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Uso de extratos vegetais no controle in vitro do Colletotrichum gloeosporioides penz. Coletado em frutos de mamoeiro (Carica papaya L.)

Use of plant extracts on control in vitro of Colletotrichum gloeosporioides penz. Collected in papaya fruits (Carica papaya L.)

Resumos

Diversas alternativas vêm sendo estudadas e utilizadas no controle de doenças de plantas, no intuito de suprir as necessidades dos produtores e consumidores no desejo de reduzir o uso de defensivos agrícolas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade de extratos vegetais de Azadirachta indica A. Juss., Anonna muricata L. e de Lippia alba (Mill) N. E. Brown. no controle de Colletotrichum gloeosporioides Penz. in vitro. O experimento foi conduzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Câmpus de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Extratos aquosos de folhas de graviola e erva-cidreira, e extratos aquosos de sementes de nim e graviola foram usados visando à inibição do crescimento micelial do patógeno causador da antracnose em frutos de mamão. A atividade antifúngica dos extratos foi mensurada mediante a medição do crescimento micelial das culturas. O delineamento adotado foi o DIC em esquema fatorial (3x3x3), com quatro repetições, nos dois experimentos. Os resultados obtidos indicam maior inibição ao crescimento micelial do patógeno com o uso dos extratos de folhas de erva-cidreira e de sementes de graviola.

Controle alternativo; graviola; nim e erva-cidreira


Several alternatives have been studied and used in the control of plant diseases, in order to achieve the needs of producers and consumers desiring to reduce the use of pesticides. Thus, the objective of this study was evaluating the activity of plant extracts Azadirachta indica A Juss., Annona muricata L. and Lippia alba (Mill) N. E. Brown. in controlling of Colletotrichum gloeosporioides Penz. in vitro. The experiment was conducted in State University of Southwest Bahia, campus of Vitoria da Conquista city, State of Bahia, Brazil. Aqueous extracts of leaves of soursop leaves and lemongrass, and aqueous extracts of neem seeds and soursop were used to inhibit mycelial growth of pathogen of anthracnose from papaya fruits. The antifungal activity of the extracts was determined by measuring the mycelial growth of cutures. The experimental design was CRD in factorial (3x3x3) with four repetitions in both experiments. The results suggested inhibitory action of the leaf extract of lemongrass and the seed extract of soursop.

Alternative control; soursop; neem and lemongrass


DEFESA FITOSSANITÁRIA

Uso de extratos vegetais no controle in vitro do Colletotrichum gloeosporioides penz. Coletado em frutos de mamoeiro (Carica papaya L.)1 1 (Trabalho 223-13).

Use of plant extracts on control in vitro of Colletotrichum gloeosporioides penz. Collected in papaya fruits (Carica papaya L.)

Elzivan Felix FerreiraI; Abel Rebouças São JoséII; Marinês Pereira BomfimIII; John Silva PortoIV; Jailson Silva de JesusV

IMestre em Agronomia - Área de Concentração em Fitotecnia, UESB, Vitória da Conquista-BA. E-mail: elzivanfelix@hotmail.com

IIDr. em Agronomia, Prof. do Prog. de Pós-Graduação em Agronomia da UESB, Vitória da Conquista-BA. E-mail: abeljose3@gmail.com

IIIDrª. em Agronomia - Área de Concentração em Horticultura,UNESP, Botucatu-SP. E-mail: mpb@gmail.com

IVMestre em Agronomia - Área de Concentração em Fitotecnia, UESB, Vitória da Conquista-BA. E-mail: jsporto87@yahoo.com.br

VFuncionário da Biofábrica, UESB, Vitória da Conquista-BA. E-mail: jailson.ssj@gmail.com

RESUMO

Diversas alternativas vêm sendo estudadas e utilizadas no controle de doenças de plantas, no intuito de suprir as necessidades dos produtores e consumidores no desejo de reduzir o uso de defensivos agrícolas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade de extratos vegetais de Azadirachta indica A. Juss., Anonna muricata L. e de Lippia alba (Mill) N. E. Brown. no controle de Colletotrichum gloeosporioides Penz. in vitro. O experimento foi conduzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Câmpus de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Extratos aquosos de folhas de graviola e erva-cidreira, e extratos aquosos de sementes de nim e graviola foram usados visando à inibição do crescimento micelial do patógeno causador da antracnose em frutos de mamão. A atividade antifúngica dos extratos foi mensurada mediante a medição do crescimento micelial das culturas. O delineamento adotado foi o DIC em esquema fatorial (3x3x3), com quatro repetições, nos dois experimentos. Os resultados obtidos indicam maior inibição ao crescimento micelial do patógeno com o uso dos extratos de folhas de erva-cidreira e de sementes de graviola.

Termos para indexação: Controle alternativo, graviola, nim e erva-cidreira.

ABSTRACT

Several alternatives have been studied and used in the control of plant diseases, in order to achieve the needs of producers and consumers desiring to reduce the use of pesticides. Thus, the objective of this study was evaluating the activity of plant extracts Azadirachta indica A Juss., Annona muricata L. and Lippia alba (Mill) N. E. Brown. in controlling of Colletotrichum gloeosporioides Penz. in vitro. The experiment was conducted in State University of Southwest Bahia, campus of Vitoria da Conquista city, State of Bahia, Brazil. Aqueous extracts of leaves of soursop leaves and lemongrass, and aqueous extracts of neem seeds and soursop were used to inhibit mycelial growth of pathogen of anthracnose from papaya fruits. The antifungal activity of the extracts was determined by measuring the mycelial growth of cutures. The experimental design was CRD in factorial (3x3x3) with four repetitions in both experiments. The results suggested inhibitory action of the leaf extract of lemongrass and the seed extract of soursop.

Index terms: Alternative control, soursop, neem and lemongrass.

INTRODUÇÃO

A preocupação da sociedade com o impacto das práticas agrícolas no ambiente e a contaminação com pesticidas vêm alterando o cenário agrícola, resultando na presença de segmentos de mercado que visam à aquisição de produtos diferenciados (MORANDI; BETTIOL, 2008). Essas inquietações têm levado ao desenvolvimento de sistemas de cultivo mais sustentáveis e, portanto, menos dependentes do uso de defensivos agrícolas.

Dentre as alternativas de controle, o biológico e a utilização de extratos de plantas antagonistas, têm sido os mais estudados nos últimos anos, tendo apresentado avanços significativos na agricultura sustentável (FREITAS, 2008). Entretanto, diversas alternativas de controle vêm sendo estudadas e utilizadas por agricultores na agricultura orgânica.

A exploração da atividade biológica de compostos secundários, presentes no extrato bruto ou óleo essencial de plantas medicinais, pode constituir-se, ao lado do controle biológico e da indução de resistência, em mais uma forma potencial de controle alternativo (SCHWAN-ESTRADA, 2009). Diversos estudos utilizando extratos e óleos essenciais de plantas vêm sendo realizados no controle de fitopatógenos como alternativa ao uso de defensivos agrícolas sintéticos (SOUZA et al., 2007; VENTUROSO et al., 2011).

Segundo a FAO (2013), a produção mundial de mamão representa 10% da produção mundial de frutas tropicais, girando em torno de 11 milhões de toneladas, das quais 37% são produzidas na América Latina e Caribe. Os principais produtores mundiais são a Índia, o Brasil e a Indonésia.

O mamão é uma fruta caracterizada por ser afetada por uma série de patógenos que surgem após a colheita, causando grandes perdas na comercialização (VENTURA, 2002; DANTAS et al., 2003).

Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade de extratos vegetais de Anonna muricata L. (graviola), Azadirachta indica A. Juss. (nim) e Lippia alba (Mill) N. E. Brown. (erva-cidreira) no controle do crescimento micelial in vitro do fungo Colletotrichum gloesporioides Penz. c ausador da antracnose, coletado de frutos de mamão.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), nos laboratórios da Biofábrica - Pesquisa e Produção de Microrganismos, Câmpus de Vitória da Conquista, Bahia, no período de março a outubro de 2012. Para a condução dos experimentos, foram utilizados extratos aquosos de folhas de graviola e erva-cidreira, e extratos aquosos de sementes de nim e graviola. Estas foram previamente selecionadas com bom estado fitossanitário, coletadas entre 8 e 9 horas da manhã, em áreas de produção, no município de Jequié, Bahia, nos meses de março a abril de 2012.

Para a determinação da atividade antifúngica de extratos de plantas, foi utilizada a espécie fúngica patogênica Colletotrichum gloeosporioides Penz., obtida a partir de amostras de culturas recentes, desprovidas de contaminação, oriundas de frutos de mamão, cultivadas em meio BDA e conservadas em BOD, à temperatura de 25±1ºC e fotoperíodo de 12 horas.

As culturas foram obtidas a partir de fragmentos (± 1,0cm) da casca do fruto de mamão naturalmente infectado com o fungo. Os fragmentos foram cortados e mergulhados em solução de hipoclorito de sódio a 2% por 1 min e, em seguida, foram transferidos para uma solução de álcool a 70% por 1 min. Após a desinfestação, os fragmentos foram lavados com água destilada esterilizada e transferidos sob condições assépticas para as placas de Petri de 90 mm de diâmetro, contendo meio de cultura BDA (Batata Dextrose Ágar), esterilizado em autoclave por 25 min, a uma temperatura de 125ºC, e cultivados por 10 dias em BOD, à temperatura de 25±1ºC, e fotoperíodo de 12 horas. Após o crescimento da cultura, procedeu-se à repicagem do fungo.

Os extratos brutos de folhas de graviola e erva-cidreira foram preparados, utilizando-se de 300 g de folhas totalmente estendidas de plantas adultas coletadas em áreas de produção. As folhas foram desidratadas à sombra por 4 dias e trituradas em moinho de facas para obtenção de um pó fino. Os extratos de sementes de nim e graviola foram preparados, utilizando-se de 300 g de sementes desidratadas à sombra por 4 dias e trituradas em almofariz com pistilo, a fim de separar as amêndoas. Em seguida, o material vegetal foi diluído em 150 mL de água destilada, nas concentrações de 10 g, 15 g e 20 g, respectivamente, em recipientes de polietileno com tampa, por um período de 24 horas, posteriormente filtrado em gaze estéril.

O primeiro experimento foi realizado utilizando placas de Petri contendo meio BDA e os extratos de folhas de graviola e erva-cidreira, nas concentrações de 40 g*L-1 (4%), 60 g*L-1 (6%) e 80 g*L-1 (8%), permanecendo em autoclave por 25 min, a 125ºC. No segundo experimento, foi avaliada a atividade antifúngica dos extratos de sementes de nim e graviola, nas mesmas concentrações do primeiro experimento, por meio de placas de Petri contendo meio BDA. Os meios foram retirados do autoclave após 1 h e 25 min e, no estado líquido, adicionados nas placas (± 25 mL). Depois de solidificado, em temperatura ambiente, adicionou-se no meio e foi inoculado com um disco de 10 mm, contendo o isolado fúngico e vedada com papel filme de PVC transparente. Como controle, foram utilizadas placas de Petri contendo meio BDA autoclavado sem adição de extratos, inoculadas com um disco de 10 mm contendo o fungo patogênico nos dois experimentos. As placas foram mantidas em incubadora B.O.D. a uma temperatura de 25±1ºC e fotoperíodo de 12 horas, sendo avaliadas por um período de nove dias.

A atividade antifúngica dos extratos foi mensurada mediante a medição do crescimento micelial das culturas de Colletotrichum gloeosporioides, com o auxílio de paquímetro digital, a cada três dias. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 3x3x3 (três tratamentos, três concentrações e três tempos), com quatro repetições, nos dois experimentos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico ASSISTAT 7.6 (SILVA; AZEVEDO, 2009).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo os resultados apresentados na Tabela 1, houve diferença significativa para os extratos aquosos de folhas de graviola e ervacidreira aos três, seis e nove dias de avaliação do crescimento micelial do patógeno. Observa-se que os extratos utilizados apresentaram efeito inibitório no crescimento micelial do fungo, independentemente da concentração utilizada, em comparação ao controle. Entre os extratos utilizados, houve diferença significativa apenas na concentração de 8%, quando o extrato de erva-cidreira apresentou inibição superior ao extrato aquoso de folhas de graviola. Assim, observou-se uma redução do potencial de inibição dos extratos de ambas as espécies, a partir do sexto dia, em todas as concentrações utilizadas, excetuando-se o extrato de erva-cidreira a 8%, tanto ao sexto quanto no nono dia de avaliação.

Para o tratamento com extrato de folhas de Lippia sidoides, Mota et al. (2002) obtiveram resultados significativos no controle de Lasiodiplodia theobromae. O efeito inibidor do extrato foliar aumentou à medida que se elevou a dose do produto, demonstrando a ação fungicida do extrato. Os resultados encontrados neste trabalho, para o extrato de erva-cidreira em maior concentração (8%), aos seis e nove dias, assemelham-se aos dos referidos autores.

A redução da capacidade de inibição, apresentada pelos extratos de graviola e ervacidreira, a partir do sexto dia de avaliação, pode ser atribuída à volatilização dos constituintes químicos dos extratos e/ou à instabilidade dos mesmos, na presença de luz, calor, ar e umidade no interior das placas de Petri (SIMÕES; SPITZER, 2000).

Diversos trabalhos com o uso de extratos de plantas têm sido apontados como eficientes no controle de doenças fúngicas. Tagami et al. (2009), por exemplo, em estudo semelhante de fungitoxidade de extratos brutos de ervacidreira no desenvolvimento in vitro de fungos, demonstraram que os extratos testados apresentaram ação fungitóxica sobre o crescimento micelial do fungo Colletotrichum graminicola.

Resultados contrastantes foram obtidos por Rozwalka et al. (2008) em estudo realizado com extratos aquosos de erva-cidreira, na concentração de 10%, no controle do crescimento micelial de C. gloeosporioides. Possivelmente, resultados como estes podem estar associados a aspectos agronômicos. Essa possibilidade é reforçada pelos estudos de Blank et al. (2005), Bezerra et al. (2008), Morais (2009) e Ehlert et al. (2013) que, ao estudarem os efeitos dos fatores abióticos e de diferentes épocas e horário de colheita na composição química de óleos essenciais, constataram melhor adaptação das plantas às condições de alta intensidade luminosa, e que a época e horários de colheita influenciaram na percentagem relativa dos principais constituintes químicos dos óleos essenciais.

De acordo com Silva (2006), a discrepância entre os resultados obtidos com o uso de extratos vegetais no controle de fitopatógenos justifica-se pela quantidade e composição química variáveis dos extratos. Leme et al. (2007) verificaram que a forma de esterilização e o tempo de armazenamento do extrato de capim-limão interferiram na atividade do mesmo em relação ao desenvolvimento micelial de Colletotrichum acutatum. Isso explica, em parte, por que ocorre diferença entre os resultados obtidos quando comparados com resultados de pesquisas realizadas em diferentes locais com a mesma metodologia e a mesma espécie de planta.

No segundo experimento, aos três dias de avaliação, o uso de extratos aquosos de sementes de nim e de graviola apresentaram inibição no crescimento micelial do patógeno quando comparados com o controle, nas três concentrações avaliadas. Entre os dois extratos estudados, observou-se que não houve variações significativas entre eles, excetuando-se apenas na concentração de 4%, quando o extrato de graviola apresentou maior poder de inibição em relação ao extrato de sementes de nim (Tabela 2).

O óleo de sementes de nim tem sido testado por vários autores para o controle de diversos fitopatógenos, e sua maior eficiência em relação ao extrato de folhas deve-se, provavelmente, à presença da azadiractina em maior concentração nas sementes (CARNEIRO et al., 2008; GOBBO-NETO, LOPES, 2007).

Leite et al. (2009) observaram uma redução do crescimento do diâmetro das lesões em maçã, em função das concentrações crescentes do óleo de nim, nos diferentes períodos de avaliação, quanto à severidade da antracnose. O crescimento micelial de C. gloeosporioides foi nulo com 48 horas de incubação e posterior redução do crescimento da cultura nos demais períodos de avaliações. Com isso, verificou-se o efeito fungitóxico do óleo de nim no desenvolvimento de C. gloeosporioides, além da redução significativa da esporulação do fungo.

No sexto dia de avaliação (Tabela 2), o extrato de sementes de graviola apresentou melhor ação inibitória no crescimento micelial do fungo, em relação ao controle nas três concentrações estudadas. Comparando o efeito dos extratos de nim e graviola, observou-se que o extrato de graviola promoveu melhor controle no crescimento micelial apenas nas concentrações de 4% e 6%.

O extrato de sementes de nim apresentou diferença significativa apenas a 8% de concentração em relação ao controle. Entre as diferentes concentrações dos tratamentos, foram observadas diferenças significativas apenas para o extrato de sementes de nim a 8%, apresentando melhor inibição do crescimento micelial, em comparação deste extrato a 4% de concentração, sem, contudo, diferir da concentração de 6%.

Aos nove dias de avaliação do crescimento micelial do fungo C. gloeosporioides, verificou-se que não houve diferenças significativas entre os tratamentos e as concentrações testadas.

Os resultados apresentados na Tabela 3 demonstram que houve diferença significativa entre os tratamentos aos três dias de avaliação do crescimento micelial do fungo, independentemente da concentração utilizada, em comparação ao controle. Entre os tratamentos utilizados, o extrato de semente de graviola apresentou maior ação inibitória quando comparado com os demais tratamentos, seguido dos extratos de folhas de erva- cidreira e de semente de nim, que não diferiram entre si, apenas quando comparados com os demais extratos.

No sexto dia de avaliação, comparando o efeito do extrato de erva-cidreira com os demais extratos, observou-se que o extrato de erva-cidreira difere dos demais apenas na concentração de 8%. Nas demais concentrações, o extrato de folhas de erva-cidreira e sementes de graviola não diferem entre si.

O extrato de sementes de nim apresentou diferença significativa quando comparado com o controle, apenas na concentração de 8%. Entre as concentrações, houve diferenças apenas entre as concentrações de 8% e 4%.

Aos nove dias, o extrato de folhas de ervacidreira difere dos demais extratos e do controle nas três concentrações avaliadas, enquanto o extrato de sementes de graviola difere apenas do controle nas três concentrações.

Diante das análises dos resultados apresentados neste trabalho, pode-se dizer que os extratos aquosos de folhas de erva-cidreira e de sementes de graviola apresentaram satisfatório potencial no controle alternativo in vitro do fungo C. gloesporioides causador da antracnose em frutos de mamão. Entretanto, são necessárias novas investigações em condição de campo, bem como o isolamento e a identificação dos compostos químicos presentes nestes extratos que promovam efeitos fungistáticos e fungicidas.

CONCLUSÕES

Nas condições em que foram realizados os experimentos, pode-se concluir que o extrato aquoso de folhas de erva-cidreira apresenta ação inibitória no crescimento micelial do fungo C. gloeosporioides in vitro até seis dias de avaliação, enquanto o extrato de folhas de graviola apresenta esse efeito por um período de até três dias.

O extrato aquoso de sementes de graviola apresenta efeito inibitório no crescimento micelial do fungo C. gloeosporioides até seis dias, enquanto o extrato aquoso de sementes de nim apresenta efeito inibidor até o terceiro dia.

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Recebido em: 01-07-2013.

Aceito para publicação em: 06-05-2014.

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    (Trabalho 223-13).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Set 2014
    • Data do Fascículo
      Jun 2014

    Histórico

    • Recebido
      01 Jul 2013
    • Aceito
      06 Maio 2014
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