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Estimativa de repetibilidade para caracteres de qualidade de frutos de laranjeira-doce

Repeatability estimates for fruit quality characters of sweet orange

Resumos

O objetivo deste trabalho foi determinar o coeficiente de repetibilidade de características de qualidade do fruto de laranjeira-doce (Citrus sinensis) e o número mínimo de avaliações capaz de proporcionar níveis de certeza da predição do valor real dos genótipos. Foram avaliados, em cinco safras, 39 genótipos de laranjeira-doce, coletados em nove municípios do Estado do Acre. Utilizou-se o delineamento de blocos ao acaso, com três repetições. Foram avaliados: massa média de frutos, rendimento de suco, espessura de casca, sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico. Para a estimativa dos coeficientes de repetibilidade, foram utilizados os métodos da análise de variância, dos componentes principais e da análise estrutural. Todos os caracteres avaliados mostraram variabilidade, exceto o rendimento de suco. Os caracteres avaliados mostraram padrão cíclico, o que foi mais bem captado pelas metodologias multivariadas de estimativa do coeficiente de repetibilidade. São necessárias 15 avaliações para determinar, com 90% de certeza, os caracteres espessura de casca e sólidos solúveis, e 11, 6, 3, 2 e 1 avaliações, respectivamente para massa média de fruto, acidez total, índice tecnológico, rendimento de suco e relação SS/AT.

Citrus sinensis ; análise multivariada; índice tecnológico; melhoramento genético; rendimento de suco; sólidos solúveis


The objective of this work was to determine the repeatability coefficient of fruit quality characteristics of sweet orange (Citrus sinensis) and the minimum number of evaluations that can provide levels of prediction certainty of the true genotype value. Thirty nine genotypes of sweet orange, collected in nine municipalities of the state of Acre, Brazil, were evaluated in five crop cycles. A randomized complete block design was used, with three replicates. The following were evaluated: average fruit weight, juice yield, peel thickness, soluble solids (SS), total acidity (TA), SS/TA ratio, and technological index. To estimate the repeatability coefficients, the methods of analysis of variance, principal component analysis, and structural analysis were used. All evaluated characters showed variability, except for juice yield. The evaluated characters showed a cyclic pattern, which was best captured by the multivariate methodologies for estimating the repeatability coefficient. Fifteen evaluations are needed to determine, with 90% certainty, the characters peel thickness and soluble solids, and 11, 6, 3, 2, and 1 evaluations, respectively for average fruit weight, total acidity, technological index, juice yield, and SS/TA ratio, respectively.

Citrus sinensis ; multivariate analysis; technological index; plant breeding; juice yield; soluble solids


Introdução

A laranja é considerada o grupo mais importante das frutas cítricas cultivadas e corresponde a cerca de dois terços de toda a produção mundial de citros (Gondim et al., 2001GONDIM, T.M. de S.; RTZINGER, R.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da. Seleção e caracterização de laranjeiras-doces (Citrus sinensis (L.) OSBECK) no Estado do Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, p.451-454, 2001. DOI: 10.1590/S0100-29452001000200052.
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). No Brasil, anualmente são colhidos aproximadamente 18 milhões de toneladas de laranja, o que torna o país o maior exportador do produto, responsável por 80% da produção mundial de suco de laranja concentrado (Santos et al., 2013SANTOS, R.M. dos; NÄÄS, I. de A.; MOLLO NETO, M.; VENDRAMETTO, O. An overview on the Brazilian orange juice production chain. Revista Brasileira de Fruticultura, v.35, p.218-225, 2013. DOI: 10.1590/S0100-29452013000100025.
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).

No Estado do Acre, a citricultura representa a segunda maior área cultivada com frutíferas, com 47,83% da área total, atrás apenas da cultura da banana. Em 2010, o Estado apresentou área colhida de laranja de 385 ha, aproximadamente 0,05% do montante nacional (775.881 ha), com produção de 5,4 mil toneladas (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estados@. 2013. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/index.php>. Acesso em: 6 jun. 2013.
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). Já em 2011, a produção caiu para 4,7 mil toneladas, em 331 ha. Esse decréscimo foi potencialmente motivado pelo declínio de alguns pomares, ocasionado principalmente pela idade das plantas. No entanto, a demanda pelo produto é crescente, e o Acre importou aproximadamente 423 toneladas de outros estados, principalmente de São Paulo, o maior produtor do país (Boletim de preços de produtos agropecuários e florestais do Estado do Acre, 2013BOLETIM DE PREÇOS DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS DO ESTADO DO ACRE. Rio Branco: Embrapa Acre, ano 2, n.8, jan. 2013. Disponível em: <http://iquiri.cpafac.embrapa.br/guest/boletim_de_precos_janeiro2013.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2013.
Disponível em: <http://iquiri.cpafac.emb...
).

Essa defasagem recorrente tem estimulado estudos com a laranjeira-doce [Citrus sinensis (L.) Osbeck] no Estado. A Embrapa iniciou as pesquisas com a cultura no Acre em 1989, com o objetivo de introduzir novas variedades e estudar a potencialidade dos genótipos locais. Assim, em 1997, foi lançada e recomendada a cultivar de laranja Aquiri, e recomendadas as cultivares Natal e Valência (Ledo et al., 1996LEDO, A. da S.; ALMEIDA, N.F. de; AZEVEDO, F.F. de. Recomendações para o cultivo de citros no Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 1996. 29p. (Embrapa Acre. Circular técnica, 18).).

A introdução e a avaliação de germoplasma, com posterior seleção de plantas com características desejáveis e adaptadas é o método mais rápido e eficaz para a obtenção cultivares superiores. Dessa forma, novas expedições de coleta foram realizadas por Gondim et al. (2001)GONDIM, T.M. de S.; RTZINGER, R.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da. Seleção e caracterização de laranjeiras-doces (Citrus sinensis (L.) OSBECK) no Estado do Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, p.451-454, 2001. DOI: 10.1590/S0100-29452001000200052.
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, em alguns municípios do interior do Acre. Os genótipos selecionados vêm sendo avaliados desde então no campo experimental da Embrapa Acre, para seleção de indivíduos com os melhores desempenhos agronômicos, para formação de copa.

Durante o processo de seleção, é essencial que se tenha certeza da superioridade genética do indivíduo; para tanto, são necessárias medições repetidas de um mesmo indivíduo ao longo do tempo (Degenhardt et al., 2002DEGENHARDT, J.; DUCROQUET, J.P.; REIS, M.S. dos; GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Efeito de anos e determinação do coeficiente de repetibilidade de características de frutos de goiabeira-serrana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.1285-1293, 2002. DOI: 10.1590/S0100-204X2002000900012.
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; Neves et al., 2010NEVES, L.G.; BRUCKNER, C.H.; CRUZ, C.D.; BARELLI, M.A.A. Avaliação da repetibilidade no melhoramento de famílias de maracujazeiro. Ceres, v.57, p.480-485, 2010. DOI: 10.1590/S0034-737X2010000400007.
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). Assim, a estimativa dos coeficientes de repetibilidade é importante, pois permite maximizar o valor que a herdabilidade de um caráter, no sentido amplo, pode atingir (Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.).

O coeficiente de repetibilidade tem sido estimado em diversas culturas, como pupunheira (Bactris gasipaes), por Padilha et al. (2003)PADILHA, N.C.C.; OLIVEIRA, M. do S.P. de; MOTA, M.G. da C. Estimativa da repetibilidade em caracteres morfológicos e de produção de palmito em pupunheira (Bactris gasipaes Kunth). Revista Árvore, v.27, p.435-442, 2003. DOI: 10.1590/S0100-67622003000400003.
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e Bergo et al. (2013)BERGO, C.L.; NEGREIROS, J.R. da S.; MIQUELONI, D.P.; LUNZ, A.M.P. Estimativa de repetibilidade de caracteres de produção em pupunheiras para palmito da raça Putumayo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.35, p.829-836, 2013. DOI: 10.1590/S0100-29452013000300020.
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; bacabi (Oenocarpus mapora), por Oliveira & Moura (2010)OLIVEIRA, M. do S.P. de; MOURA, E.F. Repetibilidade e número mínimo de medições para caracteres de cacho de bacabi (Oenocarpus mapora). Revista Brasileira de Fruticultura, v.32, p.1173-1179, 2010. DOI: 10.1590/S0100-29452010005000120.
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; macaúba (Acrocomia aculeata), por Manfio et al. (2011)MANFIO, C.E.; MOTOIKE, S.Y.; SANTOS, C.E.M. dos; PIMENTEL, L.D.; QUEIROZ, V. de; SATO, A.Y. Repetibilidade em características biométricas do fruto de macaúba. Ciência Rural, v.41, p.70-76, 2011. DOI: 10.1590/S0103-84782011000100012.
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; goiabeira-serrana (Acca sellowiana), por Degenhardt et al. (2002)DEGENHARDT, J.; DUCROQUET, J.P.; REIS, M.S. dos; GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Efeito de anos e determinação do coeficiente de repetibilidade de características de frutos de goiabeira-serrana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.1285-1293, 2002. DOI: 10.1590/S0100-204X2002000900012.
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; araçazeiro (Psidium cattleyanum) e pitangueira (Eugenia uniflora), por Danner et al. (2010)DANNER, M.A.; RASEIRA, M. do C.B.; SASSO, S.A.Z.; CITADIN, I.; SCARIOT, S. Repetibilidade de caracteres de fruto em araçazeiro e pitangueira. Ciência Rural, v.40, p.2086-2091, 2010. DOI: 10.1590/S0103-84782010005000163.
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; pessegueiro (Prunus persica), por Bruna et al. (2012)BRUNA, E.D.; MORETO, A.L.; DALBÓ, M.A. Uso do coeficiente de repetibilidade na seleção de clones de pessegueiro para o Litoral Sul de Santa Catariana. Revista Brasileira de Fruticultura, v.34, p.206-215, 2012. DOI: 10.1590/S0100-29452012000100028.
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; maracujazeiro (Passiflora edulis), por Neves et al. (2010)NEVES, L.G.; BRUCKNER, C.H.; CRUZ, C.D.; BARELLI, M.A.A. Avaliação da repetibilidade no melhoramento de famílias de maracujazeiro. Ceres, v.57, p.480-485, 2010. DOI: 10.1590/S0034-737X2010000400007.
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, Urochloa ruziziensis, por Souza Sobrinho et al. (2010)SOUZA SOBRINHO, F. de; BORGES, V.; LEDO, F.J. da S.; KOPP, M.M. Repetibilidade de características agronômicas e número de cortes necessários para seleção de Urochloa ruziziensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.45, 579-584, 2010. DOI: 10.1590/S0100-204X2010000600007.
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; e soja (Glycine max), por Matsuo et al. (2012)MATSUO, É.; SEDIYAMA, T.; CRUZ, C.D.; OLIVEIRA, R. de C.T. Análise da repetibilidade em alguns descritores morfológicos para soja. Ciência Rural, v.42, p.189-196, 2012. DOI: 10.1590/S0103-84782012000200001.
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. A própria laranjeira-doce conta com estudo de repetibilidade, mas para características de produção (Negreiros et al., 2008NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
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). Estudos que visem mensurar medidas repetidas em caracteres de qualidade de frutos de laranjeira-doce não foram encontrados. Nesse sentido, os resultados parciais de experimentos com genótipos de laranjeira-doce no Acre podem subsidiar a seleção de indivíduos superiores para o programa de melhoramento da espécie.

O objetivo deste trabalho foi determinar o coeficiente de repetibilidade de características de qualidade do fruto de laranjeira-doce e o número mínimo de avaliações capaz de proporcionar níveis de certeza da predição do valor real dos genótipos.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado no Campo Experimental da Embrapa Acre, em Rio Branco, AC (9º58'29"S, 67º49'44"W, a aproximadamente 160 m de altitude) (WGS 84). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo AWI, quente e úmido, com temperaturas máxima de 31ºC e mínima de 21ºC, precipitação anual de 1.700 mm e umidade relativa em torno de 80%.

O solo da área experimental foi classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, de textura média/argilosa e bem drenado (Santos et al., 2006SANTOS, H.G. dos; JACOMINE, P.K.T.; ANJOS, L.H.C. dos; OLIVEIRA, V.A. de; OLIVEIRA, J.B. de; COELHO, M.R.; LUMBRERAS, J.F.; CUNHA, T.J.F. (Ed.). Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306p.). A análise química do solo indicou, até 40 cm de profundidade, as seguintes características: pH em H2O de 5,2; 0,17 cmolc kg-1 de K; 3,70 cmolc kg-1 de Ca; 1,49 cmolckg-1 de Mg; 0,14 cmolc kg-1 de Al; 2,57 cmolc kg-1 de H+Al; soma de bases de 5,36 cmolc kg-1; 7,27 g kg-1 de carbono orgânico; CTC de 5,5 cmolc kg-1; e saturação de bases de 68%.

Foram coletadas gemas vegetativas de 39 genótipos de laranjeira-doce, oriundos da Mesorregião do Vale do Acre, distribuídos pelas microrregiões de Brasiléia, Rio Branco e Sena Madureira (Tabela 1). Foram selecionadas plantas aparentemente sadias e vigorosas, com boa produção e características do fruto bem aceitas pelo consumidor. Com tesoura de poda, foram retiradas cinco hastes por planta, cada uma com cerca de dez gemas vegetativas. As hastes selecionadas de cada genótipo foram devidamente identificadas, envoltas por jornal umedecido, armazenadas em caixa térmica e levadas para o Laboratório de Sementes da Embrapa Acre. Duas gemas vegetativas por haste foram retiradas e enxertadas em porta-enxertos de limão-cravo (Citrus limonia Osbeck), para posterior avaliação em ensaio de competição de clones.

Tabela 1
Locais de coleta dos genótipos de laranjeiras-doce (Citrus sinensis), no Estado do Acre.

O plantio foi realizado em fevereiro de 2000, no espaçamento 8x8 m, em delineamento experimental de blocos ao acaso, com 39 tratamentos e três repetições. Na implantação do experimento, utilizou-se uma planta útil por parcela, em razão do grande número de materiais e da reduzida área experimental disponível (Gondim et al., 2001GONDIM, T.M. de S.; RTZINGER, R.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da. Seleção e caracterização de laranjeiras-doces (Citrus sinensis (L.) OSBECK) no Estado do Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, p.451-454, 2001. DOI: 10.1590/S0100-29452001000200052.
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). Foram avaliadas cinco safras: 2004, 2008, 2010, 2011 e 2012. O cultivo foi conduzido sem irrigação e de acordo com o manejo cultural recomendado para citros (Ledo et al., 1996LEDO, A. da S.; ALMEIDA, N.F. de; AZEVEDO, F.F. de. Recomendações para o cultivo de citros no Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre, 1996. 29p. (Embrapa Acre. Circular técnica, 18).).

As características físico-químicas avaliadas dos frutos foram: massa média de frutos (MMF), rendimento de suco (expresso em percentagem), espessura de casca (ESPC), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico (IT). A determinação da MMF e do rendimento de suco foi feita por gravimetria, em balança de precisão, e a espessura da casca foi mensurada com auxílio de paquímetro digital. Os sólidos solúveis foram determinados por meio de leitura direta em refratômetro de bolso, modelo PAL-1 (Atago Co. Ltd., Tóquio, Japão), em ºBrix. Já a acidez total do suco foi determinada por titulometria com solução de NaOH 0,1 N e indicador fenolftaleína (AOAC International, 2012AOAC INTERNATIONAL. Official methods of analysis of the AOAC International. 19th ed. Arlington: AOAC International, 2012.). A relação SS/AT foi calculada pelo índice tecnológico (IT), de acordo com Di Giorgi et al. (1993)DI GIORGI, F.; IDE, B.Y.; DIB, K.; MARCHI, R.J.; TRIBONI, H.R.; MARCHI, R.J. WAGNER, R.L. Qualidade da laranja para industrialização. Laranja, v.14, p.97-118, 1993.: IT = (rendimento de suco × SS × 40,8)/10.000, em que 40,8 refere-se ao peso-padrão (kg) da caixa de colheita de laranja.

De forma complementar, o coeficiente de repetibili dade foi estimado por métodos que consideram diferentes fatores: análise de variância (Anova), na qual o efeito temporário do ambiente é removido do erro, conforme Cruz et al. (2004)CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.; análise de componentes principais, obtida da matriz de correlação (CPCOR) e da matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas (CPCOV) (Abeywardena, 1972ABEYWARDENA, V. An application of principal component analysis in genetics. Journal of Genetics, v.61, p.27-51, 1972. DOI: 10.1007/BF02984099.
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; Rutledge, 1974RUTLEDGE, J.J. A scaling which removes bias of Abeywardena's estimator of repeatability. Journal of Genetics, v.61, p.247-250, 1974. DOI: 10.1007/BF02986435.
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); e análise estrutural, com base no autovalor teórico da matriz de correlação média (Aecor) (Mansour et al., 1981MANSOUR, H.; NORDHEIM, E.V.; RUTLEDGE, J.J. Estimators of repeatability. Theoretical and Applied Genetics, v.60, p.151-156, 1981. DOI: 10.1007/BF00264520.
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).

O modelo estatístico utilizado para a análise de variância (Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.) foi: Yij = μ + gi + aj + εij, em que Yij é a observação referente ao i-ésimo genótipo na j-ésima medição; μ é a média geral; gi é o efeito aleatório do i-ésimo genótipo sob a influência do ambiente permanente (i = 1, 2, ..., 39 genótipos); aj é o efeito da j-ésima medição (j = 1, 2, ..., η); e εij é o erro experimental. Os estimadores do coeficiente de repetibilidade estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2
Estimador do coeficiente de repetibilidade (r) em função do método utilizado.

Para cada característica, foi determinado o número mínimo de medições necessárias para predizer o valor real dos indivíduos, com base em coeficiente de determinação (R2) preestabelecidos: 0,80, 0,85, 0,90, 0,95 e 0,99 (Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.): ηo = [R2 (1 - r)] / [(1 - R2) r], em que ηo é o número de medições para predição do valor real; e r é o coeficiente de repetibilidade obtido com um dos diferentes métodos utilizados.

O coeficiente de determinação genotípica (R2), que representa a percentagem de certeza da predição do valor real dos indivíduos selecionados com base em η medições, foi obtido pela expressão: R2 = η r / [1 + r (η - 1)], em que η é o número de medições e r é o coeficiente de repetibilidade.

As médias das cinco avaliações, para cada característica analisada nos diferentes genótipos, foram comparadas pelo teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade (Scott & Knott, 1974SCOTT, A.J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, v.30, p.507-512, 1974. DOI: 10.2307/2529204.
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). Todas as análises estatísticas dos dados foram realizadas por meio do programa Genes (Cruz, 2006CRUZ, C.D. Programa Genes: biometria. Viçosa: Ed. da UFV, 2006. 382p.).

Resultados e Discussão

A análise de variância mostrou que, com exceção do rendimento de suco, o efeito de anos foi significativo, para todas as características avaliadas, e houve diferenças entre os genótipos de laranjeira-doce, com exceção das características rendimento de suco e índice tecnológico (Tabela 3). Esses resultados refletem a existência de variabilidade entre os genótipos avaliados, com possibilidades de ganho genético pela seleção de indivíduos superiores.

Tabela 3
Resumo da análise de variância para os caracteres massa média de frutos (MMF), espessura de casca (ESPC), rendimento de suco (suco), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico (IT) de 39 genótipos de laranjeira-doce (Citrus sinensis), no Estado do Acre.

A MMF foi de 203,79 g, e a ESPC foi de 4,06 mm, valores considerados intermediários, segundo Santos et al. (2010)SANTOS, D. dos; MATARAZZO, P.H.M.; SILVA, D.F.P. da; SIQUEIRA, D.L. de; SANTOS, D.C.M. dos; LUCENA, C.C. de. Caracterização físico-química de frutos cítricos produzidos em Viçosa, Minas Gerais. Ceres, v.57, p.393-400, 2010. DOI: 10.1590/S0034-737X2010000300016.
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. Já o rendimento médio de suco foi de 47,87%, considerado acima da média. Ledo et al. (1999)LEDO, A. da S.; LEDO, F.J. da S.; RITZINGER, R.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da. Porta-enxertos para laranjeiras-doces (Citrus sinensis (L.) Osb.), em Rio Branco, Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, p.1211-1216, 1999. DOI: 10.1590/S0100-204X1999000700013.
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observaram que, nas combinações de copa x porta-enxerto que avaliaram, a percentagem de suco das laranjeira do Estado do Acre é alta, de 43,8 a 53,3%. Esses resultados sugerem que, em condições de clima quente e úmido, os frutos tendem a ser mais suculentos, mas com variabilidade considerável, de acordo a interação copa x porta-enxerto.

Para sólidos solúveis, verificou-se média de 8,38 ºBrix. Essa característica representa importante atributo de qualidade, e tende a aumentar com o desenvolvimento da planta (Duarte et al., 2011DUARTE, T.F.; BRON, I.U.; RIBEIRO, R.V.; MACHADO, E.C.; MAZZAFERA, P.; SHIMIZU, M.M. Efeito da carga pendente na qualidade de frutos de laranjeira 'Valência'. Revista Brasileira de Fruticultura, v.33, p.823-829, 2011. DOI: 10.1590/S0100-29452011005000098.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945201100...
). A acidez total média foi de 0,64%. Chitarra & Chitarra (2005)CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2.ed. Lavras: UFLA, 2005. 783p. concluíram que a acidez total é um importante parâmetro na apreciação do estado de conservação do fruto, e que seu valor aumenta com o desenvolvimento fisiológico e diminui com a maturação do fruto.

Os maiores valores de sólidos solúveis e acidez total foram observados nos genótipos 11, 17, 24, 25, 26, 28, 31, 37, 38, 39, 52, 53 e 55 (Tabela 4), oriundos principalmente dos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Xapuri, Sena Madureira e Plácido de Castro. Gondim et al. (2001)GONDIM, T.M. de S.; RTZINGER, R.; CUNHA SOBRINHO, A.P. da. Seleção e caracterização de laranjeiras-doces (Citrus sinensis (L.) OSBECK) no Estado do Acre. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, p.451-454, 2001. DOI: 10.1590/S0100-29452001000200052.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945200100...
, ao avaliar aspectos qualitativos de laranjeira-doce no Acre, observaram que os maiores valores foram observados em genótipos obtidos dos municípios de Epitaciolândia, Capixaba, Plácido de Castro, Porto Acre e Rio Branco. Esses valores, porém, apresentaram maior variabilidade para sólidos solúveis, o que pode indicar maior influência ambiental no desempenho dos genótipos (Negreiros et al., 2008NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200800...
; Lourenço et al., 2013LOURENÇO, I.P.; FIGUEIREDO, R.W. de; ALVES, R.E.; ARAGÃO, F.A.S. de; MOURA, C.F.H. Caracterização de frutos de genótipos de muricizeiros cultivados no litoral cearense. Revista Ciência Agronômica, v.44, p.499-504, 2013. DOI: 10.1590/S1806-66902013000300011.
https://doi.org/10.1590/S1806-6690201300...
).

Tabela 4
Massa média de frutos (MMF), espessura de casca (ESPC), rendimento de suco (suco), sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico (IT) de genótipos de laranjeira-doce (Citrus sinensis) e de cada safra avaliada, no Estado do Acre(1).

A média da relação SS/AT, que fornece indicação do estádio de maturação do fruto, foi de 17,31. A acidez tende a decrescer com a utilização de ácidos orgânicos na atividade respiratória dos frutos, que aumenta com o crescimento e o estádio de maturação, o que favorece o incremento nos valores da relação SS/AT pela manutenção dos frutos por mais tempo na planta (Chitarra & Chitarra, 2005CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2.ed. Lavras: UFLA, 2005. 783p.). Sucos com relação SS/AT entre 14 e 16 são os mais apreciados pelos consumidores, em razão do equilíbrio, em termos sensoriais, entre os teores de açúcares e ácidos (Pozzan & Triboni, 2005POZZAN, M.; TRIBONI, H.R. Colheita e qualidade do fruto. In: MATTOS JUNIOR, D. de; DE NEGRI, J.D.; PIO, R.M.; POMPEU JÚNIOR, J. (Ed.). Citros. Campinas: Instituto Agronômico: Fundag, 2005. p.801-822.). No entanto, segundo Petto Neto & Pompeu Júnior (1987)PETTO NETO, A.; POMPEU JUNIOR, J. Colheita, beneficiamento e transporte. In: CASTRO, P.R.C. (Ed.). Ecofisiologia da produção agrícola. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1987. p. 893-897., o intervalo ideal está entre 11 e 14. Apesar disso, o processamento da indústria inclui frutos com valores de 6 a 20, intervalo que abrange todos os genótipos analisados, exceto o 23.

Quanto ao índice tecnológico, que expressa a quantidade de sólidos solúveis por caixa de laranja, o valor médio obtido foi de 1,64, considerado menor que o ideal, que, conforme Di Giorgi et al. (1993)DI GIORGI, F.; IDE, B.Y.; DIB, K.; MARCHI, R.J.; TRIBONI, H.R.; MARCHI, R.J. WAGNER, R.L. Qualidade da laranja para industrialização. Laranja, v.14, p.97-118, 1993., deve variar de 2,49 a 2,86 kg de SS por caixa. Apenas o genótipo 33 (Sena Madureira) manteve-se dentro do valor ideal.

Quanto às safras, o primeiro e o último ano de avaliação apresentaram resultados superiores de massa média de frutos e de índice tecnológico (Tabela 4). O rendimento de suco foi superior na primeira safra, a acidez total, na quarta safra, e a menor espessura de casca, na quinta safra. Portanto, houve variabilidade nas características analisadas, ao longo das avaliações.

O método Anova proporcionou os menores valores dos coeficientes de repetibilidade (r), entre os métodos avaliados, independentemente da característica analisada. Em seguida, foi o método Aecor (Tabela 5). Os métodos multivariados de componentes principais, baseados na CPCOV e na CPCOR, obtiveram os melhores resultados, com os maiores coeficientes de repetibilidade. Isso sugere comportamento cíclico dos genótipos, uma vez que esse método é mais apurado quando os genótipos avaliados apresentam alternância de produção, em relação ao caráter avaliado (Abeywardena, 1972ABEYWARDENA, V. An application of principal component analysis in genetics. Journal of Genetics, v.61, p.27-51, 1972. DOI: 10.1007/BF02984099.
https://doi.org/10.1007/BF02984099...
).

Tabela 5
Coeficientes de repetibilidade (r) e seus respectivos coeficientes de determinação (R2) para os caracteres massa média de frutos (MMF), espessura de casca (ESPC), rendimento de suco, sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico (IT), obtidos pelos métodos de análise de variância (Anova), componentes principais obtidos da matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas (CPCOV), componentes principais obtidos da matriz de correlação (CPCOR) e análise estrutural com base no autovalor teórico da matriz de correlação (Aecor).

O método univariado (Anova) não permite isolar o fator periodicidade e, ao incorporá-lo na estimativa, eleva o valor do erro experimental, o que pode subestimar a repetibilidade (Negreiros et al., 2008NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200800...
). Isso não ocorre nos métodos multivariados (análise de componentes principais e análise estrutural) (Lopes et al., 2001LOPES, R.; BRUCKNER, C.H.; CRUZ, C.D.; LOPES, M.T.G. FREITAS, G.B. de. Repetibilidade de características do fruto da aceroleira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.36, p.507-513, 2001. DOI: 10.1590/S0100-204X2001000300015.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200100...
; Danner et al., 2010DANNER, M.A.; RASEIRA, M. do C.B.; SASSO, S.A.Z.; CITADIN, I.; SCARIOT, S. Repetibilidade de caracteres de fruto em araçazeiro e pitangueira. Ciência Rural, v.40, p.2086-2091, 2010. DOI: 10.1590/S0103-84782010005000163.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201000...
). A análise estrutural (Aecor) apresenta apenas diferenças conceituais da análise de componentes principais, e as estimativas desses métodos tendem a ser próximas (Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.). Já os métodos multivariados (CPCOR e CPCOV) levam em consideração o comportamento cíclico do caráter e diferem nos vetores e nas magnitudes das matrizes utilizadas em cada análise (Abeywardena, 1972ABEYWARDENA, V. An application of principal component analysis in genetics. Journal of Genetics, v.61, p.27-51, 1972. DOI: 10.1007/BF02984099.
https://doi.org/10.1007/BF02984099...
).

Para os caracteres espessura de casca, sólidos solúveis e acidez total, o método CPCOR apresentou os melhores valores de R2, acima de 74%, tendo alcançado até 87%, para acidez total. Já o método CPCOV apresentou os melhores valores para massa média de frutos, rendimento de suco, relação SS/AT e índice tecnológico, com R2 de aproximadamente 81%, para massa média de frutos, e acima de 93% para os demais caracteres. Nos casos em que os genótipos avaliados apresentam um padrão de comportamento periódico, o coeficiente de repetibilidade pode ser estimado alternativamente pelos métodos multivariados de componentes principais, isto é, com base na matriz de variância e covariância e na matriz de correlação (Abeywardena, 1972ABEYWARDENA, V. An application of principal component analysis in genetics. Journal of Genetics, v.61, p.27-51, 1972. DOI: 10.1007/BF02984099.
https://doi.org/10.1007/BF02984099...
). Esse comportamento não pôde ser captado pelas demais análises, que apresentaram menores valores de r e R2 (Abeywardena, 1972ABEYWARDENA, V. An application of principal component analysis in genetics. Journal of Genetics, v.61, p.27-51, 1972. DOI: 10.1007/BF02984099.
https://doi.org/10.1007/BF02984099...
; Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.). Negreiros et al. (2008)NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200800...
também observaram comportamento cíclico em caracteres produtivos de laranjeira-doce. De acordo com os autores, quando o fator periodicidade for significativo, as medidas podem ser afetadas por mudanças de ordem fisiológica, regulares, irregulares ou sistemáticas.

Em trabalhos semelhantes com goiabeira-serrana (Degenhardt et al., 2002DEGENHARDT, J.; DUCROQUET, J.P.; REIS, M.S. dos; GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Efeito de anos e determinação do coeficiente de repetibilidade de características de frutos de goiabeira-serrana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.1285-1293, 2002. DOI: 10.1590/S0100-204X2002000900012.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200200...
), dendezeiro (Elaeis guineenses) (Cedillo et al., 2008CEDILLO, D.S.O.; BARROS, W.S.; FERREIRA, F.M.; DIAS, L.A. dos S.; ROCHA, R.B.; CRUZ, C.D. Correlation and repeatability in progenies of African oil palm. Acta Scientiarum. Agronomy, v.30, p.197-201, 2008. DOI: 10.4025/actasciagron.v30i2.1728.
https://doi.org/10.4025/actasciagron.v30...
), híbridos de dendezeiro e caiaué (E. oleifera) (Chia et al., 2009CHIA, G.S.; LOPES, R.; CUNHA, R.N.V. da; ROCHA, R.N.C. da; LOPES, M.T.G. Repetibilidade da produção de cachos de híbridos interespecíficos entre o caiaué e o dendezeiro. Acta Amazonica, v.39, p.249-253, 2009. DOI: 10.1590/S0044-59672009000200001.
https://doi.org/10.1590/S0044-5967200900...
), araçazeiro e pitangueira (Danner et al., 2010DANNER, M.A.; RASEIRA, M. do C.B.; SASSO, S.A.Z.; CITADIN, I.; SCARIOT, S. Repetibilidade de caracteres de fruto em araçazeiro e pitangueira. Ciência Rural, v.40, p.2086-2091, 2010. DOI: 10.1590/S0103-84782010005000163.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201000...
), observou-se que as estimativas obtidas pelo método da Anova foram sempre inferiores às obtidas pela análise multivariada, em razão do fator periodicidade (Negreiros et al., 2008NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200800...
; Chia et al., 2009CHIA, G.S.; LOPES, R.; CUNHA, R.N.V. da; ROCHA, R.N.C. da; LOPES, M.T.G. Repetibilidade da produção de cachos de híbridos interespecíficos entre o caiaué e o dendezeiro. Acta Amazonica, v.39, p.249-253, 2009. DOI: 10.1590/S0044-59672009000200001.
https://doi.org/10.1590/S0044-5967200900...
).

Os caracteres rendimento de suco, relação SS/AT e índice tecnológico apresentaram as maiores variações no coeficiente de repetibilidade, com amplitudes de r de 0,7547; 0,657 e 0,6968, respectivamente, e amplitudes de R2 de 65,9; 36,3 e 74,7%, respectivamente. A espessura de casca foi o caráter de menor variação, com 0,3454 e 72,5% (Anova) e 0,3719 e 74,7% (CPCOR), o que denota certa regularidade na repetição do caráter entre as avaliações. Em seguida, vieram os caracteres massa média do fruto e sólidos solúveis. Bergo et al. (2013)BERGO, C.L.; NEGREIROS, J.R. da S.; MIQUELONI, D.P.; LUNZ, A.M.P. Estimativa de repetibilidade de caracteres de produção em pupunheiras para palmito da raça Putumayo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.35, p.829-836, 2013. DOI: 10.1590/S0100-29452013000300020.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945201300...
relataram comportamento semelhante, para caracteres morfológicos de pupunheira, e apontaram o método CPCOV como o que possibilita maior coeficiente de repetibilidade. Estes autores consideraram confiáveis valores de r acima de 0,4, mas com maior número de medições ao longo dos ciclos de cultivo. Neves et al. (2010)NEVES, L.G.; BRUCKNER, C.H.; CRUZ, C.D.; BARELLI, M.A.A. Avaliação da repetibilidade no melhoramento de famílias de maracujazeiro. Ceres, v.57, p.480-485, 2010. DOI: 10.1590/S0034-737X2010000400007.
https://doi.org/10.1590/S0034-737X201000...
também sugerem o uso de maior número de medições, para maracujazeiro. Já Souza Sobrinho et al. (2010)SOUZA SOBRINHO, F. de; BORGES, V.; LEDO, F.J. da S.; KOPP, M.M. Repetibilidade de características agronômicas e número de cortes necessários para seleção de Urochloa ruziziensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.45, 579-584, 2010. DOI: 10.1590/S0100-204X2010000600007.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X201000...
, ao analisar as características de produção de U. ruziziensis, consideraram razoáveis valores de r acima de 0,5, uma vez que possibilitam valores de R2 acima de 80%. Cedillo et al. (2008)CEDILLO, D.S.O.; BARROS, W.S.; FERREIRA, F.M.; DIAS, L.A. dos S.; ROCHA, R.B.; CRUZ, C.D. Correlation and repeatability in progenies of African oil palm. Acta Scientiarum. Agronomy, v.30, p.197-201, 2008. DOI: 10.4025/actasciagron.v30i2.1728.
https://doi.org/10.4025/actasciagron.v30...
, Manfio et al. (2011)MANFIO, C.E.; MOTOIKE, S.Y.; SANTOS, C.E.M. dos; PIMENTEL, L.D.; QUEIROZ, V. de; SATO, A.Y. Repetibilidade em características biométricas do fruto de macaúba. Ciência Rural, v.41, p.70-76, 2011. DOI: 10.1590/S0103-84782011000100012.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201100...
e Bruna et al. (2012)BRUNA, E.D.; MORETO, A.L.; DALBÓ, M.A. Uso do coeficiente de repetibilidade na seleção de clones de pessegueiro para o Litoral Sul de Santa Catariana. Revista Brasileira de Fruticultura, v.34, p.206-215, 2012. DOI: 10.1590/S0100-29452012000100028.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945201200...
, ao avaliar plantas perenes, como dendezeiro, macaúba e pessegueiro, respectivamente, consideram 0,6 um alto valor de r, enquanto Oliveira & Moura (2010)OLIVEIRA, M. do S.P. de; MOURA, E.F. Repetibilidade e número mínimo de medições para caracteres de cacho de bacabi (Oenocarpus mapora). Revista Brasileira de Fruticultura, v.32, p.1173-1179, 2010. DOI: 10.1590/S0100-29452010005000120.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945201000...
indicaram, como magnitudes desejáveis, R2 acima de 75%.

Apesar da variação nas estimativas de r, o alto valor obtido pelos métodos multivariados, com destaque para CPCOV, indicam regularidade na repetição do desempenho dos genótipos ao longo das avaliações (Cruz et al., 2004CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J.; CARNEIRO, P.C.S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. da UFV, 2004. v.1, 480p.). Resultados semelhantes foram relatados em goiabeira-serrana, por Degenhardt et al. (2002)DEGENHARDT, J.; DUCROQUET, J.P.; REIS, M.S. dos; GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Efeito de anos e determinação do coeficiente de repetibilidade de características de frutos de goiabeira-serrana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.1285-1293, 2002. DOI: 10.1590/S0100-204X2002000900012.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200200...
; cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum), por Alves & Resende (2008)ALVES, R.M.; RESENDE, M.D.V. de. Avaliação genética de indivíduos e progênies de cupuaçuzeiro no Estado do Pará e estimativas de parâmetros genéticos. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, p.696-701, 2008. DOI: 10.1590/S0100-29452008000300023.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945200800...
; pessegueiro, por Bruna et al. (2012)BRUNA, E.D.; MORETO, A.L.; DALBÓ, M.A. Uso do coeficiente de repetibilidade na seleção de clones de pessegueiro para o Litoral Sul de Santa Catariana. Revista Brasileira de Fruticultura, v.34, p.206-215, 2012. DOI: 10.1590/S0100-29452012000100028.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945201200...
; e muricizeiro (Byrsonima dealbata), por Lourenço et al. (2013)LOURENÇO, I.P.; FIGUEIREDO, R.W. de; ALVES, R.E.; ARAGÃO, F.A.S. de; MOURA, C.F.H. Caracterização de frutos de genótipos de muricizeiros cultivados no litoral cearense. Revista Ciência Agronômica, v.44, p.499-504, 2013. DOI: 10.1590/S1806-66902013000300011.
https://doi.org/10.1590/S1806-6690201300...
.

Pelos métodos CPCOV e CPCOR, são necessárias 15,2, 14,6 e 6,4 avaliações, para se ter 90% de confiança nas estimativas de espessura de casca, sólidos solúveis e acidez total, respectivamente, e 10,6, 1,8, 1,0 e 3,1 avaliações, nas estimativas de massa média de frutos, rendimento de suco, relação SS/AT e índice tecnológico, respectivamente (Tabela 6). De acordo com Negreiros et al. (2008)NEGREIROS, J.R. da S.; SARAIVA, L.L.; OLIVEIRA, T.K. de; ÁLVARES, V. de S.; RONCATTO, G. Estimativas de repetibilidade de caracteres de produção em laranjeiras-doces no Acre. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p.1763-1768, 2008. DOI: 10.1590/S0100-204X2008001200017.
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, esse alto valor de R2 demonstra acurácia nas medições realizadas, regularidade da superioridade dos indivíduos de um ciclo para outro e o bom controle genético da expressão das características avaliadas. Além disso, elevados valores de R2indicam que a variância ambiental, para a característica avaliada, foi relativamente baixa, comparada à variância entre plantas (Alves & Resende, 2008ALVES, R.M.; RESENDE, M.D.V. de. Avaliação genética de indivíduos e progênies de cupuaçuzeiro no Estado do Pará e estimativas de parâmetros genéticos. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, p.696-701, 2008. DOI: 10.1590/S0100-29452008000300023.
https://doi.org/10.1590/S0100-2945200800...
).

Tabela 6
Número de medições (ηo) necessárias para predição do valor real dos genótipos de laranjeiras-doce (Citrus sinensis), quanto aos caracteres massa média de frutos (MMF), espessura de casca (ESPC), rendimento de suco, sólidos solúveis (SS), acidez total (AT), relação SS/AT e índice tecnológico (IT), ao se considerar diferentes coeficientes de determinação (R2) e os métodos de análise de variância (Anova), componentes principais obtidos da matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas (CPCOV), componentes principais obtidos da matriz de correlação (CPCOR) e análise estrutural com base no autovalor teórico da matriz de correlação (Aecor).

Contudo, Padilha et al. (2003)PADILHA, N.C.C.; OLIVEIRA, M. do S.P. de; MOTA, M.G. da C. Estimativa da repetibilidade em caracteres morfológicos e de produção de palmito em pupunheira (Bactris gasipaes Kunth). Revista Árvore, v.27, p.435-442, 2003. DOI: 10.1590/S0100-67622003000400003.
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observaram que, para caracteres de produção, algumas variáveis podem apresentar números inviáveis de avaliações quando se exige alto grau de certeza (acima de 95%). Dessa forma, a definição do R2 ideal deve privilegiar, além da mínima confiabilidade esperada nos dados, a disponibilidade de recursos e mão de obra para as avaliações. Vários estudos consideram valores de 80 a 90% como de boa acurácia (Degenhardt et al., 2002DEGENHARDT, J.; DUCROQUET, J.P.; REIS, M.S. dos; GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Efeito de anos e determinação do coeficiente de repetibilidade de características de frutos de goiabeira-serrana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.1285-1293, 2002. DOI: 10.1590/S0100-204X2002000900012.
https://doi.org/10.1590/S0100-204X200200...
; Chia et al., 2009CHIA, G.S.; LOPES, R.; CUNHA, R.N.V. da; ROCHA, R.N.C. da; LOPES, M.T.G. Repetibilidade da produção de cachos de híbridos interespecíficos entre o caiaué e o dendezeiro. Acta Amazonica, v.39, p.249-253, 2009. DOI: 10.1590/S0044-59672009000200001.
https://doi.org/10.1590/S0044-5967200900...
; Danner et al., 2010DANNER, M.A.; RASEIRA, M. do C.B.; SASSO, S.A.Z.; CITADIN, I.; SCARIOT, S. Repetibilidade de caracteres de fruto em araçazeiro e pitangueira. Ciência Rural, v.40, p.2086-2091, 2010. DOI: 10.1590/S0103-84782010005000163.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201000...
; Manfio et al., 2011MANFIO, C.E.; MOTOIKE, S.Y.; SANTOS, C.E.M. dos; PIMENTEL, L.D.; QUEIROZ, V. de; SATO, A.Y. Repetibilidade em características biométricas do fruto de macaúba. Ciência Rural, v.41, p.70-76, 2011. DOI: 10.1590/S0103-84782011000100012.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201100...
; Matsuo et al., 2012MATSUO, É.; SEDIYAMA, T.; CRUZ, C.D.; OLIVEIRA, R. de C.T. Análise da repetibilidade em alguns descritores morfológicos para soja. Ciência Rural, v.42, p.189-196, 2012. DOI: 10.1590/S0103-84782012000200001.
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).

No presente trabalho, entretanto, optou-se por considerar como confiáveis dados com certeza de 90%. O número necessário de medições obtido foi considerado razoável, uma vez que, segundo Matsuo et al. (2012)MATSUO, É.; SEDIYAMA, T.; CRUZ, C.D.; OLIVEIRA, R. de C.T. Análise da repetibilidade em alguns descritores morfológicos para soja. Ciência Rural, v.42, p.189-196, 2012. DOI: 10.1590/S0103-84782012000200001.
https://doi.org/10.1590/S0103-8478201200...
, quando a repetibilidade é alta, o acréscimo do número de medições resulta em pequeno aumento na precisão, em comparação com a avaliação de um caráter por meio de uma única medição.

Conclusões

  1. 1.

    Os coeficientes de repetibilidade apresentam regularidade na predição da superioridade dos genótipos de laranjeira-doce (Citrus sinensis) quanto a características de qualidade do fruto, no Estado do Acre.

  2. 2.

    Há variabilidade genética significativa entre os genótipos de laranjeira-doce quanto aos caracteres massa média de frutos, espessura da casca, sólidos solúveis, acidez total e relação sólidos solúveis (SS)/acidez total (AT).

  3. 3.

    São necessárias 15 avaliações, com 90% de certeza, para determinar os caracteres espessura de casca e sólidos solúveis, e 11, 6, 3, 2 e 1 avaliações para massa média de fruto, acidez total, índice tecnológico, rendimento de suco e relação SS/AT, respectivamente.

Agradecimentos

Ao Tesouro Nacional e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan 2014

Histórico

  • Recebido
    03 Out 2013
  • Aceito
    20 Dez 2013
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