos, Pão, Branquinha, MD-33 e Agromazon II foram os que apresentaram maior porcentagem de raízes com podridão, não havendo diferença estatística significativa entre eles. Apesar de ter havido diferença significativa entre os genótipos quanto à porcentagem de raízes com podridão, e a quarta época de colheita ter apresentado, em média, maior porcentagem de raízes doentes, esta foi baixa em todos os genótipos avaliados nas quatro épocas de colheita, pois, de acordo com Lopes et al. (1978), genótipos que apresentam de 0% a 5% de raízes com podridão são considerados resistentes; de 5% a 20%, moderadamente resistente. Portanto, todos os genótipos avaliados nesse estudo são resistentes ou moderadamente resistentes à podridão radicular.

Além da porcentagem de raízes com podridão, o teor de amido e porcentagem de matéria seca apresentaram interação genótipos x épocas de colheita significativa (P<0,01), indicando que esses caracteres também variam em função do genótipo e da época de colheita.

Na safra 2000/2001 houve diferença significativa pelo teste F (P<0,01) entre os genótipos em todas as características avaliadas. Nas épocas de colheita houve diferença significativa (P<0,01) em relação ao rendimento de raiz, rendimento de matéria verde da parte aérea, altura da planta e porcentagem de raiz com sintomas de podridão radicular.

O genótipo MD-33 foi o mais produtivo, seguido pelos genótipos Pão e Baianinha Roxa, apresentando 54,24 t/ha, 44,04 t/ha e 42,10 t/ha de raiz, respectivamente (Tabela 2). O menos produtivo foi Manteiguinha, com rendimento médio de 20,20 t/ha de raiz, sendo estatisticamente inferior ao demais genótipos. Novamente, os genótipos MD-33 e Agromazon II apresentaram teores de ácido cianídrico superiores a 50 mg/kg na polpa fresca de raiz.

Em relação ao rendimento de matéria verde da parte aérea, os genótipos Baianinha Roxa, Agromazon III e Branquinha foram os mais produtivos com 37,77 t/ha, 37,46 t/ha e 34,12 t/ha, respectivamente. O genótipo Pão, nessa safra, também apresentou uma das menores alturas (2,48 m) e o MD-33, a maior altura de planta (3,25 m).

O teor de amido variou de 28,54% a 32,79%, e a porcentagem de matéria seca, de 33,19% a 37,44%. Os genótipos Branquinha e Agromazon III apresentaram maiores teores de amido, 32,79% e 32,59%, respectivamente, e também maiores porcentagens de matéria seca. Exceto os genótipos Baianinha Roxa e Manteiguinha, os demais apresentaram teores de amido acima de 30%.

A quarta época de colheita foi a que apresentou, em média, maiores rendimentos de raízes (50,93 t/ha), de parte aérea (38,45 t/ha), maior altura de planta (2,97 m) e maior porcentagem de incidência de podridão radicular. Nessa colheita os genótipos Manteiguinha, Manteiguinha Pólo Agroflorestal, Pão, MD-33 e Agromazon III foram os que apresentaram maior incidência de podridão. Em relação ao teor de amido e porcentagem de matéria seca, nessa safra, verificou-se que essas características diferenciaram entre a primeira época de colheita (oito meses após o plantio) e as demais com menores valores sendo retificado na primeira época de colheita.

A interação genótipos x épocas de colheita foi significativa pelo teste F (P<0,01) em relação ao rendimento de raiz, teor de amido, porcentagem de matéria seca e porcentagem de raiz com podridão radicular. Mesmo tendo ocorrido interação significativa pelo teste F (P<0,01) entre genótipos e épocas de colheita em termos de rendimento de raízes, os genótipos MD-33, Pão e Baianinha Roxa não apresentaram interação significativa, e, além de produtivos, esses genótipos apresentam alta estabilidade de produção (Tabela 2). Quanto à porcentagem de raízes com podridão, houve diferença significativa entre os genótipos somente na segunda e quarta épocas de colheita; o genótipo MD-33 apresentou maior porcentagem de raízes doentes na segunda época de colheita e, uma das menores porcentagens na quarta época. Apesar da diferença significativa entre os genótipos e entre as épocas de colheita, a porcentagem de raízes com podridão, nessa safra, também foi baixa, confirmando a resistência dos genótipos avaliados.

O teor de HCN na polpa de raízes frescas, nas duas safras avaliadas, não variou em razão da época de colheita, mas sim da safra (Tabelas 1 e 2). Resultado semelhante foi obtido por Moura (1998), em acessos de mandioca em diferentes épocas de colheita no Estado do Acre. No entanto, Fukuda & Borges (1990) verificaram efeito significativo da época de colheita sobre o comportamento diferenciado de cultivares quanto ao teor de HCN.

Em relação ao consumo in natura e à industrialização, os genótipos Pão e MD-33, respectivamente, são os mais indicados. O maior rendimento de raiz é obtido quando os genótipos são colhidos 14 meses após o plantio, desde que apresentem resistência à podridão radicular. O teor de amido e resistência à podridão radicular variam em razão dos genótipos e épocas de colheita.

Aceito para publicação em 25 de março de 2003

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Fev 2004
  • Data do Fascículo
    Jun 2003

Histórico

  • Aceito
    25 Mar 2003
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