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Controle em pós-colheita de Penicillium digitatum EM laranja-pera com microrganismos e tratamento térmico

Postharvest control of Penicillium digitatum in pera orange trees with microorganisms and heat treatment

Resumos

O mercado consumidor está exigindo alimentos sem a presença de resíduos de agrotóxicos. Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar o controle do bolor verde, em laranjas-Pera, com agentes de biocontrole (Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis (QST 713)), associados ou não ao tratamento térmico. Para tanto, os frutos foram adquiridos em "packinghouse" antes do processamento, sendo lavados e desinfestados com hipoclorito de sódio. Os frutos submetidos a esses tratamentos foram armazenados, por 11 a 28 dias, em temperatura de 10 ºC e UR 90%±5 ou por oito dias a 20 ºC e UR 90%±5. De modo geral, o tratamento térmico reduziu a severidade da doença determinada pela área abaixo da curva do progresso da doença nos frutos e a incidência natural de doenças em pós-colheita de laranja-Pera. Por outro lado, os agentes de biocontrole não controlaram a doença, mostrando que os organismos testados não apresentaram atividade curativa contra o bolor verde.

Bolor verde; controle biológico; controle físico; citros


The consumer market demands food without pesticide residues. Therefore, this study focused on evaluating the control of green mold in Pera orange trees with biocontrol agents (Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis and Bacillus subtilis (QST 713)), associated or not with heat treatment. The fruit was obtained in packinghouse before processing, being washed and disinfected with the use of Sodium Hypochlorite. Fruits submitted to these treatments were stored from 11 to 28 days at temperature of 10 ºC and RH 90%±5 or for eight days at 20 ºC and 90%±5. In general, the heat treatment reduced the disease severity determine by the area under the disease progress curve in the fruit and the incidence of natural postharvest disease in Pera oranges. On the other hand, biocontrol agents did not control the disease, showing that the organisms tested did not present curative activity against the green mold.

Green mold; biological control; physical control; citrus


COLHEITA E PÓS-COLHEITA HARVEST AND POST

Controle em pós-colheita de Penicillium digitatum EM laranja-pera com microrganismos e tratamento térmico1 1 (Trabalho 215-12).

Postharvest control of Penicillium digitatum in pera orange trees with microorganisms and heat treatment

Cassiano FornerI; Wagner BettiolII; Lenice Magali do NascimentoIII; Daniel TeraoIV

IEng. Agr., doutorando do Programa de Pós-graduação em Proteção de Plantas da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP). Rua José Barbosa, nº 1780, CEP: 18610-307, Botucatu-SP. Bolsista CNPq. E-mail: forner687@hotmail.com

IIEng. Agr. Doutor, Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente. Rodovia SP 340 - Km 127,5, caixa postal 69, CEP: 13820-000, Jaguariúna-SP. Bolsista CNPq. E-mail:wagner.bettiol@embrapa.br

IIIBióloga, Doutora, Pesquisadora do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, IAC. Rodovia Anhangüera, km 158, caixa postal 04, CEP: 13490-970, Cordeirópolis-SP. E-mail: lenice@centrodecitricultura.br

IVEng. Agr., Doutor, Pesquisador da Embrapa Semiárido. BR 428, Km 152, caixa postal 23, CEP: 56302-970, Petrolina-PE. E-mail: daniel.terao@embrapa.br

RESUMO

O mercado consumidor está exigindo alimentos sem a presença de resíduos de agrotóxicos. Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar o controle do bolor verde, em laranjas-Pera, com agentes de biocontrole (Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis (QST 713)), associados ou não ao tratamento térmico. Para tanto, os frutos foram adquiridos em "packinghouse" antes do processamento, sendo lavados e desinfestados com hipoclorito de sódio. Os frutos submetidos a esses tratamentos foram armazenados, por 11 a 28 dias, em temperatura de 10 ºC e UR 90%±5 ou por oito dias a 20 ºC e UR 90%±5. De modo geral, o tratamento térmico reduziu a severidade da doença determinada pela área abaixo da curva do progresso da doença nos frutos e a incidência natural de doenças em pós-colheita de laranja-Pera. Por outro lado, os agentes de biocontrole não controlaram a doença, mostrando que os organismos testados não apresentaram atividade curativa contra o bolor verde.

Termos de indexação: Bolor verde, controle biológico, controle físico, citros.

ABSTRACT

The consumer market demands food without pesticide residues. Therefore, this study focused on evaluating the control of green mold in Pera orange trees with biocontrol agents (Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis and Bacillus subtilis (QST 713)), associated or not with heat treatment. The fruit was obtained in packinghouse before processing, being washed and disinfected with the use of Sodium Hypochlorite. Fruits submitted to these treatments were stored from 11 to 28 days at temperature of 10 ºC and RH 90%±5 or for eight days at 20 ºC and 90%±5. In general, the heat treatment reduced the disease severity determine by the area under the disease progress curve in the fruit and the incidence of natural postharvest disease in Pera oranges. On the other hand, biocontrol agents did not control the disease, showing that the organisms tested did not present curative activity against the green mold.

Index terms: Green mold, biological control, physical control, citrus.

INTRODUÇÃO

Doenças em pós-colheita reduzem a quantidade e a qualidade de frutos comercializáveis e, em citros, podem provocar grandes perdas. No Brasil, dentre as doenças em pós-colheita dos citros, o bolor verde (Penicillium digitatum) é a principal. Seu controle é realizado com fungicidas, e isolados resistentes do patógeno são relatados (TEIXIDÓ et al., 2001), algumas vezes simultânea a mais de um fungicida (KINAY et al., 2007).

O tratamento térmico, antes do armazenamento, é uma alternativa aos fungicidas, tanto inibindo o crescimento do patógeno, como ativando os mecanismos de resistência do fruto (NAFUSSI et al., 2001). Em frutos de Citrus reticulata x Citrus sinensis, a combinação de diferentes temperaturas e tempos de exposição (56; 59; 62 e 65 ºC por 1; 2 e 3 minutos) reduziu a incidência do bolor verde, apresentando ação fungistática, pois com o tempo de armazenamento ocorreu aumento da incidência da doença (KYRIACOU, 2011). O tratamento térmico (56; 59 e 60 ºC), por lavagem rápida (20 segundos), com simultânea escovação de toranjas Star Ruby, desinfestou os frutos e redistribuiu a cera epicuticular, selando rachaduras, que são as portas de entrada para o patógeno, e dessa forma, reduzindo a incidência de P. digitatum (PORAT et al., 2000).

O biocontrole de doenças em pós-colheita é um método que pode substituir os fungicidas químicos (SHARMA et al., 2009). Candida sake (CPA-1) (USALL et al., 2000), Candida famata (F35) (ARRAS, 1996), Pantoea agglomerans (CPA-2) (TEIXIDÓ et al., 2001; PLAZA et al., 2004; USALL et al., 2008), Saccharomycopsis schoenii (UWO-PS 80-91) (PIMENTA et al., 2008), Pseudomonas spp. (P39, P40 e P41) (ZAMANI et al., 2008) e Bacillus spp. (LEELASUPHAKUL et al., 2008) são exemplos de antagonistas eficientes em pós-colheita contra diversos fitopatógenos.

Em laranja Valência, Bacillus subtilis (PPCB001) e Bacillus amyloliquefaciens (PPCB004), associados às embalagens com atmosfera modificada, reduziram a incidência de Penicillium crustosum, sendo a produção de compostos voláteis um dos mecanismos relacionados ao controle (ARREBOLA et al., 2010c). Bacillus amyloliquefaciens (PPCB004) também produz lipopeptídeos, principalmente iturina A, capazes de inibir patógenos in vitro e em frutos cítricos (ARREBOLA et al., 2010a). Esse mesmo isolado reduziu a incidência e a severidade da antracnose e da podridão causada por Phomopsis em mamão (OSMAN et al., 2011). Ainda apresentou efeito protetor em pêssego, reduzindo a incidência e a severidade de Botrytis cinerea, Penicillium expansum e Rhizopus stolonifer (ARREBOLA et al., 2010b). Em frutos de maçã, as fengicinas produzidas por B. subtilis (GA1) foram associadas ao controle de B. cinerea (TOURÉ et al., 2004). Células vegetativas de B. subtilis (M4) reduziram a podridão causada por B. cinerea em maçã, em tratamento 24 h antes da inoculação do patógeno, e o controle foi atribuído às fengicinas (ONGENA et al., 2005).

As combinações do tratamento térmico, com agentes de biocontrole, como Bacillus spp., que são resistentes a altas temperaturas, pode ser uma alternativa de manejo de doenças em pós-colheita de frutos. O tratamento de laranja Valência e Shamouthi com B. subtilis (F1, L2 ou L2-5) foi potencializado quando associado com tratamento térmico a 45 ºC, por 2 minutos, comparado a cada tratamento separadamente no controle dos bolores azul e verde (OBAGWU e KORSTEN, 2003). Considerando esses aspectos, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da associação de tratamento térmico, por imersão em água quente, e biológico, com Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis, no controle de P. digitatum em laranja-Pera.

MATERIAL E MÉTODOS

Laranjas-Pera adquiridas em "packinghouse" da cidade de Engenheiro Coelho - SP, foram desinfestadas superficialmente com hipoclorito de sódio e lavadas com água corrente, imediatamente após a colheita.

O isolado de P. digitatum foi obtido de laranjas-Pera adquiridas em supermercado de Jaguariúna-SP. Após a confirmação da patogenicidade, o isolado foi multiplicado em meio batata-dextrose-ágar (BDA) e incubado por 10 dias, a 24±1 ºC, para a produção de inóculo. Os agentes de biocontrole utilizados foram: Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis e Bacillus subtilis (QST 713). Como fungicida-padrão, foram utilizados o imazalil ou o tiabendazol.

Controle de P. digitatum em pós-colheita de frutos de laranja com bioagentes e tratamento térmico seguido de armazenamento a 10 ºC

Para cada tratamento, foram usados 54 frutos em três repetições de 18 frutos. A inoculação do patógeno foi em ferimentos realizados com auxílio de um prego, em 3 mm de diâmetro e 4 mm de profundidade, em dois pontos equidistantes na região equatorial dos frutos. As lesões foram inoculadas com 10 µL de uma suspensão (1 x 106 conídios mL-1) de P. digitatum, permanecendo os frutos em repouso por, aproximadamente, uma hora, para a absorção da suspensão. Em seguida, os frutos foram tratados com água (testemunha), fungicida imazalil (100 g i.a. 100 L-1 de água), B. subtilis (3 x 108 UFC mL-1), B. licheniformis (3 x 108 UFC mL-1) e B. subtilis QST 713 (1 x 106 UFC mL-1), com e sem tratamento térmico.

Para o tratamento com os produtos, os frutos foram imersos por 2 minutos nas respectivas suspensões, quando não foi realizado o tratamento térmico. Para o tratamento térmico, os frutos foram imersos por 2 minutos em água a 52 ºC, em um banho com circulação forçada, sendo que, para os tratamentos com Bacillus, esses agentes foram misturados no banho térmico. Imediatamente após o banho térmico, os frutos foram imersos em água em temperatura ambiente, para resfriamento, por 2 minutos. No tratamento com fungicida + tratamento térmico, inicialmente, foi realizado o tratamento térmico, resfriamento e, posteriormente, a imersão dos frutos por 2 minutos, em suspensão com fungicida. Quando realizado apenas o tratamento térmico, os frutos foram tratados termicamente e resfriados. Em seguida, os frutos foram secados em temperatura ambiente e armazenados em temperatura de 10 ºC e umidade relativa de 90%±5.

As avaliações foram realizadas diariamente, a partir do 4º dia após a inoculação, durante sete dias. A medição do diâmetro das lesões foi realizada com auxílio de um paquímetro digital. Os resultados foram convertidos em severidade pelo cálculo da porcentagem do comprimento do fruto lesionado. Com esses dados, foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) pela fórmula proposta por Shaner e Finney (1977). O experimento foi repetido duas vezes, utilizando-se do mesmo lote de laranjas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 5 (com ou sem tratamento térmico x bioagentes e fungicida).

Incidência natural de doenças em pós-colheita de laranjas-Pera após tratamento térmico e com agentes de biocontrole

A incidência natural de doenças em pós-colheita foi determinada em três repetições de 56 frutos, que foram tratados conforme descrito anteriormente, e armazenados a 10 ºC e umidade relativa de 90%±5. A porcentagem total de frutos com podridões de ocorrência natural foi determinada após 28 dias de armazenamento. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 5 (com ou sem tratamento térmico x agentes de biocontrole e fungicida).

Controle de P. digitatum com bioagentes e tratamento térmico em laranjas-Pera armazenadas a 20 ºC

Neste estudo, foram avaliados os tratamentos: testemunha (frutos imersos em água), fungicida tiabendazol (485 g i.a. 100 L-1), B. subtilis (1,6 x 108 UFC mL-1), B. licheniformis (1,6 x 108 UFC mL-1) e B. subtilis QST 713 (1 x 106 UFC mL-1), em combinação ou não com tratamento térmico. O método de inoculação de P. digitatum foi semelhante ao descrito anteriormente. Para cada tratamento, foram utilizadas três repetições de cinco frutos, sendo os tratamentos realizados duas horas após a inoculação. O tratamento seguiu a mesma metodologia descrita anteriormente e, após os tratamentos, os frutos foram incubados a 20 ºC e UR de 90%±5. O diâmetro das lesões foi avaliado após três dias da inoculação, por um período de cinco dias. As avaliações e a obtenção da AACPD seguiram a metodologia descrita anteriormente. O ensaio foi repetido duas vezes, com dois lotes diferentes de frutos. No segundo ensaio, os frutos estavam em estádio de maturação mais avançado. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 5 (com ou sem tratamento térmico x agentes de biocontrole e fungicida).

Controle de P. digitatum com tratamento térmico e aplicação dos bioagentes após o resfriamento de laranjas-Pera armazenadas a 20 ºC

Utilizando o mesmo delineamento e tratamentos do ensaio anterior, dois outros foram realizados com a aplicação dos bioagentes após o resfriamento dos frutos por 2 minutos, quando realizado o tratamento térmico. Para os dois ensaios, utilizou-se o mesmo lote de frutos, em estádio avançado de maturação, sendo armazenados a 20 ºC e UR de 90%±5 após os tratamentos. As avaliações foram realizadas após três dias da inoculação e por um período de cinco dias, conforme descritas anteriormente. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 5 (com ou sem tratamento térmico x agentes de biocontrole e fungicida).

Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Para a análise dos experimentos com incidência natural das doenças, os dados foram transformados em arcsen (x/100)-2. O software Assistat 7.6 foi utilizado para análise estatística.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos ensaios com o controle de P. digitatum em pós-colheita de frutos de laranja com Bacillus e o tratamento térmico, seguido de armazenamento a 10 ºC, a AACPD foi reduzida pelo tratamento térmico em todos os tratamentos (Figura 1A), no primeiro experimento. Entretanto, no segundo ensaio, o tratamento térmico reduziu a doença apenas na testemunha (Figura 1B). Os agentes de biocontrole, associados ou não ao tratamento térmico, reduziram a AACPD apenas no primeiro ensaio (Figuras 1A e 1B). No primeiro ensaio, o B. subtilis (QST 713) apresentou melhor resultado entre os bioprodutos aplicados na redução da AACPD, seguido por B. subtilis e B. licheniformis. Quando associado com o tratamento térmico, todos os produtos biológicos tiveram ação melhorada, com destaque para o B. licheniformis e B. subtilis (QST 713) (Figura 1A). Na segunda repetição do ensaio, os agentes de biocontrole não exerceram controle, tanto quando aplicado isolado ou associado ao tratamento térmico (Figura 1B).

FIGURA 1 -
Efeito do tratamento térmico (TT), associado a Bacillus subtilis (BS), Bacillus licheniformis (BL) e Bacillus subtilis - QST 713 (BS QST 713), sobre a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) causada por Penicillium digitatum, em laranjas-Pera armazenadas a 10 ºC. (A) Primeira e (B) segunda repetição do experimento. Médias seguidas da mesma letra minúscula (com ou sem TT) e maiúscula (tratamentos) não diferem estatisticamente entre si (Tukey 5%). Barras ■ = com TT; Barras □ = sem TT. C=testemunha; I=imazalil. CV=6,13 e 7,15, respectivamente, para A e B.

No ensaio objetivando o controle de P. digitatum com Bacillus e o tratamento térmico em laranjas-Pera, armazenadas a 20 ºC, o tratamento térmico reduziu a AACPD, nos dois ensaios, mas os agentes de biocontrole não foram eficientes em controlar a doença (Figura 2). No primeiro ensaio, ocorreu interação em que o tratamento térmico reduziu a AACPD em todos os tratamentos, exceto quando associado ao fungicida (Figura 2A). No segundo ensaio, não ocorreu interação, mas o tratamento térmico também reduziu a doença (Figura 2B).

FIGURA 2 -
Efeito do tratamento térmico (TT), associado a Bacillus subtilis (BS), Bacillus licheniformis (BL) e Bacillus subtilis - QST 713 (BS QST 713), sobre a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) causada por Penicillium digitatum, em laranjas-Pera armazenadas a 20 ºC. (A) Primeira e (B) segunda repetição do experimento. Médias seguidas da mesma letra minúscula (com ou sem TT) e maiúscula (tratamentos) não diferem estatisticamente entre si (Tukey 5%). Barras ■ = com TT; Barras □ = sem TT. C=testemunha; T=Tiabendazol. CV=13,47 e 9,39, respectivamente, para A e B.

Já no ensaio do controle de P. digitatum com tratamento térmico, com aplicação dos Bacillus após o resfriamento de laranjas-Pera, armazenadas a 20 ºC, ocorreu interação entre os fatores no primeiro ensaio, porém não no segundo. O tratamento térmico reduziu a doença quando aplicado isoladamente nos dois ensaios (Figura 3). Em ambos os ensaios, os agentes de biocontrole não reduziram a AACPD (Figura 3).

FIGURA 3 -
Efeito do tratamento térmico (TT), associado a Bacillus subtilis (BS), Bacillus licheniformis (BL) e Bacillus subtilis - QST 713 (BS QST 713), sobre a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) causada por Penicillium digitatum, em laranjas-Pera armazenadas a 20 ºC. (A) Primeira e (B) segunda repetição do experimento. Médias seguidas da mesma letra minúscula (com ou sem TT) e maiúscula (tratamentos) não diferem estatisticamente entre si (Tukey 5%). Barras ■ = com TT; Barras □ = sem TT. C=testemunha; T=Tiabendazol. CV=7,76 e 8,16, respectivamente, para A e B.

O potencial do tratamento térmico no controle de P. digitatum em pós-colheita é reconhecido (NAFUSSI et al., 2001; KYRIACOU, 2011), e os resultados do presente trabalho (Figuras 1; 2 e 3) confirmaram essas informações. Nafussi et al. (2001) verificaram que a imersão de limões em água a 52-53 ºC, por 2 minutos, um ou dois dias após a inoculação do patógeno, inibiu em 100 e 90%, respectivamente, o bolor verde por até seis dias. Similarmente, Rodov et al. (2000) verificaram que o tratamento com água a 52 ºC, por 2 minutos, ou o tratamento de cura (36 ºC por 72 h) reduziram a incidência de doenças em pós-colheita, principalmente as causadas por Penicillium, após 15 semanas de armazenamento, em toranja. A redução na incidência de bolor verde, em tangerina Minneola, laranja Shamouti e toranja Star Ruby orgânicas, após a lavagem por 20 segundos com água a 56 ºC e escovação simultânea, foi verificada por Porat et al. (2000). Esses resultados mostram que o tratamento térmico pode ser utilizado dentro de uma estratégia, para a redução de resíduos de fungicidas em frutos cítricos e, inclusive, obter o desejado resíduo zero de pesticidas em frutos. É importante considerar a eficiência do tratamento térmico na redução da incidência natural de doenças nas frutas (Figura 4).

FIGURA 4-
Efeito do tratamento térmico (TT), associado a Bacillus subtilis (BS), Bacillus licheniformis (BL) e B. subtilis - QST 713 (BS QST 713), sobre a incidência natural de podridões de pós-colheita em laranjas-Pera armazenadas a 10 ºC. (A) Primeira e (B) segunda repetição do experimento. Médias seguidas da mesma letra minúscula (com ou sem TT) e maiúscula (tratamentos) não diferem estatisticamente entre si (Tukey 5%). Barras ■ = com TT; Barras □ = sem TT. C=testemunha; I=imazalil. CV=34,25 e 8,06, respectivamente, para A e B. Dados transformados por arcsen (x/100)-2.

Embora o tratamento térmico tenha reduzido o progresso da doença, foi demonstrado no presente trabalho que ele não evitou a ocorrência da doença (Figuras 1; 2 e 3). No entanto, diminuiu consideravelmente. Similarmente, o tratamento térmico a 52 ºC, 55 ºC e 60 ºC por, respectivamente, 120; 60 e 20 segundos, reduziu o desenvolvimento dos bolores verde e azul em tangerinas Satsuma, armazenadas por 21 dias a 5 ºC e sete dias a 18 ºC (HONG et al., 2007). O tratamento térmico não causou a morte total dos conídios de Penicillium, pois o tratamento desses a 52-53 ºC, por dois minutos, seguidos da inoculação em limões, não preveniu a ocorrência da doença, mas atrasou seu desenvolvimento (NAFUSSI et al., 2001). Porat et al. (2000) verificaram que os conídios de P. digitatum têm a germinação inibida quando submetidos às temperaturas de 59 e 62 ºC, por 15 a 20 segundos, enquanto a 56 ºC, por 20 segundos, atrasa a germinação. Assim, o tratamento térmico não é curativo, mas, sim, fungistático e não persistente (PALOU et al., 2002). Portanto, a temperatura do tratamento térmico utilizada no presente trabalho não foi suficiente para erradicar o fitopatógeno, mas possivelmente reduziu a pressão inicial de inóculo e retardou o progresso da doença. Esse conhecimento é importante no desenvolvimento de estratégia de controle da doença, indicando a necessidade de associação com outros métodos de controle. Para tanto, há necessidade de encontrar efetivos agentes de biocontrole ou produtos biocompatíveis.

O tratamento térmico pode ter reduzido a AACPD pela indução de resistência nos frutos, conforme verificado por Perotti et al. (2011), que observaram mudanças no metabolismo de laranjas Valência tratadas termicamente por 48 h a 37 ºC e UR de 90%, seguido de 24 h a 20 ºC, que levaram a um menor grau de suscetibilidade do fruto contra patógenos fúngicos. Segundo Nafussi et al. (2001), frutos de limão, feridos, inoculados e tratados com água a 53 ºC apresentaram aumento do depósito de lignina no sítio de inoculação. Adicionalmente, frutos tratados em banho térmico, dois dias após a inoculação com P. digitatum, apresentaram aumento de escoparina e escopoletina. Os autores alertam que a síntese de lignina e fitoalexinas somente é estimulada pelo tratamento térmico, se presentes ferimentos ou patógenos nos frutos.

Normalmente, os agentes de biocontrole em pós-colheita não apresentam ação curativa, mas proporcionam proteção dos frutos contra novas infecções. Assim, associar outros métodos de controle ao biológico é necessário para obter sucesso prático de controle da doença. Entretanto, de forma geral, os estudos são desenvolvidos apenas utilizando um dos métodos de controle.

A eficiência de bactérias do gênero Bacillus no controle de doenças de plantas é discutida por Arrebola et al. (2010abc). Em pós-colheita, Hao et al. (2011) verificaram redução na incidência das doenças causadas por P. digitatum e P. italicum, quando os frutos de tangerina foram tratados com Bacillus amyloliquefaciens (HF-01), antes da inoculação dos patógenos. Leelasuphakul et al. (2008) verificaram que endósporos de B. subtilis (155) ou seus metabólitos reduziram a incidência de severidade e retardaram o início do aparecimento dos sintomas do bolor verde em frutos cítricos. O controle só ocorreu quando os frutos foram tratados antes (melhor ação de endósporos) ou junto (melhor ação dos metabólitos secundários) da inoculação com patógeno. Quando tratado 24 h após a inoculação com o patógeno, ocorreu elevada incidência da doença. Segundo os autores, isso se deve aos endósporos necessitarem de um período para iniciarem as atividades, enquanto os metabólitos estão prontamente ativos. Esses resultados estão de acordo com o do presente trabalho, pois todos os produtos utilizados continham endósporo de Bacillus (Figuras 1; 2 e 3).

A importância do momento do tratamento com esses organismos pode ser verificada no trabalho de Arrebola et al. (2010a). Esses autores demonstraram que a aplicação de B. amyloliquefaciens (PPCB004) em frutos de laranja, 24 h antes ou depois da inoculação com os patógenos, apresentou controle diferenciado, variando com o patógeno. Para Colletotrichum gloeosporioides, a aplicação, após a inoculação, apresentou melhor controle. Para P. crustosum e Alternaria citri, o melhor controle foi obtido com a aplicação do antagonista antes da inoculação. Antoniolli et al. (2011) demonstraram que a aplicação em pré-colheita com B. amyloliquefaciens, em framboesa, 3; 7 e 14 dias antes da colheita, reduziu a incidência das podridões de Rhizopus e Botrytis, inoculados após a colheita, por até sete dias. Assim, possivelmente, no presente trabalho, poderia ter ocorrido controle superior se o tratamento com os antagonistas tivesse ocorrido antes da inoculação.

Um dos objetivos do estudo foi testar a hipótese da integração dos métodos de controle, em que o tratamento térmico supostamente reduziria a fonte de inóculo, permitindo a ocupação do sítio de infecção pelos isolados de Bacillus que apresenta tolerância a altas temperaturas. Observou-se que, apenas na primeira repetição do experimento em temperatura de armazenamento de 10 ºC, o tratamento térmico aumentou a eficiência dos bioagentes (Figura 1A). Entretanto, outros autores obtiveram sucesso com essa integração. Obagwu e Korsten (2003) verificaram que a redução da incidência dos bolores verde e azul foi obtida com a adoção do tratamento térmico (45 ºC por 2 minutos), seguido do tratamento com B. subtilis (F1, L2 ou L2-5). A associação de tratamento térmico (60 ºC por 40 segundos) com B. subtilis (CPA-8) apresentou sinergismo no controle de Monilinia laxa em pêssegos incubados por cinco dias a 20 ºC (CASALS et al., 2010).

O tratamento térmico reduziu significativamente a incidência natural de doenças em pós-colheita (Figura 4). No primeiro ensaio, ocorreu interação entre os fatores, tendo o tratamento térmico reduzido a incidência da doença em todos os tratamentos, exceto quando associado com o fungicida, pois este reduziu a incidência, independentemente do tratamento térmico (Figura 4A). No segundo ensaio, não houve interação, e o tratamento térmico reduziu efetivamente a incidência (Figura 4B). Os agentes de biocontrole não foram efetivos em reduzir a incidência do bolor verde que ocorreu naturalmente (Figura 4). Dentre as doenças de pós-colheita verificadas nos ensaios, mais de 83% foram causadas por P. digitatum. Com menor porcentagem, foram detectadas Diaporthe citri e Geotrichum candidum.

O fato de os bioagentes não controlarem as podridões de ocorrência natural em pós-colheita, demonstra não serem eficientes no controle curativo contra patógenos já estabelecidos (Figura 4). O tratamento térmico, por sua vez, controlou as doenças (Figura 4A), evidenciando maior ação contra patógenos já estabelecidos, do que esporos não germinados. Desse modo, comprova-se que o tratamento térmico é uma excelente ferramenta para reduzir o potencial de inóculo vindo do campo. O efeito do tratamento térmico nessas condições tem seu potencial no controle de doenças em pós-colheita de citros reconhecido por Porat et al. (2000), Obagwu e Korsten, (2003) e Hong et al. (2007), principalmente, contra P. digitatum (NAFUSSI et al., 2001), o principal patógeno detectado causando doença, naturalmente no presente experimento.

CONCLUSÕES

1- Os agentes de biocontrole avaliados (Bacillus subtilis, B. subtilis (QST 713) e Bacillus licheniformis) não são eficazes no controle do bolor verde.

2- O tratamento térmico de laranja-Pera reduz tanto o bolor verde em frutos inoculados com P. digitatum, quanto as doenças de ocorrência natural.

Recebido em:05-07-2012

Aceito para publicação em: 05-12-2012

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    (Trabalho 215-12).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Maio 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 2013

    Histórico

    • Recebido
      05 Jul 2012
    • Aceito
      05 Dez 2012
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